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terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Cuidados Paliativos: a importância de preservar a qualidade de vida em todas as fases da doença

 Área vem revolucionando a medicina, mas ainda há muito a se avançar no Brasil

 

A ciência e a medicina vêm avançando a passos largos. Uma boa prova disso foi o desenvolvimento em tempo recorde da vacina contra a Covid-19, altamente eficaz e segura. Porém, mesmo com as melhorias, algumas doenças não regridem com medicamentos e tecnologias atuais. Em muitos casos, pacientes que têm doenças potencialmente fatais experienciam na trajetória da doença uma mudança gradual de foco do objetivo do tratamento que passa a ser concentrado em medidas que promovem qualidade de vida através da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce de situações possíveis de serem tratadas, da avaliação cuidadosa e minuciosa e do tratamento da dor e de outros sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais. Essa é a definição de Cuidados Paliativos do Instituto Nacional do Câncer (INCA). 

Mas receber o diagnóstico não é fácil. Embora a morte seja uma realidade que todos sabemos que vamos enfrentar, pouco se fala sobre esse momento, que pode chegar subitamente, mas também de forma mais consciente, como em casos de doenças em estágios avançados, quando a condição passa a ser classificada como crônica, uma situação comum a casos de câncer que não respondem por completo às opções terapêuticas atuais disponíveis, por exemplo. Por isso, o tratamento paliativo deve ser iniciado, o mais precocemente possível, assim que seja diagnosticada uma doença que ameaça a vida e acompanhar os tratamentos direcionados para a doença. Assim, evita-se o sofrimento desnecessário e cuidam-se também dos aspectos psicológicos, sociais e espirituais que envolvem a trajetória de quem sofre de doenças graves.  

“Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os cuidados paliativos aplicam-se já ao início do curso da doença, em conjunto com outros tratamentos destinados a aumentar a sobrevida, como quimioterapia ou radioterapia, e incluem aqueles exames necessários à melhor compreensão e controle das complicações clínicas angustiantes. As transições na linha de cuidado são um processo contínuo e sua dinâmica difere para cada paciente”, diz Sarah Ananda Gomes, Líder da Especialidade Cuidados Paliativos do Grupo Oncoclínicas. 

A OMS estima que todos os anos mais de 40 milhões de pessoas necessitarão de cuidados paliativos em algum momento da vida e, diante deste cenário, os países classificados como de Primeiro Mundo, como Inglaterra, Estados Unidos e Canadá, são tidos como referências. Já o Brasil ainda precisa se fortalecer nesta questão, tendo ficado em 42º lugar entre as 80 regiões que tiveram indicadores quantitativos e qualitativos dessa linha de cuidados avaliados por um estudo publicado pelo The Economist em 2015. 

Vale, todavia, considerar que na última década muito tem sido feito por aqui e o número de instituições que têm investido na área aumenta a cada ano. Isso porque, com o envelhecimento da população, doenças degenerativas e sem cura também vêm crescendo na população. Neste contexto, o Câncer exerce papel de protagonista no desenvolvimento da área, dado que a origem do conceito de cuidados paliativos está relacionada ao atendimento de pacientes diagnosticados com algum tipo de tumor maligno. 

Dados do Atlas de Cuidados Paliativos 2019, o mais recente publicado pela Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), aponta que dos 191 serviços de Cuidados Paliativos existentes no país, 178 forneceram informações sobre atendimento a pessoas com câncer. Desses, 81 (45,5%) têm 70% ou mais de pacientes oncológicos, sendo que 38 atendem via SUS (47%), 26 são focados em atendimento particular (32%) e 17 (21%) são mistos - público e privado. Por isso mesmo, são os especialistas da área oncológica que têm mostrado cada vez mais avanços nas técnicas e programas. 

“Em geral, as pessoas não querem falar sobre sua finitude. A doença, o envelhecimento e a morte não são acidentes de percurso, são características inerentes da nossa condição de seres humanos. Mas é muito importante frisar que os cuidados paliativos não são apenas para a fase final de vida, são essenciais desde o início, no processo e, principalmente, focam na qualidade de vida da pessoa, até o final. Essa área, inclusive, vem quebrando paradigmas da medicina e nos últimos anos cresce o número de publicações que demonstram que quando iniciados precocemente, além da melhoria da qualidade de vida e redução de depressão, o acompanhamento conjunto com o cuidado paliativo pode contribuir com o aumento também da sobrevida desses pacientes”, afirma Sarah. 

A médica esclarece que alguns outros pilares dessa abordagem se baseiam na importância de sempre respeitar a autonomia do indivíduo, seus valores e prioridades e também no papel essencial do trabalho em equipe transdisciplinar para alcançar a redução do sofrimento e dor, que beneficiam todos envolvidos. 

O investimento em amenizar a evolução de tumores tem efeito prático na Oncologia em geral, além dos cuidados paliativos. Novas drogas, tratamentos inovadores pautados pela análise de diagnósticos cada vez mais avançados e pesquisas científicas constantes contribuem amplamente para que um leque cada vez maior de tumores sejam combatidos com eficácia, fazendo com que um número expressivo de pacientes oncológicos vivam - e bem - com a doença. 

"Quando falamos em cuidado paliativo, o que de imediato vem à mente é a ideia de que o paciente está morrendo e, portanto, não há nada mais a ser feito, o que gera um preconceito na busca por esse tipo de tratamento. Mas isso não é real, precisamos desmistificar esse conceito: no cuidado paliativo há sempre muito a ser feito em prol do bem estar e da qualidade de vida, o objetivo é traçar as melhores estratégias para assegurar a ele a melhor linha de cuidado integral e individualizado para que ele viva e conviva com a doença com plenitude e dignidade", complementa Sarah.
 

E qual a importância dos cuidados paliativos na fase de terminalidade? 

Outro princípio importante dos Cuidados Paliativos é “Afirmar a vida e considerar a morte como um processo normal da vida.” O Cuidado Paliativo enxerga a possibilidade da morte como um evento natural e esperado na presença de doença ameaçadora da vida, colocando ênfase na vida que ainda pode ser vivida, assim outro principio: “Não acelerar nem adiar a morte”, o que enfatiza que Cuidado Paliativo nada tem a ver com eutanásia, como muitos se confundem. Preconiza-se a ortotanásia ou seja a morte natural, no tempo certo, com dignidade. 

