Imóveis reconhecidos como patrimônio histórico
estadual pelo Condephaat preservam a história do Estado de São Paulo e permitem
uma viagem ao passado
Para celebrar
o Dia Internacional Da Mulher, comemorado em 08 de março, o Condephaat
(Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e
Turístico do Estado de São Paulo), vinculado à Secretaria da Cultura do Estado
de São Paulo, fez uma lista de patrimônios tombados ligados a algumas mulheres
que contribuíram para a história do Estado.
São histórias
de artistas, damas da sociedade, arquitetas e prisioneiras políticas que ajudam
a fazer uma viagem no tempo e admirar a arquitetura de outras épocas.
- Casa de Dona Yayá
Sebastiana
de Mello Freire,
carinhosamente chamada de Yayá, nasceu
em 21 de janeiro de 1887. Aos 13 anos de idade perdeu seus pais e, poucos anos
depois, seu último irmão. Herdeira de uma grande fortuna e dona de uma
personalidade voluntariosa e exigente, não se casou. Aos 31 anos, apresentou os
primeiros sinais de desequilíbrio emocional, sendo interditada no ano seguinte
e internada por um ano no Instituto Paulista. Após deixar a clínica, viveu até
o final dos seus dias, em 1961, segregada em sua residência, uma pequena
chácara localizada na região central de São Paulo. A casa é um exemplar
remanescente significativo das transformações do bairro em razão do
crescimento da cidade e, sobretudo, é testemunho material das formas pelas
quais a sociedade entendia e tratava a loucura na primeira metade do século XX.
Hoje, a Casa
de Dona Yayá funciona como Centro de Preservação Cultural da Universidade de
São Paulo (USP) e é aberta para visitantes.
Endereço: Rua Major Diogo,
353 - Bela Vista – São Paulo/SP
- Casa de Vidro
Inicialmente
projetada para abrigar a sede do Instituto de Arte Contemporânea, a casa,
projetada por Lina Bo Bardi e construída em 1951, tornou-se a residência da
arquiteta e de seu esposo, Pietro Maria Bardi. O projeto da casa foi
orientado pelos conceitos racionalistas da arquitetura moderna internacional. O
edifício, implantado à meia-encosta, é sustentado por meio de pilotis de aço,
que brotam da área de embasamento e servem de acesso ao pavimento superior. O
projeto permitiu a perfeita integração da residência com a paisagem arborizada
que a envolve.
Endereço: General Américo
de Moura, 200 – Morumbi, São Paulo/SP
- Teatro Oficina –
Lina Bo Bardi
Em 1958, um
grupo de estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco começava a
se projetar, conquistando a crítica teatral e prêmios do teatro amador. Em
pouco tempo este grupo, denominado Oficina, conseguiu levantar fundos e se
instalar na Rua Jaceguai, onde funcionava o Teatro Novos Comediantes. O
arquiteto Joaquim Guedes foi o responsável pela adaptação do primeiro Teatro
Oficina, local que abrigou, na década de 1960, grupos teatrais experimentais,
inovadores da linguagem cênica e da relação entre palco e platéia. Em 1966,
após um incêndio, um novo e moderno projeto foi elaborado pelos arquitetos
Flávio Império e Rodrigo Lefèvre, que introduziram paredes de tijolos e
concreto sem revestimento e urdimento à mostra. Continuando sua trajetória, em
1986, a arquiteta Lina
Bo Bardi projetou a renovação do edifício.
Endereço: Rua Jaceguai, 520
– Centro, São Paulo/SP
- Biblioteca e
Arquivo Histórico Wanda Svevo
Concebido em
1954 pela Secretária Geral do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) Wanda
Svevo, o arquivo da Fundação Bienal é constituído por aproximadamente 1.200.000
documentos datados de 1947 até os dias atuais, de instituições paulistas como o
Museu de Arte Moderna de São Paulo e a Fundação Bienal de São Paulo. Há também
registros da produção artística internacional do século XX, projetos
significativos da Comissão do Quarto Centenário da cidade de São Paulo,
correspondências originais de celebridades como Miró, Le Corbusier e Marcel
Duchamp, catálogos de mostras internacionais, fotos, croquis, publicações
diversas e uma hemeroteca (coleção de periódicos). Wanda Svevo faleceu
em um acidente aéreo no ano de 1962 e, em 1963, o local passou a se chamar
Arquivos Históricos Wanda Svevo, em homenagem a sua idealizadora.
