Pesquisar no Blog

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Qual foi a inflação da ceia de Natal em 202

 Especialista em finanças pessoais mostra os preços dos principais pratos típicos desta época do ano, comparados aos preços do ano passado

 

No mês de dezembro, começam os preparativos para as festas de final de ano. Nesta época, momentos de encontro com a família e pessoas queridas são recorrentes. À medida que o tempo avança, vemos uma grande variedade de coisas novas. Para as ceias, muitos restaurantes preparam os pratos principais, como chester, sobremesas, peru, tender, lentinha e entre outros, visando otimizar o tempo dos seus consumidores. 

No entanto, qualquer que seja a opção escolhida por sua turma, o fato é que a inflação impacta diretamente nos preços dos produtos da ceia de todas as pessoas, seja para cozinhar em casa ou comprar de estabelecimentos.

Pensando em mostrar o quanto os preços da ceia oscilaram no último ano, João Victorino, especialista em finanças pessoais e administrador de empresas, listou alguns levantamentos estatísticos realizados por institutos especializados no assunto, mostrando o tamanho da inflação na ceia de Natal. Confira:  

  • Panetone e chocotone: dois dos principais itens natalinos, estes realmente são difíceis de resistir. Durante a pesquisa, os preços de uma caixa de 500g, subiram em torno de 23,2%. Deixando os itens mais tradicionais, segundo o Procon-SP, com uma variação de R$ 13,59 a R$ 24,91.
  • Peru Congelado: a ave que chega temperada para ser assada no forno dos brasileiros, contém 1kg, e apresentou diversas variações, que oscilam de R$ 29,99 a R$72,24, durante os dias da pesquisa, realizada pelo Procon-SP, isso representa cerca de 11,4% a mais do que no último ano.  
  • Lentilha: por conta de inúmeras superstições e esperanças de enriquecimento no próximo ano, a lentilha seca no pacote de 500g, apresentou preços médios de R$ 10,62 a R$ 14,91, com relação ao ano anterior, mostrando uma leve inflação de 2,3%.
  • Uva-Passa: seguramente o item que mais causa discussões nas festas de final de ano, a uva-passa desperta relações de amor e ódio entre familiares, com relação aos valores a cotação do kg variou de R$ 8,30 a R$ 11,50, representando -1,97% de deflação se comparado ao último ano. 
  • Arroz: Certamente não pode faltar o arroz, carboidrato mais consumido nas refeições brasileiras. A variação no preço do produto foi de -1,63% no ano (deflação).
  • Pescados: a famosa bacalhoada é presença obrigatória em diversas mesas brasileiras, mas, por se tratar de uma ocasião especial, existe quem prefere importar o pescado. Em novembro de 2022, o bacalhau subia 8,63% segundo os dados do IBGE, que no no geral, explica que a inflação dos pescados no último ano foi de 2,81%. 

Entendendo a atual situação de seus leitores, o especialista em finanças pessoais pode destacar que fazer uma lista com os alimentos, bebidas e ingredientes necessários para a festividade, auxilia a aproveitar melhor as promoções e preços. “Com a lista em mãos, você consegue evitar cair em tentação de compra, e além disso, é ideal pode comparar os melhores preços entre diferentes supermercados, nas lojas físicas ou em sites, visando sempre pagar o preço mais justo”. 

 

João Victorino- administrador de empresas e especialista em finanças pessoais. Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA-USP. Após vivenciar os percalços e a frustração de falir duas vezes e se endividar, a experiência lhe trouxe  aprendizados fundamentais em lidar com o dinheiro. Hoje como uma carreira bem-sucedida, João busca ajudar as pessoas a melhorarem suas finanças e a prosperarem em seus projetos ou carreiras. Para isso, o especialista idealizou e lidera o canal A Hora do Dinheiro com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.


Enem 2022: Dicas de como usar a nota do exame e ingressar na faculdade

Resultado será divulgado no dia 13 de fevereiro de 2023 e estudantes poderão ter acesso ao processo seletivo do Sisu, Prouni e Fies, em faculdades privadas e até internacionais

 

O resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é, sem dúvida, o evento mais esperado pelos jovens que desejam ingressar na faculdade, pois, além de trazer uma avaliação do desempenho do estudante durante o ensino médio, ainda permite a participação em diversos processos seletivos do ensino superior simultaneamente. 

Em 2023, a divulgação será feita no dia 13 de fevereiro na página do participante. O gabarito oficial com as respostas das questões comentadas já está disponível no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), onde é possível saber o número total de acertos.

Beto Dantas, COO do Pravaler, principal plataforma de acesso e soluções para o ecossistema de educação no Brasil, explica que o resultado do Enem 2022 poderá ser utilizado no processo seletivo do Sisu, por exemplo, e ainda, em programas do governo, como o Prouni e Fies, em faculdades privadas no País e universidades internacionais, em países como Portugal, França, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá. 

“As instituições definem valores mínimos de notas em função da pontuação do Enem, mas isso não quer dizer que, ao superar uma nota mínima, o candidato tenha vaga garantida na universidade de sua preferência, pois ainda existe a concorrência. Neste caso, é preciso estar entre os mais bem posicionados de acordo com a quantidade de vagas disponíveis para somente então conseguir a aprovação”, ressalta.

Confira o passo a passo para acessar o resultado do Enem:

Acesse o site do Enem;

  • Clique no link “Página do participante”;
  • Informe o seu CPF e senha nos campos correspondentes;
  • Selecione as imagens solicitadas ou digite os caracteres pedidos.
  • Clique em “Enviar”.


Como acessar a nota da redação?

A nota da redação do Enem também está disponível na Página do Participante, na seção “Vista Pedagógica”, onde é possível conferir o chamado espelho da redação, que se refere ao desempenho detalhado em cada uma das cinco competências exigidas e permite ao estudante entender os acertos e pontos de melhoria para desenvolver sua escrita e habilidade de argumentação.

É importante destacar que o Enem não faz revisão da nota da redação caso o candidato não concorde com os critérios de correção. Na Vista Pedagógica também é possível verificar o gráfico que compara a sua nota em relação a dos outros candidatos.


