Durante o período mais delicado da pandemia, as bases de conhecimento foram cruciais para manter a rotina de ensino, uma vez que as bibliotecas se mantiveram fechadas, seguindo os protocolos de distanciamento social.
Neste sentido, é importante entender o impacto da gestão de informações para a formação do estudante de medicina, desde o ciclo básico até os últimos anos de residência, bem como a função essencial exercida pelos bibliotecários durante este processo.
A importância dos bibliotecários para as universidades de medicina e para a formação médica
Muito mais do que responsável pelo atendimento, o bibliotecário cumpre funções importantes nas universidades de medicina e atua como mediador entre informação e estudante. No contexto organizacional, o profissional atua diretamente em diversos processos, como a colaboração para a atualização dos planos de curso e para a escolha das bibliografias, juntamente com professores e Núcleo Docente Estruturante (NDE). Além disso, o bibliotecário exerce atividades também com os alunos, a fim de contribuir para o aprendizado e a autonomia do estudante.
A partir disto, é fundamental que exista a aplicação dos conhecimentos pedagógicos pelo bibliotecário dentro das universidades, para que seja possível conduzir o aluno ao protagonismo na busca da informação adequada. Desta forma, cabe ao bibliotecário colaborar com a construção do conhecimento dos alunos.
Diante deste contexto, o grande desafio para estes profissionais é enfatizar aos estudantes a importância de bases de conhecimento que permitam mais assertividade na busca por conteúdos atualizados. Mas, claro, sem descaracterizar a relevância do espaço físico da biblioteca.
A importância das bases de conhecimento para a ampliação do aprendizado
Atualmente, grande parte dos estudantes que estão ingressando nas universidades são nativos digitais. Neste sentido, as soluções que ofereçam conhecimento, mas que entreguem isto de uma forma digital e que conversem tecnologicamente com estes alunos têm um potencial de adesão ainda maior por parte destes estudantes. Este fato, certamente, colabora para o aumento do uso de ferramentas e softwares dentro das instituições de ensino. Entretanto, isso não se traduz na boa exploração dos recursos para extrair as melhores e mais confiáveis informações das publicações.
De acordo com o estudo “Leitores do Século 21 - Desenvolvendo Habilidades de Alfabetização em um Mundo Digital”, realizado pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), no Brasil, apenas 33% dos estudantes foi capaz de distinguir fatos de opiniões, em uma das perguntas aplicadas.
Assim, o papel de mediador exercido pelo bibliotecário ganha mais destaque, a fim de contribuir para a capacitação dos estudantes no que diz respeito à apresentação dos recursos existentes, das possibilidades de pesquisa e das bases de conhecimento disponibilizadas ao aluno, bem como a melhor forma de avaliar a qualidade da informação que o universitário deseja.
Além disso, de um modo geral, os livros físicos não conseguem acompanhar com a mesma velocidade as atualizações disponíveis em e-books e publicações científicas existentes nas bases de dados. Neste sentido, cabe ao profissional da área auxiliar os estudantes para que eles consigam se atualizar e utilizar as ferramentas tecnológicas para garantir a informação mais adequada durante os ciclos de estudo e, posteriormente, as melhores evidências clínicas para aplicação prática da medicina.
Outra questão relacionada aos livros é o espaço disponível para armazenamento. À medida que novas publicações são realizadas, os espaços físicos tornam-se cada vez menores. Com essa proporção inversa, a literatura virtual ganha espaço, uma vez que a tecnologia possibilita o armazenamento praticamente infinito de conteúdo com a evolução da nuvem, garantindo que estes materiais estejam sempre à disposição daqueles que precisarem.
Portanto, é fundamental que o bibliotecário crie condições para incentivar a utilização de ferramentas que auxiliem o aprendizado e fomente, nestes alunos, a busca pelas evidências mais confiáveis e atuais naquele determinado momento. E, este trabalho, precisa ser permanente nas universidades de medicina com o envolvimento e engajamento de toda equipe.
Ana Paula R. Lima - Executiva comercial, da Wolters
Kluwer, Health Brasil.
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