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quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Pecuária: produção do Brasil deve crescer 10% em 2020

Para comissões do CRMV-SP, resultado histórico deve-se a competitividade brasileira, aliada a preços e vendas externas


Não faltam motivos para celebrar em 14 de outubro, o Dia da Pecuária. De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o setor em 2020 deve ter um Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 771,4 bilhões, 10,1% superior em relação a 2019 e o maior já obtido na série histórica, iniciada em 1989. Destes números, R$ 252,3 bilhões são oriundos da pecuária.

Ainda segundo o Mapa, alguns produtos estão obtendo resultados nunca vistos antes, como a soja, milho, carne bovina, carne suína e ovos. Preços internos, superiores aos de 2019, e as exportações de carnes e grãos, principalmente para a China, impulsionaram esse desempenho favorável.

Para o zootecnista Celso da Costa Carrer, presidente da Comissão de Zootecnia e Ensino do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), há uma série de fatores que influenciam os bons resultados esperados para 2020.

Segundo ele, a competividade brasileira é uma delas, pois o tamanho do rebanho permite escalar grandes volumes de produção. Além disso, o uso de tecnologia própria e internalizada por nosso ecossistema de pesquisa e extensão há mais de 40 anos contribuem diretamente para melhoria e desenvolvimento contínuos do setor.

Para o médico-veterinário Odemilson Mossero, presidente da Comissão de Saúde Animal e vice-presidente do CRMV-SP, além da tecnologia, o forte investimento em prevenção proporcionou melhora na competitividade dos produtos brasileiros no exterior.

“Hoje o Brasil exporta para mais de 150 países e isso deve-se à confiança devido aos programas sanitários que o País possui e que têm o envolvimento de toda a cadeia produtiva. Temos importantes programas implantados, como da erradicação da febre aftosa, da peste suína e da doença de Newcastle. Essa junção de tecnologia e prevenção contribuiu muito para elevar a produção e a credibilidade do Brasil”, afirma Mossero.

Já Celso Carrer destaca vantagens comparativas em relação ao clima, extensão de terras e custos de insumos utilizados, com relações de troca relativamente favoráveis. “Esse conjunto de fatores nos tornam muito competitivos no quesito preço.”

Na mesma linha segue o médico-veterinário e membro da Comissão de Saúde Animal do CRMV-SP, Fábio Alexandre Paarmann. De acordo com ele, os resultados de 2020 estão atrelados à competitividade, além do volume e preço das commodities.

“O nosso custo de produção é reduzido, e com a nossa moeda, o Real, mais baixa que outras, é mais vantajoso para vender os produtos”, avalia Paarmann, que também é auditor fiscal federal agropecuário do Mapa.


Tecnologia, produção e espaço físico

De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), nos últimos anos, o Brasil reduziu a área ocupada com o gado e ao mesmo tempo expandiu a produção de carne. De 1980 a 2018 a produtividade aumentou em 176% e a produção de carne cresceu 139%. Isso significa também que 250,6 milhões de hectares deixaram de ser desmatados com o aumento da tecnologia dos últimos anos.

O zootecnista Carrer explica que, classicamente, da combinação dos fatores de produção (terra, trabalho e capital) é que são geradas as condições ideais para que se viabilize a produção e a agregação de valor nos produtos agropecuários. A tecnologia é considerada um quarto fator de produção, porque quando aplicada corretamente, deve economizar pelo menos um dos fatores anteriores.

“Neste sentido, quando se entra com uma tecnologia integrada, que resulta em conforto animal, manejo de pastagens, genética adaptada, biotécnicas de reprodução e formas mais precisas de gestão, melhorando as tomadas de decisão, intensifica-se a produção como medida de redução de impactos ambientais, sociais e econômicos. Aumenta-se o giro do capital e agrega-se valor aos produtos. O Brasil não precisa ampliar a área a ser explorada, mas recuperar a capacidade de produção de áreas sub-exploradas na pecuária”, ressalta o zootecnista.


Pandemia do novo coronavírus e desafios

Com a pandemia mundial do novo coronavírus, vários mercados e diversos setores produtivos sofreram impactos. No entanto, de acordo com o zootecnista do CRMV-SP, o resultado atual

a pecuária de vários países desenvolvidos não possui as mesmas condições brasileiras. “A ameaça da pandemia, com toda a tragédia humana que tem ocorrido, abriu espaços de mercado externo que o Brasil está conquistando”, avalia Carrer.

Atualmente, de acordo com Carrer, os maiores desafios passam pela queda da renda da população e, consequentemente, do consumo no mercado interno; por questões de convencimento dos compradores de que o Brasil respeita e produz carne de maneira social e ambientalmente corretas; exacerbação de movimentos de natureza claramente especulativos no tocante a terras e rebanhos.

“Também é um desafio para o setor pecuarista brasileiro a solução de questões para a volta do investimento no âmbito produtivo e de logística nos modais de transporte e por uma reestruturação dos serviços de apoio e inspeção, de forma multiprofissional e integrada para o País”, finaliza.

Para o médico-veterinário Odemilson Mossero, o início da pandemia trouxe prejuízos, mas ações e medidas orientativas do Ministério da Agricultura aliadas aos protocolos rígidos de segurança sanitária minimizaram os efeitos negativos do coronavírus ao longo dos meses. “Toda a cadeia seguiu as medidas e regras impostas pelos órgãos responsáveis. Com isso todo o segmento se fortaleceu na medida em que contribuiu para com a redução do risco de propagação do vírus em toda a cadeia produtiva.”


Números do setor

De acordo com dados da Abiec, foram exportadas 191 mil toneladas de carnes, resultando em 750 milhões de dólares. Os principais mercados para os produtos brasileiros são a China (40,93%), Hong Kong (15,93%), Egito (8,44%,), Chile (5,56%) e Estados Unidos (3,7%).