Como utilizar a nota do Enem?

A nota do Enem abre muitas portas para o ensino superior – e isso não se limita apenas ao ingresso em instituições de ensino públicas. Além de poder utilizar a nota no lugar do vestibular e participar de diversos processos seletivos simultaneamente, por meio do resultado do Enem o estudante pode ter acesso a benefícios para facilitar a sua formação.


Ingresso direto em faculdades

Boa parte das universidades públicas e privadas passaram a aceitar o resultado do Enem como único processo seletivo, o que sem dúvida facilitou bastante a vida dos estudantes que não precisam participar de um volume muito grande de vestibulares e, assim, podem otimizar e centralizar seus esforços apenas para o Enem e ainda ter acesso a benefícios como bolsa de estudos e o financiamento estudantil.


Faculdades públicas

Beto argumenta que são muitas as faculdades públicas que usam o resultado do Enem para selecionar alunos via Sisu. Entre as mais importantes delas, estão a Unesp, a Unicamp e a UFSC, por exemplo. Além disso, o executivo alerta para que o aluno também fique atento às instituições públicas que contam com o vestibular próprio, que acontece paralelamente ao Enem, pois isso permite que o aumento das chances de aprovação em uma instituição de ensino, mesmo que não tenha tido sucesso em uma primeira tentativa de ingresso por meio do exame nacional do ensino médio.


Faculdades privadas

“Nas faculdades privadas é possível ter acesso direto, sem vestibular, caso a instituição defina uma nota mínima e o candidato comprove que o seu resultado do Enem está acima dessa exigência. Além disso, a nota do Enem geralmente é utilizada para programas como o Prouni e o Fies. No geral, as instituições divulgam preliminarmente as notas mínimas para acesso e, quando as inscrições em programas como o Fies começam, os alunos passam a concorrer pelas vagas de acordo com suas notas. Caso não seja contemplado pelo Fies, o estudante ainda tem a possibilidade de optar pelo financiamento estudantil privado, disponibilizado pela própria instituição de ensino ou por empresas privadas, como é o caso do Pravaler, que possui o maior serviço do setor e parceria com mais de 500 instituições espalhadas por todos os estados do Brasil.


Financiamento estudantil público

O Fies é o financiamento estudantil público mantido pelo governo federal para viabilizar o ingresso ao ensino superior para estudantes de baixa renda que não têm condições financeiras para arcar com os custos das mensalidades de uma graduação privada. Nesse programa, o aluno paga as despesas da faculdade com os recursos subsidiados pelo governo e devolve esse dinheiro após a sua formação no prazo previamente estabelecido em contrato. Para ter acesso ao benefício, é obrigatório que o candidato tenha feito a prova do Enem, já que o resultado é considerado fator classificatório no processo de seleção. Lembrando que, para participar, o aluno deve ter atingido nota mínima de 450 pontos nas provas objetivas e não pode ter zerado a redação”, explica Beto Dantas, COO do Pravaler.


Financiamento estudantil privado

O executivo indica que esse tipo de contratação ainda dispõe de maior flexibilidade e menos burocracia. Além disso, o financiamento pode ser parcial, contemplando apenas uma parte do valor do curso, ou integral. No geral, o aluno começa a pagar assim que inicia os estudos e não após a formação, como no caso do Fies. 

“No Pravaler há opções de crédito a juros baixos ou sem juros, dependendo da faculdade, o que pode ser uma opção para quem não conseguiu o Fies ou outro programa governamental para acesso ao ensino superior, como o Sisu ou Prouni. Além disso, não há a exigência de participação no Enem para contratação, não há limite de vagas e o aluno pode conseguir o crédito a qualquer momento do ano – basta comprovar renda mínima de até duas vezes o valor da mensalidade, que pode ser composta pela renda do estudante somada à renda do fiador, e não apresentar restrições em serviços de proteção ao crédito. O Pravaler já beneficiou mais de 250 mil estudantes”, explica.


Histórias reais

Por fim, o COO lembra do case da aluna Maria Gabriela, de 20 anos, estudante do terceiro semestre de Direito, na Mackenzie, em São Paulo, que viu uma oportunidade para ingressar na faculdade a partir das facilidades como parcelamento no dobro do tempo e contratação 100% on-line. 

“Sou aluna de escola pública, meu pai é caminhoneiro e minha mãe doméstica. Vim de Pernambuco para São Paulo aos três anos. No ensino médio, participei de um projeto da CIVICs, instituição que oferece cursos livres das principais áreas do Direito com preços acessíveis, fiz um ano de cursinho para prestar vestibulares, mas não fui aprovada no Sisu, Prouni e Fies, por dificuldade de comprovar renda. Diante disso, conheci o Pravaler e contratei o financiamento. Desta maneira, eu consigo pagar a parcela com o que recebo do meu estágio” conta Maria Gabriela.

Para mais informações sobre as opções de ingresso da universidade, acesse: https://www.pravaler.com.br/.


Vai para o trabalho híbrido em 2023? Conheça 5 dicas da Woba antes de fazer a transição

Startup apoia empresas em suas jornadas para implantação da rotina de trabalho híbrido com ações de fortalecimento da cultura, escolha correta e redução de custos com serviços de infraestrutura para escritórios, eventos, salas de reuniões e comerciais em uma rede de 1.600 espaços no Brasil, México e Portugal

 

Empresas brasileiras ainda têm dificuldade de se adaptar ou até de entenderem o que é o trabalho híbrido. Pesquisa Google Workspace, em parceria com a consultoria IDC Brasil, mostra que 56% das corporações nacionais adotaram o trabalho híbrido em 2022. Quase a metade ainda não, mas elas querem. A Woba, startup brasileira que auxilia as organizações nessa transição, se tornou referência na América Latina, recebeu investimentos de mais de 50 milhões ao longo desse ano e não para de crescer. Confira quais são as suas dicas para empresas que planejam flexibilizar o trabalho de seus colaboradores em 2023.


