Condutas
de primeiros socorros contribuem para minimizar consequências
Quedas, cortes, fraturas e
queimaduras. Estas são algumas das principais ocorrências quando as
brincadeiras infantis não têm um desfecho positivo. Saber como conduzir os
momentos de lazer de forma segura é tão importante quanto saber como agir em
caso de acidentes. Os cuidados iniciais, até a indicação de encaminhamento ao
serviço de emergência médica reduzem as possíveis sequelas, que podem se
agravar de acordo com o fato ocorrido, em casos extremos, chegando ao óbito.
- Crianças de 5 a 10 anos,
geralmente, são vítimas de quedas devido as brincadeiras. Seja enquanto correm,
ou mesmo no uso de bicicletas e similares, é indicado que estejam
supervisionadas por adultos e, sempre que possível, utilizem equipamentos de
segurança. A atenção também tem que ser dada aos bebês e crianças menores de 2
anos, que podem vir a cair da cama, principalmente se dormirem com os pais.
Após quedas sem lesões aparentes, é preciso que as crianças sejam observadas e
em caso de vômito, sonolência ou forte dor de cabeça, levadas ao serviço de
emergência para uma avaliação mais específica – destaca Dra. Carla Dall Olio,
coordenadora da emergência pediátrica do Hospital Barra D’Or.
Outro ponto de atenção
quanto as brincadeiras é o risco de ingestão de objetos. A curiosidade
associada a disponibilidade de pequenas peças podem ser uma armadilha. Bebês de
1 a 2 anos estão na fase oral e tendem a colocar na boca tudo o que encontram.
Embora seja uma fase importante para o desenvolvimento, deve ser monitorada por
adultos para evitar que tenham acesso a elementos perigosos.
- A garganta tem cerca de
3cm de diâmetro, sendo espaço suficiente para ingestão de objetos que podem
causar o sufocamento ou, em caso de ingestão ou aspiração total, serem
direcionados a órgãos como estômago e pulmão. O risco também é iminente com
feijão e outros alimentos, como amendoim, quando colocados na cavidade nasal
e/ou auricular. Além disso, sacolas e embalagens plásticas devem ser guardados
em lugares seguros. É preciso que todo o ambiente de acesso destas crianças
seja observado, e que os brinquedos sejam recolhidos após o uso, para a
prevenção de acidentes – pontua a pediatra.
Saiba quais
são os outros riscos quando o assunto envolve crianças e acidentes, e o que
fazer:
·
Queimaduras: Podem acontecer devido ao forte calor
produzido por brinquedos, principalmente se estiverem conectados a tomadas, mas
também em outros ambientes da residência – principalmente a cozinha. É indicado
que o local seja lavado com agua corrente, para resfriar, mas não se deve
esfregar a área queimada. Após esta primeira etapa, deve-se buscar atendimento
em uma unidade de emergência para avaliação de cuidados adicionais.
·
Ingestão de objetos: No primeiro momento, o indicado é
ligar para 190 para que o Corpo de Bombeiros oriente os protocolos iniciais de
expulsão do objeto. Uma outra possibilidade é que o contato seja feito com a
emergência pediátrica de referência, para onde a criança será encaminhada. Não
é indicado tentar retirar o objeto com pinças e outros materiais, sob o risco
de empurrar o objeto, contribuindo com a obstrução.
·
Medicamentos e produtos de limpeza: As intoxicações
são frequentes oriundas da ingestão destes produtos, pois devido a aparência
(coloração forte) são atrativos para as crianças. Devem ser guardados nos
frascos originais, em armários altos e/ou trancados. Em caso de contato com
produtos que possam causar intoxicação, é preciso identificar o que causou o
acidente e, se possível. Se houve ingestão, não é indicado oferecer líquidos ou
provocar vômito, mas sim levar para avaliação médica, que pode ter a indicação
de lavagem estomacal de acordo com o fato. Se o contato foi com pele ou com os
olhos, o local deve ser lavado com bastante água e, caso perceba irritação da
área, buscar atendimento médico.
·
Cortes: Objetos cortantes ou pontiagudos devem
sempre ser restritos ao acesso de crianças, para evitar acidentes. Caso ocorra,
se o corte for superficial, a área deve ser lavada em água corrente, com sabão
neutro, podendo ser feito – diante da necessidade, um curativo simples. No
entanto, em caso de corte profundo, a área além de lavada deve ser comprimida
para evitar o sangramento excessivo, até a chegada em uma unidade de
emergência. O ideal é que este tempo não exceda seis horas para a realização da
sutura, assim como as demais terapêuticas de prevenção, como vacina
antitetânica.
Orientações
do Inmetro:
·
No
ato da compra, exigir o selo de identificação da conformidade ou selo de
certificação. Ele demonstra que o produto atente a requisitos mínimos de
segurança estabelecidos em normas e regulamentos.
·
Não
comprar produtos no comércio informal, mas sim no comércio legalmente
estabelecido. Os produtos comprados no comércio informal, geralmente mais
baratos, na quase totalidade dos casos são produtos irregulares, falsificados
e, apenas como exemplo, podem conter substâncias tóxicas na sua composição.
Exija sempre a nota fiscal do estabelecimento onde comprou para que haja
responsabilidade social em caso de acidente ou defeito no produto.
·
Antes
de entregá-los às crianças, leia atentamente as instruções de uso, que orientam
quanto ao uso seguro do produto. Cuidados especiais devem ser observados na
retirada das embalagens, que podem ter grampos metálicos, papéis com tintas
inadequadas, etc.
·
Particularmente,
para brinquedos, deve ser dada atenção à faixa etária recomendada para o
produto. Peças pequenas, em especial, são muito perigosas se usadas por
crianças com idades inadequadas. Cabe total atenção nos lares onde existam
crianças com diferentes faixas etárias.
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