Ainda segundo a Abiec:

- 214,69 milhões de cabeças de gado

- 44,23 milhões de cabeças abatidas

- 10,96 milhões de toneladas de carne bovina (TEC) produzidas

- 8,75 milhões de toneladas de carne bovina (TEC) ficam no mercado interno

- 2,21 milhões de toneladas de carne bovina (TEC) são exportadas

 

Segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em 2019 foram produzidas 13,245 milhões de toneladas de carne de frango, sendo 4,214 milhões exportadas, gerando US$ 6,994 milhões. Em relação à carne suína, no mesmo período foram produzidas 3,983 milhões de toneladas, sendo exportadas 750 mil toneladas no valor de US$ 1,597 milhão de dólares.



Sobre o CRMV-SP

O CRMV-SP tem como missão promover a Medicina Veterinária e a Zootecnia, por meio da orientação, normatização e fiscalização do exercício profissional em prol da saúde pública, animal e ambiental, zelando pela ética. É o órgão de fiscalização do exercício profissional dos médicos-veterinários e zootecnistas do estado de São Paulo, com quase 42 mil profissionais ativos. Além disso, assessora os governos da União, estados e municípios nos assuntos relacionados com as profissões por ele representadas.

 

Mercado financeiro sofre grandes correções em setembro

Segunda onda de Covid-19 e eleições americanas são pontos de atenção no cenário econômico; entenda os melhores investimentos para outubro

 

Os mercados financeiros globais foram marcados por fortes correções no mês de setembro, de acordo com a iHUB Investimentos - escritório credenciado a XP Investimentos. “No exterior, as baixas ocorreram pelas preocupações com uma possível segunda onda de COVID 19, outro ponto são as dúvidas se vão acontecer mais estímulos à economia americana e a incerteza se haverá mais estímulos à economia americana pelo Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos, o Fed”, explica o sócio fundador da iHUB, Investimentos, Paulo Cunha. 

As principais bolsas de valores caíram. Nos EUA, a correção foi forte nas ações de tecnologia, a queda foi da a NASDAQ e o S&P 500 que caíram 5,2% e 3,9%, respectivamente, segundo Cunha. 

“No Brasil, além do panorama externo negativo, a preocupação com o cenário fiscal derrubou os ativos locais. O Ibovespa caiu 4,8%, o IMA-B teve queda de 1,5% e dólar subiu 3,1%. Além disso, os títulos do Tesouro Selic caíram no mês”, comenta. 


Fundos Multimercados: Brasil e exterior 

Diferente do mês de agosto, em que os produtos internacionais se destacaram, mas os fundos locais sofreram com o aumento de aversão a risco no Brasil. “Em setembro, o ambiente global passou também por aumento de volatilidade e correção dos ativos de risco, impactando negativamente os multimercados internacionais”, explica Cunha.


Ações: boas notícias

Na bolsa de valores, as expectativas são positivas, gerando boas oportunidades de rentabilidade. “Em meio ao cenário positivo, devemos estar atentos à situação fiscal local, eleição nos EUA e início da temporada dos resultados da agenda de resultados do terceiro trimestre de 2020, fatores nos quais devem manter a volatilidade das ações elevada”, segundo o sócio fundador da iHUB Investimentos.


Renda Fixa: destaque nos títulos pós-fixados

Na renda fixa, o mês de setembro foi marcado por uma correção técnica nos títulos pós fixados do governo (LFTs ou Tesouro Selic), que tiveram retorno negativo pela primeira vez nos últimos 18 anos. “O Tesouro Selic 2025, por exemplo, caiu 0,43% no mês. Como esses títulos são utilizados de maneira bastante ampla como caixa dos fundos, essa performance negativa acabou atrapalhando um pouco os retornos no período”, explica Cunha. 


Indicadores de setembro:

  • CDI: +0,16%
  • Poupança: +0,11%
  • IPCA: +0,64%
  • Ibovespa: -4,80%
  • S&P 500: -3,92%


Outubro: onde investir? 

Abaixo, Paulo Cunha lista os melhores investimentos para cada tipo de perfil: 


Conservador: Os investimentos internacionais no espaço de renda fixa é uma ótima forma de diversificação, resultando no “surfe” para recuperação econômica.


Moderado: A diversificação da carteira por meio de investimentos internacionais, tanto na parte de renda variável, com e sem exposição cambial são boas opções. 


Agressivo: A exposição em renda variável global sem exposição ao dólar e a  diversificação da carteira por meio de investimentos internacionais podem ser boas escolhas. 

“Para os três perfis, é o momento de contratar bons prêmios de crédito e eventualmente ganhar com sua compressão, tanto em CDI como em IPCA”, explica Cunha. 

 



Paulo Cunha - sócio fundador da iHUB Investimentos, empresa especializada em assessoria de investimentos, com mesa de operação atuante em ações, derivativos e câmbio em tempo real. Possui mais de 1,5 mil clientes no Brasil e em 2014, firmou parceria com a maior plataforma de investimentos da América Latina, fundando a iHUB e sendo um escritório credenciado a XP Investimentos. Desde então, é diretor executivo da empresa, que possui matriz na Vila Olímpia e Alphaville, em São Paulo e Barueri. Também é palestrante e professor sobre investimentos de cursos em plataformas EAD

 

A Bolsa de Valores também é para você pequeno empreendedor

 Investir na Bolsa, significa investir na produção, na geração de empregos e riquezas de um país.


