Metas traçadas no
início de um novo ciclo não são incomuns, o desafio é não desviar delas durante
o ano que passa; a psicologia positiva não tem a fórmula mágica, mas fornece as
ferramentas para manter a determinação e cumprir os objetivos estabelecidos
Boa parte da população costuma se dedicar a tarefa
de estipular metas pessoais a cada ano que é finalizado, contudo a porcentagem
dos que realmente finalizam esta jornada de 365 dias (366 em 2020) com a
sensação de dever cumprido é baixa, 8% segundo revelou uma pesquisa
norte-americana, divulgada na Revista Diário de Psicologia Clínica.
A boa notícia é que há maneiras mais eficientes de
conseguir de fato tirar os projetos do plano imaginário e colocá-los em
prática. Para a psicologia positiva, a principal característica que deve ser
trabalhada para tanto é a assertividade, ou seja, a capacidade emocional
contrabalançada com o poder de ação do indivíduo perante aos outros e
principalmente perante a si próprio.
“Em primeiro lugar, é preciso avaliar se as metas
que estão sendo estipuladas são de fato algo que se quer buscar ou se são
desejos e expectativas de outros sobre a pessoa, que não tem realmente a
intenção de realizá-los, mas se sente de certa forma forçada a atender estas
imposições, às vezes veladas. Depois, dessa análise bastante honesta, cabe ao
indivíduo começar a explorar sua assertividade e poder de decisão”, explica
Flora Victoria, mestre em psicologia positiva aplicada pela Universidade da
Pensilvânia.
Segundo a especialista uma das razões para quem
possui esta característica da assertividade conseguir o que quer é a
comunicação transparente, realizada com clareza e simplicidade, o que minimiza
conflitos e aumenta a sua credibilidade. “Importante observar que a minimização
de discórdias não implica um comportamento passivo, na verdade, trata-se de um
indivíduo pacífico, porém, com capacidade de ação, que não espera que as coisas
simplesmente cheguem para si”, destaca.
Ela relembra que o comportamento gera maior
felicidade pessoal, motivada pela autoconfiança, uma vez que a linha de
raciocínio está adequada à sua postura de vida e isso torna a pessoa menos
distraída com conflitos pessoais e mais propensa a ser tão boa planejadora
quanto executora. Segundo Flora o temperamento assertivo, diferentemente do
irascível ou passivo, gera menor necessidade de compensações, como vícios de
todo tipo, o que também permite que este indivíduo esteja mais focado.
Há, claro, situações que fogem do controle de
qualquer um, por mais equilíbrio que possa haver em sua vida pessoal. “Aí entra
a capacidade de resiliência, imprescindível para não se desviar completamente
de seus objetivos, mesmo que uma mudança de curso temporária seja necessária”,
ressalta a mestre em psicologia positiva.
Para ela, a resiliência é um dos pilares da
psicologia positiva, já que a noção de controle total é ilusória e, assim, nos
distancia da felicidade: “neste ano, tivemos de ter uma capacidade de
resiliência coletiva para enfrentarmos a pandemia, cada um dentro de sua
experiência pessoal, sem dúvida, mas fato é que todos tivemos de nos adaptar e
adiar e ou redefinir planos”.
Ela exalta que a fluidez com que tratamos as
situações adversas leva à resolução mais rápida e sadia e isso também é
importante para evitar a estagnação neste novo ano.
Por fim, a especialista também aconselha a fazer um
exercício rápido de gratidão com o passado mais recente -- “os aprendizados
extraídos dos bons e dos maus momentos são muitos ricos e olhar com gratidão
para o passado é uma mola propulsora para realizar o pressente como se deseja
nas resoluções de Ano Novo”.
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