Em
ação coordenada pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia, iniciativa busca
chamar a atenção da população para a importância da adoção de hábitos saudáveis
e de fazer exames preventivos
O Castelo da Fiocruz, no Rio de Janeiro, e os
prédios do Congresso Nacional e da Catedral de Brasília, no Distrito Federal,
ganharão iluminação azul a partir desse sábado (14) como parte das comemorações
pelo mês de prevenção ao diabetes. Os responsáveis por esses monumentos
aceitaram prontamente o convite do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO)
para aderirem à campanha do Novembro Azul.
"Estamos falando de pontos de grande
visibilidade em cidades importantes. O fato de terem mudado a iluminação
simboliza a preocupação de todos com a saúde individual e coletiva e,
certamente, fará vários motoristas, passageiros e pedestres que passarem em
frente desses prédios a se perguntarem se estão com os exames para prevenção ao
diabetes em dia", disse o presidente do CBO, José Beniz Neto.
Neste ano, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia
está coordenando uma série de ações em vários estados, buscando conscientizar a
população sobre os riscos do diabetes. Em vários locais, seguindo as
recomendações de distanciamento para evitar a contaminação pela Covid-19, foram
ou serão realizados esforços concentrados para facilitar o acesso de pacientes
do Sistema Único de Saúde (SUS) a exames de prevenção para o diabetes e a
retinopatia diabética, complicação que pode levar à cegueira.
24 horas - O ponto alto das atividades organizadas pelo CBO acontece no
dia 21 de novembro, quando ocorrerá uma maratona no ambiente virtual, com foco
na prevenção e no esclarecimento dos brasileiros sobre o tema. O projeto 24
horas pelo diabetes incluirá a apresentação de entrevistas e palestras, bem
como de depoimentos de pacientes, artistas e celebridades. A ação digital
contará com a participação dos usuários das redes sociais, que poderão enviar
perguntas, depoimentos e comentários. Interessados poderão também participar de
sessões de teleorientação com médicos voluntários.
A programação completa das atividades de 21 de
novembro, com foco nas mídias digitais, ficará disponível na página do CBO,
dedicada ao evento (www.24hpelodiabetes.com.br).
Dentre os pontos ressaltados, está a repercussão que o diabetes traz para a
saúde ocular. Cristiano Caixeta Umbelino lembra que a retinopatia diabética é
uma das principais causas de cegueira. "O crescimento da prevalência do
diabetes no mundo reforça a urgência de ações efetivas. No Brasil, entre 2006 e
2019, a prevalência de diabetes passou de 5,5% para 7,4%, segundo dados do
Ministério da Saúde", destaca.
Sem diagnóstico - No Brasil, 50% das pessoas com diabetes, em especial os que
estão na faixa etária de 55 e 74 anos, não sabem que têm o diagnóstico dessa
doença. Esse dado é mais prevalente e proporcionalmente igual entre homens e
mulheres, de acordo com o Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa). Para o
Conselho Brasileiro de Oftalmologia, essa subnotificação é preocupante, pois a
falta de acompanhamento da doença pode desencadear complicações graves ao
paciente.
Com 16,8 milhões de pessoas com diabetes, o
Brasil ocupa a quinta posição do ranking mundial, segundo o Atlas da Federação
Internacional do Diabetes (IDF, em inglês). Nesse contexto, as mulheres são as
mais acometidas, no entanto, o aumento da prevalência da doença nos homens tem
sido expressivo. Segundo a série histórica do Sistema de Vigilância de Fatores
de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do
Ministério da Saúde, em 2018, 7,1% dos homens e 8,1% das mulheres são
portadores da doença.
Atrás apenas das doenças cardiovasculares e
neoplasias, o diabetes é a terceira causa de óbitos no Brasil. Em 1990, ele
ocupava a 11ª causa de morte entre os brasileiros. Na contramão de outras
doenças crônicas não transmissíveis, a taxa de mortalidade do diabetes no
Brasil vem crescendo de forma relevante. Saltou de 12,8 mortes por 100 mil
habitantes, em 1992, para 28,8 mortes, em 2010.
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