A Bolsa de Valores é simplesmente um mercado organizado como uma corporação onde são negociadas quotas de participação, as chamadas “ações” de sociedades que decidiram abrir seu capital para o público em geral. Essas sociedades podem ser públicas (entidades governamentais ou autarquias) ou privadas (Instituições Financeiras e grupos empresariais diversos), bem como, sociedades anônimas, cujo patrimônio é representado por ações que visam lucro, pagam dividendos e valorização patrimonial e sociedades civis sem fins lucrativos (hospitais e universidades), cujo patrimônio é representado por títulos.

Além desses papéis, na Bolsa também são comercializados Fundos de Investimento de diversas origens e opções. “As atividades de Bolsas são controladas e monitoradas por Autoridades Monetárias com a finalidade de proteger o mercado em geral de grandes perdas, exigir transparência e ética nos negócios realizados, regulamentar as operações através de Cartas, Circulares, Instruções Normativas, Resoluções e outros documentos que oficializam as operações. No Brasil citamos a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) como a principal autoridade reguladora nessa atividade” explica Penha Pereira, economista.

Os papéis e títulos que formalizam esta modalidade de investimento são a representação da produção realizada por milhões de pessoas que diariamente, nas Corporações financeiras ou não, no comércio, serviços e quaisquer outros setores da atividade econômica, agregam valor a uma Economia através de suas atividades. E se você pequeno empreendedor está pensando em investir na Bolsa, confira agora alguns termos comuns neste meio.

O pregão: caracteriza-se pela maneira de serem negociados os papéis que circulam nas bolsas,já tendo sido por viva-voz, ou seja, no grito de operadores reunidos em um espaço apropriado, passando a ser eletrônico, através de terminais instalados nas corretoras que fazem as negociações. Atualmente temos o trading automático, com o uso de plataformas digitalizadas onde um investidor em sua casa pode disparar ordens de compra e venda de papéis, sendo também utilizado por bancos de investimento, corretoras e outras entidades legais que realizam as ordens de forma fracionada com o objetivo de reduzir impactos no mercado.

Circuit Breaker: em se tratando dos pregões, atualmente temos um monitoramento intenso seguido pelas autoridades reguladoras das operações do mercado de Bolsas que estabelecem normas e procedimentos de negociações, tanto para momentos de euforia na praça global, como para os momentos de incerteza e crise, como está acontecendo neste ano, particularmente entre março e maio, quando o recrudescimento global da pandemia gerou enormes impactos nos negócios derrubando TODAS as bolsas pelo mundo inteiro. Esse “arrastão” de derrubadas pode provocar enormes prejuízos e falências como o ocorrido na crise de 1929 na Bolsa de New York. Por este motivo as regulamentações, no intuito de evitar quebras globais generalizadas que levam  ao final da linha a grandes e graves depressões econômicas com avassaladoras ondas de desemprego, implementam “gatilhos” de proteção que disparam quando os mercados caem a um nível extremamente baixo, em geral quando as baixas em um determinado dia ou em vários momentos de um mesmo dia caem por volta de 10 a 12%. Esse disparo significa parada geral de todas as negociações e pregões por um tempo determinado e é denominado Circuit Breaker.

A Bolsa de Valores, que já teve no passado uma conotação de exclusividade, é coisa PARA TODOS! Por quê? Hoje, falando especificamente de nossa Bolsa, a B3, temos ampla possibilidade de acesso aos negócios e oportunidades ofertadas pela Instituição e até pelo próprio Tesouro Nacional que emite papéis lastreados em reservas nacionais para financiamento da dívida pública. Existem várias opções de papéis para você.

“Como já foi dito anteriormente, quando uma pessoa busca investimentos em papéis negociados na Bolsa (não apenas ações) na verdade está acreditando na valorização de seu investimento porque CRÊ que aquele papel que escolheu é lastreado por um grupo empresarial financeiro ou não que produz riquezas de maneira sólida e confiável. Portanto, investir em Bolsa é acreditar no potencial de produção de seu país!” comenta Penha.

Se você for iniciante, se tem um pequeno negócio, pense nessa possibilidade, examine um pouco mais sobre este que é um mercado acessível, promissor e com grandes oportunidades para você; realize um estudo sobre a sua área, pesquise em sites, escute podcasts, e utilize-se de uma corretora sólida e confiável.

 


Penha Pereira - Economista, Master Coach e gestora de carreira

mariadapenhaapereira@gmail.com

https://www.linkedin.com/in/mariadapenhapereira


O PIX vem aí. Como ele afeta as finanças e os negócios?

O PIX promete revolucionar o mercado financeiro no país

Criado pelo Banco Central, o PIX fará transações financeiras em até dez segundos - de bolso a bolso - e sem custo para o recebedor

 

O PIX é o mais novo sistema de pagamentos instantâneo criado pelo Banco Central, e estará disponível aos brasileiros a partir do mês de novembro. A expectativa é que haja uma revolução no mercado financeiro, uma vez que aumentará a competição entre as empresas, incluirá mais pessoas no sistema bancário, facilitará as transações e, o mais importante, com custo bem baixo aos usuários (será gratuito para pessoas físicas e MEIs). 

“As transações realizadas pelo PIX estarão disponíveis 24 horas por dia, sete dias por semanas e 365 dias por ano, e basta apenas dez segundos para que o dinheiro seja repassado de um ‘bolso para o outro’”, explicou o Professor Carlos Afonso, que além de educador financeiro, é contabilista e administrador. “Ainda, permitirá o pagamento de tributos (inicialmente os federais) e contas de consumo. No breve futuro (projeto para 2022 / 2023), serão efetuados pagamentos internacionais”, completou ele, que também é autor do livro Organize suas finanças e saia do vermelho. 


Atualidade 

Hoje, os brasileiros utilizam boletos, DOC e TED para fazer pagamentos, com altas tarifas por transações (alguns bancos chegam a cobrar mais de R$ 10,00), e o crédito demora para ser repassado. “Os boletos são creditados em conta, na melhor das hipóteses, no dia seguinte ao pagamento; mas em alguns casos, podem ser creditados entre dois e três dias após o pagamento, de acordo com o contrato de cobrança do banco. Por isso, a chegada do PIX transformará o sistema de pagamentos brasileiro”, apontou Professor Carlos. 

