A
doença hemorroidária é um problema que afeta diretamente a qualidade de vida da
população. É causada
pela dilatação das veias
que ficam na região do ânus, podendo ser internas ou externas, e apresentar os
seguintes sintomas: prurido (coceira), dor e sangramento. De ocorrência comum,
é causada por razões hereditárias, e condições que interfiram com a circulação
pélvica, como gravidez, cirrose, alterações intestinais, entre outras. A doença
hemorroidária atinge milhares de pessoas e a estimativa é de que metade da
população possa sofrer com o problema em algum momento da vida, independente de
idade e sexo.
Muitas
pessoas que sofrem de hemorroidas não procuram ajuda médica, seja por
constrangimento ou receio de serem operadas, já que o pós-operatório da
cirurgia tradicional é conhecido por ser bastante doloroso. Atualmente conta-se
com uma técnica cirúrgica criada por médicos italianos, que é a
Desarterialização Hemorroidária Transanal guiada por Doppler (THD). O método
resolve o problema de forma mais precoce e menos dolorosa.
A
técnica oferece muitas vantagens ao paciente. Além de ser realizada sem cortes,
a THD proporciona rápida recuperação e baixo risco de complicações
pós-operatórias, tanto que a pessoa pode retornar às atividades diárias em
poucos dias, enquanto que o período de recuperação da cirurgia convencional é
bem maior, podendo levar mais de 30 dias. A grande diferença entre a THD e as
técnicas convencionais é que estas últimas são mais invasivas e agressivas, uma
vez que incluem cortes com bisturi ou utilização de grampeadores para excisão
das hemorroidas, o que invariavelmente provoca muita dor no pós-operatório,
sangramento, secreção, além de maior risco de trombose e hemorragia nas áreas
incisadas.
A
THD também é realizada em ambiente hospitalar e sob anestesia, embora na maioria
dos casos, o paciente receba alta no mesmo dia. Apesar de ser uma técnica
recente, os primeiros estudos apontam que ela oferece os mesmos índices de
sucesso que as cirurgias tradicionais, com menos complicações pós-operatórias,
menos dor e recuperação muito mais precoce.
A
cirurgia é realizada por um anuscópio acoplado a um Doppler (equipamento de
ultrassom que mede o fluxo sanguíneo), identificando a pulsação da artéria que
nutre as veias inchadas. No procedimento, o cirurgião costura a artéria em um
ponto específico, com uma agulha que passa pelo interior do equipamento,
reduzindo o fluxo de sangue para as veias inchadas, curando a doença.
Dra. Sonia Time - coloproctologista do Hospital VITA, e pioneira na implantação da técnica no Paraná
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