“Infelizmente, muitos acabam por prolongar o processo do morrer sem qualquer qualidade de vida, com internações e procedimentos invasivos que aumentam o sofrimento do paciente e pessoas próximas. Mas não precisa ser assim, é possível, por meio da prática da medicina paliativa, oferecer a qualidade nesse processo de transição com apoio de uma equipe multidisciplinar formada por enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais e outros profissionais que atuam lado a lado com o médico responsável para que seja possível lidar da melhor maneira com a intercorrências e, acima de tudo, dar ao paciente a oportunidade de ser o protagonista da sua própria história”, explica a médica paliativista do Grupo Oncoclínicas. 

Por isso, os benefícios para o paciente e sua família são inúmeros, inclusive também nessa fase final, segundo Sarah. Justamente quando as perspectivas de cura são restritas que muito se pode continuar fazendo em termos de cuidado, criando um verdadeiro ambiente de acolhimento, onde o papel principal deixa de ser a doença e passa a ser o doente. O paciente pode participar do processo de condução ativamente, planejando desde questões burocráticas que envolvem o fim da vida até a despedida de familiares e a resolução de pendências. Para os familiares, é uma chance de encarar o momento, de poder se despedir e apoiar o seu parente, ajudando na condução dos processos. 

“Essa capacidade de trazer e transformar o significado para cada momento da vida até o último segundo, respeitando sempre o sagrado individual de cada um, para mim é muito forte e uma das coisas que mais me encanta nessa especialidade”, finaliza Sarah Ananda Gomes.
 

São considerados quatro pilares do cuidado paliativo:

  • Controle de sintomas: evitar desconfortos físicos, emocionais, espirituais e sociais estão entre os pontos centrais quando se trata de cuidados paliativos. Lidar com a dor em seus diferentes aspectos e prevenir desconfortos possíveis são prioridade. A chave está em assegurar o máximo de qualidade de vida.
  • Abordagem multidisciplinar: essa frente de atuação deve ser iniciada o mais precocemente possível, juntamente com outras medidas de prolongamento da vida, como o tratamento com quimioterapia, radioterapia ou outras terapias de controle do câncer. A integração de diferentes disciplinas contribui para o acompanhamento mais individualizado e humanizado do paciente. Isso leva em conta, além das questões clínicas de cada um, os aspectos psicológicos e espirituais na forma de cuidado ao paciente, incluindo todas as investigações necessárias para melhor compreender e controlar situações que impactam diretamente e indiretamente.
  • Comunicação: é preciso respeitar as escolhas de pacientes e família. O debate sobre as melhores alternativas de tratamento devem ser conversadas e compartilhadas, para que não seja implementada ou retirada nenhuma linha terapêutica sem que haja uma decisão conjunta com a equipe de saúde responsável. Além da comunicação com o paciente e seus cuidadores, a comunicação adequada entre as equipes é fundamental para um plano de cuidados alinhado e centrado no paciente.
  • Apoiar a família: os profissionais envolvidos na linha de cuidado colaboram para que as tomadas de decisões aconteçam da melhor maneira, ajudam a mediar conversas, prevenir o estresse do cuidador, e a lidar com o sofrimento durante a trajetória e também no período de luto.

 

Grupo Oncoclínicas
https://grupooncoclinicas.com/ 


Ômicron e Influenza podem agravar crises de pacientes com Asma Grave

Com o surto de gripe e a nova variante da Covid-19, pacientes com Asma Grave precisam ficar atentos aos sintomas e aos gatilhos de crise


O verão 2022 já começou e os noticiários nacional e mundial foram tomados por dois temas: a nova variante da Covid-19, a Ômicron, e a Influenza (Gripe). As duas doenças, que causam inflamações das vias respiratórias, podem desencadear crises para pacientes com Asma Grave ¹, o que tem gerado preocupação na sociedade médica. Recentemente, foi apresentado um estudo na Reunião Científica do American College of Allergy, Ashtma and Imunology (ACAAI) sobre os cinco principais gatilhos para ocorrência de crises de asma. As infecções virais apareceram em segundo lugar, com 70% dos apontamentos4. Por isso, neste momento, é importantíssimo que pessoas com Asma Grave sejam vacinadas e mantenham os cuidados de prevenção contra estas duas viroses.
 

Segundo o Dr. Ciro Kirchenchtejn, mestre em Pneumologia pela EPM-UNIFESP e membro do grupo docente da disciplina de Pneumologia e Medicina Preventiva da UNIFESP, os avanços da medicina permitem que pacientes consigam conviver com a Asma Grave hoje, embora não haja uma cura. “Estes são pacientes de qualquer idade que permanecem com sintomas ou exacerbações apesar do uso com técnica correta e dose adequada dos medicamentos inalatórios, boa aderência ao esquema terapêutico do esquema 4 (corticoides inalatórios, broncodilatadores de ação longa, antileucotrienos). Nestas condições, o especialista deve avaliar o que pode ser acrescentado ao tratamento de acordo com o que se chama fenótipo da asma”, explicou o médico.
 

Asma Grave

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 300 milhões de pessoas em todo o mundo vivam com Asma, sendo que de 5% a 10% desses pacientes têm Asma do tipo Grave³. Tão importante quanto o diagnóstico e adesão ao tratamento, é o paciente conhecer os gatilhos que favorecem o aparecimento de crises da doença. 

A Asma é considerada grave quando, apesar da utilização de altas doses de duas ou três medicações de controle associadas, ainda existem sintomas, crises e limitações no dia a dia, criando dificuldades para os pacientes. Durante a crise, a pessoa apresenta sintomas como respiração ofegante, falta de ar, aperto no peito e tosse noturna ou de manhã cedo. Frequentemente, podem ser evitados limitando-se a exposição aos gatilhos e respeitando o tratamento indicado pelo médico especialista. 

No total, ocorreram mais de 46 mil mortes relacionadas à doença globalmente. No Brasil, cerca de 20 milhões de pessoas convivem com diferentes formas desta doença respiratória, de origem inflamatória. A Asma é a terceira ou quarta causa de hospitalizações pelo SUS, conforme o grupo etário, tendo em média 350 mil internações anualmente³. Uma das principais medidas para o seu controle é o tratamento adequado de acordo com a gravidade da doença e a adesão do paciente ao tratamento. 

Hoje, com novos medicamentos, como o imunobiológico, as pessoas que sofrem com Asma Grave podem melhorar sua qualidade de vida ². Coisas simples como caminhar, praticar alguns tipos de exercícios e outras atividades, antes difíceis para esses pacientes, com o advento das novas terapias, já podem ser realizadas garantindo bem-estar.


