A Lei da Palmada é o nome informal da Lei nº 13.010 de 2014, que
proíbe o uso de agressões físicas ou tratamentos cruéis e degradantes como
forma de castigo contra crianças e adolescentes.
O castigo físico não é uma forma efetiva de educar; a agressão
acontece em decorrência do descontrole momentâneo de um adulto em lidar com um
comportamento errado da criança. É uma resposta altamente emocional para
diminuir a raiva do adulto, como uma descarga elétrica.
"A falta de controle e impotência diante da situação é
a razão pela qual o adulto reage agressivamente, mostrando não ser capaz de
educar pela argumentação e pelo exemplo", explica Marisa
Castanho, psicóloga educacional e escolar, psicopedagoga e diretora
da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp).
A palmada tem justamente o efeito contrário do esperado. Em vez
de ensinar, provoca raiva e tristeza na criança, que pode se comportar de
maneira agressiva, mostrando tendência em bater em outras crianças ou
brinquedos, e mostrar irritabilidade em brincadeiras, tanto no ambiente escolar
quanto em casa.
Este comportamento negativo funciona como um mecanismo
compensatório, sendo uma forma da criança ou adolescente lidar com a raiva e
frustração, já que se encontra em desvantagem física em relação ao adulto.
"Violência gera violência, agressão incita necessidade de
defesa", analisa a psicopedagoga.
A agressão, inclusive, interfere na formação da personalidade
infantil, formada a partir de vivências individuas e socioculturais.
Um grupo social é formado, segundo a especialista, cujo
comportamento tende a ser mais reativo do que reflexivo, com pessoas mais
individualistas com dificuldade de serem empáticas. "Do ponto de vista da
socialização, são comportamentos mais imaturos", revela.
Pais e responsáveis precisam se conscientizar que as crianças e
adolescentes não devem aprender o certo pelo medo de apanhar, e sim
compreendendo os valores éticos e morais que regem a sociedade.
"A educação deve partir do exemplo de coerência entre
a ação e a representação, entre o que se diz e o que se faz. Pela capacidade de
se colocar no lugar da criança e levá-la a compreender, dentro de suas
possibilidades, o valor das coisas e da vida. Não se educa simplesmente pelo
castigo, principalmente o castigo físico, nem tampouco pela premiação, mas pela
capacidade de se incutir nas crianças valores positivos na vida social",
comenta Marisa Castanho, diretora da ABPp.
Marisa Castanho - diretora da
Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp)
Rua Teodoro Sampaio, 417 - Cj 11
Pinheiros, São Paulo/SP Cep.
05405-000 São Paulo/SP
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