O novo Coronavírus
transforma a realidade de pacientes com comorbidades pré-existentes e muda
hábitos após a doença
Pacientes diabéticos, hipertensos, obesos ou com doenças
cardiovasculares estão na lista dos que sofrem mais riscos de mortalidade
quando acometidos pela Covid-19. Especialistas do Hospital do Servidor
Público Estadual de São Paulo (HSPE) afirmam que após a alta do tratamento
no novo Coronavírus, os pacientes com essas comorbidades passaram a relatar
mudança de rotina e hábitos alimentares com foco na melhora de qualidade de
vida.
No HSPE, os pacientes internados com
diagnóstico de Covid-19 apresentam uma ou mais comorbidades, segundo o
departamento de Moléstias Infecciosas (MI). "A pandemia do novo
Coronavírus tem transformado a vida das pessoas e a maneira como eles passaram
a se cuidar", afirma o Dr. Evandro Portes, endocrinologista do HSPE.
Imagem: Freepik |
De acordo com o especialista do HSPE, pacientes
obesos e portadores de Diabetes Mellitus, com quadro clínico descompensado,
evoluem pior quando infectados pela Covid-19. Uma das explicações se dá pelo
processo inflamatório crônico característico destas doenças. O paciente acaba
perdendo a capacidade imune quando agredido pelos agentes infecciosos que
afetam a imunidade, causando a disfunção de órgãos como rins e coração. Por
este motivo são considerados grupo de risco.
Mudar hábitos alimentares e praticar exercícios
físicos é necessário em qualquer situação, com ou sem a pandemia. Pacientes que
já sofrem com determinadas doenças crônicas são o grupo que mais preocupa os
especialistas, pois com o isolamento social podem relaxar os cuidados e não
manter a medicação em dia.
"Parte dos pacientes mais bem orientados
sabem que as comorbidades aumentam o risco para uma evolução da Covid-19. O
tratamento e acompanhamento da Hipertensão Arterial (HA), o controle da
Insuficiência Cardíaca (IC) depois de um Infarto do Miocárdio (IM) é
fundamental. Além disso, uma dieta adequada para a redução da obesidade, a
medicação e o monitoramento das taxas de diabetes diminui os riscos de
complicações quando contaminados pelo novo Coronavírus. Infelizmente, uma
parcela significativa da população não sabe que é hipertenso, diabético ou que
sofre de Insuficiência Cardíaca", destacou o Dr. Ney Valente,
cardiologista do HSPE.
"O novo Coronavírus está deixando um
legado histórico na vida das pessoas com doenças crônicas. Readaptar e mudar a
rotina pela saúde e qualidade de vida se tornou prioridade. Os pacientes do
grupo de risco que se recuperaram da Covid-19 trazem consigo diversas sequelas do
período de internação e estão fazendo novas escolhas para o futuro",
afirma a Dra. Andrea Almeida, infectologista e coordenadora do Comitê Covid-19
do HSPE.
Para o Dr. Ney Valente, durante e após o
tratamento da Covid-19, o paciente deve seguir com a medicação e dieta
apropriada (baixa quantidade de sal nos alimentos) para controlar a pressão
arterial. Já os obesos, quando contaminados pelo novo Coronavírus, sofrerão
mais dificuldades respiratórias, devido o espessamento da parede torácica, com
consequente piora da sua expansibilidade e agravamento da respiração. Por esse
motivo, pessoas com altos Índices de Massa Muscular Corpórea (IMMC) precisam
manter o controle do peso com a prática regular de exercícios físicos, além de
dieta saudável, com baixa ingestão de gordura e aumento do consumo de verduras
e legumes.
Para diabéticos, orientam-se dietas, medicação
regular e o controle frequente da taxa de glicemia. Para todos os casos é
necessário manter o acompanhamento médico regular.
Instituto de Assistência Médica ao Servidor
Público Estadual de São Paulo (Iamspe)
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