Segundo o especialista, é importante evitar o uso excessivo do cartão de crédito, com muitos parcelamentos simultâneos
Créditos: Rupixen/Pixabay
Especialista em
finanças do Sicredi destaca as atitudes mais comuns no dia a dia, que levam ao
acúmulo de dívidas
Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do
Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indica que 67,5% das famílias
brasileiras estão endividadas. O recorde histórico, registrado em agosto deste
ano, é o maior desde 2010. Falta de planejamento financeiro e hábitos pouco
saudáveis do consumidor estão entre os fatores que contribuem para o
descontrole do orçamento familiar e, consequentemente, para que a conta
bancária feche no vermelho no fim do mês.
“A ausência de organização financeira tem um peso
significativo nas dívidas acumuladas pelas famílias brasileiras”, destaca Marco
Tejeda, gerente da agência da Sicredi Iguaçu PR/SC/SP, em Campinas. A falta de
planejamento, ressalta o especialista, vem acompanhada de gastos desnecessários
no dia a dia. Tejeda cita como exemplos a falta de atenção com datas de
vencimento discriminadas nos boletos, que podem levar a cobranças de multas e
juros, e o pagamento de outras taxas, além das compras desnecessárias.
O especialista aconselha que qualquer decisão de
gasto venha acompanhada de uma reflexão. “Devemos saber identificar o que
precisamos realmente comprar, e o que não necessitamos e consumimos sem
precisar. Pode parecer óbvio, mas esse é um dos principais motivos do
descontrole financeiro”, afirma.
No levantamento realizado pela CNC, o cartão de
crédito é apontado como a principal modalidade de endividamento (77,8%),
seguida dos carnês (17,3%) e do financiamento de veículos (10,6%).
Um erro bastante comum do consumidor quanto ao uso
do cartão de crédito, exemplifica Tejeda, é o lançamento de várias compras a
serem parceladas em um mesmo período. "Embora represente uma facilidade
para adquirir produtos ou pagar por um serviço, o cartão de crédito precisa ser
utilizado com planejamento", reforça o especialista da Sicredi.
Tejeda lista cinco situações nas quais as famílias
mais se endividam. Veja quais são:
1 - Uso excessivo do cartão de crédito, com muitos
parcelamentos simultâneos.
2 - Uso do cheque especial, como se o limite
fizesse parte do orçamento mensal.
3 - Compra de produtos em promoção, sem que haja
necessidade.
4 - Idas frequentes ao mercado. Recomenda-se a ida
uma vez por semana, com a lista de compras em mãos, evitando supérfluos.
5 - Gastos excessivos em lazer, como baladas,
festas e eventos.
Marco Tejeda recomenda que o consumidor analise os
custos fixos, como TV a cabo, internet e celular, e tente negociar com as
operadoras. Caso consiga um desconto, destine esse valor e parte da renda para
uma reserva financeira, investindo em poupança, por exemplo. Outra dica é
diferenciar a necessidade da vontade de comprar. “A família deve entender que
existem muitos gastos desnecessários e que um valor pequeno por mês pode
representar muito no longo prazo. Além disso, é preciso tornar mais comum o ato
de poupar, que é um princípio de uma educação financeira que traz várias
vantagens ao consumidor. Um dos benefícios é justamente evitar que se entre na
preocupante estatística de endividamento no Brasil e que passe por momentos
difíceis, como uma demissão, por exemplo, com mais tranquilidade”, finaliza.
Sicredi
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