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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Será que você sofre de apneia do sono?




Dormir não significa apenas esquecer a correria do dia a dia, os problemas e o estresse. É mais do que isso. É um processo de relaxamento do corpo e da mente, inerente ao funcionamento do organismo, que envolve, inclusive, a liberação de importantes hormônios. No entanto, o que deveria ser uma regra, para muita gente é uma exceção. Isso porque nem todo mundo consegue ter um sono tranquilo. Uma pesquisa recente do Ministério da Saúde revela que aproximadamente 50% dos brasileiros afirmam ter problemas para dormir.
Existe um distúrbio do sono que atinge cerca da metade dos brasileiros na fase adulta. Chama-se Síndrome Obstrutiva do Sono ou Apneia do Sono, como também é conhecida. Quer saber mais sobre isso? As causas, os sintomas e o tratamento? Seguem algumas informações fundamentais para entender e tirar as dúvidas a respeito do assunto. Os esclarecimentos são do otorrinolaringologista Dr. Diego Silva Wanderley, da Clínica Otonorte, no Distrito Federal.

Definição da Síndrome Obstrutiva do Sono
Trata-se de uma doença crônica caracterizada pela obstrução parcial ou total das vias respiratórias. Essa falha impede que o ar chegue aos pulmões. Para entender melhor: várias vezes, durante o sono, essas pausas podem ser superiores a 10 segundos. Existem casos em que a pessoa percebe e acorda com a sensação de sufocamento e há situações em que ela não nota, porém, a apneia ocorre.
Há três tipos: a Apneia Obstrutiva do Sono (AOS), a mais comum, a Apneia Central do Sono (ACS) e a Apneia Mista do Sono (ASM), que resulta de uma combinação das anteriores. O Instituto do Sono de São Paulo aponta que 33% dos brasileiros sofrem dessa patologia.

Principais sintomas
O ronco é um dos principais sinais. Isso não significa que todo mundo que ronca, necessariamente, tenha apneia do sono. Fora isso há outros sintomas como: falta de ar, sonolência diurna, dor no peito ou um grande desconforto na região do tórax, dificuldade de atenção e de aprendizagem, boca seca e irritabilidade.

Principais causas
São vários os fatores que podem provocar a doença. Entre eles estão: desvio de septo, hipertrofia das adenoides e amigdalas, obesidade, relaxamento dos músculos da garganta além do normal e alteração no formato da cabeça e do pescoço.

Diagnóstico
Uma conversa detalhada no consultório permite ao médico ter uma ideia do histórico do paciente. Além dessa investigação, o profissional solicita a polissonografia, exame que testa, por meio de sensores, todos os aspectos do sono. Os equipamentos permitem, por exemplo, verificar os movimentos dos olhos, do corpo e os batimentos cardíacos. Esse procedimento deve ser feito por profissional devidamente capacitado.
Agora, preste bem atenção no seguinte dado: entre 85% e 90% das pessoas que têm apneia lidam com isso ao longo da vida e não têm um diagnóstico. Há quem nem suspeite de ter um problema que requer tratamento o quanto antes. “Daí a importância de procurar o médico a qualquer sinal de dificuldade para dormir. Uma coisa é ter problemas um dia ou outro para pegar no sono. Outra coisa é conviver com isso todos os dias e lidar com frequência com a obstrução das vias respiratórias. Isso é um perigo”, alerta o Dr. Diego Silva Wanderley.

Formas de tratamento
As causas do distúrbio são diversas. Da mesma forma ocorre com o tratamento. O médico, antes de decidir, verifica os fatores que originaram a apneia e o nível em que se encontra a doença. Nas situações mais simples, o especialista pode recomendar alguns cuidados que podem fazer a diferença e dar mais tranquilidade. Entre eles: fazer dieta alimentar (para reduzir o peso), procurar não dormir de barriga para cima e dar preferência para a posição de lado, evitar o uso do cigarro e do álcool.
Nas situações mais complexas, o médico poderá optar por prescrever o equipamento (CPAP), que evita a obstrução.
Há ainda o tratamento cirúrgico. Importante destacar que o otorrinolaringologista é o único especialista habilitado a indicar a cirurgia como uma possibilidade de solução para o paciente.

Perigos da Síndrome Obstrutiva do Sono
Conviver com a apneia do sono e achar que uma hora vai passar ou que não representa perigo é um erro. A patologia pode resultar em outros problemas graves como hipertensão arterial, acidente vascular cerebral – conhecido como derrame – infarto e arritmias cardíacas.
E os riscos não param por aí. Uma pesquisa da Academia Brasileira do Ronco e Apneia, realizada em 2007, revelou que quase 30% dos motoristas de transporte de cargas (grupo de 100 mil) apresentaram alto risco para desenvolver a doença. O cenário não é exclusivo do Brasil. A Comissão Nacional sobre Distúrbios do Sono (USA) fez um estudo e comprovou que 100 mil acidentes, por ano, nos Estados Unidos, são provocados pela sonolência e boa parte tem como causa a apneia.



Dr. Diego Silva Wanderley - Formou-se em Medicina, em 2008. Logo em seguida veio o título de Especialista em otorrinolaringologia, pela Associação Médica Brasileira e Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. O currículo traz também especialização em Cirurgia Plástica de Face, pelo Instituto Brasileiro de Pós-Graduação, em São Paulo. O Dr. Diego, atualmente, integra o corpo médico da Clínica de Otorrinolaringologia Otonorte, no Distrito Federal. A carreira inclui o magistério. Ele é professor da disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina do Planalto Central/Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central.




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