Febrasgo chama a atenção para doença que atinge 200 milhões de pessoas no mundo
Estima-se
que a cada três segundos ocorram uma fratura osteoporótica em algum lugar do
planeta. São aproximadamente nove milhões de fraturas, anualmente, em todo o
mundo. Atualmente, cerca de 200 milhões de pessoas convivem com a doença.
Diante deste cenário, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e
Obstetrícia (FEBRASGO), afiliada da maior e mais influente sociedade científica
internacional em osteometabolismo, a International Osteoporosis Foundation
(IOF), chama a atenção para a necessidade de atenção para os fatores de risco
da Osteoporose.
“A
osteoporose é uma doença crônica, que se caracteriza pela baixa densidade
mineral óssea e pela deterioração da microestrutura do tecido ósseo que levam
ao aumento do risco fraturas espontâneas ou decorrentes de mínimo trauma – como
após uma queda ou pancada leve. As fraturas ocasionadas pela osteoporose podem
causar incapacidade a longo prazo, diminuição da qualidade de vida e perda de
independência”, explica a Dra. Adriana Orcesi, presidente da Comissão Nacional
Especializada em Osteoporose da Febrasgo.
Segundo
a especialista, após os cinquenta anos de idade, a incidência de osteoporose é
maior entre as mulheres. Uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens
sofrerão pelo menos uma fratura ao longo da vida, após essa idade.
“A
osteoporose afeta ambos os sexos, mas as mulheres são mais propensas devido a
vários fatores, entre eles as mudanças hormonais ocorridas na menopausa pela
parada da produção de estrogênio pelos ovários. Na falta de estrogênio,
hormônio protetor dos ossos, há o aumento do número e da sobrevida de
osteoclastos, a célula responsável pela reabsorção óssea, o que acarreta maior
perda óssea predispondo a osteoporose e a fratura”, salienta a especialista da
Febrasgo.
No
entendimento atual, três fatores compõem as principais causas de osteoporose,
conforme enumera a Dra. Adriana Orcesi: “Pico de massa óssea inadequado, ou
seja, condições desfavoráveis de saúde na infância e adolescência que podem
causar o inadequado acúmulo de massa óssea, como a desnutrição, doenças graves
ou longos períodos de imobilização; Perda óssea com a menopausa e envelhecimento;
e Doenças, medicações ou condições que causem osteoporose secundária são, em
resumo, os principais fatores”.
Por
conta dos vários fatores de risco existentes para a osteoporose, a IOF, com o
apoio da Febrasgo, criou uma ferramenta online para ajudar a população a
conhecer os fatores de risco que podem predispor ao surgimento da doença: o
questionário de Verificação de Risco de Osteoporose (http://riskcheck.iofbonehealth.org/). A iniciativa traz um rápido e dinâmico
questionário programado para combinar diferentes marcadores biológicos e de
hábitos de vida, com a finalidade de alertar sobre os perigos da doença e
necessidade de buscar orientação médica.
A
osteoporose não apresenta sinais ou sintomas até que uma fratura aconteça. Em
geral, o diagnóstico ocorre somente após o aparecimento de fratura de vértebras
(coluna), antebraço e quadril (locais de maior incidência), que são as mais
prevalentes. Cerca de 20% das pessoas que sofrem uma fratura no quadril morrem
no prazo de seis meses após a fratura e 80% ficam com alguma dificuldade para
realização de funções cotidianas.
Algumas
medidas são essenciais para se ter ossos saudáveis: fazer exercícios
regularmente; manter um peso saudável; evitar fumar e tomar bebidas alcoólicas
em excesso; e ter uma dieta rica em nutrientes saudáveis para os ossos:
vitamina D, proteína e cálcio, são algumas delas.
“O
cálcio é um nutriente chave para todos os grupos etários, mas a quantidade
necessária varia nos diversos estágios da vida. As demandas são particularmente
elevadas durante o período de rápido crescimento dos adolescentes. Da mesma
forma alguns estados fisiológicos, como na gravidez e lactação, a demanda
também se eleva, ficando de 30 a 50% maior”, aponta a presidente da Comissão
Nacional Especializada em Osteoporose da Febrasgo.
Por
fim, não há como ignorar este período atípico que vivemos, com a pandemia da
COVID-19. “Pacientes com osteoporose são mais suscetíveis a pertencerem ao
grupo de maior risco de sequelas graves decorrentes da COVID-19. Porém, tanto a
osteoporose quanto seu tratamento em si não se associam ao aumento do risco de
contrair o novo Coronavírus ou sofrer complicações graves dessa infecção. Mais
do que nunca, permanecer livre de fraturas é fundamental para qualquer pessoa
com osteoporose” explica a Dra. Orcesi.
Portanto, prevenir quedas é vital, assim como não
interromper o tratamento e realizar consultas por meio da telemedicina também
são ações importantes nesse momento. “Vamos nos manter seguros e livres de
fraturas, seguindo as orientações que ajudarão a proteger todos os idosos e
aqueles que são mais vulneráveis ao impacto desse vírus global”, finaliza a
Dra. Adriana Orcesi.
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