A chegada do verão no mês de dezembro é o momento de relembrar uma doença que merece atenção o ano todo. No Brasil, 185 mil pessoas são diagnosticadas com esse tipo de câncer todos os anos, segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), correspondendo a 30% dos tumores malignos diagnosticados no país. Ainda segundo a OMS, até 2030 vão existir cerca de 27 milhões de novos casos de câncer de pele, 17 milhões de mortes pela doença e 75 milhões de pessoas vivendo com a doença em todo o mundo. Apesar da gravidade, o câncer de pele pode ser diagnosticado e prevenido facilmente.
Quais são os tipos e principais sintomas do câncer de pele?
Existem três tipos: carcinoma basocelular (CBC), que é o mais comum; carcinoma espinocelular (CEC); e melanoma, o mais letal. No caso do CBC, o câncer costuma se manifestar através de manchas róseo-avermelhadas, com aspecto brilhante. Essa tumoração pode ainda apresentar ulcerações ou crostas e sangrar quando o paciente tenta mexer na lesão.
Já no CEC, os casos mais frequentes envolvem uma mancha rosa que descama ou tem um aspecto verrucoso (como uma verruga). Pode também ocorrer sangramentos na lesão, que nunca cicatriza.
O
melanoma é um caso mais raro e mais perigoso, pois se espalha com mais
facilidade para outros órgãos. Esse tipo de câncer costuma se manifestar como
uma nova pinta escura (preta e/ou marrom) e ter um contorno irregular.
Protetor solar
Apesar
das recomendações mais que exaustivas de dermatologistas e outros profissionais
da saúde, o protetor solar vem sendo alvo de discussões nas redes sociais.
Um
dos motivos é o recente estudo do FDA (Food and Drugs Administration), agência
federal dos Estados Unidos com papel semelhante ao da ANVISA no Brasil, que
mostra que a nossa pele absorve substâncias químicas do protetor solar e indo
parar na corrente sanguínea. Algumas dessas substâncias, sendo vinculadas a
interruptores hormonais, foram encontradas no
sangue com índices muitos maiores do que os recomendados pelo próprio FDA. Mas,
isso não significa que devemos parar de fazer o uso do protetor solar. Em
estudo mais recente, a própria agência concluiu que a absorção não é igual a um
risco e continua recomendando o uso do protetor por todos.
A geração Z é um dos principais debatedores nas discussões do
produto, em especial no Tik Tok. Em recente pesquisa com jovens entre 18 e 25
anos, a American Academy of Dermatology mostra que 27% dos entrevistados
acreditam erroneamente que se bronzear diminuía o risco de ter câncer de pele,
49% não sabiam que era possível ter queimaduras na pele em dias nublados, e 38%
disseram que tomar sol era seguro contanto que não houvessem queimaduras. Na rede
é fácil ver vídeos de jovens contra o uso do protetor solar, mas é importante
pontuar que, apesar de ser comum a troca de dicas de skincare na
internet, os profissionais continuam recomendando imperativamente o seu uso.
Como usar o protetor solar
Mais do que saber a importância do uso diário, é necessário saber como usá-lo. Invista em protetores solar com um fator adequado de proteção (no mínimo 30 FPS) e dê preferência aos em cremes, pois as versões em spray podem apresentar menor eficácia.
É fundamental proteger todas as áreas expostas (isso inclui orelhas, pescoço, mãos e qualquer outra área descoberta) e reaplicar o produto preferencialmente a cada duas horas. Óculos escuros (com proteção UV) e chapéus também auxiliam na prevenção.
Além
disso, é importante evitar exposição solar nos horários mais quentes, (entre
10h e 16h,) e realizar consultas com um dermatologista periodicamente.
Dra. Lilian
Odo - dermatologista, membro da Sociedade
Brasileira de Dermatologia, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e
da Academia Americana de Dermatologia. Fez especialização em Laser na
Universidade de Hokkaido, Japão; e de Cicatrização na Universidade de Boston,
EUA. Atualmente, é convidada para ministrar aulas em Congressos de âmbito
Nacional e Internacional.