Tricologista explica queda de cabelo associada a disfunções hormonais e quais são os sinais de alerta
O corpo humano, de fato, é uma máquina perfeita,
com engrenagens que trabalham o tempo todo de forma alinhada e coordenada.
Prova disso, é que ao menor indício de falha, todo o sistema começa a dar
sinais de que algo pode estar errado. No caso dos distúrbios da tireoide,
glândula que regula a função de diversos órgãos e influencia diretamente na
produção de alguns hormônios, não é diferente, um dos primeiros e mais frequentes
sintomas é a queda de cabelo que pode passar facilmente despercebido e por essa
razão é importante ficar atento, como destaca a tricologista, Dra. Ana Carina
Junqueira.
“Os hormônios da tireoide regulam, entre outras
coisas, a manutenção e o desenvolvimento do folículo piloso, quando estão em
desequilíbrio, podem desencadear o que chamamos de eflúvio telógeno, quando os
folículos capilares passam precocemente para uma fase de queda e o crescimento
não acompanha a velocidade da queda. E este é um sinal de atenção e não pode
ser ignorado”, afirma a tricologista.
Segundo a Dra. Ana Carina Junqueira, uma das formas
de reconhecer se a queda de cabelo pode estar associada a um distúrbio da
tireoide, é observar se a perda se estende a outras partes do corpo, como
braços, pernas e sobrancelhas. A queda capilar por conta de problemas na
tireoide, ela causa o distúrbio chamado eflúvio telógeno, que é uma queda
difusa e ela pode estar associada a outras doenças autoimunes como a Alopecia
Areata, que causa falhas focais, ou seja, quando o paciente tem um distúrbio na
tireoide, seja por hipotireoidismo ou hipertireoidismo, ele tem uma chance
maior de desenvolver as falhas focais no couro cabeludo.
Mas, a boa notícia é que esse cenário pode ser
revertido na maioria dos casos. “Se o caso for relacionado apenas com um
desequilíbrio hormonal, como hipotireoidismo ou hipertireoidismo, os cabelos
geralmente voltam a crescer normalmente e cair com menos intensidade, assim que
os níveis dos hormônios da tireoide são restabelecidos, o que pode demorar um
pouquinho. Também é possível estimular o crescimento e fortalecimento dos fios
nessa fase com tratamentos específicos. No entanto, quando a queda capilar
estiver associada por outros distúrbios autoimunes, será necessário o
tratamento da doença de base para que haja o controle da queda de cabelo”,
explica a Dra. Ana Carina.
Como tratar as mudanças na estrutura capilar nestes casos
De acordo com a tricologista, seja a queda capilar
causada pelo hipotireoidismo, hipertireoidismo ou por uma condição autoimune, é
importante que ao notar qualquer anormalidade, um especialista seja procurado.
Um acompanhamento multidisciplinar, nestes casos, é sempre a melhor
alternativa.
draanajunqueira
Médica
especializada em Tricologia clínica e pesquisa. Está no Brasil após uma
temporada de seis anos nos Estados Unidos, no departamento de dermatologia da
mundialmente renomada Mayo Clinic, em Rochester, e na Universidade de Minnesota
-- que possui o maior centro de referência dermatológico de pesquisa e
tratamentos para cabelo. Os tratamentos são selecionados caso a caso, baseados
no diagnóstico personalizado de cada paciente, levando em consideração o
histórico clínico meticuloso, coleta de exames hormonais e nutricionais,
triagem de doenças autoimunes e exames de imagem.
Ibemc
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