O gasto com energia elétrica pesa muito no bolso do comerciante. Dos quatro pilares de cargas energéticas de um estabelecimento, divididos em iluminação, aquecimento de água (piscinas e chuveiros) e cargas fixas (computador e eletrônicos em geral), o principal vilão costuma ser o ar-condicionado. O sistema de refrigeração de uma empresa geralmente custa mais da metade do que todos os outros itens. Mas é possível otimizar gastos e obter mais eficiência nos equipamentos analisando dois aspectos: a política de uso e o desempenho de cada um deles.
No caso do ar-condicionado, é preciso monitorar diversas
questões, como observar se o equipamento é ligado só quando se necessita, se é
usado na temperatura correta, se há um padrão de utilização, identificar qual a
temperatura ideal para o tipo de negócio em que é usado, se em dias quentes e
frios a temperatura é a mesma, se é utilizado nas mesmas condições de uma área
de conforto e área de produção. Todos esses aspectos vão fazer muita diferença
na hora de pagar a conta.
O desempenho do ar-condicionado é outro fator a ser
observado. Em analogia a um carro, o ar-condicionado também consome mais
energia ao operar com peças danificadas. Uma boa forma de medir isso é
comparando a temperatura ambiente com a de saída do ar-condicionado, que
costuma ser 10 graus a menos. Caso haja discrepância nessa temperatura, pode
ser um sinal de problema.
Esse critério também se aplica na área de iluminação. É
interessante contar com sensores para que a luz ative apenas quando necessário.
O desempenho da lâmpada pode ser medido por meio de critérios técnicos,
especialmente relativo a cores, que favorecem determinados ambientes. Em escritórios,
por exemplo, a lâmpada fria é recomendada, já em ambientes de conforto, luz
quente. Também é ideal substituir lâmpadas fluorescentes ou incandescentes por
lâmpadas de LED, que entregam iluminação melhor, a menor custo e fazer a
distribuição das lâmpadas para iluminar o máximo com o mínimo compatível para
tal. Por último, observar se a proporção de lumens por watt é a mais eficiente
possível.
No aquecimento de águas não é diferente. Os dois
critérios também são os mesmos (política e desempenho). Na política de uso, é
preciso conhecer o público e a atividade exercida, conhecer e padronizar a
temperatura confortável para piscina e para chuveiros. Estes, sendo ativados
por molas, ao invés de registros, para evitar desperdícios, usando inclusive a energia
solar por meio de dispositivos chamados termoboilers que acumulam água quente
por meio da luz do sol.
O sistema de aquecimento no Brasil é composto por energia
elétrica, a gás e de biomassa. As duas primeiras encontram-se gravemente
afetadas por crise política e econômica e tendo seus preços batendo recordes
históricos. Já a de biomassa está muito popular em sistemas de grande porte,
como hotéis e resorts que utilizam produtos naturais, como pellets ou lenha,
para fazer o aquecimento necessário. Esse modelo acaba sendo mais ecológico do
que energia elétrica ou a gás, visto que se faz uso de madeiras condensadas que
levam um bom tempo para serem consumidas e não liberam gases poluentes na
atmosfera, como o gás natural faz, ou exigem grande empenho das hidroelétricas.
Dessa forma, o sistema de biomassa gera uma energia limpa e muito menos danosa
ao ambiente em relação às demais.
Já os sistemas de carga fixa (eletrônicos em geral),
utilizados em escritórios, academias e até em cozinhas, o viés é muito direcionado
para a conscientização da utilização do usuário. Para fins de desempenho,
priorizar máquinas que tenham selo AAA ou AA do Inmetro, com entregas por watt
mais interessantes em relação a equipamentos letras B ou C.
Diante dessas orientações, como gerenciar isso de maneira
geral? É importante saber que aquilo que a gente não consegue mensurar, também
não consegue gerenciar. Portanto estabelecer uma cultura de uso com regras as
quais não podem ser burladas é imprescindível para garantir que só se utilize
os equipamentos enquanto necessário. Também é importante adotar sistemas de
monitoramento online, que podem ser aplicados nos quatro pilares do consumo e
sua automatização garantindo que a política de uso seja cumprida da maneira
mais eficiente possível.
Já o desempenho está estritamente ligado à manutenção e
controle, e a forma mais eficiente conhecida hoje é por meio de sistema de
telemetria que mede o desempenho do equipamento em tempo real, garantindo assim
uma excelente cultura de uso e melhor desempenho, emitindo sinais todas às
vezes que for necessária alguma intervenção.
Leandro Solarenco -
engenheiro, especialista em projetos e master coach, CEO da Vetor Frio &
Clima, empresa especializada em ar condicionado para negócios, oferendo
projetos, instalação e manutenção, as levando do nível Start ao Premium, e da
ProHound, startup focada em soluções em internet das coisas ao oferecer
automação para redução de consumo de energia, gestão em tempo real de
operações, manutenção automática, controle de qualidade de ar e monitoramento
de temperatura e umidade neste mesmo segmento.
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