Consulta pública para incorporação de medicamento biológico no rol da ANS está aberta até 21 de novembro
Pele com lesões
avermelhadas cobertas por escamas brancas, que podem aparecer em qualquer lugar
do corpo, porém, são mais comuns no couro cabeludo, joelhos e cotovelos e
unhas[2,3]. Esses são os sintomas da psoríase, doença cutânea e crônica, de
grande impacto na qualidade de vida dos pacientes[2,3]. No mundo, cerca de 60
milhões de pessoas convivem com essa condição[3]. Para aumentar o conhecimento
sobre a doença e tratamentos disponíveis, o dia 29 de outubro foi instituído
como o Dia Mundial da Psoríase. No Brasil, desde 2016, a Sociedade Brasileira
de Dermatologia (SBD) promove uma campanha nacional durante todo o mês de
outubro para combater o preconceito com os pacientes que convivem com a doença,
assim como, melhorar a vida dos mesmos.
"Levantar discussões
sobre a psoríase é de extrema importância, pois estamos falando de uma doença
que afeta muito mais do que a pele. Há um impacto social e emocional relevante
na vida dos pacientes em decorrência das lesões aparentes[4]", explica
Ricardo Romiti, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologista.
A pesquisa CLEAR[5]
mostra que 96% dos pacientes brasileiros já foram humilhados discriminados por
causa da doença e 64% apresenta alguma condição psicológica, como depressão e
ansiedade. Romiti afirma que a falta de informação sobre a doença faz com que
pessoas ao redor do paciente com psoríase não entendam suas características.
"A psoríase é uma
doença inflamatória que faz com que as células da pele se multipliquem
aceleradamente. O processo que demoraria cerca de um mês para acontecer, em
pacientes psoriásicos, leva poucos dias[6]. O que as pessoas muitas vezes não
sabem é que como esse é um processo do sistema imunológico do paciente, as
lesões não são contagiosas", esclarece o dermatologista.
Quando diagnosticada
de forma precoce, paciente pode se beneficiar com uma pele sem lesão
O diagnóstico da
psoríase é clínico, ou seja, o médico irá examinar o paciente no consultório,
checar o seu histórico, olhar os sintomas na pele. Em alguns casos poderá pedir
uma biopsia para eliminar a suspeita de outras doenças similares[7,8]. A
psoríase em placas é a forma mais comum, atingindo cerca de 85-90% dos
pacientes[9].
"Com o
diagnóstico em mãos é possível iniciar um tratamento adequado à gravidade da
doença. Existem diferentes tipos de medicamentos que podemos prescrever,
dependendo do paciente. Temos os de uso tópico (pomada e cremes), orais
(sintéticos), a fototerapia ou os injetáveis (imuniobiológicos)[10,11]. Com o
uso dos medicamentos biológicos, cerca de 80% dos pacientes com psoríase
moderada a grave muitas vezes consegue atingir uma pele sem ou quase sem
lesão[9]", finaliza Romiti.
Consulta Pública para
incorporação de medicação biológica na rede privada está aberta
Um dos desafios é ter
acesso a tecnologias avançadas que ajudam no controle da doença. No caso dos
pacientes que possuem planos de saúde, para que eles tenham o tratamento
coberto por seu plano, esse medicamento ou procedimento precisa ser incorporado
ao Rol de Procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A boa notícia é que,
para a atualização do rol em 2021, a ANS está avaliando a incorporação de
secuquinumabe, medicamento biológico já incorporado no sistema público via SUS,
para acesso privado com cobertura dos planos de saúde. Uma das etapas do
processo é uma consulta pública para que a ANS escute a opinião da sociedade
sobre essas inclusões.
A consulta é pública,
ou seja, aberta a todas as pessoas da sociedade que queiram dar o seu parecer
sobre o tratamento. Caso tenha interesse em participar, acesse o site da ANS
através do link http://www.ans.gov.br/participacao-da-sociedade/consultas-e-participacoes-publicas de 08 de outubro a 21
de novembro.
Novartis
Referências
1- Romiti R, Amone M,
Menter A, Miot HA.Prevalence of psoriasis in Brazil - a geographical survey.
Int J Dermatol. 2017 Aug;56(8):e167-e168.
2- Psoríase Brasil.
Relatório global sobre a psoríase. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/204417/17/9789241565189-por.pdf. Acesso em 01/10/2020.
3- Sociedade
Brasileira de Dermatologia. Disponível em: http://www.sbd.org.br/psoriasetemtratamento/noticias/tratamento/ong-psoriase-brasil-promove-ato-para-chamar-a-atencao-sobre-a-falta-de-tratamento-da-doenca/. Acesso em
01/10/2020.
4- Rapp SR, Feldman
SR, Exum ML et al. Psoriasis causes as much disability as other major medical
diseases. J Am Acad Dermatol 1999; 41(3 Pt 1):401-7.
5- Clear Psoriasis
Patient Survey. Disponível em http://saude.novartis.com.br/psoriase/a-psoriase-no-brasil/.
Acesso em 30/01/2019
6- O que é e quando
ela ocorre? Novartis. Disponível em: http://saude.novartis.com.br/psoriase/psoriase/saiba-o-que-e-a-psoriase-e-quando-ocorre/. Acesso em
02/10/2020.
7- National Psoriasis
Foundation. About Psoriasis. Disponível em: http://www.psoriasis.org/about-psoriasis.
Acesso em junho de 2016.
8- Mayo Clinic.
Psoriasis. Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/psoriasis/basics/tests-diagnosis/con-20030838. Acesso em junho de
2016.
9- EMEA - CHMP.
Guideline on Clinical Investigation of Medicinal Products Indicated for the
Treatment of Psoriasis. Disponível em http://www.ema.europa.eu/docs/en_GB/document_library/Scientific_guideline/2009/09/WC500003329.pdf.
Acesso em 30/01/2019.
10- Sociedade
Brasileira de Dermatologia. Consenso Brasileiro de Psoríase 2012 - Guia de
avaliação e tratamento. Disponível em http://www.ufrgs.br/textecc/traducao/dermatologia/files/outros/Consenso_Psoriase_2012.pdf.
Acesso em 30/01/2019.
11- National Psoriasis Foundation.
Psoriatic disease: about psoriasis. Disponível em www.psoriasis.org/about-psoriasis.
Acesso em 30/01/2019.
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