1. Entender quando ir para o formato híbrido

Cada empresa tem uma jornada única para implantação e adaptação ao modelo de trabalho híbrido. Saber a hora certa para retornar ao escritório, muitas vezes, é o maior desafio. Para isso, é necessário que as organizações comecem a mapear com os colaboradores, seja por meio de rodas de conversas virtuais ou pesquisas de clima, como eles estão se sentindo e qual é a melhor forma de trabalho para eles. A partir dos dados, será possível entender o momento atual e preferências deles.


2. Como escolher o escritório (ou  escritórios)

Após compreender o momento atual dos colaboradores, é necessário se preparar para escolher a estrutura que acolha a capilaridade de empresas. Ou seja, é necessário disponibilizar estrutura de qualidade para colaboradores, independente de sua localização. Assim, fica possível que estes trabalhem perto de casa ou de compromissos, por exemplo. Além de poderem encontrar, nestes espaços de trabalho, colegas da mesma cidade ou região, o que fortalece a cultura organizacional e evita a sensação de solidão, muito presente no trabalho remoto. Segundo dados do relatório “O novo futuro do trabalho", da Microsoft, de 2022, o trabalho remoto pode causar a sensação de isolamento e culpa. O estudo apontou também que 81% das pessoas com menos de 35 anos sentiram solidão no trabalho remoto de longo prazo. 


3. Entender o objetivo do modelo de trabalho

O modelo híbrido de trabalho oferece inúmeros benefícios como redução de gastos com infraestrutura, como contas, segurança, serviços gerais, entre outros; e o acesso a potenciais parceiros de negócios pelos coworkings. Mas, antes de mudar a forma de trabalho e envolver os colaboradores nessa mudança, é essencial saber qual o objetivo da empresa. Deseja reduzir os gastos? Segundo dados coletados pela Woba, com base em seus clientes, ao optar por coworkings são diminuídos até 45% a menos de custos com contratos flexíveis e estrutura completa sem investimento inicial. Quer atrair os melhores talentos, independentemente de sua localização geográfica? Então é necessário uma forma de contemplar todos com infraestrutura adequada. Ao entender o que a empresa busca, é possível potencializar os resultados. 


4. Considerar o que os colaboradores querem

Segundo dados coletados pela Woba, com base em seus clientes, 70% dos colaboradores optam por um emprego com a flexibilidade do trabalho híbrido. As pessoas querem escolher uma jornada de trabalho flexível, realizada de qualquer lugar e que valorize a qualidade de vida. Considerar um modelo de trabalho híbrido adaptável aos colaboradores é essencial para engajar, desenvolver e reter talentos. Por exemplo, definir modelos de trabalho híbrido com 3 dias estabelecidos para o presencial e 2 para o remoto, não é uma modalidade híbrida, mas presencial.


5. Estruturar a empresa para ser "remote first"

É comum uma empresa querer ser híbrida, mas falhar em tornar seus processos, de fato, remotos. Para que ela possa ser híbrida, é importante que os processos, acesso à informação e tomada de decisão sejam remote first. Ou seja, é considerar que todo mundo está trabalhando remoto, mesmo que só haja apenas uma pessoa nessa modalidade de trabalho, por exemplo. Assim, os processos devem funcionar tanto para quem está presencial, quanto remoto, com a participação de todos e sem prejudicar quem não está no escritório.

A Woba tem a missão de ser uma companheira de pessoas e empresas na jornada da flexibilização do trabalho, acelerada pela pandemia. Este processo mudou a forma como as pessoas procuram emprego ou querem se manter nele, exigindo que empresas se adequem à nova realidade.

“Os colaboradores estão optando por instituições que ofereçam opções de trabalhos flexíveis, anywhere office (em qualquer lugar do mundo). Quando isso não é possível, há uma maior taxa de rotatividade e dificuldades no de atração, recrutamento e retenção de novos talentos, por exemplo. Sabemos que isso impacta as organizações, mas principalmente as pessoas, que querem ter mais qualidade de vida. A Woba traz um conceito de equilíbrio, de buscar o que se almeja para ter uma relação trabalho e vida que soma, e não que subtrai. É poder trabalhar perto da escola do seu filho e fazer com que seu trabalho se enquadre à sua rotina, e não o contrário”, afirma a CEO da Woba, Roberta Vasconcellos.

Na jornada em busca de um coworking ou outro espaço de trabalho, para o usuário final, a Woba funciona como um marketplace, onde é possível escolher trabalhar sozinho ou acompanhado em escritórios privados ou compartilhados. Locais para eventos e reuniões em grandes centros, com potenciais parceiros de negócios e conexões e só pagar pelo uso. Para a empresa, as soluções se integram ao oferecer a tecnologia para um ecossistema de escritórios asset light e 360º, com contratos flexíveis e inexistência de multa ou caução, por exemplo. Há diversas formas para criar um ecossistema de trabalho com inteligência e eficiência.

 

Woba

www.woba.com.br


terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Sua saúde em 2023: Veja dicas de psiquiatra de como parar de fumar

Pexels
Lidar com a falta de motivação é um dos recursos para alcançar esse objetivo

 

Se você é fumante, você pode estar no ponto em que quer parar de fumar, mas precisa de um guia para mostrar a você como ir de uma vida de tabagismo, “aqui”, para uma vida sem tabagismo, “lá”. Aqui você encontra dicas para começar a sua jornada livre do tabagismo do Dr. Patrick Bigaouette, psiquiatra do Sistema de Saúde da Mayo Clinic, em Mankato, Minnesota, EUA.


Calcule os custos do tabagismo

O tabagismo afeta de forma negativa o seu corpo, as pessoas próximas a você e o seu bolso:

  • As pessoas próximas a você, como seus entes queridos, amigos e colegas de trabalho, podem ser afetados pelo tabagismo passivo.
  • Faça os cálculos. Um maço de cigarros custa aproximadamente R$ 5,00. Um maço por dia vezes 30 totaliza R$ 150,00/mês. O tabagismo também consome o seu tempo, quando você se afasta do trabalho, da família e das atividades para fumar.
  • Cigarros eletrônicos têm custos físicos e financeiros semelhantes, embora os riscos à saúde não sejam totalmente claros por serem relativamente novos. Além disso, esses produtos não são aprovados pela Anvisa; portanto, o seu conteúdo não é regulado.


Saiba quando você está pronto para parar

Por que é tão difícil de parar? A nicotina simula a ideia de recompensa no cérebro, liberando dopamina, que causa uma boa sensação. Ao longo do tempo, você começa a desejar a sensação causada pela nicotina e começa a sentir que ela é normal. Quando o seu organismo não tem nicotina, ele entra em abstinência.

Quando você chega ao ponto em que os efeitos nocivos superam as vantagens do tabagismo e reconhece o controle que a nicotina tem sobre o seu cotidiano, você está pronto. No entanto, a decisão tem que ser sua. É um compromisso que você está fazendo consigo mesmo. Você pode ter tentado parar antes e fracassado, mas você pode ter feito por outras pessoas e não por você.


Vá de uma vida de tabagismo, “aqui”, para uma vida sem tabagismo, “lá”

Parar de fumar é um processo. Desenvolver um plano pode ajudar você a se preparar e a manter a sua decisão de parar.

Eis alguns elementos de um plano de sucesso:

  • Comprometa-se a parar de fumar.
    Conte à sua família, amigos, entes queridos e àquelas pessoas que farão parte do seu sistema de apoio.
  • Escolha uma data.
    Seja realista e dê tempo ao tempo para colocar o seu plano em prática.
  • Forme um sistema de apoio.
    Você pode tentar encontrar algum fumante para parar de fumar com você, ingressar em uma rede social ou grupo de apoio on-line, ou buscar terapia para ajudar a lidar com tudo o que faz você ter vontade de fumar, com a abstinência e os desafios emocionais.
  • Saiba o que faz você ter vontade de fumar.
    Talvez seja dirigir, praticar alguma atividade específica ou o estresse. Pense em como você administrará essas situações ou as evitará completamente.
  • Considere os seus desejos.
    Pense em todas as possibilidades para administrar os desejos e abordar os sintomas de abstinência. Tenha lanches saudáveis ao seu alcance, medite, faça uma caminhada ou envie uma mensagem para uma pessoa do seu sistema de apoio.
  • Pense em recursos úteis.
    Eles podem ser terapia de substituição de nicotina, como adesivos, chiclete, pastilhas, um inalador ou medicamentos que contenham bupropiona ou vareniclina.


Lide com falta de motivação

Quando as pessoas estão tentando parar de fumar, se têm uma recaída, elas tendem a pensar o pior: “Sou um fracasso. Estraguei tudo”. Esse pensamento pode levar à ansiedade, o que pode fazer com que você busque a sua antiga técnica de administração de estresse: fumar.

Se você fumar um cigarro ou cigarro eletrônico, nem tudo está perdido:

  • Seja gentil consigo mesmo.
    Isso é difícil. Menos que 1 em 10 adultos para de fumar a cada ano. No entanto, ao longo do tempo, 60% dessas pessoas que tentam parar, geralmente mais de uma vez, têm sucesso.
  • Recomece.
    Amanhã é outro dia.
  • Revise o seu plano.
    Você pode precisar ajustá-lo e considerar outros recursos como opções.
  • Converse as pessoas do seu sistema de apoio.

 

Mayo Clinic 

 

Como o metabolismo pode impactar no emagrecimento

Especialista dá dicas para eliminar peso e reforça a importância de realizar exames específicos 

 

Conhecida globalmente por um programa de perda de peso, a WW, em parceria com o Instituto Kantar, divulgou uma pesquisa mostrando que 91% dos brasileiros querem manter ou melhorar a sua saúde. Além disso, 45% percebem que necessitam controlar o peso e 57% dizem que emagrecer dá uma sensação de liberdade.

Entretanto, o endocrinologista e metabologista Igor Barcelos, especializado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, alerta que as dietas e tratamentos não funcionam da mesma forma para todo mundo. “O metabolismo, que pode impactar na perda de peso, é um conjunto de reações do nosso corpo que permite captar e transformar a energia dos alimentos para as funções do organismo e manutenção da vida. Alguns fatores contribuem para a diminuição da taxa metabólica basal, como o envelhecimento, deficiências nutricionais, sedentarismo, privação do sono, baixa ingestão de água, pouca massa muscular e outros”, destaca.

Para medir o metabolismo de alguém, o especialista explica que é preciso realizar exames como a calorimetria. “No entanto, algumas fórmulas que avaliam a quantidade de massa muscular podem auxiliar nesse processo”, ressalva.   

Um metabolismo lento pode dificultar a perda de peso e alguns sinais de que o corpo está um pouco mais devagar incluem seguir engordando, ainda que com alimentação reduzida; acúmulo de gordura em novas áreas; sonolência e fadiga; desequilíbrios hormonais, como a redução nos níveis de estrogênio e testosterona; pele, unhas e cabelos secos e quebradiços; desequilíbrio entre níveis de gordura e músculo; sensação de inchaço, uma vez que a digestão passa a ser mais lenta; e celulites.

A forma como esses elementos se relacionam com o emagrecimento, de acordo com o endócrino, é determinado pelo balanço energético. Isso significa que o corpo é diretamente influenciado pelo total de calorias consumidas ao longo do dia e pelos gastos calóricos. “Nos casos em que a pessoa consome mais calorias que o necessário e não realiza atividades indicadas para queimá-las, a energia que sobra é armazenada pelo corpo. E quando consumimos menos calorias e praticamos mais atividades físicas, o gasto de energia é maior e emagrecemos”, acrescenta. 

Para os pacientes com dificuldades em emagrecer, a orientação é realizar uma avaliação médica para saber sobre deficiências hormonais como da tireoide, testosterona e hormônios sexuais, realizando uma reposição se for necessário. Além disso, indicações como praticar atividade física, aumentar a massa muscular e ingerir muita água são cruciais para os bons resultados.

É necessário também consumir mais fibras; ingerir mais proteínas magras e gorduras monossaturadas - pois o organismo gasta mais energia para consumi-las. “Dormir entre sete e oito horas por noite, consumir alimentos com cafeína e catequinas como chá verde, café, pimentas e canela também ajudam”, aconselha. 

