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Pesquisadores perceberam que tanto a dificuldade para
dormir, quanto o sono de baixa qualidade, podem ser a causa de distúrbios
mentais
Indisciplina com o horário de dormir,
trocar a noite pelo dia, passar a madrugada no computador... Essas são queixas
recorrentes vindas de pais de adolescentes. A falta de sono não é um fenômeno
novo, mas veio sendo mais discutido durante a pandemia. Isso porque o
Ministério da Saúde divulgou uma pesquisa que mostra um aumento de 47% nos relatos
de problemas para dormir durante a quarentena, tanto vinda de adultos, quanto
dos mais jovens.
O que muitos não sabem é que o sono
desregulado, principalmente durante a adolescência, pode indicar muito mais do
que o estresse por causa da pandemia, ou distrações com a tecnologia. O estudo
publicado no Journal of Child Psychology and Psychiatry demonstrou que grande
parcela dos jovens que se queixa de problemas para dormir sofre de depressão e
ansiedade.
Pesquisadores estudaram 4.790 pessoas
de 15 anos. Elas responderam questionários sobre como estavam descansando
diariamente e, a partir dessa observação, um padrão foi detectado: jovens que
relataram sono rápido e de baixa qualidade também apresentavam depressão, e os
que afirmaram dormir pela quantidade de tempo adequada, porém com noites de
sono ruins, eram os que também tinham problemas com ansiedade.
Esse resultado sugeriu aos estudiosos
que há uma dinâmica direta entre problemas psicológicos e problemas para
dormir. As pesquisas apontam que pode haver duas relações: pouco sono como
causa e agravador da depressão e ansiedade; e os dois transtornos mentais sendo
os responsáveis pela baixa quantidade e qualidade de descanso.
Fatores que
interferem no sono
Além do acompanhamento da saúde mental,
outras questões devem ser observadas para descobrir possíveis empecilhos para o
sono, seja na tentativa de reverter um quadro de insônia causada por distúrbios
emocionais, ou para evitar possíveis problemas futuros.
Para adormecer, o corpo precisa
entender que aquele momento é destinado ao descanso. Para isso, uma rotina deve
ser estabelecida. Tentar manter horários e praticar a mesma sequência de ações
diariamente – como tomar banho, trocar de roupa, escovar os dentes, trocar de
roupa e fazer atividades tranquilas, como a leitura – evita que o cérebro
receba estímulos que o mantenham em alerta.
A organização também é uma ferramenta
que auxilia a evitar o aparecimento da ansiedade, a começar pelo ambiente. Um
quarto arrumado afasta os pensamentos sobre as tarefas que terão de ser feitas
no dia seguinte logo cedo, como encontrar itens em meio à bagunça. Por isso, é
importante criar o hábito de colocar tudo em seu devido lugar antes de ir se
deitar. Compartimentos disponíveis, como caixas, armários ou o baú de camas box,
facilitam esse trabalho. Da mesma maneira, organizar os afazeres do próximo dia
também é importante. Para isso, fazer listas pode ser eficiente, para não ficar
repetindo na mente o que há de ser feito.
Quando a questão é luminosidade, logo
acredita-se que essa seja a vilã do sono. Porém, para que o relógio biológico
funcione de forma eficiente, é necessário mais do que manter o quarto escuro na
hora de dormir. Tomar sol durante uma a duas horas por dia ajuda o corpo a
perceber a alternância entre luz e escuridão e reconhecer quando é hora de
diminuir o ritmo e quando é necessário se manter ativo.
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