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domingo, 14 de setembro de 2014


Muito além da pílula azul

Disfunção erétil, doença que registra cerca de um milhão de novos casos no Brasil a cada ano, ganha espaço na novela, ampliando a discussão sobre o tratamento adequado

Quem acompanha a novela Império, trama das 21 horas da TV Globo, já conhece a história do personagem Reginaldo, interpretado pelo ator Flávio Galvão, que nos últimos episódios enfrenta o drama de seguidas falhas na hora do sexo com sua esposa.

Usuário frequente de pílulas desenvolvidas para facilitar a ereção masculina, o homem de meia idade é casado com uma mulher bem mais nova, Tuane, interpretada pela atriz Nanda Costa. O personagem tem um apetite sexual intenso, alimentado pelos medicamentos que chama de “azulzinhas” e pelo desejo quase obsessivo pela jovem companheira.

Em um episódio recente, mesmo tomando a pílula, o personagem falhou no momento do ato sexual. “Isso nunca me aconteceu antes, você sabe, é a primeira vez que a azulzinha não faz efeito”, se justifica Reginaldo. Na trama, Tuane troca os comprimidos por confeitos para evitar as inúmeras investidas do marido, mas, na vida real, muitos homens passam pela mesma situação na hora do sexo, mesmo sem nenhum tipo de tramoia de suas parceiras.

O que é Disfunção Erétil?

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a disfunção erétil (DE) é a falta de habilidade masculina para obter ou manter ereção satisfatória para a relação sexual, devendo ocorrer, em qualquer um dos casos, diversos episódios durante um período superior a três meses para a confirmação do diagnóstico.

Apesar do tabu que rodeia o assunto, a doença é prevalente em quase metade dos homens brasileiros (48,8%), segundo um levantamento realizado no ano 2000[1]. Com base na população masculina do Brasil à época da pesquisa, seriam mais de 25 milhões de brasileiros com algum grau do problema, desses, 11,3 milhões estariam afetados com os níveis moderado e completo de disfunção erétil, considerados os mais graves.

A projeção da doença é de um milhão de novos casos ao ano no Brasil, porém, vale salientar que quando ocasional, a falha não pode ser diagnosticada como DE, mas sim, provocada por uma infinidade de fatores como alto nível de ansiedade, estresse, autocobrança, cansaço, entre outros motivos.

Além da “azulzinha”

A drágea azul, reconhecida por devolver aos que sofrem de disfunção erétil leve a vida sexual plena e satisfatória, não é a única solução para o problema.. Nos casos em que ela não ajuda ou é contraindicada, o homem tem ainda outras opções de tratamento[2] disponíveis no mercado brasileiro.

Entre elas, a administração de medicamento injetável indicado para os casos de leves a moderados – a injeção é aplicada diretamente na base do pênis através de uma seringa, estimulando o fluxo de sangue para o pênis, possibilitando a ereção. A administração deve ser realizada momentos antes da relação sexual.

Já para os casos mais graves, de disfunção erétil completa, existe a cirurgia de implante de prótese peniana. São duas alternativas de próteses: a semirrígida, composta por duas hastes cilíndricas, flexíveis e dobráveis a 90°, que colocadas dentro do pênis, o deixa constantemente rígido; e a inflável, que reproduz o preenchimento do pênis, imitando o fluxo sanguíneo natural no momento da ereção com uma tecnologia de inflação e deflação totalmente controlável por meio de uma válvula implantada no escroto.

Parece brincadeira, mas, não é!

Trazer o tema para debate em novelas, revistas, filmes e até em conversas de bar é uma boa iniciativa para ajudar a desmistificar a disfunção erétil. Para isso, a Sociedade Brasileira de Urologia lançou a campanha “De Volta ao Controle” (http://www.devoltaaocontrole.com.br/), que difunde informações sobre a doença e suas formas de tratamento. O site também disponibiliza um teste que pode dar pistas sobre ocorrência da doença e orientações para a busca da ajuda médica apropriada.

“A disfunção erétil afeta de forma importante as relações interpessoais dos homens e compromete seu bem-estar e sua qualidade de vida”, alerta o urologista Archimedes Nardozza Junior, presidente eleito da SBU. A campanha é uma oportunidade para falar sobre todas as formas de tratamento específicas recomendadas para cada tipo de caso.

No enredo de Império, o caso de Reginaldo é tratado de forma descontraída e com uma pitada de humor, mas, para quem enfrenta o problema no dia a dia, a graça e os risos, muitas vezes, ficam de lado. “Para que o problema seja superado da melhor forma possível, é importante não esquecer que a disfunção erétil tem tratamento e que o urologista é o profissional capacitado a avaliar o grau do problema, indicando a melhor terapia para cada paciente”, complementa.

Além disso, o apoio da parceira também é muito importante. Na novela, Tuane fez a sua parte e consolou o marido afirmando que “Isso pode acontecer com qualquer homem. Mulher não acha ruim quando o homem falha, e também não acha engraçado”.

 

Sobre a Campanha Nacional Contra a Disfunção Erétil – De Volta ao Controle

A Campanha Nacional Contra a Disfunção Erétil – De Volta ao controle é uma ação da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) com objetivo de conscientizar a população brasileira sobre prevenção e tratamentos disponíveis para a doença, sobretudo nos estágios severo e completo. A ideia é desmistificar o assunto, garantir o acesso à informação sobre todas as soluções disponíveis, fazendo o homem procurar tratamento adequado para recuperação da atividade sexual.

Melhorar a qualidade de vida de milhões de brasileiros com indicação cirúrgica para o tratamento da disfunção erétil também está entre os objetivos da ação. De Volta ao Controle quer esclarecer os benefícios e as vantagens da utilização da prótese peniana inflável para a disfunção erétil irreversível. A finalidade dessa iniciativa é conscientizar a população quanto à importância da ampliação do acesso às alternativas terapêuticas mais modernas para a disfunção erétil irreversível. Com a campanha, a SBU cumpre seu papel de promoção à saúde urológica no país.

Para mais informações, acesse www.devoltaaocontrole.com.br.

 

Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) - www.sbu.org.br/publico.



[1] Moreira ED Jr, Abdo, CHN, Torres, EB et al: Prevalence and correlates of erectile dysfunction: results of the Brazilian study of sexual behavior. Urology 58: 583–588, 2001.
[2] Ros CTD, Facio FN Jr, Faria GE. Sociedade Brasileira de Urologia. Recomendações. Sexualidade Humana. 2013.

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