No ano passado, três das mais respeitadas instituições de educação,
pesquisa e inovação do mundo se uniram para tentar descobrir quais seriam as
profissões da próxima geração.
Unindo um time de especialistas e um sistema de
inteligência artificial, a Pearson, a Universidade de Oxford e a Nesta
analisaram o impacto que tendências globais como o avanço tecnológico e a
urbanização crescente terão sobre o mercado de trabalho até 2030. O resultado –
um dos estudos mais detalhados e profundos sobre o amanhã da empregabilidade já
divulgados – confirmou uma crença que eu já carregava comigo há muito tempo: o
professor é, e sempre será, o profissional do futuro.
Vamos aos dados: a pesquisa descobriu que apenas
10% dos trabalhadores de hoje estão em ocupações que tendem a aumentar sua
demanda por pessoas nos próximos anos. Dentro dessa minoria de ocupações, estão
aquelas ligadas à educação – a demanda por professores, especificamente, tem
pelo menos 70% de chance de crescer. E a explicação para isso é muito simples:
é o professor que vai preparar as pessoas para que eles aumentem suas chances
de empregabilidade num futuro em que 70% também é a proporção de profissionais
para os quais há um alto nível de incerteza sobre como será a demanda.
Mas, se não sabemos ao certo quais ocupações
perdurarão e quais novas surgirão em um mercado de trabalho que se transforma
rapidamente, como saberemos o que o professor deve ensinar para que os
trabalhadores de amanhã encontrem espaço nesse mercado? É possível que a
resposta não esteja mais tanto no conteúdo – maior ênfase em exatas para quem
quer fazer Engenharia ou em humanas para quem quer fazer Direito – e sim na
formação atitudinal.
O estudo revelou que habilidades como
originalidade, resolução de problemas complexos e julgamento para tomada de
decisões serão essenciais para uma vida profissional bem-sucedida. O professor
do futuro é aquele que se afasta do papel de detentor único da informação na
sala de aula e coloca o aluno na posição central, levando-o a desenvolver essas
habilidades por meio de técnicas de aprendizagem ativa e colaborativa,
estimulando escuta ativa e fazendo perguntas fomentadoras que os levem a
construir o próprio conhecimento. O problema é que as nossas faculdades ainda
estão preparando professores para ofereceram a formação conteudista que
funcionava bem no século passado, mas que está ficando defasada.
Não sabemos quais serão todas as profissões do
futuro, mas sabemos quem são os profissionais que irão nos preparar para todas
elas. É deles a responsabilidade de formar as próximas gerações para manterem o
mundo girando. Neste Mês do Professor, reflitamos sobre quão fundamentais são
essas pessoas, e sobre como é vital que elas tenham acesso a formação de
qualidade para que nos ensinem aquilo que precisamos aprender. Nosso futuro
depende disso.
Alexandre Mattioli - Gerente de Produtos de
Educação Básica e Ensino Superior da Pearson
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