Em meio à pandemia, o que realmente é essencial? A princípio, serviços de saúde humana e animal, comércio farmacêutico, mercado, entre outros. E como a construção civil se enquadra no que foi definido por governos e prefeituras? Economicamente falando, se enquadra, e muito.
De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria
da Construção (CBIC), o setor impacta diretamente outros 97 segmentos da
economia, além de empregar dois milhões de trabalhadores com carteira assinada.
O Produto Interno Bruto (PIB) de 2019, segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), aumentou 1,1% chegando a R$ 7,257 trilhões. Já
o PIB da construção civil fechou o ano com crescimento de 1,6% ou uma alta de
5,4 pontos percentuais na comparação com 2018.
Porém, a importância do mercado imobiliário e da
construção civil vai muito além do setor econômico, por si só. A Associação
Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) divulgou que mais de 71 mil
vagas de trabalho foram geradas por meio do setor em 2019, o que equivale a 11%
dos empregos criados no país. Ou seja, mais de 71 mil famílias passaram a ter
renda e suprirem suas necessidades básicas ou superficiais por meio do emprego
de um membro que atua nesse mercado.
Mas, vamos mais além. Esse montante é referente aos
empregos diretos da equipe de incorporadoras, engenheiros, corretores, mestres
e operários de obra. Todavia, a cadeia é muito maior quando os trabalhos
indiretos são acrescentados. O processo de construção de um empreendimento, por
exemplo, passa por diferentes fases desde os profissionais citados acima, até a
equipe do escritório de arquitetura, do escritório de projetistas, do
escritório de design de interiores, de comunicação digital, de comunicação
interna e externa, bem como equipe jurídica, administrativa, contadora e de
cartório. Todo esse ciclo de fornecedores de serviço pode chegar a gerar cerca
de oito mil empregos diretos e indiretos em apenas um edifício de 15 andares,
por exemplo. Ainda, se o comprador do imóvel for um empresário e tiver uma loja
na região, toda a economia do bairro fica aquecida porque os outros moradores
se tornam potenciais consumidores do negócio.
É dessa forma que cresce a economia local e
circular que, além de orgânica, é essencial para o desenvolvimento do bairro e
dos moradores. Partindo desse ponto de vista, a construção civil possibilita o
sustento de milhares de famílias que estão, de certa forma, associadas ao
setor. Por fim, quem ganha com tudo isso é a sociedade.
Com essa perspectiva, entende-se que o mercado
imobiliário deve ser cada vez mais valorizado não só pelo que representa
economicamente, mas por conseguir impactar diversas esferas, inclusive, a de
ascensão social. Apesar da pandemia ter causado situações irreparáveis ou, no
mínimo, conturbadas, também despertou um olhar mais humano e empático para
várias situações. Com isso, percebeu-se que o meio imobiliário e da construção
civil poderá transformar a sociedade em um ambiente cada vez mais progressista
e democrático, seja pelas campanhas e demonstrações de solidariedade que muitas
empresas têm ofertado nos últimos meses, ou simplesmente pelo que o setor é e
representa na vida de milhares de famílias.
Maurício Fassina - Diretor de Negócios da GT
Building.
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