Diagnóstico precoce é fundamental para que as chances de cura da
doença sejam quase totais
O câncer de
mama é o tipo de câncer que mais atinge mulheres. Segundo dados do Instituto
Nacional do Câncer (Inca), mais de 14 mil mulheres foram vítimas fatais da
doença só em 2013. Ainda segundo o órgão, este ano mais de 57 mil mulheres
serão acometidas pelo câncer de mama no país.
No Dia Internacional das Mulheres, que acontece amanhã (08/03), a
Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da
Mama) dá dicas valiosas sobre o câncer de mama e chama atenção, em especial,
para a importância de detectar a doença precocemente, o que faz com que as
pacientes tenham até 98% de chance de cura.
Veja abaixo os esclarecimentos, orientações e dicas da Femama.
- Quando iniciar a realização dos exames de rotina: a Femama e sociedades médicas, como a Sociedade Brasileira de
Mastologia e o Colégio Brasileiro de Radiologia, indicam a realização da
mamografia por todas as mulheres a partir dos 40 anos, a fim de garantir o
diagnóstico precoce do câncer de mama. A Femama defende que o sistema público
de saúde reveja a regra que, atualmente, permite a realização da mamografia de
rastreamento, exame realizado em mulheres sem sintomas de câncer de mama que
desejam fazer exames periódicos visando a detecção da doença ainda em fases
iniciais, apenas para mulheres entre 50 e 69 anos.
- Histórico Familiar: mulheres com
histórico de câncer na família em parentes de primeiro grau devem iniciar
realização de exames dez anos antes da idade que a parente tinha ao detectar o
tumor. Por exemplo, se uma mulher teve um câncer de mama aos 37 anos, sua filha
deve iniciar as investigações e fazer o acompanhamento anual a partir dos 27
anos. O médico solicitará os exames mais apropriados em cada caso.
- Antes dos 40 anos: as mulheres devem solicitar ao
ginecologista ou ao mastologista a realização do exame clínico das mamas, que é
um exame de toque, e fazer exames complementares, como ultrassom, mamografia ou
ressonância magnética, caso o médico os solicite.
- Autoexame: a realização do autoexame é
importante para que a mulher conheça seu corpo e possa notar qualquer alteração
nas mamas, procurando rapidamente um médico para prosseguir com a investigação,
caso perceba algo fora do comum. Embora importante, o autoexame sozinho não é
suficiente para detectar precocemente um possível câncer de mama e, em
hipótese, nenhuma substitui a realização da mamografia. Nódulos perceptíveis ao
toque costumam ter em torno de 1 cm e, caso seja constatado um tumor, essas
proporções já não correspondem ao estágio mais inicial da doença. A realização
da mamografia de rastreamento em mulheres a partir de 40 anos, anualmente, é
fundamental e pode detectar nódulos e alterações mínimos, que não seriam
sentidos pelo toque e, por isso, levam a maiores chances de cura.
- Ausência de sintomas: a fase inicial
desse tipo de câncer costuma ser assintomática, ou seja, não há sinais
evidentes de sua manifestação. Normalmente a doença é descoberta em exames
complementares solicitados pelo médico (mamografia, ultrassom ou ressonância
magnética).
- Presença de sintomas: quando o câncer de
mama apresenta sintomas é porque já existe um tumor, normalmente com mais de 1
cm. Algumas alterações físicas podem ser indícios de câncer de mama e, caso se
apresentem, um médico deve ser procurado rapidamente pois só ele poderá
solicitar exames complementares e determinar se os sintomas correspondem ou não
à doença.
Veja quais são essas alterações:
- Aparecimento de nódulo (caroço) no seio ou na axila. Os nódulos
podem apresentar dor ou não, ser duros e irregulares ou macios e redondos
- Dor ou inversão do mamilo (volta-se para dentro da mama)
- Presença de secreção pelo mamilo, sanguinolenta ou não
- Inchaço irregular em parte da mama, que pode ficar quente e
vermelha
- Irritação ou retração na pele ou aparecimento de rugosidade
semelhante à casca de laranja
- Vermelhidão ou descamação do mamilo ou da pela da mama
- Nos casos mais adiantados, pode aparecer uma ulceração na pele
com odor desagradável
- Presença de nódulos: um nódulo não
necessariamente representa um câncer de mama. Grande parte deles são cistos e
adenomas benignos, ou seja, não estão relacionados à doença. No entanto, toda
alteração suspeita percebida nas mamas deve ser investigada rapidamente junto a
seu médico.
- Prevenção do câncer de mama: Embora não
seja completamente possível evitar o surgimento de um câncer de mama, já que o
câncer está ligado a alterações genéticas herdadas ou adquiridas ao longo da
vida, cultivar bons hábitos de saúde como não fumar, evitar o consumo de
bebidas alcoólicas, dormir pelo menos oito horas por noite, praticar exercícios
físicos e manter sempre uma alimentação saudável são atitudes ao alcance das
mulheres que podem ajudar a reduzir os riscos de desenvolver a doença. A adoção
desses hábitos pode ter impacto significativo no combate ao câncer, uma vez que
cerca de apenas 10% dos casos de câncer de mama são hereditários.
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