Mutirão
recolhe pneus para eliminar criadouros do mosquito
Dez estados já
aderiram à campanha nacional de recolhimento de pneus para combater focos do
Aedes aegypti, transmissor da denque, chikunguya e Zika. Participação da
população é fundamental
Os Ministérios da Saúde, do Meio
Ambiente, a Sala Nacional de Coordenação e Controle, em parceria com governos
estaduais e municipais, promovem, até o final do ano, mutirões para recolher
pneus guardados e descartados de forma inadequada. Até agora dez estados já
aderiram à campanha e iniciaram as ações. O objetivo é reduzir possíveis focos
do mosquito Aedes
aegypti nos pneus que, quando expostos, podem acumular água
parada e favorecer a proliferação do vetor transmissor da dengue, zika e
chikungunya. O material, recolhido com a participação da população, vai para
empresas de reciclagem ou para destinação adequada.
A ação está voltada aos imóveis próprios e comerciais, terrenos e
pátios vazios. Isso porque a indústria já é obrigada por lei a recolher e
reciclar seus produtos após a vida útil e, segundo dados de 2015, essa reciclagem
atingiu 93,7% da meta estabelecida pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente.
Porém, ainda há descarte inadequado por parte dos consumidores, que não
devolvem os pneus aos pontos de revenda e também por borracheiros autônomos,
que abandonam os pneus sem valor comercial em locais impróprios.
Gestores municipais e estaduais cuidarão para que o material
recolhido chegue aos pontos de coleta próprios ou da empresa parceira
Reciclanip, criada por fabricantes de pneumáticos para dar destino adequado a
seus produtos, segundo as normas do Conselho Nacional de Meio Ambiente. A
campanha é voltada também para a população. Quem tem pneu usado guardado em
casa, ou abandonado próximo a sua residência deve leva-lo aos pontos de coleta,
contribuindo para um meio ambiente saudável e para combate ao mosquito.
“Queremos chamar a atenção da população para o perigo que o
descarte inadequado de pneus podem trazer, não só para o meio ambiente, mas
também para a saúde de todos. A aliança dos diversos entes federativos e das
salas estaduais e municipais de coordenação e controle é importante no combate
efetivo ao Aedes.”, enfatiza o Secretário-Executivo do Ministério da Saúde,
Antônio Nardi.
ADESÃO - Dez estados já aderiram à
mobilização e outros cinco participam com ações de descartes regulares, que
ocorrerá de maneira distinta, respeitando as características de cada local. Em
São Paulo, a mobilização envolve 344 municípios. Na Bahia, a Sala Estadual de
Coordenação e Controle prevê coleta nos municípios de Brumado, Jequié e Guanabi,
além de promover o recolhimento de pneus sem serventia estocados nos órgãos
públicos do estado. Nessa semana a campanha chega a Teresina e Aracaju.
No estado do Pará, na região Norte, seis municípios concentrarão
esforços no dia 19 de setembro para recolher o máximo de toneladas de pneus.
“Com essa ampla mobilização queremos mostrar que o enfrentamento deve ser
intensificado durante o período de baixa transmissão de dengue, chikungunya e
zika, ele não pode ser sazonal. Estamos nos aproximando do período das chuvas e
temos que continuar vigilantes para evitar os picos epidemiológicos que tivemos
no verão passado”, finaliza Rodrigo Frutuoso, técnico do programa da dengue do
Ministério da Saúde e membro da Sala Nacional.
MOBILIZAÇÃO - O Ministério da Saúde
tem reunido esforços no combate ao Aedes
aegypti, convocando o poder público e a população. O governo
federal mobilizou todos os órgãos federais para atuar conjuntamente neste
enfrentamento, além da participação dos governos estaduais e municipais. Neste
ano, diversas ações foram organizadas em parceria com outros órgãos e
entidades, como a mobilização que contou com 220 mil militares das Forças
Armadas; a mobilização nas escolas, que marcou o início do ano letivo com
instruções aos alunos de como prevenir as doenças transmitidas pelo Aedes; além
da faxina promovida pelo Governo Federal com servidores públicos, cujo objetivo
foi inspecionar e eliminar possíveis focos do mosquito nos prédios públicos.
No quarto ciclo da campanha contra o vetor (entre maio e junho),
as equipes de combate ao mosquito Aedes
aegypti alcançaram 82,5% dos imóveis brasileiros. Foram 46,7
milhões de domicílios, prédios públicos, comerciais e industriais efetivamente
vistoriados, além de 8,6 milhões de estabelecimentos que estavam fechados ou
houve a recusa para acesso.
Em todo o país, as visitas aos imóveis contam com a participação
permanente de 266,2 mil agentes comunitários de saúde e 49,2 mil agentes de
controle de endemias, bem como com o apoio das Forças Armadas. Juntam-se, ainda,
profissionais de equipes destacados pelos estados e municípios, como membros da
Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.
Juliana Hack
Agência Saúde
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