Números alarmantes acompanham o noticiário de vítimas de abuso infantil e ainda há que se considerar o alto índice de subnotificação. Neste livro, a psicóloga Marlene Magnabosco Marra apresenta uma proposta de enfrentamento do problema com base em conceitos internacionais para prevenir as ocorrências e reverter o quadro.
Estatísticas de 2018 dão conta de que, a cada hora,
cerca de três crianças ou adolescentes são abusados sexualmente no Brasil; os
maus-tratos notificados, por sua vez, ultrapassaram 85 mil casos em 2017.
Diante desses números, há ainda que se considerar que, quando uma criança ou um
adolescente é vítima de abuso, os reflexos vêm nas diversas formas de
desajustes na família, interferindo no desenvolvimento e nas relações. A
indignação provocada faz pensar: de que maneira agir para identificar os
possíveis casos e se antecipar a eles?
Depois de se dedicar à pesquisa do tema, lidando
com famílias em situação de vulnerabilidade há três décadas, a psicóloga
Marlene Magnabosco Marra adaptou uma metodologia internacional às
características brasileiras para definir um protocolo de enfrentamento aos
profissionais que atuam na área. O resultado está no livro Cuidado
vigilante – Intervenção psicossocial com famílias em situação de maus-tratos e
violência sexual (Editora Ágora, R$ 39,90, 120p.).
A base do trabalho é o cuidado vigilante (CV),
abordagem criada pelo psicólogo Haim Omer e adotada com sucesso em vários
países. Além do CV, a autora recorre a pressupostos teóricos e metodológicos
como resistência não violenta, pensamento sistêmico e construcionismo social.
Para facilitar a aplicação do protocolo, utiliza técnicas do psicodrama, por
exemplo o duplo, e o recurso do ego auxiliar. O resultado prático das
intervenções pode ser acompanhado em relatos no livro, subsídio fundamental
para profissionais e estudantes das áreas de assistência social, saúde,
educação e psicologia, assim como para equipes de Centros de Referência de
Assistência Social (Cras), Centros de Referência Especializados de Assistência
Social (Creas), programas de prefeituras e escolas, entre outras.
No processo de redobrar a atenção ao menor sinal e de
aprimorar os tratamentos, Marlene Marra destaca a importância da convivência,
da valorização do diálogo e de cuidados ao promover a verbalização do
sofrimento como procedimentos eficazes. “Não adianta tratar a criança, se a
família não for tratada. Para tanto, toda a rede de especialistas precisa
combinar técnicas em benefício da recuperação da criança e da família”, afirma
a autora.
Nesse contexto, Marlene Marra propõe ações que
envolvam os agentes para reverter os impactos desses abusos, como rodas de conversas,
workshops e outras abordagens de aproximação. Se, de início, as famílias chegam
ressabiadas e temerosas, aos poucos o entendimento se instala e o medo dá lugar
ao diálogo e à ressignificação de histórias. Utilizando os conceitos aprendidos
durante os atendimentos, pais, filhos, avós e apoiadores constroem uma nova
relação, baseada no cuidado, na presença e na esperança.
A autora
Marlene Magnabosco Marra é
psicóloga. Doutora em Psicologia. Clínica e Cultura pela Universidade de
Brasília (UnB), com doutorado‑sanduiche na Universidade de Tel Aviv (Israel), é
professora e pesquisadora associada plena da UnB. Psicoterapeuta de casal e
família pela Associação Brasileira de Terapia Familiar (Abratef), é
psicodramatista, professora e supervisora pela Federação Brasileira de
Psicodrama (Febrap). Coeditora da Revista Brasileira de Psicodrama, é
autora de Conversas criativas e abuso sexual (Ágora, 2016) e coautora
de 11 livros, publicados pela mesma editora.
Cuidado vigilante – Intervenção psicossocial com famílias em situação de maus-tratos e violência sexual
Autora: Marlene Magnabosco Marra
Editora: Editora Ágora
Preço: R$ 39,90 (E-book R$ 25,10)
Páginas: 120 (14 x 21 cm)
ISBN: 978-85-7183-275-6
Atendimento ao
consumidor: (11)
3865-9890
Site: www.editoraagora.com.br
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