O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp)
iluminará de amarelo, a partir do dia 10/9, Dia Mundial de Prevenção ao
Suicídio, a fachada de sua sede na rua da Consolação em apoio ao Setembro
Amarelo, campanha lançada pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), abraçada
por diversas entidades.
Iniciada no Brasil em 2014, a campanha incentiva o uso de luz
amarela durante todo mês de setembrocomo alerta para o aumento de casos
no mundo. Pesquisas apontam que 32 brasileiros se suicidam por dia, taxa
superior às mortes por Aids e pela maioria dos tipos de câncer. Um dos
fatores que potencializa esse problema é o tabu que envolve o assunto.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 9 entre 10 casos de suicídio
seriam evitados com mais informação, conscientização e discussões abertas.
Com essa preocupação, a OMS lançou uma série de manuais dirigidos a diversos
grupos sociais e profissionais, como médicos, conselheiros e jornalistas para
abordagem do problema.
Para Mauro Aranha, psiquiatra e presidente do Cremesp,
as formas mais eficazes de evitar que uma pessoa renuncie à
própria vida é a prevenção primária dos transtornos mentais, que envolve
atividades relacionadas à promoção geral da saúde e da integração e
participação social dos cidadãos; e a prevenção secundária, monitorando
clinicamente pessoas já acometidas por transtornos mentais, principalmente os
transtornos de humor, transtornos psicóticos e uso nocivo ou dependência de
drogas. "Quando o
indivíduo sofre de transtorno mental, é importante que seja acompanhado pelos
profissionais de saúde e familiares em relação aos riscos de cometimento de
suicídio", esclarece.
"Num
primeiro momento, a pessoa pode mencionar que, se morresse, deixaria de
sofrer (ideia vaga de morte). Embora possa não haver ainda a intenção
suicida, é um alerta, que pode evoluir para o desejo (ideia de suicídio) e a
intenção, sem planejamento num primeiro momento e, depois, com planejamento e
método", afirma.
Segundo a OMS, mais de 800 mil casos foram registrados em 2015
em todo o mundo, dos quais 75% em países de média e baixa renda. Com mais de
12 mil ocorrências anuais, o Brasil ocupa a 8ª posição no ranking de países
com maior incidência de suicídios. Nos últimos 10 anos, essa taxa cresceu
mais de 40% entre brasileiros de 15 a 29 anos.
Taxa entre médicos é maior
Considerado grave problema de saúde pública, o suicídio acomete
pessoas de qualquer idade, gênero, profissão ou classe social. Estudo
realizado pela American
Foundation for Suicide Prevention, em 2008, aponta que o risco
entre médicos é 70% maior do que na população em geral. Entre mulheres
médicas esse índice é ainda mais alarmante: 400% maior. Transtornos
mentais, o uso de drogas e transtornos relacionados ao álcool, além da
pressão profissional, são fatores de risco.
"O alto número de horas trabalhadas, o estresse
profissional e a responsabilidade de lidar com tragédias humanas geram
ansiedade e podem desencadear depressão entre médicos", diz Aranha.
O CVV - Centro de Valorização da Vida, principal mobilizadora do
Setembro Amarelo, é uma entidade sem fins lucrativos que atua há 53 anos
atendendo 24 horas por dia pelo
telefone 141, por e-mail ou bate-papo na internet, no endereçowww.cvv.org.br.
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sexta-feira, 9 de setembro de 2016
Cremesp iluminará fachada de sua sede em apoio ao Setembro Amarelo
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