Endereço: Parque Ibirapuera -
Portão 3, Moema – São Paulo/SP
- Antiga Casa de
Dona Veridiana
O palacete foi
construído em 1884 por Valéria da Silva Prado – Dona Veridiana, figura
marcante da vida social, política e cultural paulistana no final do Império e
início da República Velha. A edificação eclética, característica da elite
paulistana, mescla elementos da Renascença Francesa e reminiscências
renascentistas italianas, se estabelecendo como um marco da origem do bairro de
Higienópolis. O tombamento contempla também as obras de arte incorporadas ao
imóvel - pintura mural “Aurora” de autoria de Almeida Junior e a escultura em
mármore de Victor Brecheret “Diana”; a massa arbórea e o padrão atual de
fechamento do lote. É também a sede de São Paulo do Iate Clube de Santos.
Endereço Av. Higienópolis,
nº 18, Higienópolis – São Paulo/SP
- Casa de Câmara e
Cadeia de Santos – Pagu
A Cadeia Velha
de Santos é um importante patrimônio histórico, localizada na Baixada Santista,
que abrigou em uma de suas celas, em 1931, a primeira mulher presa por razões
políticas no Brasil - Patrícia Galvão, a famosa Pagu - por ter apoiado a greve
dos estivadores de Santos. A moça defendia a participação ativa da mulher na
sociedade e na política de forma incisiva. O imóvel, construído em 1869 e
tombado nas esferas federal, estadual e municipal, foi ainda Casa de Câmara,
Paço Municipal, hospital de emergência e fórum. O espaço será reocupado pela
Oficina Cultural Pagu - que integra o programa Oficinas Culturais da Secretaria
da Cultura do Estado.
Endereço: Praça dos
Andradas, s/n – Santos/SP
- Casa de Tarsila
A Fazenda São
Bernardo, localizada em Rafard, na região de Piracicaba, apresenta
remanescentes da fazenda cafeeira monocultora do final do século XIX. Ali, está
a Casa de Tarsila do
Amaral, com seu agenciamento típico de casa de morada
senhorial, senzala, terreiro e outras edificações complementares ao programa de
uso de uma fazenda de café.
O local será
transformado em um museu interativo ligado ao modernismo, movimento que
influenciou as artes e o design na primeira metade do século 20 e do qual a
pintora fez parte.
Endereço: Av. São Bernardo,
Rafard/SP – 142 Km de distância da Capital
- Sanatório
Vicentina Aranha
O Sanatório
Vicentina Aranha teve a sua construção iniciada em 1918, em terreno adquirido
pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com a ajuda da Câmara Municipal
de São José dos Campos. A localização estratégica do sanatório, fora da cidade
de São Paulo, permitia melhores condições para o tratamento da tuberculose. À
época, foi considerado um dos maiores da América Latina e tido como referência
para novas construções do gênero. O projeto é atribuído à Construtora Severo
& Villares de São Paulo, e coube ao engenheiro Augusto Toledo a
responsabilidade pela sua execução. Trata-se de um conjunto de edificações
dispostas de forma simétrica, distantes entre si, do tipo pavilhonar, ligados
através de passarelas cobertas, ocupando uma extensa área que a partir de 1932
passou a ser denominada de Zona Sanatorial.
O sanatório
foi construído graças aos esforços dessa dama da sociedade, Vicentina Aranha, que
deu nome ao lugar. Atualmente, o sanatório é um parque aberto ao público.
Endereço: Avenida
Presidente Prudente Meirelles de Moraes, 503, São José dos Campos/SP
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