Aprender quais são os tipos de fome pode ser uma estratégia que auxilia na perda de peso
Não é nada
incomum ouvir por aí “estou com fome de alguma coisa que não sei”. Parece uma
frase injustificada, mas acredite, é possível ter esse sentimento. Isso porque
o ser humano não tem apenas uma sensação de fome, mas nove. “Nosso organismo
interpreta as sensações pelos cinco sentidos. O modo como nos alimentamos
influencia na saciedade e não somente falando no quê comemos, mas como”,
explica a nutricionista de São Paulo, Andrezza Botelho. “Olhos, olfato, tato,
paladar, cérebro, audição, células e coração são os principais ‘emissores’ das
mensagens de fome e só estaremos devidamente saciados quando todos esses
sentidos estão ‘alimentados’”, continua Andrezza.
Aprenda a
reconhecer quais são as fomes que nosso corpo sente:
A jornada da
alimentação começa com o olfato: o aroma que sentimos quando estamos na
preparação do que vamos comer (ou quando entramos em um restaurante e
sentimento aquele “cheirinho” de comida). Essa é a que chamamos de fome
do nariz. Ela também desperta quando o prato chega à nossa mesa.
A segunda
parte da jornada da fome é aquela em que comemos com os olhos, ou seja, a fome
ocular. Aqui é preciso ter atenção especial porque quando comemos sem
foco na alimentação (vendo TV, de olho no celular, lendo revista, etc) nossos
olhos não contemplam a refeição e a sensação de saciedade não é completa. Nosso
olho precisa registrar o que estamos comendo para que também se sinta
“satisfeito”
A fome que
mais conhecemos é a fome da boca, aquela que saciamos ao sentir o
sabor de cada alimento. Mais uma vez aqui é a atenção plena na alimentação que
vai fazer com que você se sinta saciado. Preste atenção ao número de vezes que
mastiga, na textura do alimento na boca... em cada detalhe desse momento que,
muitas vezes, inclui a fome do tato: tocar o alimento, sentir sua
consistência faz parte da experiência da saciedade.
Em quinto
lugar na jornada da alimentação está a fome do ouvido, aquela que
acontece quando ouvimos o barulho da panela de pressão cozinhando um feijão
fresquinho ou o som de um belo molho de tomate fervendo na panela. Juntamente
com o olfato, sons e cheiros são poderosos no despertar da fome. Ou na
saciedade dela.
As duas
próximas etapas dessa jornada são as mais biológicas: a fome do estômago
e do corpo. Nosso estômago emite sinais de que estamos precisando nos
alimentar e o corpo também. Já sentiu dor de cabeça por estar com fome? É um
recado das células de que você precisa colocar combustível para que elas sigam
funcionando. Aprender a entender o funcionamento do organismo é fundamental
para não comer além do necessário e ganhar peso.
Finalizando a
jornada da fome temos as fomes mais abstratas: da mente e do coração. A
fome mental é aquela que é impulsionada pela ansiedade, pela necessidade de
mastigar alguma coisa por questões secundárias (nervoso, por exemplo) e a do
coração é à que remete às lembranças: tendemos a comer mais um prato de uma
comida que tenha sabor de “comida de vó” (basta ver o sucesso dos restaurantes
caseiros por aí).
É importante
que, na estratégia de perda de peso, você entenda todas as suas fomes porque
não saciá-las pode fazer com que você coma da maneira errada, comprometendo
seus resultados. “A grande chave do sucesso é aprender a fazer da hora da
alimentação um momento dedicado à comida. Quanto mais focados nesse momento,
mais nosso corpo entende a saciedade, controlando a quantidade de alimento
ingerido”, finaliza Andrezza Botelho.
Andrezza Botelho - Formada em nutrição e especializada em
Transtornos Alimentares pela Unifesp, Andrezza Botelho coordena uma clínica
multidisciplinar que leva seu nome em São Paulo, na Vila Mariana. Ao lado de
outros profissionais da saúde, Andrezza segue o conceito da “Nutrição
Inteligente”, que foca na educação alimentar personalizada de cada paciente.
Além disso, é palestrantes e consultora em nutrição de grandes corporações.
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