As ferramentas tecnológicas, em especial a telemedicina, são vistas por especialistas como uma forma de potencializar e reverter aspectos negativos da gestão da saúde no Brasil
Em um mundo com cada vez mais presença digital, os serviços que
não se remodelarem ficarão obsoletos. Seja na forma de estudar, trabalhar,
comprar ou até mesmo receber o atendimento de profissionais de diversas áreas.
Na medicina, esse fenômeno tecnológico tem acontecido nos últimos anos, mas por
conta da pandemia do novo coronavírus, muita coisa acabou sendo acelerada pela
necessidade de atender os pacientes de forma remota. O Brasil é um país de
dimensão continental e muitas pessoas têm se beneficiado da telessaúde desde
que ela foi autorizada em caráter emergencial em decorrência do Projeto de Lei
696/20, proposto pela Deputada Federal Adriana Ventura, com foco no tratamento
da Covid-19.
Essa liberação ainda não é definitiva, visto que esse tipo de
atendimento só está autorizado enquanto a saúde pública estiver em colapso por
conta da pandemia. Para Fábio Tiepolo, CEO e fundador da Docway, empresa
brasileira de inovação com foco em saúde, todo o ecossistema precisa estar
preparado para que a telemedicina funcione de forma efetiva no país. “Nosso
foco na Docway é continuar investindo em inovação, disponibilizando novas
tecnologias, e impulsionando nossos serviços dentro de diversos segmentos.
Sendo assim, estaremos preparados para assumirmos as novas demandas que serão
geradas quando a prática for oficialmente liberada no país”, enfatiza o CEO.
O Diretor Corporativo de telessaúde da operadora de planos de
saúde Hapvida, José Luciano Cunha, afirma que é difícil dissociar a economia do
impacto social que a telemedicina pode proporcionar na vida das pessoas.
“Segundo dados do IBGE de 2019, temos mais de 72% da população brasileira
conectada à internet, além de cada vez mais sinal de redes 2G e 3G nas regiões
rurais. Isso acaba auxiliando na troca de informações entre o paciente e o
profissional, pois a telemedicina não é apenas uma troca de mensagens, mas sim
uma troca de informações entre os dois e essa tecnologia facilita o acesso à
saúde”, explica Cunha.
Só por este motivo, já é importante analisar o quanto seria
benéfico se os órgãos públicos conseguissem incluir a telemedicina como um
serviço de saúde comum no país. Assim como uma consulta tradicional, a
teleconsulta também precisa de uma infraestrutura adequada e profissionais
habilitados para realizar esse tipo de atendimento. “Todo o ecossistema precisa
estar preparado para a telemedicina, em especial a teleconsulta. O profissional
deve se preocupar com segurança de dados, com a postura durante o atendimento,
com a maneira que deve falar com o paciente, pois em uma teleconsulta existe a
barreira física e tudo precisa ficar muito claro”, ressalta Tiepolo.
Muitos acreditam que a telessaúde é regulamentada em todo o mundo
e que apenas o Brasil está atrasado, mas se enganam. “Nos Estados Unidos, o
maior crescimento no setor foi nesse momento, devido à pandemia, afinal, eles
também tinham problemas regulamentares, e agora, acreditam que a telemedicina
veio pra ficar, mas ela já existia antes”, comenta Cunha. A telemedicina deve
ser encarada como um recurso que vem para somar. “Além disso, é uma excelente
ferramenta para viabilizar os sistemas de saúde e otimizar o tempo médico,
gerando benefícios para todos os envolvidos e colocando o Brasil em linha com
as boas práticas adotadas por outras nações”, completa Tiepolo.
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