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terça-feira, 1 de março de 2016

Como o excesso de álcool pode comprometer a visão






Cientistas canadenses estudaram quanto e de que forma a visão é comprometida pelo consumo de bebidas alcoólicas – mesmo quando os níveis de consumo estão dentro de parâmetros aceitáveis. A conclusão é que a visão pode ser prejudicada em até 30% antes mesmo de o bafômetro acusar que a pessoa atingiu ou passou do limite. 
Além de o álcool afetar as habilidades motoras da pessoa e a tomada de decisão, o estudo também revelou uma redução no contraste visual, dificultando a noção de profundidade e a distinção de tudo o que for claro e escuro. De acordo com  Brian Timney, coordenador das pesquisas, no começo da manhã e ao cair da tarde, especialmente quando a luz do sol está baixa, a noção de contraste ajuda muito na hora de evitar um acidente de carro.
Na opinião do cirurgião-oftalmologista Renato Neves, diretor do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, olhos avermelhados e reações lentas são sinais claros de ingestão moderada ou alta de bebidas alcoólicas. Mas o pior é o impacto que isso causa no cérebro e, consequentemente, na visão a longo prazo.
“Entre os sintomas mais comuns estão a visão dupla e a visão embaçada. Com a repetição desses episódios, os músculos que controlam o foco da visão ficam comprometidos, prejudicando grandemente a noção de distância e profundidade. Também a visão periférica, que dá uma noção do que está acontecendo ao redor da pessoa, fica altamente prejudicada com o tempo – e isso é especialmente ruim para quem vai dirigir”, diz o médico. 
Neves chama atenção para outro estudo, desenvolvido pela Faculdade de Medicina da Hallym University, na Coreia do Sul, que revela que o consumo de álcool também está relacionado a distúrbios da superfície ocular, como olho seco.  “Quando o consumo de álcool é prolongado, é possível identificar uma mancha permanente nos olhos: vermelha ou amarela. Esse é, inclusive, um dos sinais físicos encontrados nos alcoólatras. Com o tempo, a pressão ocular elevada pode danificar o nervo óptico, resultando em glaucoma e na perda permanente da visão”.


Dr. Renato Augusto Neves - cirurgião-oftalmologista, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos (SP) e autor do livro Seus Olhos. (www.eyecare.com.br)

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