Fevereiro Roxo: diagnóstico precoce melhora a qualidade de vida de pacientes autoimunes

Uma doença é considerada autoimune quando o sistema imunológico do paciente não reconhece as células “normais” do corpo, levando-o a atacar seus próprios tecidos. Apesar dessas enfermidades não terem cura, o diagnóstico precoce ajuda a definir tratamentos mais eficientes para reduzir os sintomas e promover bem-estar.  

Com o objetivo de aumentar a conscientização de Alzheimer, lúpus e fibromialgia durante o Fevereiro Roxo, o neurologista Gustavo Franklin, membro da Doctoralia, fala sobre as causas e os recursos terapêuticos de cada uma dessas doenças.

 

ALZHEIMER 

A doença de Alzheimer é o principal distúrbio neurodegenerativo e a principal causa de demência, com o comprometimento cognitivo associado ao impacto na qualidade de vida de forma progressiva. De acordo com dados divulgados em 2021 pelo Ministério da Saúde, cerca de 1,2 milhão de brasileiros sofrem com a doença e 100 mil novos casos são diagnosticados a cada ano. Em todo o mundo, o número chega a 50 milhões de pessoas. 

A doença é classificada em três tipos: leve, moderado e severo. Essas classificações variam de acordo com a dependência para as funções cotidianas do paciente afetado, como andar, fazer compras, higiene pessoal e o autocuidado. Nestes casos, o tratamento adequado pode ser tanto farmacêutico quanto fisioterapêutico. 

“No entanto, é preciso reiterar que melhorar os sintomas da doença não evita que ela avance e nem promova sua cura. De acordo com esses sinais, que normalmente são perda de memória, alteração do comportamento, do sono, distúrbios alimentares, dentre outros, torna o diagnóstico precoce de extrema importância, pois uma vez entendendo o que está acometendo, é possível direcionar para tratamentos que melhorem a qualidade de vida do paciente”, explica o especialista.

 

LÚPUS 

O lúpus é uma doença crônica que se desenvolve ao longo do tempo e faz com que o próprio corpo produza células que podem ser auto agredidas, afetando as articulações e órgãos, como pele, cérebro e até coração. 

“Assim como outras doenças autoimunes, existem vários tipos de lúpus que podem afetar vários órgãos diferentes. No entanto, o mais comum é aquele que começa pela pele. Por isso, o paciente pode sentir fadiga e cansaço, alterações de febre recorrentes, erupções cutâneas, vermelhidão que muitas vezes atinge o nariz e a bochecha - conhecido popularmente como borboleta -, artrite, dor de cabeça, linfonodos inchados e sensibilidade à luz solar. A avaliação dos sintomas é extremamente importante por ser o principal critério para diagnosticar a doença”, revela o Dr. Gustavo.

Os sintomas do lúpus podem ser mitigados por meio de drogas imunossupressoras, anti-inflamatórios e alguns hábitos saudáveis, como não tomar muito sol, ter uma dieta balanceada e uma rotina de exercícios.

 

FIBROMIALGIA 

O principal desafio para aqueles que são afetados pela fibromialgia é justamente chegar no diagnóstico certeiro da doença. “Há sempre uma saga do paciente em busca de vários médicos para diagnóstico, já que é muito difícil por causa da ausência de um exame específico para identificar a enfermidade”, esclarece o neurologista. Mas uma vez identificada, é possível tratar adequadamente de maneira mais direcionada e assertiva.  

O principal sintoma da fibromialgia é a dor crônica generalizada ou nos pontos de tensão, como articulações e músculos. Assim como outras doenças autoimunes e reumatológicas, não há cura definitiva para fibromialgia, mas existem tratamentos eficazes para o alívio das dores por meio de sessões de fisioterapia, medicamentos e acompanhamento psicológico.

 

 Doctoralia


Especialista do Hospital IGESP explica a doença de Crohn

A doença de Crohn é uma enfermidade inflamatória séria, que pode se manifestar em qualquer parte do tubo digestivo. Essa doença afeta predominantemente o intestino delgado (íleo) e o intestino grosso (cólons), mas também pode surgir em qualquer parte do trato gastrointestinal, explica Ricardo Guilherme Viebig, diretor técnico do núcleo de motilidade digestiva de neurogastroenterologia do hospital IGESP e presidente da SBMDN -- Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia. 

A doença de Crohn afeta predominantemente os jovens e a sua razão ainda não é conhecida, mas há indícios de que seja causada por problemas no sistema imunológico, que fazem com que o intestino tenha uma reação inflamatória excessiva diante de algumas substâncias ou bactérias.  

Alguns fatores podem estar relacionados com a doença de Crohn, como histórico familiar da enfermidade, ser de origem judaica ou ter parentescos com pessoas da Europa Ocidental. Além disso, o tabagismo e uso contínuo de anticoncepcionais também têm mais chances de desenvolver a doença.

 

Sintomas

Os sintomas podem ser intermitentes, ou seja, aparecer e desaparecer, até se tornarem permanentes. Os mais comuns são: diarréia, cólicas abdominais, febre, falta de apetite, perda de peso e presença de sangue nas fezes.

 

Diagnóstico 

O diagnóstico é feito pela suspeita clínica, de acordo com os sintomas persistentes e pelo exame físico. Exames de sangue trazem informações indiretas a respeito da doença de Crohn e podem qualificar determinadas complicações.  

“A colonoscopia com biópsia e avaliação do íleo terminal é o melhor recurso para o diagnóstico do Crohn. Exames de raio x, tomografia ou ressonância magnética também podem ser solicitados pelo médico para ajudar a entender a extensão e a gravidade da doença, assim como controlar seu tratamento”, explica.
 

Tratamento  

Apesar da cura não ser possível em muitos casos, essa doença possui tratamentos que ajudam a reduzir a inflamação e aliviar os sintomas. “Os medicamentos prescritos pelo médico ajudam a eliminar a diarreia e dores abdominais, amenizar a inflamação do intestino e a modificar o modo que o sistema imunológico funciona.”

Além dos medicamentos, alguns hábitos são determinantes para auxiliar no tratamento, como:

  • não fumar;
  • Manter o corpo hidratado;
  • ingerir suplementos de ferro, cálcio e vitamina D;
  • evitar o consumo de nozes, frutas e verduras cruas quando estiver em crise;
  • diminuir o consumo de laticínios.

Todos os medicamentos devem ser prescritos sob orientação do médico.