As tarifas cobradas pelos bancos acarretam uma significativa elevação nas despesas financeiras das empresas, principalmente, se o volume de boletos e DOC / TED emitidos por mês for muito alto. Com o PIX, projeta-se uma perda de até 8% na receita dos bancos. 


Múltiplas formas de pagamentos 

O Banco Central informa que a gestão de pagamentos será realizada por meio de QR Code Estático, QR Code Dinâmico ou chave de endereçamento cadastrada no aplicativo do banco que a pessoa / empresa tiver conta). Assim como o DOC e o TED aparecem no aplicativo do banco como uma das opções de pagamento, o PIX também aparecerá. 

Até o momento, quase 25 milhões de chaves já foram cadastradas. O cadastramento pode ser feito com o CPF, CNPJ, e-mail ou número de telefone, e o usuário poderá ter duas chaves distintas (e é justamente por isso, que o mercado financeiro está a todo vapor, na tentativa de fidelizar ao máximo o cliente, uma vez que o PIX trará a perda de receita aos bancos)”, destacou o Professor Carlos. 

O PIX também promoverá a inclusão financeira de uma parcela da população que não possui conta bancária e, neste sentido, as fintechs estão atentas para aumentar a sua fatia no mercado, trazendo para dentro de suas estruturas esse perfil de cliente. 

O futuro será promissor, com pagamento por uma simples leitura de QR Code através do celular, fornecido pelo recebedor ou por tecnologia de aproximação. 


Alerta 

Devido a velocidade da transação, a compra não poderá ser cancelada ou alterada após a confirmação do pagamento. A funcionalidade está disponível, porém, só poderá ser realizada pelo recebedor do dinheiro. 

“É extremamente importante saber quando usar o PIX. Quando usamos o cartão de crédito e o produto não chega ou vem com defeito, ou não atinge as expectativas, o comprador pode pedir o estorno da operação ao banco ou diretamente a bandeira. O PIX não oferece essa possibilidade (chargeback – devolução automática do dinheiro)”, chamou a atenção o Professor Carlos. 


Fraudes 

Existe uma preocupação do sistema financeiro com relação a segurança das transações realizadas, bem como possíveis fraudes. Inclusive, já existem rumos de supostos golpes de e-mails de bancos solicitando ao cliente o “clique no link” para receber a adesão ao PIX. “Fique atento, pois e-mail marketing está sendo espalhado para a propagação de certos tipos de vírus em computadores. Se a pessoa quiser se cadastrar no PIX, deverá fazer diretamente pelo internet banking ou pelo aplicativo do banco”, encerrou o Professor Carlos. 

 


Sobre o Livro Organize suas finanças e saia do vermelho 

De leitura fácil e rápida compreensão, o livro Organize suas finanças e saia do vermelho foi lançado em agosto de 2017, pelo especialista em finanças, Professor Carlos Afonso, que é administrador, contabilista e sócio-diretor do Grupo MCR.  

O autor traz conceitos fundamentais para uma boa educação financeira, a fim de evitar que as pessoas adquiram o endividamento financeiro ou, se a dívida já existe, há dicas de como sair dela. Além disso, a obra ensina o leitor a pensar no futuro e, de maneira confortável, fazer o seu “pé de meia”.   

"Organize suas finanças e saia do vermelho” traz uma luz sobre esse importante assunto e que afeta a vida de qualquer pessoa desde o nascimento até o último suspiro. Relacionar-se bem com o dinheiro garante sustentabilidade financeira e uma vida melhor livre de privações. (http://www.livrosaiadovermelho.com.br/)

Digitalização de processos seletivos presenciais permite redução de 1,2 tonelada de papel

 Levantamento realizado pelo CIEE aponta que mudança possibilitou a redução de 33 toneladas de emissão de CO²

 

Segundo um estudo do Centro de Integração Empresa-Escola - CIEE, a iniciativa de transferir provas presenciais para o ambiente on-line também tem beneficiado o meio ambiente. Desde o início de abril, mais de 30 mil estudantes do estado de São Paulo participaram de processos seletivos no espaço virtual, o que significou a redução da impressão de 1,2 tonelada de folhas de papel e a redução de emissão de 33 toneladas de CO² na atmosfera. 

 

O levantamento ainda apontou que a mudança aumentou o número de estudantes presentes. Entre os meses de janeiro e março, mais de 43 mil estudantes se inscreveram para provas presenciais, entretanto, apenas pouco mais de 9 mil compareceram - uma taxa de 77,6% de abstenção. Já as provas on-line tiveram 30 mil inscritos, e 23 mil jovens e adolescentes concluíram a prova. 

A instituição ainda destacou que são utilizados recursos para evitar fraudes e assegurar que a avaliação seja condizente com o grau de conhecimento de cada candidato. Entre os passos de verificação, estão: leitura de íris, permanência em tempo integral na janela da prova, captura de fotos de maneira aleatória, entre outros. 

 

Segundo Luiz Gustavo Coppola, superintendente Nacional de Atendimento do CIEE, as mudanças já eram estudadas pela instituição mesmo antes da pandemia. “Há três anos o CIEE tem buscado novas soluções e alternativas para os processos seletivos on-line e a pandemia apenas acelerou essa transformação. Com certeza este será o novo normal”, afirma. 

A digitalização também se estende ao momento da assinatura do contrato do estágio e aprendizagem. Desde o início da determinação do distanciamento social, foram 6 mil contratos assinados de maneira eletrônica e redução de 60% do tempo usualmente despendido. Além disso, a ferramenta digital permite que a instituição acompanhe em tempo real o andamento dos contratos. 

