Número
de casos aumentou 28% em 2019, desta doença de fácil tratamento e cura
Dados do Ministério da Saúde apontam que o Brasil teve 158.051
casos de sífilis em 2019. Esse número representa um aumento de 28,3% em relação
ao total de registros em 2018. Em fevereiro deste ano, o Ministério divulgou
boletim indicando que o país contabiliza 18 casos da doença por hora e que os
jovens são os principais atingidos, 52,7% dos contaminados estão na faixa entre
20 e 34 anos. No terceiro sábado de outubro é celebrado o Dia Nacional de
Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita (dia 17) e a médica clínica do Seconci-SP
(Serviço Social da Construção), Dagmar Maia Kistemann, alerta sobre as
consequências da doença, quando não tratada corretamente.
A
sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum. Além da relação sexual, o
contágio também pode ocorrer de mãe para filho, no momento do parto. Dra.
Dagmar explica que a sífilis apresenta manifestações clínicas diversas,
dependendo do estágio de evolução da doença. “No início, aparecem úlceras no
local contaminado, que não provocam dor nem secreção e podem desaparecer com o
tempo, mesmo sem tratamento”.
No estágio secundário, o paciente pode apresentar manchas
vermelhas por todo o corpo, como se fosse uma alergia. Podem também aparecer
manchas escurecidas na palma das mãos e na planta dos pés, além de queda
significativa de cabelo e dos pelos das sobrancelhas.
“Tanto
o exame de sangue para detectar a doença, como o tratamento, que é feito à base
de penicilina benzatina, são realizados no Seconci-SP. Por se tratar de doença
de notificação compulsória, uma vez confirmado o diagnóstico, o setor de
Enfermagem se encarrega de informar a Vigilância Epidemiológica. O médico
prescreve a medicação e o paciente é tratado imediatamente”, destaca dra.
Dagmar.
Ela
acrescenta que esse procedimento não se aplica à fase terciária da doença, que
é o estágio mais grave e pode envolver comprometimento neurológico, levando até
a óbito. Nesses casos, a medicação normalmente é ministrada no ambiente
hospitalar.
Gestantes
Dra.
Dagmar comenta que as gestantes são um grupo que requer especial atenção. “A
sífilis não tratada pode acarretar sequelas graves no bebê, como microcefalia,
surdez, cegueira, problemas cardíacos, atraso motor e neurológico, entre
outras. Daí a importância de se fazer o pré-natal corretamente. São feitos três
exames para detectar sífilis, um a cada trimestre da gestação. O último é feito
na sala de parto”.
Uma vez identificada a doença, a gestante é tratada com penicilina benzatina e o mesmo tem de ser feito com o parceiro, para garantir que o feto não seja contaminado.
A médica alerta que a sífilis é a porta de entrada para outras infecções sexualmente transmissíveis, como a Hepatite C e o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). “Por isso, é crucial usar preservativo durante todo o ato sexual para evitar o contágio. Muitas pessoas têm a doença e não sabem que estão contaminadas. É fundamental também se observar. O aparecimento de manchas ou úlceras pelo corpo, mesmo que indolores, merece uma consulta ao médico, para o correto diagnóstico e tratamento. O Seconci-SP dispõe de diversas especialidades médicas e de estrutura laboratorial e de atendimento, para garantir a seus usuários mais saúde e qualidade de vida”.
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