Mesmo quem possui metabolismo lento não precisa se preocupar ou pensar em desistir. Com acompanhamento médico, a pessoa pode melhorar a qualidade da alimentação e atentar para que o gasto calórico seja maior do que o consumo. “No entanto, não existe qualquer alimento proibido. Há apenas aqueles que se deve comer em menor quantidade possível, como industrializados, frituras, doces e outros”, conclui o Dr Igor.

 

Dr. Igor Barcelos - Médico Endocrinologista e Metabologista, com título de especialista pela SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia). Somando mais de 30 mil pacientes no Brasil, dentre as suas formações estão a residência em Clínica Médica e Pós-graduação em Medicina do Esporte pela UNIFESP. Dr. Igor já atuou como professor universitário e hoje realiza palestras e treinamentos em sua área, sendo uma referência para colegas e pacientes em grandes eventos. Também possui formações em desenvolvimento pessoal e negócios, sendo membro de grandes grupos com intenso networking, que possibilita crescimento e atualizações constantes em seus negócios. Para mais informações, acesse @drigorbarcelos pelas redes sociais ou pelo site https://meuendocrino.com.br/

 

Verões são maravilhosos, cuide de sua pele para ter muitos pela frente

No próximo dia 21 começa, oficialmente, o verão. A chegada desta estação nos proporciona lindos dias de sol e calor. Mas, infelizmente, a exposição prolongada ao sol é um fator de preocupação. Entre as 10 e 16 horas, a incidência da radiação solar é mais agressiva, pois é neste período em que mais se concentra a emissão de radiação UVA (representando 95% dos raios solares que chegam até nós). Por isso, de bebês a adultos, nessa faixa horária é importante evitar a exposição direta ao sol para que haja menos riscos de surgimento de câncer de pele. A campanha Dezembro Laranja faz este alerta todos os anos, desde 2014, atuando pela conscientização e prevenção do câncer de pele, cada vez mais comum no Brasil.  

 Atualmente, o câncer de pele é considerado a segunda principal causa de morte no Brasil e no mundo, perdendo apenas para as doenças cardiovasculares. No país, ele corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados anualmente. De acordo com a pesquisa do Instituto Nacional do Câncer, nos anos de 2023, 2024 e 2025 serão diagnosticados 704 mil casos por ano. Globalmente, a OMS afirma que haverá 27 milhões de novos casos até 2030, com 17 milhões de óbitos e 75 milhões de pessoas vivas anualmente com câncer. O maior efeito desse aumento vai incidir em países de baixa e média rendas. Porém, inúmeros estudos mostram que os cuidados de prevenção e o diagnóstico precoce ajudam a desacelerar esse crescimento e a ampliar os casos em que a cura é possível.    

O câncer de pele é resultado dos efeitos da exposição solar em médio e longo prazo e pode aparecer a partir do surgimento de lesões pigmentadas – conhecidas como pintas ou nervos melanocíticos, os quais podem evoluir ou não para um quadro maligno durante a vida. Ele aparece em adultos, crianças e adolescentes, pois nossa pele tem “memória” e acumula os danos solares ao longo da vida. Desta forma, os cuidados devem começar na infância e se estender por toda a vida.    

Entre os tipos de câncer de pele, o não-melanoma é o de maior incidência e mais baixa mortalidade. Considerado o mais comum em pessoas acima dos 40 anos, o câncer de pele é relativamente raro em crianças. Pacientes portadores de doenças cutâneas anteriores, como o vitiligo, tem menor proteção da pele contra o sol e maior risco de incidência do câncer de pele carcinoma espinocelular (tumor maligno).    

Embora mais comum em pessoas de pele branca, o câncer de pele pode surgir também em pessoas pretas e asiáticas. Outro fator a ser observado é que ele pode aparecer embaixo da unha, na planta do pé e por meio do HPV, tanto na região bucal quanto na genital.    

Se for à praia ou passar o dia em um local com piscina, lembre-se de aplicar protetor solar com FPS a partir de 30, reaplicando-o a cada quatro horas e, caso se molhe, reaplicando-o logo depois, na pele seca. Tentar evitar o horário de pico é importante, mas no verão o calor nos atrai para o sol e para a água, não é mesmo? Assim, abuse do protetor solar e corra para a sombra nos intervalos entre um mergulho e outro. Além disso, usar roupas de proteção UV ou mesmo roupas comuns, bonés e chapéus constituem uma ótima alternativa de cuidado.   

Evitar a exposição solar contínua é, sem dúvida, o melhor caminho. Hábitos saudáveis também são fundamentais: diminuir o consumo de bebidas alcoólicas e não fumar, fazer atividades físicas constantes e manter uma alimentação saudável são atitudes que contribuem muito para evitar a doença. Cuide de si mesmo e cuide de suas crianças. O câncer de pele é evitável, mas depende diretamente da sua atenção na prevenção.  

 

Rossana Vasconcelos - médica dermatologista e professora do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa. 


O método Buteyko, que consiste em tapar a boca com fita adesiva para dormir, pode ser prejudicial à saúde

Para Gleison Guimarães, médico especialista em Pneumologia, o conceito oferece diversos riscos para adultos e, ainda mais, para crianças 

 

Desenvolvida em 1950 pelo médico soviético Konstantin Pavlovich Buteyko, a técnica que leva o seu nome tem como princípio a crença de que as condições respiratórias, especialmente a asma, poderiam estar ligadas à forma como as pessoas respiram. Para o russo, se os pacientes aprendessem a respirar pelo nariz, os problemas pulmonares desapareceriam.

Com isso, ele desenvolveu a simples técnica de tapar a boca com fita adesiva ao dormir. Anos depois, a “terapia” ainda permanece popular e conta com praticantes ao redor de todo o mundo, que acreditam se tratar de um procedimento que ofereça efeitos positivos.