 

Hospital IGESP


Doença ocupacional

 Atendentes de call center podem ter a audição prejudicada por falta de orientação   

 

O setor de telemarketing emprega milhares de brasileiros. Mas ao mesmo tempo em que gera oportunidades de trabalho, principalmente para os mais jovens, também traz riscos à saúde auditiva. Estudos mostram que os atendentes de call center podem ter a audição prejudicada por falta de orientação ao exercer seu ofício, o que vem chamando a atenção de médicos otorrinos e fonoaudiólogos. 

Como doença ocupacional, a Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados (PAINPSE) pode atingir trabalhadores expostos por longo período de tempo a ruídos acima de 80 decibéis (medida do som). Uma carga horária de oito horas de trabalho, por exemplo, com exposição contínua a esse volume, pode danificar as células da orelha interna, gradativamente. 

O que mais preocupa é a rotina desses atendentes, que no ambiente de trabalho precisam usar fone de ouvido unilateral, com o volume variando de 60 a 90 decibéis. O fone unilateral pode causar danos irreversíveis à audição se não for usado corretamente. Estudos comprovam que muitos operadores desenvolvem perdas auditivas unilaterais progressivas, que depois podem vir a ser bilaterais. 

A fonoaudióloga Rafaella Cardoso, especialista em Audiologia na Telex Soluções Auditivas, dá orientações para se evitar danos à audição. 

"O operador de telemarketing precisa lembrar de sempre revezar o lado de colocação do fone, da orelha direita para a esquerda e vice-versa. Além disso, precisa dar pausas de pelo menos 10 minutos a cada hora de trabalho; e manter o volume do fone baixo, em torno de 60 decibéis, nível normal de uma conversa. Precisa também realizar exames audiométricos anualmente para checar seu nível de audição", aconselha. 

Sobre o uso correto do headset (tipo de fone utilizado na função), muitos atendentes revelam que não fazem a troca de orelha por hábito, por sentirem maior conforto com o fone em determinada orelha; ou ainda por terem a sensação de ouvir melhor de um lado do que de outro. O uso excessivo do fone em apenas uma orelha pode esgotar a energia mental. 

Além disso, a maioria dos funcionários de call center revelou que prefere aumentar o volume do fone para ouvir melhor o cliente do outro lado da linha telefônica, visto que normalmente o ambiente de trabalho é bastante ruidoso. Tais descuidos podem causar danos cada vez maiores à audição do atendente, comprometendo a qualidade de seu trabalho e seus anseios de melhoria profissional no futuro. 

"É importante que haja um controle rígido quanto às medidas preventivas em relação à saúde auditiva do operador de call center. Quando já existe perda de audição, a solução pode ser o uso de aparelho auditivo. Quanto mais rápida for descoberta a perda auditiva, melhor", alerta a fonoaudióloga. 

Depois da orientação de um otorrinolaringologiste e de um fonoaudiólogo, é indicado o tipo e modelo de aparelho que atende melhor às necessidades do paciente. Atualmente, há uma diversidade de próteses auditivas, pequenas e discretas. Os aparelhos da Telex, por exemplo, são adequados para diferentes graus de perda de audição, tem várias cores, modelos e tecnologia de ponta, que possibilita, inclusive, a conexão com celular, TV, notebook e outros eletrônicos, via bluetooth.

 

Consequências da Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados (PAINPSE):
 

  • Não existe tratamento clínico ou cirúrgico para recuperação das células ciliadas, responsáveis pela audição. Quando elas morrem, não podem ser regeneradas. A perda auditiva é irreversível;
  • Se tratada, a perda de audição não provoca incapacidade para o trabalho; mas se não for tratada, pode ocasionar dificuldades na realização de várias tarefas;
  • Em geral, a reabilitação é feita por meio de ações terapêuticas e do uso de aparelho auditivo.

Como ficam os testes tradicionais com a chegada do autoteste?

Especialista explica o que muda com essa solução e quais as outras opções de testes para identificação da Covid-19

 

Na semana passada, a Anvisa aprovou a liberação dos chamados autotestes para COVID-19. Apesar de a utilização de autotestes vir em um momento de alta demanda de buscar por testes para identificação do coronavírus, uma vez que, segundo as informações divulgadas pela Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias (ABRAFARMA), que apontou crescimento de 44% em um intervalo de duas semanas, ainda existem algumas dúvidas sobre como os dados gerados a partir desta ação serão reportados para controle epidemiológico e, além disso, preocupa o fato de a medida não ser atrelada a uma estratégia de testagem ampla da população. 

Neste momento, é importante lembrarmos que além da novidade do autoteste, já existem outras duas opções para detecção do vírus, que já são utilizadas desde do início da pandemia: o RT-PCR (sigla em inglês que quer dizer Transcrição Reversa seguida de reação em Cadeia da Polimerase) e o Teste de Antígeno, ambos são fortemente indicados para identificação.

Como funcionam cada um dos testes

·                    Autoteste

O autoteste para Covid-19 é um exame de antígeno realizado pela própria pessoa em sua casa por meio da coleta do material no nariz com cotonete ou por saliva. A rapidez do resultado pode ser explicada pelo mecanismo utilizado pelo teste para identificar ou não a presença do vírus nas amostras.

“A chegada do autoteste e essa é uma boa notícia no que tange seu estímulo a uma cultura de testagem espontânea mais frequente na população. Porém, seria muito importante que todo o portfólio de testes disponíveis fosse devidamente posicionado dentro de um plano de testagem ampla da população, preferencialmente coordenado com a vasta rede de laboratórios públicos e privados do país, e que leve em conta as características técnicas dos diferentes testes disponíveis para as pessoas sintomáticas e assintomáticas. Ainda é tempo de assumir o controle da pandemia no Brasil, com os vários exemplos bem sucedidos ao redor do mundo, sabemos que é possível”, comenta Eduardo Razza, Doutor em Biotecnologia e Farmacologia e Gerente de Desenvolvimento de Mercado da Thermo Fisher Scientific no Brasil.


·         RT-PCR

O RT-PCR consiste em um método laboratorial de diagnóstico molecular, ou seja, que detecta a presença do material genético do vírus. A amostra utilizada é obtida da mucosa das vias respiratórias. Ele é considerado o método padrão ouro, ou seja, o melhor e mais indicado para diagnóstico da COVID-19 e suas variantes, podendo detectar o vírus nos primeiros dias após o indivíduo o contrair, mesmo sem apresentar sintomas. Os testes RT-PCR apresentam sensibilidade maior que 95% e especificidade maior que 99%, sendo que o resultado pode sair em três horas, a partir do início da análise da amostra.

Este tipo de teste é ideal quando:

ü  São necessários resultados precisos e com alta confiabilidade.

