Bebês prematuros são aqueles que nascem até a 37ª semana de gestação, ou seja, antes de concluir o ciclo completo da gravidez, que ocorre a partir da 38ª até a 42ª semana, ou nove meses. De acordo com dados do Ministério da Saúde, no Brasil, 340 mil bebês nascem prematuros todo ano, o equivalente a 931 por dia ou a seis deles a cada 10 minutos.
Os bebês prematuros são mais vulneráveis devido ao peso inferior em comparação com bebês a termo, além de sistemas imunológico, cerebral, pulmonar, cardíaco e intestinal que não estão completamente desenvolvidos, o que requer atenção extra nos cuidados com essas crianças durante a internação, de acordo com o Dr. Mauro Palma Junior, Coordenador da Neonatologia do Hospital Geral de Itapevi (HGI), gerenciado pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
O médico ressalta que a permanência dos pais no hospital até a alta do bebê prematuro é fundamental. “A presença dos pais durante a internação desse bebê é muito importante por várias razões; ela não apenas traz benefícios ao seu desenvolvimento e cuidado, mas também oferece suporte emocional aos pais durante um período considerado bastante crítico e desafiador”, detalha o doutor.
Ele continua: “Favorece ainda o contato precoce e contínuo dos pais com os prematuros, fortalecendo ainda mais o vínculo entre eles e diminuindo o estresse e a ansiedade, principalmente em relação aos cuidados e às propostas de tratamento feitos pela equipe de saúde, além de promover e estimular o aleitamento materno”.
O neonatologista esclarece ainda que é bastante comum os pais terem medo do primeiro toque e do manuseio do bebê prematuro, pela aparente fragilidade, presença de equipamentos médicos e monitorização, mas esse receio diminui bastante quando experimentam técnicas simples e eficazes para os cuidados afetivos.
“No HGI estimulamos a prática do método canguru, que é uma ideia simples: colocar o bebê em contato direto pele a pele com a mãe e o pai, deitando o bebê na região do tórax. É um método cientificamente comprovado como bastante eficiente com relação à melhora no desenvolvimento do recém-nascido prematuro. Ele deve ser praticado durante a internação e mantido após a alta”.
Acompanhe a seguir um passo a passo no qual o especialista explica como receber o bebê prematuro para o início da vida no lar:
Depois de sair do hospital, os prematuros têm uma vida normal? Precisam de cuidados especiais?
Cada bebê prematuro é único e os cuidados específicos dependem do grau de comprometimento. A vida deles poderá ser normal, mas não se pode esquecer que devemos ter uma atenção extra em relação ao acompanhamento do seu crescimento e desenvolvimento neurológico. Manter cuidados com medicamentos, vacinas e alimentação são fundamentais para garantir o melhor desenvolvimento deles.
É preciso esperar o bebê crescer para permitir contato com visitas? Se sim, por quê?
A permissão ou não de contatos com visitas dependem de muitos fatores. É importante ficar atento às recomendações médicas para cada caso, à estação do ano, que pode representar mais risco de infecções virais, ao estado de saúde da família como um todo, ao desenvolvimento do sistema imunológico do bebê e à atualização da carteira vacinal.
O ritual de banho é normal?
Quando o bebê prematuro estiver em condições de alta e com peso adequado ele poderá receber banho em casa, com os mesmos cuidados de um banho realizado em recém-nascido a termo. Isso inclui checar sempre a temperatura da água, levar o bebê ao banho todo enrolado em toalha ou cueiro e desenrolar somente quando já estiver imerso na água. Inicie lavando a cabeça e o rosto antes do corpo, utilize produtos suaves (como sabonetes neutros) e sem perfume, e manipule e seque com atenção, evitando movimentos bruscos.
O prematuro precisa ser melhor agasalhado?
O prematuro tem mais dificuldade em manter a temperatura do corpo, por isso precisa ser melhor agasalhado, principalmente na região da cabeça, usando gorro em dias mais frios. Lembre-se de sempre vesti-lo de acordo com a temperatura do ano.
Há algum cuidado específico para os prematuros?
Cada prematuro é um ser individual e os níveis de cuidados dependerão das suas necessidades individuais, de acordo com as orientações médicas. Alguns prematuros recebem alta apenas com as medicações próprias para a idade, outros já têm orientações de uso de diversos medicamentos e cuidados especiais para o seu bom desenvolvimento. É importante manter o acompanhamento especializado, pelo menos até os dois anos de idade, pois podem aparecer dificuldades que se manifestam mais tardiamente.
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