Muitos médicos discordam que a técnica seja benéfica. De acordo com Gleison Guimarães, médico especialista em Pneumologia pela UFRJ e pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), respirar pelo nariz é preferível, mas não obrigatório. “Na maioria dos casos, as pessoas não abrem a boca a não ser que estejam enfrentando alguma dificuldade ao respirar pelo nariz. Não há qualquer evidência médica que apoie o Buteyko como um tratamento eficiente”, relata.

Os defensores acreditam na eficácia da técnica pois, ao respirar pelo nariz, o ar é aquecido, facilitando o seu caminho até os pulmões. Como consequência, a entrada de oxigênio e a perda de dióxido de carbono se normalizam, diminuindo a possibilidade de inflamação e garantindo uma boa noite de sono.

Para o especialista, existem diversos riscos ao aderir a esse tipo de metodologia. “Se uma pessoa estiver enfrentando alguma dificuldade para respirar pelo nariz, por exemplo, sofrerá com a falta de ar. Se estiver doente e vomitar, poderá engasgar-se com a boca tampada se não agir com agilidade. A popularização desse tipo de tratamento pode se tornar um grande problema para a saúde”, pontua.

Alguns pais insistem em utilizar esse tipo de técnica em crianças e, até mesmo, em bebês. Isso é algo que pode ser o catalisador para uma série de tragédias e fatalidades. “Fazer uso do Buteyko em crianças é algo que nem mesmo os defensores do método recomendam. No caso de uma emergência, os adultos possuem a capacidade de acordar e arrancar a fita, mas as crianças ainda não contam com esse instinto. Esse tipo de comportamento aumenta, desnecessariamente, a possibilidade de morte de crianças em seus berços. Algumas delas contam com problemas respiratórios nas vias nasais, como adenóides ou um simples nariz entupido. Nestes casos, eles têm que respirar pela boca ou podem ter diversas complicações e, até mesmo, morrer”, lamenta.

O Buteyko promete diminuir problemas com a respiração e o ronco durante a noite. Entretanto, Gleison acredita que o melhor caminho é procurar um especialista. “Um médico realizará uma análise profunda em busca do real problema, podendo, assim, indicar o tratamento mais adequado. E, definitivamente, tapar a boca com fita adesiva não será um dos tratamentos utilizados”, finaliza. 



Gleison Guimarães - médico especialista em Pneumologia pela UFRJ e pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), especialista em Medicina do Sono pela Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS) e também em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). Possui certificado de atuação em Medicina do Sono pela SBPT/AMB/CFM, Mestre em Clínica Médica/Pneumologia pela UFRJ, membro da American Academy of Sleep Medicine (AASM) e da European Respiratory Society (ERS). É também diretor do Instituto do Sono de Macaé (SONNO) e da Clinicar – Clínicas e Vacinas, membro efetivo do Departamento de Sono da SBPT. Atuou como coordenador de Políticas Públicas sobre Drogas no município de Macaé (2013) e pela Fundação Educacional de Macaé (Funemac), gestora da Cidade Universitária (FeMASS, UFF, UFRJ e UERJ) até 2016. Professor assistente de Pneumologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro – Campus Macaé.
https://drgleisonguimaraes.com.br/ ou pelo Instagram @dr.gleisonguimaraes e no Twitter @drgleisonpneumo.


Reconstrução mamária imediata contribui para a melhora da autoestima da paciente com câncer de mama

Médico referência no Brasil em cirurgia plástica e oncológica, Dr. Wandemberg Barbosa dá orientações sobre a reconstrução mamária, procedimento que devolve a autoestima a quem passou pela cirurgia de retirada das mamas 

 

Na iminência da chegada de mais um Outubro Rosa, mês de conscientização sobre o câncer de mama, o médico referência no Brasil em cirurgia plástica e oncológica, Dr. Wandemberg Barbosa, destaca a importância de se cuidar da saúde mental das mulheres que passam por uma mastectomia como forma de tratamento da doença.

Para Dr. Wandemberg, as depressões mentais que se seguem ao procedimento são iguais ou piores que o próprio câncer, influindo muito na recuperação e cura dessas pacientes. “Além disso, mulheres que saem com uma boa cabeça desta maratona, que inclui detecção, diagnóstico e tratamento, são, na maioria das vezes, excelentes divulgadoras para chamar atenção das outras mulheres para o problema”, diz.

O médico cirurgião lamenta, dessa forma, que na atualidade as campanhas de mama foquem única e exclusivamente no mastologista, como o único profissional a tratar o câncer de mama. Conforme Dr. Wandemberg, essas campanhas acabam por ignorar a importância do cirurgião plástico e da reconstrução mamária como ferramenta poderosa para auxiliar o tratamento da doença, ao devolver a autoestima que, porventura, as mulheres tenham perdido quando suas mamas foram extraídas.

Assim, Dr. Wandemberg acredita que seja útil orientar as pacientes a respeito desta opção terapêutica (reconstrução mamária), fornecendo mais informações sobre o procedimento. O médico cirurgião explica que a reconstrução das mamas pode ser dividida, basicamente, em dois tipos: imediata e tardia. No primeiro caso, no mesmo ato cirúrgico, retira-se a mama e é feita sua reconstrução. “O principal benefício deste tipo de procedimento é permitir que a paciente vá para os tratamentos complementares, se estes forem necessários, sem o trauma da mutilação”, explica.

No segundo caso, a mama da paciente é retirada e somente após a realização dos tratamentos necessários, é feita a cirurgia de reconstrução, em um processo que pode demorar até dois anos. Conforme o médico cirurgião, aqueles que defendem a reconstrução tardia argumentam que o longo intervalo é necessário para que se possa ter certeza de que o tumor não retornará ao local operado. “Sou contrário a esta justificativa, a não ser em casos medianamente avançados, pois a paciente fica por muito tempo mutilada, sofrendo psicologicamente, sem motivo, já que em uma cirurgia bem indicada e bem-feita não há porque ter este receito”, diz

Em relação às técnicas mais comumente empregadas para a cirurgia de reconstrução mamária, Dr. Wandemberg destaca: a reconstrução com prótese de silicone; com prótese de silicone expansora; com retalho miocutâneo; e com retalhos microcirúrgicos. Na reconstrução com prótese de silicone, é colocada, em caráter definitivo, uma prótese com gel coesivo e superfície texturizada. Segundo o médico cirurgião, trata-se de um procedimento bastante complicado, onde precisam ser analisados diversos fatores de agressividade para com o local operado, que podem produzir alterações circulatórias na pele da região que será colocada a prótese.