ü  Para a testagem diagnóstica e de vigilância da população.

ü  Em casos de pessoas assintomáticas.

ü  Caso o paciente apresente sintomas e um resultado negativo do Ag-RDT. Nesta situação, recomenda-se que se faça um teste de RT-PCR para confirmar.

 

·                    Teste de antígeno  ou Ag-RDT

Os testes de antígeno ou Ag-RDTs detectam a presença do antígeno viral e deve ser utilizado na fase inicial ou ativa da doença. Isto é, deve ser feito no momento que aparecem os primeiros sintomas, preferencialmente entre o 3º e o 6º dia após a exposição ao vírus.

Este tipo de teste é considerado útil quando:

ü  São necessários conveniência e velocidade para determinar rapidamente se uma pessoa pode estar com o vírus.

ü  Para os contextos de testagem no local de atendimento e triagem de grupos de alto risco, sendo não recomendado para populações assintomáticas.

ü  Ideal para alcançar regiões mais distantes, de difícil acesso a uma rede de laboratórios.

 

A Thermo Fisher Scientific desenvolveu o kit multiplex de PCR em tempo real TaqPath COVID-19 RT-PCR CE-IVD descrito nos principais protocolos mundiais para detecção da COVID-19 e que também possui registro na Anvisa. Além dos testes TaqPath COVID-19 originais, a Thermo Fisher desenvolveu os testes TaqPath COVID-19 2.0 com um design de ensaio avançado para compensar as mutações emergentes. Os ensaios TaqPath COVID-19 2.0 detectam a presença de SARS-CoV-2 utilizando oito genes alvos nas regiões orf1a/b e N do vírus. Como solução complementar, a Thermo Fisher também lançou seu Painel de Mutações TaqMan SARS-CoV-2, capaz de identificar todas as variantes de preocupação reportadas até o momento pela OMS.

Antes da pandemia, a empresa produzia 100 mil kits de testes, por semana, e agora tem capacidade para fazer 15 milhões no mesmo período. Para o Brasil, a Thermo Fisher tem disponível 3 milhões de testes, semanalmente, podendo aumentar a capacidade, dependendo da demanda dos laboratórios e órgãos de saúde.

 


Thermo Fisher Scientific

www.thermofisher.com

 

É possível melhorar a resposta imunológica da vacina contra a Covid-19?

Especialistas afirmam que sim, se manter ativo pode ajudar tanto a não infecção quanto para a recuperação da doença. Um novo lockdown poderia trazer consequências sérias à saúde da população

 

Apesar da vacinação avançada no Brasil, os casos ultrapassam taxas históricas. Segundo os dados divulgados por meio do consórcio de imprensa no último domingo (30), 149,6 milhões de brasileiros estão totalmente imunizados contra a covid-19, e no mesmo dia o Ministério da Saúde também divulgou que há 134.175 novos casos de covid-19 diagnosticados no país. À medida que as taxas de transmissão aumentam, a população segue em busca de formas para melhorar a saúde e manter a imunidade alta, complementando a vacinação. 

A atividade física, por exemplo, é uma das ações que precisam ser tomadas e incentivadas para se ter uma vida mais saudável, pois previne doenças e ajuda no tratamento de outras, seja ela Covid-19 ou influenza. Recentemente, a Universidade de São Paulo (USP) realizou um levantamento com 1.095 voluntários que tomaram o imunizante Coronavac, e entre eles, 898 tinham doenças autoimunes, dos quais 494 foram classificados como ativos fisicamente e 404 sedentários. 

Além disso, no restante dos voluntários, 197 não eram imunossuprimidos. Desse percentual, 128 participantes foram considerados ativos e 69 inativos. A pesquisa mostrou que nos participantes ativos houve maior produção de anticorpos (IgG total), os mecanismos de defesa contra a covid-19. A pesquisa também apontou que a quantidade de anticorpos neutralizantes (NAb), que impedem o contato do vírus com as células humanas, aumentou.  

Em outra pesquisa publicada, desta vez pelo Doutor em Ciências da Saúde, Paulo Gentil, comprova a relação positiva entre exercício físico e a resposta imunológica da pessoa. Ele explica que fez uma revisão de literatura e metanálise concluindo que as evidências mostram pessoas fisicamente ativas desenvolvem mais anticorpos. 

“As conclusões que a gente tirou desse estudo foram que o exercício pode ser muito bom, e dependendo da forma como ele for realizado, pode ser um remédio ou um veneno pro sistema imune. Ou seja, os exercícios de duração mais longa podem deprimir a imunidade, já os exercícios de duração mais curta costumam estimular a imunidade. Por isso é extremamente importante que o exercício seja prescrito e acompanhado por alguém que entende desse tema”, explica o Doutor em Ciências da Saúde. 

O infectologista Victor Bertollo, aponta que apesar dos poucos estudos associando os imunizantes contra a covid e atividade física, há evidências dessa relação com outras vacinas. “Pessoas que praticam regularmente atividade física tendem a ter uma melhor resposta à vacinação, tanto a resposta celular quanto a produção de anticorpos. E isso potencialmente estaria associado a uma maior eficácia e efetividade das diferentes vacinas”, acrescenta o médico do Hospital Anchieta de Brasília.

 

Atividade física pós infecção por covid-19

Fraqueza, cansaço, falta de ar e dores articulares, são algumas das diversas sequelas que o coronavírus pode deixar no corpo da pessoa recuperada da doença. Thais Yeleni, presidente do Sindicato das Academias do Distrito Federal (Sindac-DF) explica a importância da atividade física para o paciente pós-covid, “ a pessoa que se mantém ativa, com uma boa alimentação, atividade física regular de média a baixa intensidade, e um bom sono, tende a diminuir em até 60% os efeitos do pós-covid”, acrescenta. 

“Fizemos estudos em relação ao nosso segmento, nos tornamos mais seguros do que vários outros ambientes, tais como mercados, farmácias, shopping, lojas, restaurantes, bares, inclusive até o próprio hospital”, explica a presidente do Sindac-DF. Ela continua: “temos um estudo que mostra que os protocolos aplicados tornaram o ambiente extremamente seguro. Então nossos protocolos inclusive foram validados, melhorados por infectologistas da USP, baseados em protocolos de outros países que tiveram muito sucesso na retomada das atividades”, conclui.