 

Em casa 


O CIEE também levou para dentro de casa todas essas inovações e, desde o início da quarentena, isso tem sido revertido em economia de recursos. A quantidade de impressões em todas as unidades caiu 69,2% entre janeiro e agosto deste ano, em comparação com o mesmo período em 2019 - uma economia de mais de 150 mil reais nos meses em questão. 

*a emissão de CO² foi calculada com base no deslocamento médio de uma pessoa no Estado de S. Paulo, levando em consideração a pesquisa de Mobilidade Urbana da Região Metropolitana de São Paulo. A base de cálculo foi a emissão de CO² de um carro médio movido a gasolina. Foi utilizada a calculadora do SOS Mata Atlântica

 

 

CIEE

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Após ampliação do horário, lojas de shopping devem contratar 32 mil pessoas em SP

Após a reabertura ampliada para 12 horas (das 10h às 22h) nos shoppings da capital e grande SP, a ALSHOP fez uma sondagem com lojistas associados a entidade. O resultado da pesquisa mostra que os lojistas devem contratar 32 mil pessoas, o que corresponde a cerca de 1/4 do contingente dispensado por conta da pandemia.

Dessa forma, para o período natalino, os empresários não devem contratar novos temporários como tradicionalmente ocorre no comércio. “Com a ampliação para 12 horas e a retomada do horário normal aos domingos e feriados entre 12h e 20h, o ritmo de contratações na verdade só ajuda a repor parte das vagas perdidas uma vez que o movimento segue baixo mas se recuperando pouco a pouco.”, comenta, Nabil Sahyoun, presidente da ALSHOP.


Em todo o país

Em nível nacional, boa parte dos 577 shoppings já retomaram a atividade do comércio em horário normal há mais tempo. Quando isso ocorrer cerca de 200 mil pessoas devem ser reintegradas nas próximas semanas.

“Estamos atendendo ao princípio do varejo que é responder o anseio do consumidor: ele está saindo mais de casa e essa ampliação melhora a condição de compra com mais segurança sem risco de aglomerações, enquanto as vendas vão se recuperando gradativamente e se preparando para datas importantes do comércio como a Black Friday e o Natal.”, diz Sahyoun.

A próxima data relevante para o comércio é a Black Friday, programada para 27 de novembro. Embora tenha maior importância para o e-commerce, as lojas físicas devem registrar aumento de movimento especialmente nos shoppings e centros de compra. Nas próximas semanas, a ALSHOP irá divulgar uma pesquisa mais ampla sobre a expectativa para a Black Friday no varejo físico do país.

  

Viajar a trabalho na pandemia? Confira 5 dicas para fazer com segurança!

50% dos viajantes corporativos brasileiros esperam voltar a viajar a partir do último trimestre de 2020


Falta exatamente 3 meses para o fim de 2020. O ano que ficará marcado pelo coronavírus e o isolamento social. Muitas cidades brasileiras já flexibilizaram para o turismo, um dos nichos mais afetados desde o começo da pandemia. A taxa de desemprego registrada é a maior desde 2012. Logo, manter os consumidores, clientes e tentar novas parcerias torna-se necessário para a sobrevivência das empresas. 

É neste momento que entram as viagens corporativas. Pequenas, médias e grandes empresas utilizaram, desde o começo da pandemia, plataformas online para a realização de reuniões. Entretanto, "Fechar acordos e tomar grandes decisões não são tarefas fáceis para serem executadas de forma online. O presencial pode ser um fator decisivo para fazer uma nova parceria e/ou conquistar novos os clientes", afirma Juliana Queissada, CEO da Queissada Comunicação, agência de RP e Digital Full Service.


Mas, como viajar na pandemia?!

A Abracorp (Associação Brasileira de Viagens Corporativas) criou diversos protocolos de segurança e higiene para quem precisa viajar a trabalho. As medidas foram implantadas em aeroportos, agências de viagens, companhias aéreas, hotéis, locadoras, transfer, centro de eventos e demais entidades. Nos aeroportos, por exemplo, há proteções de acrílico nos guichês de check-in e despacho de bagagens. Há também adesivos de sinalização que o viajante faz para o embarque e desembarque de um voo, totens dispensadores de álcool em gel para higienização das mãos e avisos sonoros no momento do embarque para que não aconteça aglomeração. Outra medida que as companhias aéreas estão tomando é a organização da saída da aeronave: cada fileira desembarca em um período, assim não há aglomeração.

A empresa responsável pelo dado- 50% dos viajantes esperar viajar em Outubro, Novembro e Dezembro a trabalho - foi a Emprotur em parceria com a Secretaria de Turismo do Rio Grande do Norte. A pesquisa foi feita com 641 participantes de 18 estados brasileiros para compreender o mercado de viagens corporativas. A mesma pesquisa também revelou que 60% dos indivíduos acreditam que pelo menos metade das viagens a trabalho poderão ser substituídas por encontros online.

Caso você tenha que viajar a trabalho nesses último trimestre de 2020, veja as 5 dicas que a CEO do Queissada Comunicação, Juliana Queissada separou:


1) Certifique-se o alojamento que ficará na cidade-destino.

Seja um Airbnb ou hotel pesquise sobre o local. Investigue qual a sua classificação online, como é feita a limpeza, enfim converse com o proprietário/gestor do local. Ao chegar ao destino higienize os seus pertences: mala, mochila, e equipamentos eletrônicos.


2) Compre álcool em gel ao chegar na cidade-destino

Muitas companhias aéreas pedem para não levarmos álcool na mala. Devido ao risco de explosão. Ao descer no aeroporto, compre um álcool em gel e carregue sempre na sua mala de mão.