A reconstrução mamária com prótese de silicone expansora é uma cirurgia intermediária, pois é realizada antes da colocação da prótese definitiva. Conforme Dr. Wandemberg, o procedimento consiste na instauração de um dispositivo, como um bojo de marca passo cardíaco, embaixo da pele. Posteriormente, este bojo é perfurado, através da pele, e nele se injeta semanalmente soro fisiológico com uma seringa até que a prótese se dilate, esticando a pele o suficiente para inserir a prótese definitiva. “É um método muito bom para casos em que o local onde será aplicada a prótese corre risco de complicações, mas possui alguns inconvenientes como o fato de submeter a paciente a várias sessões de dilatação e dois tempos cirúrgicos”, destaca.

Já na cirurgia de reconstrução com retalho miocutâneo, explica o médico cirurgião, uma nova mama é moldada a partir de uma “ilha de pele” - segmentos de pele ligados ao músculo irrigado por uma artéria – que é transferida para o local a ser reconstituído. Conforme Dr. Wandemberg, a vantagem desse procedimento é que o tecido usado é do próprio paciente, o que evita rejeições. “O ponto negativo é o tempo de permanência hospitalar após o procedimento, que é de dois a quatro dias, relativamente alto em comparação às outras intervenções”, diz.

Por fim, há a reconstrução com retalhos microcirúrgicos, que consiste na transferência de retalhos de pele com os vasos que os nutrem e sua posterior ligação a outros vasos da região. Trata-se, segundo Dr. Wandemberg, de método menos utilizado, principalmente em cidades menores, onde há menos recursos, pois exige uma aparelhagem mais sofisticada e treinamento de cirurgiões que ainda existem em número reduzido. “Em mãos experientes, constitui-se excelente alternativa”, concluí. 

 

Dr. Wandemberg - cirurgião formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e cirurgião oncológico formado pelo Hospital A.C Camargo – Fundação Antônio Prudente. Inclusive foi médico residente dessa instituição, terminando sua residência em 1981. Pela sua experiência e conhecimento, Dr. Wandemberg é reconhecido nacionalmente e internacionalmente, tendo levado inúmeros trabalhos em congressos. Além de ser membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) e do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, no Brasil, é “fellow” da The International College of Surgeons, “member ship”, na The European Society of Clinical Oncology, "associate member", na The American Society of Plastic Surgeons e médico visitante no Massachuset’s General Hospital Boston, nos Estados Unidos, e The Royal Marsden Hospital, no Reino Unido.

 

Saúde do homem e a quebra de tabus na era digital

Historicamente os homens cuidam menos da saúde do que as mulheres. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), utilizando dados do sistema de informação ambulatorial do Ministério da Saúde (MS) corrobora essa informação: em 2022 foram realizados apenas 200 mil atendimentos de homens com o urologista, contra mais de 1,2 milhão de atendimentos femininos por médicos ginecologistas no Sistema Único de Saúde (SUS). Embora a procura dos homens por serviços do SUS tenha aumentado, ainda é inferior à de mulheres, sendo 312 milhões de atendimentos comparados a 370 milhões também em 2022, segundo o próprio MS. 

O público masculino tem maior prevalência de doenças cardiovasculares que, a partir dos 40 anos, são algumas das principais causas de morte, ao lado de câncer e diabetes. Outra pesquisa, do Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL), realizada em 2021, apontou que 43% dos homens não costumam fazer exames cardiológicos e somente 32% dos usuários da rede pública com 40 anos ou mais realizam diagnóstico pelo menos uma vez ao ano. Embora eles reconheçam os fatores de risco, só 39% iriam imediatamente ao médico na presença de dor no peito. Isso precisa mudar. Muitas vidas podem ser poupadas com diagnóstico precoce e tratamento adequado ao longo da vida.   

No que tange à saúde mental, não é diferente. O “Report Anual da Saúde Mental dos Brasileiros”, realizado ano passado pela Psicologia Viva, que integra a healthtech Conexa, apontou que somente 26,2% dos indivíduos que buscaram atendimento são do sexo masculino (entre os que optaram em informar o gênero). Quando falamos em saúde, a abordagem precisa ser integral. Além de cuidar da saúde física e de condições crônicas, os homens também precisam cuidar da saúde mental. A visão estigmatizada de que somos super-heróis e não podemos demonstrar fraqueza precisa ficar no passado.   

Vou contar a minha experiência por que ela pode ajudar a quebrar tabus, como eu mesmo fiz.  Em setembro do ano passado, com uma agenda altamente concorrida como CEO de uma empresa de saúde integral, e com uma bebê em casa, também entrei para as estatísticas e acabei me descuidando em relação à minha própria saúde. Quando vi, meus exames estavam alterados e precisei mudar meu comportamento e adotar um novo estilo de vida.  

Decidi que saúde, qualidade de vida e longevidade são prioridades, assim como a vida profissional e pessoal e, com o acompanhamento de uma health coach, criamos um plano terapêutico que envolveu avaliações médicas, a prática de exercícios e mudanças na alimentação. Com a nova organização para me cuidar de forma efetiva, não só com o acompanhamento médico, mas focado em uma mudança real de hábitos, em pouco tempo tive melhora significativa em exames como colesterol, perdi 10% de peso corporal e tive uma drástica diminuição no estresse. 

Mudar comportamento é muito difícil. E precisamos ter apoio nesse processo. Para motivar as pessoas que trabalham comigo a investirem em saúde, passei a postar minhas corridas matinais na rede social corporativa. Isso estimulou outros homens a mudarem e motivou a criação de um grupo de corrida. Passei a receber mensagens de diferentes grupos dos nossos quase 550 colaboradores, que iam desde membros da diretoria e do conselho a estagiários compartilhando a sua nova rotina de cuidados com a saúde física e mental.   

