Brasil é um dos países com maior preservação de área verde no mundo, porém é necessário que boas políticas de preservação sejam elaboradas nos municípios
Brasil tem feito a lição de casa quando o assunto é matriz energética,
mas o trabalho não pode ser afrouxado. Políticas públicas para a área, podem e
devem ser encabeçadas pelos munícipios, afirma analista político.
Com as campanhas eleitorais municipais a pleno
vapor, várias pautas de extrema importância ganham destaque nos debates e
propostas de governo dos candidatos. A preservação do meio ambiente certamente
é um dos assuntos de maior urgência e preocupação, em um mundo cada vez mais
modificado pela ação dos seres humanos e expansão da urbanização.
É o que afirma o jornalista e consultor político
Eduardo Negrão, autor de vários livros que abordam a soberania nacional do
Brasil. Para ele, é preciso atenção a essa área, principalmente pelas gestões
municipais, apesar do país ter feito um ótimo trabalho quanto ao uso e
exploração das suas matrizes energéticas, que são as formas como os recursos
energéticos de uma país são utilizados em seus processos produtivos.
Ele explica: “O Brasil tem feito a sua lição
de casa, seja nas políticas de preservação das áreas verdes, assim como no uso
destes recursos na geração de energia de forma sustentável e austera. Este é um
trabalho que não pode ser deixado de lado e muito menos afrouxado”, afirma,
embasando-se nos dados do relatório do Our
World In Data (19), que mantém a tutela da Universidade de Oxford.
Segundo o estudo, apresentado ano passado na
reunião dos G7, o Brasil é um dos países no mundo que mais preserva suas áreas
verdes. Em termos percentuais, 56% do território nacional coberto por
florestas, o que coloca o país na 31ª posição entre os países com maior
cobertura florestal no mundo.
Porém, em termos absolutos, levando-se em conta a
área florestal, o Brasil tem quase 5 milhões de quilômetros
quadrados de área verde, elevando o status tupiniquim ao 3º lugar,
atrás apenas da Rússia e Canadá, que possuem grande parte do seu território em
regiões polares.
Ainda, segundo ele, é preciso atentar para o fato
de que o Brasil é um dos países que tem uma severa política quanto aos
protocolos de emissão de CO2. Segundo pesquisa divulgada pela Global Carbon
Atlas, em 2018, o país emitiu 457 megatoneladas de CO2 enquanto a China, a
“primeira” colocada no ranking, emitiu 10 mil megatoneladas, cerca de 20 vezes
mais que o Brasil.
Japão, Alemanha, Estados Unidos, França, por exemplo, países considerados modelos no mundo todo e menores que o Brasil, apresentam elevadíssimos graus de emissão de CO2, tendo os Estados Unidos emitido 5416 megatoneladas, o Japão, 1162 megatoneladas, e a Alemanha, 779. Novamente isso acontece por conta das políticas de matrizes energéticas desses países, que utilizam a queima do carvão para obtenção de energia, umas das formas mais poluentes.
POLÍTICAS MUNICIPAIS
Para o analista político, muitas vezes tem-se a
impressão que a política de preservação tem que partir do governo federal, mas
na verdade, a chave do sucesso para um plano de matriz energética parte das
políticas municipais e planos gestores das cidades, que devem ter as suas
estratégias muito bem definidas.
“Quando for avaliar as propostas dos candidatos da
sua cidade, veja bem quais são os planos deles para as políticas de preservação
de áreas verdes, recursos energéticos e sustentabilidade ambiental. É dever do
cidadão cobrar seus candidatos desde já”, enfatiza Eduardo Negrão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário