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quinta-feira, 25 de junho de 2020

Golpes durante a pandemia: como se prevenir e o que fazer em caso de prejuízo financeiro?


Aumento de fraudes tem atingido consumidores principalmente no ambiente virtual; planejadores financeiros ressaltam que informação é fundamental para se prevenir


A crise gerada pela pandemia da Covid-19 e o revés financeiro que atingiu o bolso de boa parte da população trouxe também ofertas tentadoras e oportunidades de consumo irresistíveis. No entanto, nem sempre o melhor preço é o que se paga, pois, na verdade, o consumidor pode estar caindo em um golpe ou fraude. Ligações de banco falsas, clonagem de cartão de crédito, aplicativos fraudados para o pagamento do auxílio emergencial, preços baixos para compras de produtos em sites de empresas que não existem, entre outros. A lista de golpes que vêm acontecendo nesse período de distanciamento social, onde as pessoas estão ficando mais tempo em casa e acessando mais a internet, tem crescido bastante. A alternativa para os consumidores nesse momento é estar atento e se prevenir.

A planejadora financeira certificada (CFP®) pela Planejar, Letícia Camargo, afirma que as pessoas estão mais expostas e fragilizadas emocionalmente nesse momento de crise, o que as tornam mais suscetíveis a caírem em golpes. “As pessoas estão buscando soluções rápidas e simples para os problemas, principalmente os financeiros, por isso, oportunidades como empréstimos ou compras com desconto se tornam tentadoras”.

Angela Nunes, também planejadora financeira CFP® pela Planejar, explica que os fraudadores conhecem as dores dos consumidores e dominam o discurso ideal para convencê-los a tomar uma atitude impulsiva. “Eles sabem das nossas fragilidades, têm o discurso para te convencer a comprar algo ou a passar seus dados bancários, e às vezes te apresentam facilidades; nós temos a tendência de buscar um caminho mais fácil para a solução dos nossos problemas, e, nesse momento, estamos sujeitos a cair nesses tipos de fraude”.

Para se prevenir, a principal orientação é buscar se informar sempre. “É importante procurar informação na fonte primária, não no grupo do WhatsApp, mas, sim, em sites do governo, páginas de bancos, em canais de notícias confiáveis; gaste um tempo se informando melhor e nos lugares corretos”, ressalta Letícia Camargo.

Para Angela Nunes, os cuidados precisam ser redobrados em qualquer tipo de transação financeira. “No caso de compras na internet, uma alternativa é dar preferência para pagamentos em boletos, pois dessa forma seu cartão não fica salvo no sistema do site. No entanto, antes disso, busque sobre a loja, sobre o site, procure informações e a reputação dessa empresa por meio de plataformas e páginas das redes sociais”.

Desconfiar de boas ofertas com preços muito baixos pode livrar a população de sofrer prejuízos ao realizar compras on-line. “Nesses casos, é mais provável que quem esteja se dando bem é quem está aplicando o golpe e não o consumidor”, reforça Letícia.

As planejadoras também orientam, antes de tudo, para que os consumidores repensem a compra para não correr o risco de cair em uma fraude adquirindo um produto o qual não precisam ou não é essencial.

O mesmo cuidado vale para os investidores que estão em busca de uma oportunidade para ter mais rentabilidade. “Ofertas tentadoras podem ser golpes ou pirâmides financeiras, por isso é importante entender que não há milagres e, antes de fechar qualquer proposta, procure o registro da empresa na CVM (Comissão de valores Imobiliários) para ter certeza de que isso não é uma fraude”, comenta Angela.


Caí em um golpe e perdi dinheiro, e agora?

Ao identificar que está sendo atingido por uma fraude, analise os caminhos a seguir, que podem variar de acordo com o tipo de golpe sofrido. Fazer o boletim de ocorrência é importante em casos de fraude em contas bancárias, cartões e saques do auxílio emergencial, por exemplo. “Busque sua instituição bancária. Por mais que a responsabilidade do prejuízo não seja dela, os bancos estão buscando formas de atender essas pessoas. Avise imediatamente qualquer suspeita de cobrança ou compra desconhecida em seu nome”, orienta a planejadora CFP® Angela Nunes.

Ela ainda ressalta que qualquer que seja o valor perdido, o consumidor precisa buscar resgatá-lo. “Por menor que seja o valor, nós precisamos agir e não podemos ficar inertes. Se ficarmos assim num momento como esse de revés financeiro, de salário reduzido, todo valor perdido pode gerar impacto na renda e é preciso tomar as medidas para recuperá-lo”.

Além disso, se o consumidor tiver uma reserva de emergência, esse pode ser o momento para utilizar o dinheiro guardado caso seja necessário. Mas, claro, desde que o valor seja resposto assim que possível para resguardar a reserva.
Planejar - Associação Brasileira de Planejadores Financeiros


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