3) Lave as mãos com freqüência

Lembre-se de usar sabão, e lavar as mãos sempre. Principalmente ao manusear objetos de uso compartilhado, antes de se alimentar, em em locais com grande fluxo de pessoas como os aeroportos.


4) Evite tocar olhos, boca e nariz

Nunca toque o seu rosto se não estiver com as mãos higienizadas


5) Use máscara e segure a ansiedade

Faça uso da máscara no momento que estiver fora da sua casa até o local que irá se hospedar na cidade- destino. Lembre-se de respirar: a ansiedade pode ocorrer. Principalmente porque estamos vivendo algo perigoso para a saúde pública. Respire e procure atividades de relaxamento ao chegar na cidade - destino, vale: meditar, andar em um parque respeitando o distanciamento, e/ou cozinhando. Diminua o excesso de álcool nas bebidas que trazem ainda mais ansiedade neste momento.

 


Queissada Comunicação

http://www.queissada.com.br


Um setor que tem vagas sobrando, mas não consegue preencher

Divulgação
Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação vê sua demanda de mão de obra crescer ainda mais nestes tempos de pandemia, mas falta de profissionais qualificados é entrave para ocupação de oportunidades de emprego


Num país em que mais de 13 milhões de pessoas amargam a espera na fila do desemprego, é difícil imaginar que exista algum setor que está contratando, porém não está conseguindo preencher suas vagas. Pois acredite existe. O setor de Tecnologia da Informação e Comunicação, também conhecido como TIC, que inclusive viu sua demanda de mão de obra crescer ainda mais nestes tempos de pandemia. Para se ter uma ideia, a demanda anual por profissionais dessa área no Brasil, projetada entre 2019 e 2024, está em 70 mil profissionais. Porém, apenas 46 mil pessoas se formam ao ano com o perfil necessário para atender essas vagas.

Os dados são do estudo "Achados e Recomendações para Formação Educacional e Empregabilidade em TIC”, realizado  pela Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), e que aponta ainda que até 2024 o Brasil poderá ter um déficit de 270 mil profissionais na área de TIC.

Em Goiás, para fomentar a criação de mais cursos que irão capacitar um número bem maior de profissionais para o setor de TIC, e também criar um ecossistema de base tecnológica no Estado, acaba de ser lançado o Programa de Capacitação Empreendedora (PCE). A iniciativa, que conta com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), será encabeçada pelo Instituto Gyntec Academy, maior hub de tecnologia e inovação do Centro-Oeste; Associação das Empresas de Tecnologia da Informação de Goiás (Assespro-GO); e a Softex, Organização Social Civil de Interesse Público (OSCIP) que há 24 anos atual em prol do fomento da Transformação Digital Brasileira.

O anúncio do PEC em Goiás ocrreu durante uma live promovida pelo Gyntec Academy no último dia 1º de outubro. O evento virtual reuniu mais  de 50 participantes entre representantes de empresas privadas de tecnologia, startups, universidades, secretarias de prefeituras ligadas a área de desenvolvimento econômico e inovação e outros segmentos, de faculdades.

Inicialmente o programa será implantado nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis. A primeira ação será a realização de uma pesquisa ao longo do todo o mês de outubro com mais de 120 empresas de TI e startups em Goiás. “Também envolvemos neste estudo, universidades, prefeituras e empresas tradicionais que estão investindo em transformação digital e contratando profissionais de TI”, explica Marcos Bernardo Campos, co-founder do Instituto Gyntec Academy.

Segundo ele,  a pesquisa que será feita na Capital, em Aparecida de Goiânia e Anápolis já foi aplicada em outras cidades brasileiras como Curitiba e Campinas, no interior paulista. “Esse estudo que será feito é de suma importância para mapear as nossas carências e nossos pontos fortes nesta área de TIC e entender qual é a nossa demanda de profissionais deste setor. Hoje existe um desconhecimento do mercado goiano de TIC e das competências locais que temos. Em que somos bons de verdade? Em Inteligência Artificial? Somos bons em Java? Em Front End ou Back End? Enfim, qual é a especialidade do mercado goiano em TI? Não sabemos por falta de pesquisa”, afirma.

De acordo com Marcos Bernardo, a pesquisa também será importante para nortear a aplicação dos recursos oriundos do Programa e Capacitação Empreendedora do MCTIC, que objetiva reduzir o déficit de recursos humanos em Tecnologias da Informação e Comunicação mediante a capacitação profissional e o incentivo ao empreendedorismo, a atualização de laboratórios e o desenvolvimento de pesquisas.

Conforme o especialista, existe uma demanda aquecida do setor de tecnologia, principalmente depois pandemia, que aumentou em muito a necessidade das empresas em se transformarem digitalmente. “Aqui em Goiás acreditamos que tenhamos mais de 500 vagas em aberto sem conseguir preencher, por falta de profissionais e até o fim do ano, com o aumento desta demanda podem se chegar a mil vagas que não serão ocupadas por falta de mão de obra qualificada”, estima.


Hard ou soft


Ainda conforme o co-founder do Institute Gyntec, a metodologia de pesquisa desenvolvida pela Softex Campinas é eficiente para detectar perfis de de hard skills e soft skills.  As habilidades e os talentos hard skills, ou habilidades profissionais, são quantificáveis, ou seja, podem ser mensuradas de alguma maneira. As hard skills, em geral, podem ser aprendidas, seja por meio de cursos, graduações, treinamentos, livros, dentre outras coisas. Por conta disso, essas competências são facilmente reconhecíveis e comprováveis por meio de certificações e diplomas.

Já as habilidades soft skills são aquelas mais subjetivas de cada indivíduo e que se relacionam com sua personalidade, caráter, crenças e valores. Esses aspectos influenciarão diretamente a maneira como o profissional se relaciona com outras pessoas.