É claro que o fato de trabalhar com saúde facilitou o meu acesso. E esse é um ponto que deve ser levado em consideração para a grande maioria da população. Inclusive, o estudo do LAL também aponta que 32% dos brasileiros consideram ideal ter um local de atendimento mais adequado para receber os homens, e 28% recomendaram a ampliação do horário de atendimento.  

É nesse contexto que a saúde digital se consolida como alternativa para que o público masculino cuide da saúde, monitore doenças crônicas e possa estreitar o relacionamento com os profissionais da saúde. A análise de dados da saúde para estratégias preditivas e preventivas já são usadas pelo mercado de healthtechs, principalmente com portadores de doenças crônicas. É um caminho para ter mais assertividade nas propostas de monitoramento e engajamento das pessoas nos cuidados com a saúde.  

Apesar de vivermos em um país com ampla desigualdade e difícil acesso à saúde de qualidade para muitos, uma mudança de cultura começa com pequenas ações individuais e com influência em nossos microambientes. Precisamos estimular a sociedade a ser mais saudável. Com pequenos passos conseguiremos escalar grandes montes. Qual passo você dará hoje para a mudança do seu futuro? 

 

Guilherme Weigert - cardiologista e CEO da Conexa, maior player de saúde digital da América Latina 

 

Por que está elevando o número de portadores do vírus HIV na população idosa?

 

A população idosa brasileira está em rápido crescimento dentro do contexto do processo de transição demográfica. Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), o número de pessoas acima de 60 anos aumentou de 22,34 milhões (11,3% da população), em 2012, para 31,23 milhões (14,7% da população) em 2021. Este processo apresenta várias repercussões, incluindo a saúde pública e, especificamente, as infecções sexualmente transmissíveis (IST’s), incluindo o vírus HIV1. 

Entre os anos 2009 e 2019 foram notificados 15.672 casos de SIDA (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, fase sintomática da infecção pelo vírus HIV) em pessoas acima de 60 anos, uma média anual de 1.425 casos. A maior parte dos casos notificados ocorreu na faixa etária entre os 60 e 69 anos e no sexo masculino. Neste período, foram notificados 12.907 óbitos por SIDA nesta faixa etária2. 

No entanto, o aumento no número de casos de diagnóstico de portador do vírus HIV entre os idosos não é exclusivamente devido ao processo de transição demográfica. Há vários fatores envolvidos, como a invisibilidade da prática de relações sexuais após os 60 anos para a sociedade, ausência de campanhas para prevenção das IST’s para esta faixa etária, menor adesão ao uso de preservativos e a ausência de preocupação com o risco de gravidez3. 

O avanço tecnológico na área da saúde e os avanços da saúde pública no Brasil, além de contribuir para o processo de transição demográfica, está permitindo que parte da população envelheça com maior qualidade de vida, o que se traduz, entre outras consequências, com a extensão da vida sexual para faixas etárias mais avançadas. O avanço tecnológico no tratamento da disfunção erétil é parte integrante desta extensão2. 

Todavia, o preconceito da pessoa idosa assexuada inibe que a prática sexual seja discutida na relação entre os profissionais de saúde e o paciente idoso, o que significa a perda de uma preciosa oportunidade de promover medidas de promoção de saúde e prevenção, como o uso de preservativos. Além disso, há o risco de pessoas acima de 60 anos serem negligenciadas quanto ao rastreio de IST’s, o que determina diagnósticos tardios. Entre os portadores idosos do vírus HIV, representa o diagnóstico quando há, por exemplo, infecções oportunistas associadas a grave imunossupressão4. 

Sabe-se que a imunidade sofre modificações com o processo de envelhecimento, a imunossenescência, que afeta tanto a imunidade inata como a adquirida, tornando a pessoa idosa mais susceptível a manifestações graves de infecções e a manifestação atípica dos processos infecciosos. Muitos apresentam comorbidades, frequentemente iniciadas há décadas, com maior comprometimento de órgãos e sistemas. Destaca-se ainda o processo de envelhecimento frágil, que acomete parte de uma parcela das pessoas idosas, que ao exaurirem as reservas fisiológicas, apresentam elevado risco de um envelhecer sem autonomia e sem independência. A infecção pelo vírus HIV, neste contexto, pode acelerar o risco de desenvolver SIDA, elevar o ritmo de declínio cognitivo e de desenvolvimento de demência e determinar maior nível de reações adversas associadas ao uso de antirretrovirais5,6. 

Portanto, a pessoa idosa é um grupo de maior vulnerabilidade e, assim, necessita de um olhar integral no cuidado a saúde que inclua a promoção de saúde e uma vida sexual saudável e segura.

 

Marco Túlio Gualberto Cintra - vice-presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)

 Referências:

1.IBGE. População cresce, mas número de pessoas com menos de 30 anos cai 5,4% de 2012 a 2021. Disponível em link. Acessado em 13 de dezembro de 2022.

2. BorgesJ. P. M., CoelhoJ. G., MatosG. C. N., CostaR. P., SilvaF. G. G. R. da, FonsecaB. S., FeresA. B. S., VasconselosP. F. de, OliveiraD. A. de, & LessaR. S. (2021). Evolução do perfil epidemiológico da aids entre idosos no brasil desde 2009 até 2019. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 13(10), e9148. Link

3. SANTOS AFM, ASSIS M. Vulnerabilidade das idosas ao HIV/AIDS: despertar das políticas públicas e profissionais de saúde no contexto da atenção integral: revisão de literatura. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 2011; 14(1): 147-157.

4. UCHOA YS, et al. A sexualidade sob o olhar da pessoa idosa. Rev. bras. geriatr. gerontol., 2016.

5. Allen JC, Toapanta FR, Chen W, Tennant SM. Understanding immunosenescence and its impact on vaccination of older adults. Vaccine. 2020 Dec 14;38(52):8264-8272.

6. SMITH RD, et al. HIV transmission and high rates of late diagnoses among adults aged 50 years and over. AIDS, 2010; 24(13): 2109-2115.

 

Posts mais acessados