Médica Livia Pino chama atenção para o fato de
que a área a ser escolhida para o desenho não deve conter sinais ou pintas,
porque pode impedir o diagnóstico precoce de câncer de pele. Rio de Janeiro
recebe este fim de semana a Tattoo Week 2017
“Primeira coisa antes de decidir-se por fazer uma tatuagem é pensar que trata-se de algo definitivo e, justamente por isso, deve ser feito por profissional especializado, que utilize tintas certificadas e material esterilizado, afinal, pode ser porta de entrada para contaminação de doenças como hepatite C e HIV. Além disso é preciso avaliar o lugar que vai ser feito o desenho. Nós recomendamos que a tatuagem nunca seja feita sobre sinal ou pinta. Porque se algum dia aquele sinal transformar-se num melanoma, a tatuagem irá esconder e dificultar o diagnóstico”, destaca a dermatologista Livia Pino, professora da Universidade de Valença.
Outro alerta que a médica faz é que se a pessoa estiver com alguma doença grave, o desenho deve ser adiado: “Pedimos que o paciente primeiro se recupere. A tatuagem é uma intervenção estética e deve-se estar com a saúde em dia para para evitar qualquer problema”.
Quem tem histórico de queloide, de cicatrização ruim, deve ter atenção redobrada, afinal a tatuagem é um tipo de trauma na pele e a cicatriz pode gerar uma marca. Aqueles que possuem algum histórico de alergia a corante e pigmentos tem que tomar cuidado redobrado. Uma vez lá, o corante não pode ser retirado da pele.
“Um dos mitos que as pessoas se apegam é que se houver arrependimento quanto à tatuagem o desenho pode ser retirado com laser. Fundamental a consciência de que o laser não retira totalmente o pigmento. Ele parte o pigmento que está dentro da pele em vários micropedacinhos e o sistema linfático elimina, mas nem sempre consegue tirar tudo. E a pele nunca volta 100% ao normal. É alta a chance de ficar meio borrada e com leve cicatriz”, explica a especialista.
Cuidados pós-tatuagem – Decisão tomada, desenho e profissional escolhidos, é fundamental seguir à risca as recomendações. O plástico filme - curativo oclusivo colocado após o procedimento - deve ser trocado com a higiene adequada e não pode ficar mais que dois dias sem a substituição.
“A ligeira inflação, com vermelhidão, sensação de dor e inchaço, são efeitos normais e dependem de cada pessoa, da área do corpo, do tamanho da tatuagem e quantas cores foram utilizadas. Em geral, passam em uma semana. Mais que isso é recomendado procurar um dermatologista para investigar a inflamação”, informa Livia Pino, que diz que é recomendável a utilização de pomadas de barreira com ação antibiótica.
O temido sol – “Não podemos perder de vista que a tatuagem é uma agressão temporária à pele e, por isso, a área precisa estar especialmente protegida do sol; que pode interferir na cicatrização e na fixação dos pigmentos”.
A médica confirma que toda tatuagem é
fagocitada pela pele, nome técnico do processo natural do organismo de
eliminação dos fragmentos de tecido; mas que pode ser acelerado pela exposição
solar e pelo envelhecimento, o que gera o efeito de borrado nas tatuagens com o
passar do tempo.
www.liviapino.com.br
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