Especialista do Hospital 9 de Julho explica como os pais
podem ajudar a manter os filhos mais protegidos contra doenças
A
pandemia de Covid-19 aumentou nos pais a preocupação com a imunidade das
crianças. Apesar dos pequenos não fazerem parte dos grupos de risco e, em
geral, serem menos afetados pela nova doença, as famílias passaram a ficar mais
atentas à saúde de todos. A boa notícia é que é possível, com um conjunto
simples de ações, reforçar a imunidade das crianças.
Maria
Amparo Martinez, pediatra do Hospital 9 de Julho, conta que a imunidade é
bastante imatura na primeira infância. “Antes do terceiro mês, o bebê é
imunologicamente frágil, com defesas muito básicas.” Nessa fase, ele carrega a
proteção natural de alguns anticorpos passados pela mãe durante a gestação e
pelo leite materno, que vão agir até o oitavo ou nono mês, e só então o corpo
começa a produzir sozinho defesas mais eficientes.
Depois
do primeiro aniversário, a criança passa a aumentar sua imunidade
gradativamente e um dos fatores mais importantes para a formação das defesas é
a alimentação. “Para manter uma criança saudável é fundamental proporcionar a
ela uma alimentação variada, com boa oferta de nutrientes”, explica a pediatra.
Além de diversidade de legumes, ela destaca que as frutas fazem ainda mais
diferença, pois são ricas em vitaminas essenciais para as defesas do organismo.
Um
segundo pilar do bom desenvolvimento do sistema imunológico é o sono. Garantir
uma boa rotina de descanso, com sono de qualidade, vai ajudar o corpo a se
manter protegido contra os invasores.
Outro
hábito que deve ser mantido é o de permitir que as crianças façam atividades ao
ar livre, em ambiente com luz natural e ar limpo, sempre que possível. “Quem
brinca fora de casa, toma um pouco de sol e respira ar fresco tem a imunidade
fortalecida. A vitamina D, que precisa do sol para ser produzida, é essencial
para as células que vão proteger o organismo”, diz Maria Amparo.
Equilíbrio
entre sujeira e limpeza
Quando
brincar fora de casa ou mesmo no espaço doméstico, é necessário deixar também
que os filhos tenham contato com um pouquinho de “sujeira”, para estimular o
sistema imunológico. “A criança que vive em ambiente totalmente asséptico fica
mais vulnerável. É preciso deixar que ela mexa nos animais, brinque no jardim,
tenha contato com a natureza, sempre com supervisão e em ambientes adequados”,
aconselha a pediatra.
Depois
da brincadeira, no entanto, deve-se cuidar da higiene. Dar atenção aos banhos e
à limpeza depois de usar o banheiro, por exemplo, vai impactar na saúde. “A
criança que não tem cuidados adequados com a higiene está mais propensa a
infecções, e a imunidade pode não dar conta e ser abalada por isso”, explica a
pediatra.
Tendência
alérgica
Algumas
crianças, no entanto, podem manter a rotina correta para o fortalecimento da
imunidade mas, mesmo assim, serem mais sensíveis. É o caso das que nascem com
maior tendência alérgica, manifestada por doenças como rinite alérgica,
bronquite e dermatite atópica.
A
pediatra explica que, nesses casos, elas não têm a imunidade baixa, mas o seu
sistema de defesa como um todo não funciona direito, por isso elas são mais
propensas a pegar viroses, que vão aumentar a alergia e atrapalhar a imunidade,
em um círculo vicioso. “Elas devem ter mais cuidado, ir mais ao médico e serem
acompanhadas com atenção redobrada. Quando apresentarem sinais de agravamento
do quadro alérgico ou de outras doenças, os pais não devem hesitar em procurar
o Pronto-Socorro”.
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