Para conscientizar sobre a importância do diagnóstico
precoce, a Sociedade Internacional de Nefrologia na 13º edição do Dia Mundial
do Rim traz como tema “Saúde da Mulher – Cuide de seus Rins”, celebrando a data
no Dia Internacional da Mulher, 8 de março.
A
doença renal crônica (DRC) afeta aproximadamente 195 milhões de mulheres em
todo o mundo e atualmente é a 8ª causa de mortalidade nesta população com cerca
de 600 mil mortes por ano. Dados da Sociedade Internacional de Nefrologia,
também apontam que a prevalência da Doença Renal Crônica é maior em mulheres
(14%) do que em homens (12%). Em 2018, o Dia Mundial do Rim e o Dia
Internacional da Mulher serão comemorados no mesmo dia, 8 de março, com o
objetivo de alertar para a importância do diagnóstico precoce.
Especialistas
apontam alguns motivos que explicam porque os problemas renais acometem mais as
mulheres do que os homens. As mulheres são
mais afetadas por algumas doenças como Lúpus, doença autoimune em que o sistema
imunológico do corpo ataca as próprias células e órgãos, causando lesão renal,
assim como, por infecções do trato urinário do tipo Pielonefrite que são bem
mais comuns na população feminina e que podem levar a cicatrizes renais
prejudicando a função do órgão com o passar do tempo. Além disso, existem
doenças que só ocorrem na gravidez e que podem atingir os rins.
“As
complicações relacionadas à gravidez aumentam o risco de doença renal. As 3
maiores causas de mortalidade materna, pré-eclâmpsia, aborto séptico, e
hemorragia pós-parto são também as principais causas de lesão renal aguda (IRA)
em mulheres jovens. Ao mesmo tempo, pacientes que já apresentam algum déficit
de função no início da gestação podem evoluir para a perda definitiva do
órgão,” explica a Dra. Liliana Secaf, coordenadora do Núcleo Avançado de
Nefrologia do Sírio-Libanês.
Segundo
a médica, apesar das doenças renais atingirem mais a população feminina, o
número de mulheres em diálise é menor do que o número de homens. Um dos motivos
é que a progressão para Doença Crônica Terminal é mais lenta nas mulheres, mas
acredita-se, também, que as mulheres procuram mais tardiamente o atendimento
médico que os homens por razões socioeconômicas e religiosas. Estudos da
Sociedade Internacional de Nefrologia também mostram que muitas mulheres são
provedoras da família, não podem parar de trabalhar, precisam cuidar dos filhos
e não tem acesso fácil a atendimento hospitalar.
O
transplante renal também é distribuído de forma desigual, devido aos mesmos
aspectos sociais, culturais, religiosos e psicológicos. Em países que fornecem
transplante renal e tratamento equitativo para homens e mulheres, as mulheres
doam rins com mais frequência do que recebem.
“A
rotina atribulada da mulher exige que ela fique cada vez atenta à sua saúde. A
mulher precisa entender seu o corpo como um todo e os rins fazem parte deste
todo. Questionar seu médico: como estão meus rins? Eu já dosei a creatinina
alguma vez? Sou hipertensa e diabética o que preciso fazer para preservar meus
rins? São questões que deveriam ser corriqueiras em uma consulta. Na verdade, muitas
delas chegam ao consultório sem saber que estão doentes, em estágio
pré-dialítico ou já necessitando iniciar a Terapia de Substituição Renal
(diálise ou transplante) por falta de informação e orientação, finaliza a
médica.
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