A Medicina Nuclear é
uma especialidade que gera muitas dúvidas no público em geral. A falta de
conhecimento sobre como é utilizada, qual a ação efetiva e possíveis reações
favorece a disseminação de informações incorretas. Desta forma, surgem mitos e
suposições que não condizem com a realidade. Para começar a esclarecer algumas
dessas questões, a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN) elencou 5
mitos e verdades sobre a especialidade:
1 - Existem riscos no uso de substâncias radioativas para
procedimentos de saúde?
Não! Diferente do
que se pode imaginar, a quantidade de radiação utilizada na medicina nuclear é
muito pequena e a injeção aplicada é raramente ligada a qualquer efeito
colateral ou adverso. Por esta razão, o procedimento chega a ser até menos
arriscado do que tomar um comprimido para dor de cabeça.
2- A exposição a
exames da área aumenta o risco de surgimento de câncer?
Os exames da
Medicina Nuclear utilizam baixas dosagens de substâncias radioativas, que são
expelidas pelo corpo pouco tempo após a realização do mesmo. Vale lembrar que o
organismo é capaz de responder a qualquer dano por vários mecanismos de defesa,
reparo ou eliminação.
A radiação pode
tornar-se um problema quando administrada de forma intensa e em doses altas, o
que não ocorre nos exames nucleares. Não existem dados que confirmem a hipótese
de que as doses de radiação dos radiofármacos de diagnóstico causam danos a
quaisquer órgãos de mulheres ou homens!
3
- A Radiologia e a Medicina Nuclear exercem o mesmo papel?
Não! As duas
especialidades têm semelhanças. Elas utilizam a radiação para obter imagens,
mas a Radiologia utiliza imagens anatômicas e estáticas, já na Medicina Nuclear
não. O paciente nuclear recebe uma substância radioativa, os chamados de
radiotraçadores ou radiofármacos, e passa por máquinas que detectam essa
radiação, o que permite uma análise das alterações funcionais das estruturas
internas do corpo da pessoa examinada. As especialidades médicas que atuam em
imagem são complementares e trabalham em harmonia.
4- Alérgicos a iodo
podem fazer radioiodoterapia?
A radioiodoterapia é
uma abordagem utilizada para tratar o câncer de tireoide depois do procedimento
cirúrgico e consiste na administração, por via oral, do iodo-131, que é um
elemento radioativo. Seu preparo inclui uma dieta pobre em iodo por
aproximadamente duas semanas antes da realização desse procedimento e o aumento
de um hormônio chamado TSH. O iodo radioativo consegue encontrar as células
cancerígenas da tireoide que eventualmente escaparam do tratamento cirúrgico. A
tireoide e o câncer de tireoide captam o iodo. Assim, o iodo-131 leva radiação
diretamente às células tumorais, causando sua destruição.
Alérgicos
a iodo podem sim fazer radioiodoterapia. A quantidade de iodeto, íon de iodo encontrado nos frutos do
mar e no sal de cozinha, é muito pequena no composto de radioiodoterapia, então
não gera restriçã
5- Mulheres grávidas
ou lactantes podem fazer exame de Medicina Nuclear?
Os exames da especialidade não são recomendados para mulheres com suspeita ou confirmação de gravidez. Pode haver liberação em casos excepcionais, em que o médico responsável pelo acompanhamento avaliará a relação entre risco e benefício.
Já as lactantes
devem consultar o médico antes de realizar o procedimento, pois há
possibilidade de realização do exame desde que o leite seja descartado até que
o radiofármaco seja totalmente eliminado do corpo. Este tempo varia de acordo
com o procedimento realizado uma vez que cada radiofármaco tem uma meia-vida
específica.
Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear – SBMN
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