Qualquer pessoa pode contribuir com essa tomada de decisão, através da consulta que ficará disponível até 15 de junho
A CONITEC, Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde, acaba de abrir uma consulta pública para ouvir a sociedade a respeito da atualização da DDT (Diretrizes Diagnósticas Terapêuticas) de mieloma múltiplo, o segundo tipo de Câncer Sanguíneo mais frequente no mundo, que afeta alguns leucócitos - os plasmócitos - que são células encontradas na medula óssea[1]. A consulta pública fica aberta até o próximo dia 15 de junho e pode receber recomendações de qualquer adulto acima de 18 anos por meio do site: Link
A DDT é um documento oficial do Sistema Único de Saúde (SUS) que define critérios para o diagnóstico de uma doença ou agravo à saúde, tratamento preconizado, mecanismos de controle clínico e acompanhamento e verificação dos resultados terapêuticos a serem seguidos pelos gestores do SUS[2]. “A última revisão desta DDT aconteceu em 2015, ou seja, há sete anos. Agora temos a oportunidade de contribuir com a atualização, considerando todos os avanços tecnológicos que tivemos no tratamento de mieloma múltiplo desde então”, explica Christel Arce, Diretora de Acesso da Janssen Brasil. “Um estudo recente[3], apontou que os pacientes brasileiros com câncer atendidos pelo SUS foram, em alguns casos, duas vezes mais propensos a morrer em decorrência da doença do que os pacientes atendidos no sistema privado. Entre os tipos de câncer avaliados, a maior discrepância de expectativa de vida foi observada justamente entre os pacientes de Mieloma Múltiplo, o que reforça a importância dessa atualização”, completa a executiva.
A sugestão desta atualização inclui no fluxo de diagnóstico para o paciente no âmbito público a incorporação do teste citogenético por Hibridização in Situ por Fluorescência (FISH), para a detecção de alterações citogenéticas de alto risco em pacientes com a doença; e insere entre os medicamentos recomendados para o tratamento no âmbito do SUS o uso do bortezomibe, tecnologia incorporada em 2020[4].[5] Outras opções terapêuticas avaliadas recentemente pela Comissão, que ainda não foram incorporadas ao SUS, não foram incluídas na versão - como o daratumumabe e a lenalidomida. A proposta foi apresentada aos membros do plenário da comissão, que recomendaram favoravelmente.
Além disso, vale destacar que a CONITEC ratifica os benefícios clínicos de daratumumabe, bem como a alta qualidade da evidência do estudo CASTOR (fase III, superioridade de daratumumabe combinado com bortezomibe + dexametasona versus bortezomibe + dexametasona {DVd vs Vd} em pacientes com mieloma múltiplo recidivado ou refratário)[6].
Para Christel Arce, participar da
consulta pública e se posicionar em relação às atualizações propostas é uma
forma de contribuir para a melhoria do tratamento e da qualidade de vida de
pacientes com Mieloma Múltiplo no SUS. “Estudos e pesquisas estão em constante
evolução na busca pelas melhores soluções para tratar todas as doenças, sobretudo
as mais graves. Por isso é importante que a DDT acompanhe esse progresso e que
as pessoas colaborem compartilhando suas experiências como médicos, pacientes e
sociedade em geral”, afirma.
Entendendo a doença
O mieloma múltiplo é um câncer de sangue
ainda incurável que afeta alguns glóbulos brancos -- plasmócitos -- que são
células encontradas na medula óssea[7]. Quando danificadas, essas células plasmáticas se
espalham rapidamente e substituem as células normais da medula óssea por
células tumorais. Considerada uma doença do idoso, mais de 90% dos casos
ocorrem após os 50 anos, e a idade média do diagnóstico no Brasil é de 63 anos[8].
No Brasil, a incidência do mieloma
múltiplo permanece desconhecida, mas pesquisadores indicam que a doença pode
chegar a quatro em cada mil brasileiros, representando aproximadamente 7.600
novos casos por ano. Nos Estados Unidos, são registrados 19 mil casos no mesmo
período.[9]
Embora algumas pessoas diagnosticadas
com mieloma múltiplo inicialmente não apresentem sintomas, a maioria dos
pacientes é diagnosticada devido a sintomas que podem incluir fratura nos
ossos, baixa contagem de glóbulos vermelhos, cansaço, altos níveis de cálcio,
problemas renais ou infecções.[10]
Participe da
Consulta Pública
A Consulta Pública que avalia a
opinião da sociedade sobre a atualização da DDT de mieloma múltiplo está
disponível em Link e fica aberta até o dia: 15 de junho de 2022.
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[1] Rajkumar SV. Multiple myeloma:2020 update on diagnosis, risk-stratification and management. Am J link
[2] Conitec -- Relatório de Recomendação de Atualização Diretrizes Diagnósticas Terapêuticas Mieloma Múltiplo. Maio/2022. Disponível em Link Acesso em maio de 2022.
[3] ASCO, American Society Clinical of Oncology. Overall cancer survival inequalities in the state of São Paulo: A comparison between public and private systems. Disponível em: Link. Acesso junho/2022.
[4] Cavo M, Galli M, Pezzi A, Di Raimondo F, Crippa C, Offidani M, et al. Persistent Improvement In Clinical Outcomes With Bortezomib-Thalidomide-Dexamethasone Vs Thalidomide-Dexamethasone Incorporated Into Double Autologous Transplantation For Multiple Myeloma: An Updated Analysis Of Phase 3 Gimema-MMY-3006 Study. Blood [Internet]. 2013 Nov 15. Available from: link
[5] Sekine L, Ziegelmann PK, Manica D, Fonte Pithan C, Sosnoski M, Morais VD, et al. 128 Frontline treatment for transplant‐eligible multiple myeloma: A 6474 patients network meta‐analysis. Hematol Oncol [Internet]. 2019 Feb . Available from: Link
[6] Clinical Trial. Clin Lymphoma Myeloma Leuk. 2020 Aug; 2019 Oct 9. Disponível em: Link Acesso em maio/2022.
[7] Rajkumar SV. Multiple myeloma:2020 update on diagnosis, risk-stratification and management. Am J Link
[8] Brasil, Observatório de Oncologia. Disponível em: Link Acesso em maio/2022.
[9][ENTREVISTA] Presidente da ABRALE discute cenário do Mieloma Múltiplo no Brasil. Oncoguia 15 09 2015. Disponível em Link
[10] Chim CS, et al. Management of relapsed and refractory
multiple myeloma: novel agents, antibodies, immunotherapies and beyond
Leukemia.
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