 

Lockdown e saúde física: como melhorar essa relação 

Um estudo sobre os efeitos psicológicos e físicos causados pelo lockdown, publicado em janeiro de 2022 pelos pesquisadores Jonas Herby, Lars Jonung e Steve H. Hanke, explica que apesar dos dados apresentarem números reduzidos de contágio por covid-19 durante a interrupção de serviços, essa ação pode causar sérias mudanças no comportamento das pessoas. É extremamente difícil diferenciar os efeitos da conscientização e do que os autores chamam de NPI (non-pharmaceutical intervention). 

A pesquisa defende que há outras maneiras mais saudáveis de impedir que o vírus se prolifere, como o distanciamento social voluntário, uso de desinfetantes para as mãos e uso de máscaras, apesar de ser uma área com poucos estudos mostrando sua validez em comparação aos estudos de lockdown. Outro ponto relevante para a análise do lockdown é a inatividade, ou seja, as pessoas se movimentam menos, trabalham sentadas e não veem que isso pode trazer sérios riscos à imunidade e à saúde mental. 

Para melhorar este aspecto, não importa se a atividade física é feita em casa ou na academia, antes ou após a vacinação, ela simplesmente precisa ser praticada, como explica o doutor em Ciências da Saúde, Paulo Gentil. “Por exemplo, quando a gente observa a função imune e o risco de adoecimento de pessoas fragilizadas, como idosos e pessoas com doenças crônicas, percebemos que pessoas com alta aptidão física adoecem menos e têm melhor imunidade. Por outro lado, se a pessoa tiver uma baixa aptidão física e levar uma vida sedentária e começar a fazer atividade, a imunidade dela melhora e o risco de adoecimento cai rapidamente. Então o ideal é que se esteja fisicamente ativo, independente do momento”, conclui.


Você já ouviu falar no Implante de Próteses Auditivas Ancoradas no Osso?

Cirurgia, realizada em 30 minutos, devolve sons ambientes e de fala a deficientes auditivos 

 

A surdez pode ser definida como a dificuldade ou impossibilidade de captar, conduzir ou perceber os estímulos sonoros do ambiente. Com diferentes tipos e graus, pode trazer diversos danos à qualidade de vida das pessoas, impactando a comunicação e relações interpessoais. 

Hoje em dia, no entanto, graças aos avanços científicos e tecnológicos, existe uma série de tratamentos e procedimentos que auxiliam na redução destas dificuldades, possibilitando que deficientes auditivos tenham mais autonomia na comunicação. Uma dessas opções é o Implante de Próteses Auditivas Ancoradas no Osso, uma cirurgia realizada em poucos minutos e capaz de devolver o acesso aos sons ambientes e de fala.

A fonoaudióloga Sabrina Figueiredo, do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia, explica que a prótese, de titânio, é fixada cirurgicamente no osso temporal -- atrás da orelha. “É um procedimento que tem ajudado milhares de adultos e crianças em todo o mundo a se comunicarem melhor. Esse dispositivo faz a tradução do som acústico para estímulos mecânicos, e, por meio destas vibrações, o sinal é conduzido pela via óssea até o órgão auditivo interno - a cóclea”, ressalta.
 

Segundo a especialista, o implante é indicado quando o uso de soluções convencionais, como aparelhos auditivos de amplificação sonora individual, não é possível. A rejeição pode a estes aparelhos pode acontecer por diversos motivos, dentre eles alteração anatômica, otite média crônica e surdez unilateral, entre outros.

 

Vantagens 

Sabrina explica que o uso do dispositivo pode ser iniciado na primeira infância, logo que a perda auditiva (tipo condutiva ou mista) é diagnosticada. Nestes casos, ao invés do procedimento cirúrgico, o uso é feito através de um aparelho -- processador externo --, que é posicionado na criança por meio de uma faixa elástica que segura o dispositivo. 

“Ele capta os sons do ambiente e transmite para o ouvido por vibração. Dessa forma, o bebê pode ter acesso aos sons e desenvolver a fala e linguagem oral.” 

A cirurgia, por sua vez, é indicada quando a calota craniana -- parte de cima do osso do crânio -- chega à espessura segura para o procedimento cirúrgico, o que costuma acontecer quando a criança já tem cerca de 5 anos. 

Uma das grandes vantagens é a possibilidade do teste antes da cirurgia, para que o paciente conheça o benefício do dispositivo. “Ele tem a possibilidade de experimentar e simular o real ganho auditivo antes da cirurgia”, explica a fono.

 

Procedimento 

A cirurgia é realizada por meio de uma pequena incisão de aproximadamente 4 cm atrás e acima da orelha, na região do couro cabeludo. A duração média do procedimento é de aproximadamente 30 minutos e os pontos ficam escondidos pelo cabelo, podendo ser retirados em 10 dias.

Após o implante, o processador pode ser ativado em cerca de seis semanas, para pacientes adultos, e em torno de três meses, em casos de crianças. “O período é necessário para ocorrer a adequada fixação do implante de titânio no osso, chamada de osseointegração." 

Sabrina destaca que, hoje em dia, os dispositivos auditivos implantáveis dispõem de tecnologia avançada, possibilitando ajustes, conectividade e transmissão direta dos sons por Bluetooth, similares aos fones de ouvido. 

“O resultado pode ser simulado pelo teste pré-operatório. No Hospital Paulista, são realizadas avaliações para este tipo de dispositivo e demais soluções auditivas para todos os tipos e graus de perdas que impactem negativamente na comunicação e qualidade de vida das pessoas”, finaliza a especialista.


Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


Nutrição além da estética: como os hábitos alimentares auxiliam na prevenção de doenças

 Saiba a importância de manter um estilo de vida saudável e a ingestão de alimentos necessários para o bom funcionamento do corpo, garantindo saúde e longevidade além do emagrecimento


​​É muito comum que as pessoas procurem nutricionistas e nutrólogos pensando em emagrecer e levando em consideração apenas os benefícios de uma aparência mais magra e esteticamente mais bem aceita para si. Porém, muito é discutido sobre a importância de uma alimentação equilibrada que leve em conta a saúde e o bem-estar para um estilo de vida saudável, que contemple hábitos alimentares que se manterão ao longo da vida e contribuam para a prevenção de doenças, e, consequentemente, uma maior longevidade. 

Dietas "malucas" ou restrições alimentares sem a indicação e auxílio de profissionais especializados podem até trazer algum resultado no quesito 'emagrecimento' a curto prazo, mas podem ser perigosas e prejudiciais à saúde em diversos fatores. Uma pessoa que se alimenta mal pode ter prejuízos relacionados à disposição, qualidade do sono, falta de energia para tarefas simples, aumento do colesterol, insônia, obesidade. Além disso, prejudicam o sistema imunológico e contribuem para o envelhecimento das células. Tudo isso devido ao déficit de nutrientes que são necessários para o bom funcionamento do organismo, dentre outros fatores. 

