Dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) revelam que no Brasil cerca de 0,5% da população sofre com o vitiligo. Esse número representa aproximadamente 1 milhão de brasileiros, conforme estimativas feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O vitiligo é uma doença que se manifesta na pele
por meio do surgimento de lesões de hipopigmentação, ou seja, manchas brancas
que se distribuem pelo corpo de forma variada e irregular. Estes focos
embranquecidos se devem a inexistência ou diminuição dos chamados melanócitos –
células que possuem a função de formar a melanina, pigmento que dá cor à pele –
nas regiões atingidas pelo distúrbio cutâneo. O problema ainda não possui
causas bem definidas, mas algumas pesquisas sugerem que fenômenos autoimunes,
alterações emocionais ou traumas psicológicos podem estar relacionados ao
surgimento do vitiligo.
Segundo a micropigmentadora, cosmetóloga e
visagista Raquel Normandia, a doença não provoca grandes prejuízos à saúde
física, mas afeta profundamente a autoestima de seus portadores. “No verão, as
pessoas costumam usar peças de roupas menores e mais frescas, deixando partes
do corpo mais expostas. Isso não é algo preocupante para a maior parte da
população, mas pode ser uma questão bem delicada para quem convive com uma
enfermidade não tão recorrente e que é alvo de preconceito”, comenta.
De acordo com Raquel, hoje existem vários tipos de
tratamentos que podem amenizar ou mesmo curar a doença, mas um método que vem
se destacando é o da micropigmentação paramédica. “Por meio da aplicação de
pigmentos não alergênicos e com tonalidades semelhantes ao tom da pele do paciente,
essa técnica permite atenuar o contraste de cor existente entre as manchas e os
tecidos que as circundam, camuflando as áreas esbranquiçadas e equilibrando a
coloração da pele”, explica.
Raquel também alerta que antes de ser submetido a
qualquer prática, o paciente deve procurar pelas orientações de um bom clínico
geral ou dermatologista, pois somente eles poderão diagnosticar o problema e
indicar o melhor recurso terapêutico a ser adotado. “Após a confirmação da
presença do vitiligo e a escolha da micropigmentação paramédica como uma das
formas de suavizar as manchas provenientes do distúrbio, o profissional
responsável pela realização do procedimento fará uma análise minuciosa das
características e tonalidades da pele do paciente, fazendo uso do estudo de
colorimetria. Essa avaliação é muito importante, pois a partir dela é definida
a cor do pigmento que será utilizado na cobertura das áreas acometidas pela
doença”, ressalta.
“Associando perícia técnica, equipamentos de alta
performance e produtos de qualidade, a micropigmentação paramédica promove
resultados que já se mostram visíveis na primeira aplicação, garantindo um
aspecto bem natural e realista. Entretanto, é preciso enfatizar que algumas
regiões do corpo podem apresentar resultados mais satisfatórios do que
outras. Por exemplo, áreas mais lisas como o rosto, pernas e braço
respondem muito bem ao tratamento, já o cotovelo, as juntas dos dedos e o
tornozelo podem adquirir um aspecto mais harmonioso, mas não tão orgânico. Isso
acontece porque é mais difícil depositar pigmentos nestas partes da pele”,
destaca.
Raquel aponta que a
micropigmentação em casos de vitiligo exige muita atenção e maiores cuidados.
“A pele sem melanina é mais frágil e sensível, é essencial ter muito cuidado
durante o manuseio das agulhas. Também é importante que o paciente que utiliza
medicamentos para o controle da doença, suspenda o uso com uma antecedência de
30 dias da aplicação da técnica. Além disso, o vitiligo deve estar
‘estacionado’, isto é, as lesões devem estar estabilizadas por seis meses para
que o procedimento corra bem e seja efetivo”, explica.
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