Hipertensão, diabetes,
sobrepeso e obesidade são as mais comuns. Associadas à inatividade e falta de
controle, causam mais de 70% dos óbitos no Brasil
Doenças crônicas afetam cerca de 70% dos idosos
brasileiros, sendo que 40% deles tem ao menos uma, enquanto que 29,8% tem duas
ou mais - foi o que constatou o Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos
Brasileiros (Elsi-Brasil), realizado pelo Ministério da Saúde (MS) em conjunto
com o Instituto Oswaldo Cruz (FioCruz). Essas enfermidades são adquiridas após
anos convivendo com hábitos inadequados, e implicam diretamente na qualidade e
vida e autonomia na terceira idade.
Embora o número de pessoas que pensam a respeito de seu
envelhecimento gire em torno de 63%, segundo uma pesquisa realizada pela
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia de São Paulo (SBGG-SP), em
parceria com a Bayer, muitos ainda são diagnosticados com doenças como o diabetes
(mais de 25% - MS) e a hipertensão (mais de 57% - MS) com o passar dos anos.
Esses dados demonstram que a preocupação das pessoas não
necessariamente influencia na preservação da saúde durante a terceira idade,
como explica a geriatra, médica do serviço de geriatria e
gerontologia da UNIFESP e membro da SBGG, Dra. Maísa Kairalla: “a preocupação com o
envelhecimento ainda é algo superficial porque não reflete na adoção de hábitos
de vida saudáveis de maneira consistente, já que ainda é comum que as pessoas
desenvolvam diabetes e hipertensão por volta dos 60 anos, que é quando a
terceira idade se estabelece”.
Um estilo de vida sedentário, associado a uma
alimentação desequilibrada, rica em gorduras e açúcares, são os principais
responsáveis pela aquisição de sobrepeso e obesidade, que podem levar à
diabetes e hipertensão.
Falta de atividade física
Uma das medidas que poderiam auxiliar na prevenção e
inclusive no controle dessas doenças é a prática de atividade física. No
entanto, ela ainda é subestimada pela população que não a adota por não
conhecer seus benefícios ou até mesmo por falta de orientação. “Muitos
idosos ainda têm a ideia de que exercícios são para os mais jovens e por isso
deixam de praticá-los quando, na verdade, podem ir à academia ou praticar um
esporte como a natação, tendo inúmeros benefícios tanto para a saúde física
como mental”.
O medo também os afasta de uma vida mais ativa e,
inclusive, de momentos sociais. O estudo do Ministério da Saúde com a FioCruz
identificou que 85% da população com 50 anos ou mais vivem em áreas urbanas e
cerca de 43% dos idosos acompanhados pelo estudo disseram ter medo de cair na
rua. “Esse é mais um reflexo de que a nossa sociedade ainda tem um longo
caminho pela frente até se adaptar e ter também um ambiente adequado para seu
envelhecimento. É necessário rever todas as políticas públicas, inclusive
coisas que num primeiro momento nem se imagina, como o plano piloto da cidade”,
reforça a especialista.
De acordo com o MS, essas doenças são responsáveis por
mais de dois terços das mortes no país, o que coloca em risco a vida de
milhares de idosos. Somente no Brasil, há atualmente 29,3 milhões deles, e em
2030, o número deve superar o de crianças e adolescentes. “É preciso não tem
medo da velhice e se preparar para ela. Uma alimentação saudável e um estilo de
vida ativa são decisivos para envelhecer melhor, todos chegarão lá, é só uma
questão de tempo”, reforça a especialista.
Bayer: Science For A Better Life (Ciência para uma Vida Melhor)
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