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sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Cremesp iluminará fachada de sua sede em apoio ao Setembro Amarelo




O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) iluminará de amarelo, a partir do dia 10/9, Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, a fachada de sua sede na rua da Consolação em apoio ao Setembro Amarelo, campanha lançada pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), abraçada por diversas entidades.

Iniciada no Brasil em 2014, a campanha incentiva o uso de luz amarela durante todo mês de setembrocomo alerta para o aumento de casos no mundo. Pesquisas apontam que 32 brasileiros se suicidam por dia, taxa superior às mortes por Aids e pela maioria dos tipos de câncer. Um dos fatores que potencializa esse problema é o tabu que envolve o assunto. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 9 entre 10 casos de suicídio seriam evitados com mais informação, conscientização e discussões abertas. Com essa preocupação, a OMS lançou uma série de manuais dirigidos a diversos grupos sociais e profissionais, como médicos, conselheiros e jornalistas para abordagem do problema.

Para Mauro Aranha, psiquiatra e presidente do Cremesp, as formas mais eficazes de evitar que uma pessoa renuncie à própria vida é a prevenção primária dos transtornos mentais, que envolve atividades relacionadas à promoção geral da saúde e da integração e participação social dos cidadãos; e a prevenção secundária, monitorando clinicamente pessoas já acometidas por transtornos mentais, principalmente os transtornos de humor, transtornos psicóticos e uso nocivo ou dependência de drogas. "Quando o indivíduo sofre de transtorno mental, é importante que seja acompanhado pelos profissionais de saúde e familiares em relação aos riscos de cometimento de suicídio", esclarece.

"Num primeiro momento, a pessoa pode mencionar que, se morresse, deixaria de sofrer (ideia vaga de morte). Embora possa não haver ainda a intenção suicida, é um alerta, que pode evoluir para o desejo (ideia de suicídio) e a intenção, sem planejamento num primeiro momento e, depois, com planejamento e método", afirma.

Segundo a OMS, mais de 800 mil casos foram registrados em 2015 em todo o mundo, dos quais 75% em países de média e baixa renda. Com mais de 12 mil ocorrências anuais, o Brasil ocupa a 8ª posição no ranking de países com maior incidência de suicídios. Nos últimos 10 anos, essa taxa cresceu mais de 40% entre brasileiros de 15 a 29 anos.

Taxa entre médicos é maior
Considerado grave problema de saúde pública, o suicídio acomete pessoas de qualquer idade, gênero, profissão ou classe social. Estudo realizado pela American Foundation for Suicide Prevention, em 2008, aponta que o risco entre médicos é 70% maior do que na população em geral. Entre mulheres médicas esse índice é ainda mais alarmante: 400% maior. Transtornos mentais, o uso de drogas e transtornos relacionados ao álcool, além da pressão profissional, são fatores de risco.

"O alto número de horas trabalhadas, o estresse profissional e a responsabilidade de lidar com tragédias humanas geram ansiedade e podem desencadear depressão entre médicos", diz Aranha. 

O CVV - Centro de Valorização da Vida, principal mobilizadora do Setembro Amarelo, é uma entidade sem fins lucrativos que atua há 53 anos atendendo 24 horas por dia pelo telefone 141, por e-mail ou bate-papo na internet, no endereçowww.cvv.org.br.



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