Mapeadas as carências de formação profissional na área da TIC, o próximo passo será a implantação do GOTech - Programa de Inovação Aberta para Desenvolvimento Tecnológico no Estado de Goiás, que por meio de convênios com universidades, prefeituras, entidades patronais ou mesmo diretamente com empresas privadas irá oferecer vários cursos de capacitação tecnológica, visando o desenvolvimento do ecossistema de base tecnológica no Estado de Goiás.

“Além de cursos nos níveis de graduação e técnico para jovens queiram entrar neste mercado de trabalho, o GoTech  irá desenvolver projetos de letramento e inclusão digital que serão levados para comunidades carentes e rurais,” acrescenta Marcos Bernardo.

 

Preços de eletrodomésticos: variação de quase 62%

Pesquisa realizada pelo Procon-SP na capital comparou o preço de 48 itens


Pesquisa de preços de eletrodomésticos realizada pela Fundação Procon-SP, por meio do Núcleo de Inteligência e Pesquisas da Escola de Proteção e Defesa do Consumidor, encontrou diferenças de até 61,64% para o mesmo produto. O aspirador de pó da Electrolux de 600W - AIRSPEED - STK10 - vertical - 110V foi encontrado em um estabelecimento pelo preço de R 340,89 e, em outro, R 210,90, diferença de R129,99 em valor absoluto.

O levantamento foi efetuado nos dias 21 e 22 de setembro em seis sites das principais redes do varejo: Americanas, Carrefour, Casas Bahia, Extra, Magazine Luiza e Ponto Frio. Foram comparados os preços de 48 itens de diferentes marcas e modelos das seguintes categorias de produtos: aspirador de pó, fogão de piso, forno micro-ondas, geladeira e lavadora de roupas.

Veja aqui a pesquisa completa


Orientações para o consumidor

Pesquise preços e formas de pagamento, comparando os juros no caso de parcelamento. Quase sempre convém aguardar um pouco mais para comprar o produto à vista.

Ao escolher um eletrodoméstico, o consumidor deve observar as dimensões do aparelho (altura, largura, profundidade etc.) e sua voltagem, essas características devem ser compatíveis com o espaço disponível para sua instalação e com a rede elétrica local.

O prazo de desistência da compra online é de sete dias do recebimento do produto. Para maior segurança, o consumidor deve efetuar o cancelamento por escrito.

No ato da entrega, só assine o documento de recebimento do produto, após examinar o estado da mercadoria. Havendo irregularidades, estas devem ser relacionadas no próprio documento, justificando assim o não recebimento.

O consumidor deve guardar a nota ou cupom fiscal, o termo de garantia e o manual de instruções - documentos que podem ser necessários em caso de problemas ou dúvidas no funcionamento do produto.



Procon-SP 


Home office: risco de desrespeito ao limite da jornada de trabalho e as orientações do MPT

De acordo com pesquisa nacional divulgada no início de outubro pelo instituto DataSenado, cerca de 21 milhões de brasileiros já tiveram contato com o trabalho remoto. Desse total, dois terços atribui o trabalho em casa à pandemia da Covid-19 e 41% aponta um aumento na sua produtividade após adotar o home office. O levantamento ainda demonstrou que 58% dos respondentes afirma ter experiência e se sentir preparado para trabalhar neste modelo e que 49% percebeu uma melhora em seu bem-estar pessoal.

Segundo especialistas, os números apontam uma adesão dos brasileiros a um regime de trabalho que deve se manter em evidência após o fim da crise sanitária. Entretanto, passados mais de seis meses do início da pandemia no país, empresas e trabalhadores ainda têm dificuldade de seguir as regras para esse tipo de trabalho, o que acarreta o risco de ser desrespeitado o limite da jornada de trabalho, previsto pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) como 8h diárias e 44h semanais. Outro problema consiste nos gastos dos empregados para trabalhar fora do local da empresa.

“É fato que o trabalho remoto surgiu como alternativa para manter a prestação dos serviços na pandemia e que atualmente muitas empresas e trabalhadores reconhecem nesta forma de prestação de serviços o modelo mais adequado e eficiente para a realização das suas atividades. No entanto, a normativa sobre o tema na CLT é ainda muito aberta e precisa ser adotada com outros dispositivos internacionais de normas de regulamentação”, aponta Ruslan Stuchi, advogado especialista em Direito do Trabalho e sócio do escritório Stuchi Advogados

O trabalho remoto passou a ser regulamentado pela Reforma Trabalhista em 2017. A legislação trabalhista determina que a prestação do serviço em caráter de teletrabalho pode se dar em qualquer lugar, sendo preponderantemente fora das dependências do empregador, como na residência do empregado. Não deve haver o controle de jornada pelo empregador, o que impossibilita o direito ao adicional de horas extras, intervalo mínimo entre as jornadas, dentre outros direitos. Em regra, o empregado é o responsável pelo controle da sua jornada. 

A adoção do teletrabalho deve constar de forma expressa em contrato individual de trabalho ou em aditivo, por meio de mútuo acordo entre as partes. Deve ser formalizado como se dará o custeio e o fornecimento de materiais e equipamentos necessários para prestação da atividade, como o uso do computador e gastos com a energia elétrica. O empregador ainda é responsável por instruir os empregados sobre regras de saúde, ergonomia e de segurança do trabalho, que devem ser acatadas pelos funcionários. 

advogado trabalhista Erick Magalhães, sócio do escritório Magalhães & Moreno Advogados, relata casos de descumprimento do limite da jornada após a adoção do trabalho remoto na crise sanitária. “Há pessoas que trabalham em casa de 12h a 15h diárias porque são obrigados a cumprir essa jornada sob pena de não conseguirem entregar os trabalhos exigidos e de não cumprir as suas metas. Muitos desses profissionais fazem o login em um sistema interno da empresa, uma rede de dados protegida. Mediante os recursos tecnológicos atuais, a empresa dispõe de meios necessários para controlar o tempo de efetivo trabalho do empregado, devendo efetuar o pagamento das horas extras”, defende o advogado. 