A especialista em Nutrição da Amparo Saúde, Amanda Giovannetti, afirma que hábitos como tomar água e manter-se hidratado, evitar o consumo de produtos ultraprocessados, consumir uma boa quantidade de legumes, verduras e frutas e equilibrar o consumo de fontes de carboidratos, proteínas e gorduras, fazem toda a diferença para uma rotina saudável, que, se associada à prática de exercícios físicos, torna os resultados ainda melhores. Cuidados com a quantidade de sal, óleo e açúcar usados no preparo dos alimentos também fazem muita diferença. 

"O nosso organismo precisa dos benefícios encontrados nos alimentos. As pessoas focam apenas em emagrecer e deixam de lado a saúde, que deveria ser o principal motivo. Fazer dietas extremamente restritivas ou sem o acompanhamento de profissionais capacitados pode promover uma série de prejuízos ao estado nutricional, além de uma relação negativa com a comida. E a longo prazo pode até gerar ganho de peso ao invés da perda ou manutenção de um peso saudável", afirma a especialista. 

Outro ponto que a nutricionista Amanda Giovannetti destaca é que todos esses nutrientes e outros benefícios dos alimentos que precisamos estão presentes, na maiorias dos casos, nos alimentos que podem ser consumidos no dia a dia, não havendo a necessidade do consumo de suplementos e vitaminas, por exemplo - salvo a exceção dos casos que de fato sejam recomendados pelos médicos e demais especialistas: "Tudo o que o nosso corpo precisa para se manter saudável e com energia pode estar presente nos alimentos básicos. Mas, talvez, você precise de orientação para entender quais grupos de alimentos e em qual proporção deve incluir para compor uma refeição equilibrada - e fazer as substituições de acordo com a sua realidade e preferências", explica. 

Outro mito que as pessoas costumam acreditar é que se alimentar bem é caro, mas isso pode ser desmistificado entendendo os benefícios básicos dos alimentos para o funcionamento do corpo como um todo. E vale o alerta: “Alguns alimentos mais caros e específicos podem, sim, ter propriedades nutricionais interessantes, mas isso não os torna indispensáveis ou mais importantes que os alimentos do dia a dia que compõem a base da nossa alimentação”. 

Por isso, ter um estilo de vida saudável, uma alimentação balanceada e equilibrada, implica em levar a saúde como foco - sendo, a estética, uma consequência disso. 

Indo ainda ao encontro de um estilo de vida saudável e se beneficiando da medicina preventiva, a especialista também recomenda um acompanhamento de médicos e especialistas que realizam o cuidado coordenado, como é o caso dos Médicos de Família, que acompanham todo o histórico clínico do paciente e conseguem resolver quase 90% dos casos - sendo eles também os responsáveis por direcionar o paciente para o especialista indicado.



Amparo Saúde


Quase dois anos de pandemia. O que aprendemos e como vai ser o futuro convivendo com a COVID-19?



Por toda minha vida profissional, por curiosidade, me perguntei como seria viver um fato histórico disruptivo. Eis que em março de 2020, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a COVID-19 como uma pandemia, a população mundial ainda não tinha ideia do que poderia acontecer nos próximos meses. Muitos nem acreditavam na possibilidade dela durar muito tempo. Agora, após quase dois anos desde a confirmação do primeiro caso no país, a sociedade vem se recuperando aos poucos de uma das piores crises sanitárias que levou mais de 620 mil brasileiros. Esta Pandemia trouxe um período terrível na história da humanidade, precipitando mudanças de comportamento social e alterações de mercado.

Não bastassem os impactos na saúde, os efeitos negativos se estendem à economia. Um dos reflexos foi o aumento do desemprego. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem atualmente 13,5 milhões de desempregados, com uma taxa de 12,6%. A pandemia atingiu aspectos socioeconômicos globais, com graves recessões, prejudicando o acesso à alimentação básica, saúde e educação, mas principalmente em países em que a desigualdade social já é elevada, como no Brasil.

Em nenhuma das crises sanitárias mundiais do século 21 o número de mortes foi tão grande ou exigiu do Estado a injeção de recursos financeiros em escala tão elevada. Desta forma, a pandemia do coronavírus ensinou a necessidade de construir uma agenda de saúde pública com uma perspectiva integral e integrada, que reconheça a interdependência que existe entre as dimensões sanitária, social, econômica e ambiental.

Se o controle da pandemia tivesse sido mais rígido no Brasil desde o início com o isolamento social e criação de auxílio para as famílias mais pobres, não teríamos lotação de UTIs, falta de insumos básicos e atendimento insuficiente que levaram a colapsos nos sistemas de saúde, como o que foi presenciado em Manaus no início do ano com a falta de oxigênio em hospitais. Felizmente, mas sem esquecer dos que se foram, o cenário foi mudando com o avanço da vacinação e os sistemas de saúde conseguiram desafogar.

Mas agora existe outra preocupação em relação ao setor de saúde que foi trazida pela pandemia. A brecha que se abriu com a falta de acompanhamento médico de outras doenças devido à necessidade de isolamento social e lotação de hospitais dedicados quase 100% à COVID-19 já demonstra algumas consequências negativas. No Brasil, a população deixou de realizar tratamentos médicos, incluindo quimioterapia e radioterapia, e cirurgias. De acordo com um estudo da Universidade de São Paulo (USP) coordenado pelo professor Nivaldo Alonso, cerca de 1 milhão de procedimentos cirúrgicos foram desmarcados ou adiados. Com a menor atenção e procura para o diagnóstico e tratamento de outras enfermidades recorrentes, as chances de cura podem ser menores.

Este certamente está sendo um desafio para o setor médico público e privado. Uma alternativa é acelerar a adoção da digitalização dos sistemas de saúde que estimulem a procura por teleconsultas, ou até mesmo questionários online, nos quais os pacientes poderão relatar informações e sintomas que possibilitem a identificação de suspeitas de doenças. Os cidadãos também devem ser estimulados a procurarem os sistemas de saúde de forma presencial para consultas e exames de rotina utilizando-se dos protocolos padrões de segurança contra COVID-19, por meio de campanhas públicas de saúde.

