Toda a sociedade pode contribuir sobre o que deverá
ser incorporado na listagem mínima de procedimentos do sistema privado de
saúde[1]
A Biogen Brasil
Produtos Farmacêuticos Ltda. (Biogen), empresa de biotecnologia com foco em
neurociência, informa que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em seu
relatório preliminar, recomendou a cobertura da betainterferona 1A por
operadoras e seguradoras da saúde suplementar, mas deu parecer negativo para
ampliação de uso do natalizumabe na Diretriz de Utilização (DUT) para o
tratamento de pacientes com esclerose múltipla remitente-recorrente altamente
ativa. Entre 8 de outubro e 21 de novembro, gestores de saúde, usuários,
médicos, associações de pacientes, operadoras, profissionais da área,
prestadores de serviços de saúde e a sociedade de maneira geral poderão
participar da consulta pública (CP) Nº 81[2] e opinar sobre as recomendações
preliminares da Agência.
"Na última
atualização do rol, os pacientes com esclerose múltipla tiveram uma conquista
importante: a inclusão do natalizumabe, o primeiro medicamento incorporado na
lista de cobertura mínima obrigatória para o tratamento da Esclerose Múltipla
na rede de saúde privada. Neste momento, o parecer favorável da ANS para
incorporação do betainterferona 1a no rol é um avanço para a comunidade que
contará com mais uma opção terapêutica disponível no sistema privado"
explica Christiano Silva, gerente geral da Biogen no Brasil. "Porém precisamos
continuar avançando e a ampliação de uso do natalizumabe para pacientes com EM
altamente ativa é mais uma forma de garantir que os pacientes e médicos tenham
acesso a tratamentos mais eficazes durante a janela terapêutica
apropriada", conclui Silva.
O aspecto clínico da
esclerose múltipla (EM) varia de paciente para paciente. E por se manifestar de
formas diversas, a doença exige cuidado individualizado. "O tratamento
adequado pode prevenir surtos e retardar a progressão nos pacientes com doença
altamente ativa. A Academia Brasileira de Neurologia (ABN), propôs inúmeras
inclusões de procedimentos no rol da ANS, entre elas, a ampliação da indicação
do natalizumabe, contemplando o tratamento de pacientes com esclerose múltipla
remitente-recorrente altamente ativa e a incorporação do betainterferona 1ª,
que julgamos pertinentes. A participação social na consulta pública da ANS é
fundamental para melhor definição das diretrizes clínicas no tratamento da
esclerose múltipla", pondera Dr. Felipe Von Glehn, da ABN. O protocolo
formal da ABN foi submetido em 4 de maio de 2019[3].
Após o encerramento da
consulta pública, a ANS irá avaliar as contribuições e elaborar uma proposta
final, que deverá ser publicada ainda em 2020. A previsão é que os novos
procedimentos, eventos e tecnologias em saúde passem a ser de cobertura
obrigatória pela saúde suplementar a partir de março de 2021.
Saiba mais sobre a
esclerose múltipla[4][5][6]: É uma doença autoimune, na qual o sistema
imunológico ataca o sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal). A EM é
caracterizada por um processo de inflamação crônica que pode causar desde
problemas momentâneos de visão, falta de equilíbrio até sintomas mais graves,
como cegueira e paralisia completa dos membros. A esclerose múltipla está
relacionada à destruição da mielina - membrana que envolve as fibras nervosas
responsáveis pela condução dos impulsos elétricos do cérebro, medula espinhal e
nervos ópticos. A perda da mielina pode dificultar e até mesmo interromper a
transmissão de impulsos nervosos. A inflamação pode atingir diferentes partes
do sistema nervoso, provocando sintomas distintos, que podem ser leves ou
severos, sem hora certa para aparecer. A doença geralmente surge sob a forma de
surtos recorrentes, sintomas neurológicos que duram ao menos um dia. A maioria
dos pacientes diagnosticados são jovens, entre 20 e 40 anos, o que resulta em
um impacto pessoal, social e econômico considerável por ser uma fase
extremamente ativa do ser humano. É uma doença degenerativa, que progride
quando não tratada. É senso comum entre a classe médica que para controlar os
sintomas e reduzir a progressão da doença, o diagnóstico e o tratamento precoce
são essenciais.
[1] Disponível em http://www.ans.gov.br/participacao-da-sociedade/atualizacao-do-rol-de-procedimentos/como-e-atualizado-o-rol-de-procedimentos
[2] Consulta Pública nº 81 - Atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em
Saúde - Ciclo 2019/2020. Disponível em http://www.ans.gov.br/participacao-da-sociedade/consultas-e-participacoes-publicas/consulta-publica-n-81-atualizacao-do-rol-de-procedimentos-e-eventos-em-saude-ciclo-2019-2020
[3] Disponível em http://www.abneuro.org.br/post/abn-apresenta-sugest%C3%B5es-para-rol-da-ans
[4] Neeta Garg1 & Thomas W. Smith2. An update on immunopathogenesis,
diagnosis, and treatment of multiple sclerosis. Barin and Behavior. Brain and Behavior,
2015; 5(9)
[5] Noseworthy JH, Lucchinetti C, Rodriguez M, Weinshenker BG. Multiple
sclerosis. N Engl J Med. 2000;343(13):938-52.
[6] Cristiano E, Rojas J, Romano M, Frider N, Machnicki G, Giunta D, et al. The
epidemiology of multiple sclerosis in Latin America and the Caribbean: a
systematic review. Mult Scler. 2013;19(7):844-54.
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