Maternidades do Norte do país destacam a importância do exame para garantir a saúde dos recém-nascidos
Neste mês, ocorre a sexta edição da campanha
Junho Lilás, ação que alerta sobre a importância do teste do pezinho para a
saúde do neonato. A campanha foi criada em 2017, pelo Instituto Jô Clemente
(IJC), antiga Apae de São Paulo, órgão ativo no acompanhamento da saúde das
pessoas com deficiência, atuando desde a prevenção à reabilitação.
O
teste do pezinho é um exame de sangue, onde são coletadas algumas gotas do
calcanhar do recém-nascido, que são colocadas em um papel e seguem para análise
em laboratórios públicos ou privados. Realizado entre o segundo e quinto dia de
vida do bebê, o exame é capaz de identificar diversas doenças que causam
complicações graves, antes mesmo do surgimento de sintomas iniciais.
“O
exame tem a finalidade de diagnosticar precocemente e impedir o desenvolvimento
de doenças que podem levar à deficiência intelectual, ou causar outros
prejuízos à saúde e qualidade de vida do bebê”, explica Joice Vaz, diretora
Assistencial do Hospital Materno-Infantil de Barcarena, unidade referência em
gravidez de alto risco e recuperação de prematuros na região do Baixo
Tocantins, interior paraense. “Caso o teste não seja realizado, o advento
de uma patologia pode causar sérios danos à saúde da criança, incluindo retardo
mental grave e irreversível”, alerta a profissional.
Exames
detectam até 48 doenças
Atualmente,
são oferecidas três versões do exame no país: Básico, Ampliado (ou Mais) e
Expandido (ou Super). O teste do pezinho básico é obrigatório e gratuito em
todas as regiões do Brasil. Esse tipo do exame é capaz de identificar até seis
doenças congênitas, genéticas e metabólicas, sendo elas: Fenilcetonúria,
Hipotireoidismo Congênito, Fibrose Cística, Anemia Falciforme, Hiperplasia
Adrenal Congênita e Deficiência de Biotinidase.
O
Teste Mais, também conhecido como Ampliado, pode detectar mais três
diagnósticos, além daqueles inclusos no exame básico. Já, o Super, também
chamado de Expandido, é o único que compreende 48 doenças, sendo um dos mais
completos testes de Triagem Neonatal do mundo.
Yara
Leite, gerente de Enfermagem do Hospital Bom Pastor, referência assistencial em
Obstetrícia e Pediatria na região de Guajará-Mirim (RO), destaca o prazo para
realização do teste. “Para que a prevenção seja possível, o exame deve ser
efetuado após 48 horas de vida do bebê, até seu quinto dia de vida. Se feito
antes, ou depois deste período, o resultado pode não ser preciso, prejudicando
a avaliação da saúde da criança”, enfatiza a especialista.
“Uma vez que o resultado seja positivo para alguma das doenças identificadas pelo teste do pezinho, as unidades de saúde seguem o protocolo de realização de outro teste comprobatório, que deve ser acompanhado por um pediatra. É importante frisar que a identificação da doença não significa que a criança desenvolverá a patologia em questão. O exame é feito, justamente, para tratar a condição de forma precoce”, completa Joice Vaz.
Segundo
a Lei Federal 8.069, durante os atendimentos de pré-natal e puerpério, é
obrigatório que os profissionais de saúde ofereçam o teste do pezinho, e
informem a gestante e acompanhantes sobre os benefícios, e eventuais diferenças
entre as modalidades oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e na rede
privada. O exame é oferecido gratuitamente na rede pública de saúde, e pode ser
encontrado em versão expandida em laboratórios, hospitais e maternidades
particulares mediante pagamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário