Monitoramento do HPV, principal causador da doença, é fundamental para o diagnóstico precoce e sucesso no tratamento
Considerado o quarto tipo de câncer mais
comum entre as mulheres, o câncer de colo do útero acometeu aproximadamente 16
mil brasileiras somente no ano de 2020, levando praticamente metade delas, à
morte. Por se tratar de um tipo de câncer previsível, a Sociedade Brasileira de
Cancerologia determinou o Janeiro Verde, com o objetivo de alertar para as formas
de prevenção e diagnóstico precoce da doença.
Diversos estudos ao redor do mundo, concluíram
que 13 tipos do HPV (Papilomavírus Humano) são os principais causadores do
câncer de colo do útero. Embora o vírus seja combatido pelo organismo na
maioria dos casos (90%), existe uma parcela de mulheres que não têm a mesma
sorte e seu sistema imunológico perde essa batalha. A presença prolongada do
HPV no organismo acaba causando lesões no colo do útero, que evoluem de forma
maligna para o câncer. Portanto, o ideal é realizar periodicamente os exames
preventivos que possam identificar a presença do vírus, antes mesmo que uma
lesão seja estabelecida.
Com os avanços da medicina, um dos métodos que
tem demonstrado resultados eficazes, desenvolvido por meio da testagem
molecular, é a Captura Híbrida. Por ser um teste mais sensível, pois detecta o
material genético (DNA) do vírus HPV, não é necessária a presença da lesão para
ser detectado e pode ser realizado em mulheres a partir dos 25 anos de idade. A
partir de um resultado negativo, a recomendação de novo rastreio é a partir de
cinco anos.
O índice de sucesso da Captura Híbrida pode ser
comprovado mundialmente. Ele permite identificar 18 tipos do HPV, divididos
entre os 5 de baixo risco e os 13 de alto risco oncológico. "A testagem
molecular existe há mais de vinte anos e está entre os testes mais utilizados
pelos médicos para rastreio genético do HPV. Até hoje, mais de 100 milhões de
mulheres já foram testadas globalmente. Além disso, temos estudos clínicos que,
ao serem somados, já testaram mais de 1 milhão de mulheres em todo o mundo.
Dessa forma, temos uma vasta literatura científica apontando os benefícios da
Captura Híbrida. Vale ressaltar que esse é um teste robusto, possui diversos
controles e calibradores, o que garante um resultado confiável", aponta
Paulo Gropp, vice-presidente da QIAGEN na América Latina - multinacional alemã
especialista em tecnologia para diagnóstico molecular.
De acordo com o médico ginecologista livre-docente
da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), Dr. Sérgio Mancini Nicolau, o
teste molecular é muito mais eficaz, quando comparado a outros métodos, e
apresenta um custo efetivo que deve ser considerado. "Estudos demonstraram
que mais de 80% das mulheres já apresentavam o HPV, após cinco anos de início
da vida sexual. É uma infecção transitória em 90% dos casos, porém, naquelas
que persistem, é grande a chance de desenvolver o câncer de colo do útero. A
realização da Captura Híbrida em mulheres acima dos 25 anos pode trazer
inúmeros benefícios para a população e para o país", declara o
especialista.
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