Com tantos efeitos negativos trazidos pela pandemia, o questionamento que fica é o que conseguimos aprender com ela. Talvez a primeira das lições foi valorizar a ciência e as instituições de pesquisa e a saúde pública. A segunda, e não menos importante, foi valorizar as relações humanas, o afeto e o cuidado com o próximo. Também aprendemos a melhorar nossos hábitos de higiene e nos adaptamos a um novo formato de vida, onde a maior parte das nossas atividades foram feitas à distância.

Ainda nos perguntamos quando a pandemia vai acabar ou se isso pode acontecer um dia, mas as respostas divergem mesmo entre a comunidade científica, pois não existe definição para o fim de uma pandemia. Encontrar maneiras de desacelerar a propagação de uma doença e controlar os seus efeitos é o caminho mais seguro. Nesse cenário, as vacinas e a tecnologia se provaram essenciais e fazem a diferença. As vacinas contra a COVID-19 disponíveis são seguras e eficazes. Portanto, a vacinação em massa é a única forma de acabar com a pandemia mais rápido e com menor mortalidade. Assim sendo, é de extrema importância garantir o seu acesso no mundo todo.

Muito provavelmente nossa sociedade conviverá com este novo vírus por anos, como ocorre com os vírus da gripe, e deveremos manter sempre a atenção para isso, já que nosso sistema imune tem contato com o SARS-CoV-2 há pouco tempo, e isso ainda poderá gerar complicações futuras. As doses de reforço da vacina deverão ser consideradas e a periodicidade de aplicação será discutida, além disso, os hábitos de higiene precisarão ser mantidos pela população.

Para evitar novas pandemias, a estratégia mais efetiva é a vigilância, ou seja, monitorar animais e as viroses já existentes. Existem locais propícios para o aparecimento de microrganismos que conseguem passar de animais para seres humanos, como lugares que não possuem saneamento básico e acesso à educação sanitária e que praticam o abate e comércio de animais sem os devidos cuidados com a higiene. Esses locais devem ser pontos de atenção para medidas preventivas. Além disso, é necessário a classificação de vacinas como bens públicos; instituir mecanismos de financiamento voltados às essas situações e implementar um sistema de vigilância com o poder de informar a população a respeito de novas doenças.




Euclides Matheucci Jr. - co-fundador e diretor científico da empresa de biotecnologia DNA Consult, além de professor e orientador no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia na Universidade Federal de São Carlos. Euclides também é criador do teste #SalvaVidasCovid que contribui com a testagem que utiliza a autocoleta por meio da saliva.



Brasil pode ter crescimento de 6,5% em valor no consumo dentro do lar em 2022

Novo relatório global da Kantar indica a volta dos padrões de compra do pré-pandemia em todo o mundo, com e-commerce experimentando desaceleração 

 

Em 2020 o consumo global da cesta de bens de consumo massivo (FMCG) apresentou um crescimento quatro vezes maior do que em 2019, chegando a 10%, o equivalente a US$220 bilhões. Esse aumento foi impulsionado pelo consumo dentro do lar, num momento de isolamento social na pandemia de COVID-19, e a América Latina foi a região que mais sentiu o impacto. 

Novo relatório global Omnichannel da Kantar, líder em dados, insights e consultoria, que acaba de ser lançado, revela que o mundo já está voltando às tendências de comportamento de compra de bens de consumo massivo do período pré-pandemia, registrando ritmo mais lento no desempenho das vendas de alimentos para consumo domiciliar, com crescimento de apenas 0,8% até setembro de 2021. 

Apesar dessa desaceleração, as vendas permaneceram 8,4% maiores do que antes da COVID-19 e os canais de compra que performaram positivamente de janeiro a setembro do ano passado, em comparação ao mesmo período de 2019 foram comércio eletrônico e atacarejo. 

Ao contrário dos países europeus, Brasil e México tiveram crescimento positivo em valor no consumo dentro lar, com variações de 9% e 10% respectivamente do 1o ao 3º trimestre de 2021 em comparação ao ano anterior, o que pode ser explicado pela inflação dos preços dos alimentos e bebidas. Espanha e Reino Unido, por exemplo, tiveram desempenhos negativos de 7% e 5% no mesmo prazo.   

As cestas mais beneficiadas globalmente dentro de casa ano passado foram as de bebidas, lácteos e higiene e beleza, em decorrência do retorno à vida social com o avanço da vacinação no mundo. Alimentos tiveram declínio no In Home, porém, apresentaram incremento fora do lar.  

Com relação ao desempenho de canais de venda, o comércio eletrônico ainda cresceu ano passado, mesmo com a volta das pessoas às ruas, mas em ritmo mais lento, representando 13,4% das vendas globalmente entre janeiro e setembro de 2021, enquanto os hipermercados e supermercados perderam participação em cerca 1% em comparação com 2020. 

Em todos os países as vendas de bens de consumo massivo via e-commerce desaceleraram no último ano com o avanço da imunização, exceto na China, que, surpreendentemente, viu um salto de 22,5% de share de mercado no 1° trimestre de 2021 para 28,6% no 3° trimestre. Em termos de penetração do comércio online, o destaque foi o Brasil, que passou de 4% em 2019 para 13% em 2021, devido à conquista de clientes fiéis a esse canal, atingindo a marca de 13% de compradores online dizendo ter usado o e-commerce para adquirir alimentos e bebidas ao menos 6 vezes durante 2021 e 19% deles afirmando ter comprado por esse canal de 3 a 5 vezes no mesmo ano, contra 12% em 2019. 

Com base nos dados coletados até o 3o trimestre de 2021, num momento em que taxas de contágio estavam baixas, a Kantar previa um crescimento de 6,5% em valor no consumo dentro do lar em 2022 no Brasil, atrás apenas da Indonésia (7,6%). Países europeus e China manteriam estabilidade, com menos 1%. A confirmação do desempenho do setor, no entanto, vai depender da evolução das taxas de transmissão de COVID-19 ao longo do ano. 

O estudo mostra que o comportamento de consumo voltou ao normal mais rápido do que o esperado, com o consumo fora de casa mostrando sinais de recuperação, o canal e-commerce já experimentando uma desaceleração na maioria dos países pesquisados, e o mercado de bens de consumo massivo se mantendo estável em 2022 num cenário de taxas de contágio controladas . Isso significa que as empresas devem começar a repensar suas estratégias de vendas para este ano e devem ter a capacidade de redirecioná-las rapidamente de acordo com a evolução da pandemia. 

O relatório Omnichannel da Kantar contemplou sete países: Reino Unido, França, Espanha, China, Indonésia, Brasil e México, representando 29% da população mundial e trazendo dados sobre consumo atualizados até setembro de 2021. 

 

Kantar

www.kantar.com/brazil

 

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