Especialista
do Hospital 9 de Julho tira dúvidas comuns dos pacientes sobre a doença que
atinge o cérebro e pode matar em questão de segundos
Uma
doença assintomática que pode ser fatal, assim se caracteriza o aneurisma
cerebral, uma dilatação dos vasos sanguíneos que atinge dois em cada 100
brasileiros. O Dr. André Bianco, neurocirurgião do Centro da Dor e Neurologia
do Hospital 9 de Julho, explica que o rompimento dessa bolsa pode ser fatal. “A
ruptura dessa bolsa pode levar a morte, mas existem casos em que o aneurisma
pode ser descoberto antes de se romper” ressalta o especialista.
A
doença não costuma gerar sintomas antes da ruptura, mas em alguns casos, os
pacientes podem apresentar dores intensas na cabeça e no rosto. O Dr. Bianco
explica que, caso se rompa, ela pode ser tratada cirurgicamente. “Durante o
procedimento fazemos uma abertura no crânio, para retirar o sangramento e
colocar um tipo de clipes na dilatação” ressalta o médico que também sugere o
cateterismo como outra opção de tratamento. Genética, hipertensão arterial e
tabagismo estão entre os principais fatores de risco para o aparecimento de
aneurismas.
Para
tirar as principais dúvidas sobre a doença, o médico explica como ela funciona
e algumas curiosidades. Confira!
O que é um aneurisma? Qual o risco quando é cerebral?
O
aneurisma cerebral é uma dilatação dos vasos sanguíneos que faz com que as
paredes das artérias fiquem mais finas e sensíveis, como uma bolha que pode
estourar a qualquer momento e gerar uma hemorragia.
Tenho
casos de aneurisma na família, devo me preocupar?
Sim.
O fator genético está entre os principais responsáveis pelo desenvolvimento do
aneurisma. O Dr. Bianco sugere uma avaliação com um neurologista sempre que
ocorrer a primeira dor de cabeça intensa para facilitar a identificação precoce
da doença. “Quando identificado, o aneurisma deve ser avaliado para definição
do procedimento terapêutico, que pode envolver cirurgias ou nāo”, explica.
Existem
vários tipos de aneurisma?
A
maioria dos aneurismas são os classificados como “verdadeiros” e existem também
os chamados traumáticos e os micóticos (acontecem depois de alguma infecção). A
gravidade da doença é em decorrência do risco de sangramento que está
relacionado com a forma, localização e tamanho do aneurisma. Aneurismas
irregulares com lobulações apresentam maior risco de sangramento que os
aneurismas regulares e uniformes.
Aneurismas
pequenos não sangram?
Eles
podem sangrar sim. A forma do aneurisma tem mais relação com o risco de
sangramento do que o seu tamanho. A probabilidade do sangramento é maior quando
o aneurisma apresenta ondulações, bicos e outras irregularidades.
Quando
os sintomas do aneurisma aparecem, pode ser tarde demais?
Algumas
vezes, sim. Segundo o Dr. Bianco, isso acontece em 50% dos casos em que os
sintomas aparecem sem chances de cura.
Como
tentar prevenir o problema?
Para
o diagnóstico, é feito uma série de exames de angiografia, angiotomografia e
angioressonância magnética que determinam a localização, forma e aspecto do
aneurisma, o que permite ao médico identificar o potencial de sangramento e
definir a melhor conduta para tratar a doença.
O
Dr. Bianco ressalta que a idade também tem relação com o surgimento de
aneurismas. “O grupo de risco são adultos fumantes e hipertensos” afirma o
especialista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário