Empresas devem ajudar a criar produtos e serviços que abordem
essas necessidades que surgiram durante a quarentena
Quase chegando à marca dos três
meses de quarentena, o Brasil vislumbra uma possível flexibilização. A vida
durante o lockdown alterou coisas que considerávamos
garantidas e fundamentalmente afetando nossos valores e comportamentos. Ainda
assim, a maioria das marcas está se comunicando de forma homogênea. “As marcas
precisam entender essa nova realidade e precisam 'consertar' seu ponto de vista
dentro dela para poderem ser ouvidas”, afirma Luis Bosisio, diretor de
atendimento e planejamento e responsável pela área de Brand da Kantar Brasil.
Para entender esse novo cenário
e as tensões identificadas, a Kantar explorou o isolamento e a criatividade
usando a EVA, plataforma de análise de imagem nas redes sociais, e
especialistas em insights culturais:
- Foi analisada uma amostra
de mais de 20 mil posts no Instagram;
- Eles foram reunidos pela
tecnologia de reconhecimento de imagem da EVA para revelar grandes códigos
e temas sobre o tópico;
- Esses temas foram
analisados para entender como eles refletem as tensões humanas e o que
isso significa para as marcas.
Tensão 1: Produtividade vs.
Bem-estar
As pessoas foram forçadas a
rever os significados de sucesso e progresso e a buscar realizações de outras
formas. Com isso, as marcas têm a oportunidade de “recalibrar” o conceito de
sucesso e oferecer produtos e serviços de acordo.
Tensão 2: Comunidade vs. Desigualdade
Na mídia, vimos muitos conteúdos sobre a crise unindo as pessoas e fortalecendo as comunidades. Mas a realidade da COVID-19 é brutal e evidencia as desigualdades gritantes entre diferentes grupos da nossa sociedade. A oportunidade está em enfrentar essas divisões, se posicionar e assumir um papel relevante em relação à responsabilidade social.
Tensão 3: Introversão vs. Extroversão
A quarentena evidenciou os comportamentos desses dois grupos. Enquanto os introvertidos investiram mais em atividades como desenho, leitura ou meditação, os extrovertidos buscaram novas formas criativas de socializar e ganhar energia por meio de interações virtuais. Com isso, as marcas precisam planejar uma estratégia de marketing e mídia para alcançar os diferentes perfis e pensar em produtos e serviços que possam ser mais adaptáveis.
O entendimento dessas tensões permite que as marcas lidem com essas novas necessidades enquanto continuam fiéis ao propósito central delas. “Posicione-se. As pessoas esperam que as marcas ajudem se puderem, comportem-se de forma responsável e ofereçam novos produtos/serviços relevantes para essas grandes mudanças”, diz Bosisio.
Kantar
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