Sintoma é mais comum entre os idosos, mas também pode atingir a população mais jovem
A campanha Novembro Laranja tem como objetivo
conscientizar a população para o problema do zumbido nos ouvidos. Estima-se que
278 milhões de pessoas em todo o mundo sofram com o distúrbio, de acordo com
dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Para a otorrinolaringologista do Hospital Paulista
Cristiane Passos Dias Levy, é importante ressaltar que o zumbido é um sintoma e
não uma doença. Dessa forma, tanto o diagnóstico quanto o tratamento devem ser
multidisciplinares.
“O zumbido pode ter uma ou várias causas. Pode
derivar de uma doença otológica, como a perda auditiva induzida por ruído ou a
presbiacusia (relacionada à idade), mas também pode surgir a partir de
problemas farmacológicos e vasculares, cardiovasculares (anemia), metabólicos
(diabetes e alteração na glândula tireoide), neurológicos, odontogênicos (disfunção
na articulação da mandíbula e nos músculos ao redor),” explica.
Os hábitos do paciente também são avaliados pelos
médicos, pois podem influenciar na ocorrência e no agravamento do sintoma. O
estresse e o consumo excessivo de cafeína, cigarro ou álcool, por exemplo,
podem ser determinantes para a manifestação do zumbido em alguns casos.
Como o tratamento ao zumbido depende de sua causa,
é comum que envolva mais de uma especialidade médica, para descartar possíveis
outros problemas. “Diagnóstico e tratamento podem contar com o trabalho do
otorrinolaringologista, fonoaudióloga, fisioterapeuta e especialista
bucomaxilofacial, entre outros”, afirma a médica.
Além disso, se engana quem pensa que o zumbido
acomete somente a população idosa. Ainda que seja mais comum em pessoas acima
dos 65 anos, os jovens também podem apresentar o sintoma, especialmente quando
fazem uso exagerado e constante de fones de ouvido em volume inadequado.
“Ainda assim, a condição se manifesta com maior
frequência em idosos. Um estudo realizado na cidade de São Paulo atestou a
prevalência do zumbido em 22% da população. Entre os jovens, o índice foi de
12% e entre os idosos, de 36%. Ainda que não existam estudos recentes e
abrangentes sobre o problema, a prática clínica aponta para maior ocorrência,
de fato, entre aqueles com mais de 65 anos”, complementa.
O exame recomendado para identificar o tipo e a
intensidade do zumbido é a Acufenometria, realizado pelo Hospital Paulista em
seu Centro de Medicina Diagnóstica em Otorrino. O procedimento não requer
internação ou anestesia e pode ser feito em pacientes jovens e idosos, a partir
da recomendação e acompanhamento médico.
A indiferença com que muitos tratam o zumbido
também faz com que o quadro seja agravado. Muitos pacientes e/ou familiares
consideram o sintoma como algo natural da idade avançada e deixam de procurar
auxílio médico adequado.
“Essa indiferença atrapalha no diagnóstico precoce.
Em alguns casos, a simples mudança de hábitos já é suficiente para melhorar o
quadro de forma significativa”, avalia a otorrinolaringologista, que ressalta
ainda a importância da campanha do Novembro Laranja.
“O Novembro Laranja é importante para conscientizar
a população para que recorra ao diagnóstico médico, a partir de um exame
clínico completo, que compreenda a apuração audiológica e avaliações
complementares”, finaliza.
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