- Pesquisa
inédita, que será apresentada na Conferência dos Oceanos das Nações
Unidas, mostra que 33% do plástico consumido pode chegar ao mar;
- Arena
Oceano, evento proprietário do Pacto Global, vai mostrar todos os detalhes
do estudo em Lisboa;
- Rio
de Janeiro será primeira cidade a receber assistência do projeto Blue
Keepers
Um estudo inédito, encomendado pelo Blue Keepers,
projeto ligado à Plataforma de Ação pela Água e Oceano do Pacto Global da ONU
no Brasil, aponta que cada brasileiro pode ser responsável por poluir os mares
com 16kg de plásticos por ano. São 3,44 milhões de toneladas desse material
propensas ao escape para o ambiente no país, ou 1/3 do plástico produzido em todo
o Brasil corre o risco de chegar ao oceano todos os anos.
A pesquisa inédita, feita entre julho de 2021 e
abril de 2022, faz parte dos dois primeiros relatórios produzidos pelo
Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, e será apresentada em
primeira mão na Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que contará com a
presença de chefes de estado, organizações e setor privado para discutirem
todos os assuntos ligados ao oceano -- econômicos, sociais e ambientais.
“Estamos na Década dos Oceanos e o Brasil tem e
deve ter cada vez mais protagonismo no tema. As empresas são parte do problema
e devem ser parte da solução. Temos um longo caminho a seguir, mas o
diagnóstico trazido pelo estudo conduzido pelo Blue Keepers e o Instituto
Oceanográfico da USP mostra o que precisamos fazer imediatamente, que é criar
soluções não somente em áreas costeiras do Brasil. E para já”, diz Carlo
Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil. “O Blue Keepers instrumentaliza,
com base em ciência, as ações e as estratégias de prevenção do lixo no mar no
Brasil. Entramos num novo estágio dessa discussão, que nos possibilita atuar de
forma mais estratégica. Contamos com as empresas nesse trabalho, elas são
fundamentais”.
O Pacto Global da ONU no Brasil também vai mostrar
o Blue Keepers no Arena Oceano, evento proprietário que será realizado no
Eurostar Universal Lisboa nesta quarta-feira, dia 29 de junho, e conta com o
apoio da Azul Linhas Aéreas e da Corona, marca da Ambev. Sylvia Earle, bióloga
marinha que é um dos maiores nomes mundiais no tema, será a Key Note Speaker da
programação que inclui outros painéis temáticos.
“Estamos vivendo um momento crucial para colocar em
prática planos de ação que garantam o desenvolvimento sustentável do nosso
planeta. Planejar e executar soluções a curto, médio e longo prazos pela
preservação e conservação dos nossos mares e oceanos é urgente e prioritário. A
nossa marca Corona lidera ações de conscientização e, como aliados do
movimento, vamos zerar a poluição plástica das nossas embalagens em três anos.
Somando esforços, vamos recuperar e proteger o futuro do qual não podemos abrir
mão”, afirma Rodrigo Figueiredo, Vice-Presidente de Sustentabilidade e
Suprimentos da Ambev.
Para a Azul Linhas Aéreas, é motivo de orgulho participar
do Pacto Global da ONU. Tendo em vista que desejam um horizonte azul para o
planeta, estão muito conectados com as práticas de ESG. A companhia tem os
programas RecicAzul e Eu Reciclo, que neutraliza e compensa os resíduos que são
gerados durante o serviço de bordo, reduzindo o lixo que eventualmente pode
parar nos oceanos.
Estudo Blue Keepers mostra que plástico no mar também vem de municípios
do interior
O estudo Blue Keepers, que tem patrocínio da
Braskem e da Ocean Pact, além de apoio técnico da USP, observou também que
existe um alto risco desse estoque plástico chegar até o oceano por meio de
rios. Esse nível de risco varia ao longo do território brasileiro, mas áreas
como a Baía de Guanabara (RJ), rios Amazonas (Amazonas e Pará), São Francisco
(entre Sergipe e Alagoas) e foz do Tocantins (Pará), e na Lagoa dos Patos
(Porto Alegre), são especialmente preocupantes. Além disso, diversos
municípios, mesmo no interior, têm alto risco de contribuir para o lixo
plástico encontrado no oceano e, por isso, é necessário agir localmente nessa
questão.
A metodologia desenvolvida é inédita e traz avanços
sobre modelos globais usados em estudos anteriores. O Blue Keepers utilizou
parâmetros socioeconômicos e geográficos que não haviam sido representados anteriormente,
como a reciclagem informal e a presença de barragens no país. Portanto, a
própria metodologia em si é um resultado importante para que outros países
busquem diagnosticar suas poluições por plástico.
Realizado o diagnóstico Brasil, o projeto inicia
ações locais começando no segundo semestre de 2022, priorizando 10 municípios.
O Rio de Janeiro será a primeira cidade a ser assistida pelo Blue Keepers, que
identifica de onde vêm os resíduos para criar soluções para prevenir o
problema. O projeto atua como uma ferramenta de planejamento e execução de
ações diagnósticas e soluções por meio de parcerias entre os setores público e
privado, em alinhamento com o Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar (PNCLM)
e a recém-lançada Resolução da ONU Meio Ambiente pelo Fim da Poluição por
Plásticos. As outras cidades prioritárias são Manaus (AM), Belém (PA), São Luís
(MA), Fortaleza (CE), Natal (RN), João Pessoa (PB), Recife (PE), Maceió (AL),
Aracaju (SE), Salvador (BA), Vitória (ES), São Paulo (SP), Baixada Santista
(SP) e Porto Alegre (RS).
O Blue Keepers é uma iniciativa nacional que busca
a efetiva mobilização de recursos e inovação tecnológica no combate à poluição
do plástico em bacias hidrográficas e oceanos, com o envolvimento de empresas
de todos os setores, diferentes níveis de governo e da sociedade civil na
preservação do ecossistema. A iniciativa faz parte da Década dos Oceanos,
criada pela ONU em 2020, que visa a conservação e uso sustentável dos oceanos,
mares e recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável. Hoje, estima-se
que 150 milhões de toneladas de plástico circulem no mar.