Segundo o levantamento do DataSenado, 82% dos entrevistados concordam com o pagamento de horas extras caso a jornada seja superior a 8h diárias. Já nove em cada dez concordam que a empresa deva fornecer equipamento eletrônico para que o trabalhador possa cumprir as tarefas no regime de teletrabalho. A pesquisa aponta, entre as dificuldades citadas para trabalhar nesse modelo, a falta de internet de qualidade (22%) e a falta de equipamento de informática adequado (16%). Entre o total de respondentes, 68% afirma que não recebeu auxílio da empresa para a compra de equipamentos e 57% relata que se utiliza de seus próprios recursos. 

Mayara Galhardo Felisberto, advogada trabalhista do escritório Baraldi Mélega Advogados, lembra que muitas empresas tiveram pouco tempo para se adaptar ao teletrabalho. “A crise sanitária ocorreu de forma repentina e as pequenas e médias empresas não estavam preparadas. A tendência é que, com a manutenção do home office, haja a adequação do ambiente de trabalho do empregado e consequentemente a compensação financeira”.

Para a especialista, havia preconceito em relação ao uso do home office. “A cultura brasileira quanto ao ferrenho controle de jornada e comparecimento dos empregados a determinados locais físicos dificultava a inserção do home office. Porém, a necessidade de isolamento social fez com que as empresas pudessem experimentar a modalidade diferenciada”, analisa.


Recomendações

A necessidade de assegurar os direitos dos trabalhadores ao ser exercido o trabalho remoto fez com que o Ministério Público do Trabalho (MPT) divulgasse uma série de orientações em relação ao teletrabalho. A lista prevê o respeito à privacidade e segurança de dados; o registro do contrato por escrito; observar os parâmetros da ergonomia, em relação às condições físicas ou cognitivas de trabalho; garantir pausas para descanso e adaptação; oferecer suporte tecnológico; orientar quanto à prevenção de acidentes de trabalho; respeitar a jornada de trabalho; garantir a liberdade de expressão do empregado, ressalvadas ofensas que caracterizem calúnia e injúria; e estabelecer uma política de autocuidado para a identificação de sintomas do Covid-19.

Em resposta às recomendações, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Ives Gandra Martins Filho, apontou a iniciativa como uma tentativa de legislar sobre o tema, o que seria de competência somente do Congresso Nacional. Para Bianca Canzi, advogada trabalhista do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados, as orientações são positivas e não excederam o papel do MPT. “Tudo que for para ajudar a manter relações de trabalho saudáveis será válido. Foi apenas uma recomendação para quem quiser seguir. Não é uma lei, que no caso teria uma obrigatoriedade”, pondera.

 

O cenário da recuperação judicial na pandemia

A recuperação judicial é prevista na Lei 11.101/2005 considerada como um mecanismo de soerguimento da empresa por meio do ingresso em juízo, visando à preservação da empresa, sua função social e manutenção da força de trabalho. Em razão do cenário econômico, muitas empresas se socorreram do instituto, tendo em vista as dificuldades da situação que o país se encontra nos últimos anos.

É necessário dizer que nem todas as empresas estão aptas ao requerimento da recuperação judicial, uma vez que a lei exige alguns requisitos para o seu requerimento, a citar: 

(i) exercer sua atividade há pelo menos dois anos;

(ii)  não estar falido ou, se já teve sua falência decretada em algum momento, suas responsabilidades precisam estar extintas por sentença transitada em julgado;

(iii) não ter passado por outro processo de recuperação judicial nos últimos cinco anos;

(iv) não ter obtido, nos últimos oito anos, a concessão de um plano especial de recuperação judicial; e

(v) não ter sido condenado por nenhum crime previsto na lei de falências.

Superadas as exigências legais, a empresa promovente da recuperação necessita elaborar um plano recuperacional que será apresentado, visando a demonstrar a sua viabilidade econômico-financeira para aprovação dos credores, sob pena de não aprovação, ser convolado em falência. 

Em poucas palavras, o processo de recuperação judicial não é simplista, até mesmo porque, em sendo deferido em juízo, há fases que envolvem os credores e interessados que podem torná-lo intrincado. 

Considerando esta conjuntura, os indicadores demonstram que há aumento na busca pela recuperação judicial no Brasil, que, segundo o revelado pelo Serasa Experian para o mês de fevereiro de 2020, o crescimento se deu na ordem de 11% para micro e pequenas empresas. Porém, ao serem analisados os meses subsequentes, em especial o mês de agosto, houve uma retração do pleito de recuperação judicial, sendo que para as grandes empresas os números chegam a 25% e para as médias, 20,8% de recuo. 

Para os economistas em geral, a retração se deu em face do fomento das negociações extrajudiciais com os credores essencialmente com os bancos. Isso é tido como um facilitador para que se evite a propositura, neste momento, de novas recuperações judiciais, pois, além de renegociação das dívidas, ainda é possível novo acesso ao crédito. 

Diante desta situação, não deve ser descartado outro instituto, previsto na Lei 11.101/2005, ou seja, a recuperação extrajudicial que estabelece o diálogo entre devedor e credores para a promoção de um acordo, por meio da homologação judicial. 

 


Alexsandra Marilac Belnoski - professora e advogada especialista em Direito Empresarial pela FAE, aperfeiçoamento em Direito da Empresa e Recuperação de Empresas pela Universidade de Coimbra e mestre em Gestão Ambiental pela Universidade Positivo e sócia do escritório Marilac Advocacia.

 

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