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segunda-feira, 28 de junho de 2021

A mitigação da regra da impenhorabilidade salarial

Interpretação abrangente da lei já reconhecida pelo Superior Tribunal de Justiça


Uma das maiores dificuldades dos credores numa execução judicial, é obter êxito na busca por bens como alternativas que visem a adimplência de seu crédito.

Mesmo hoje, com diversas ferramentas cada vez mais tecnológicas e, portanto, com meios mais eficientes disponíveis para os credores buscarem bens dos devedores, como é o exemplo do Sisbajud, que agora tem a possibilidade de estender a busca por até 30 dias, o índice de execuções frustradas ainda é muito significativo e acaba por fazer muitos credores amargurarem grandes prejuízos oriundos de obrigações e contratos não cumpridos.

Por outro lado, ainda que se tenha aprimorado os sistemas de busca de bens, existem no nosso ordenamento jurídico bens que são impenhoráveis aos olhos da Lei, como, por exemplo, àqueles dispostos no artigo 833 do Código de Processo Civil (CPC), de modo que não seriam alternativas a serem utilizadas para adimplir determinado crédito e, por conta disso, muitas vezes a obrigação judicial acaba não sendo satisfeita.

Neste cenário, compete aos credores utilizar a criatividade e o bom senso para mitigar a regra da impenhorabilidade, e assim conseguir alcançar a tão almejada satisfação do crédito.

Seguindo nessa estratégia, muitos advogados têm pleiteado a penhora de parte do salário do devedor e obtido êxito frente aos Tribunais, ainda que, à luz do inciso IV, do artigo 833 do CPC este bem seja considerado impenhorável. Desse modo, questiona-se como esses advogados têm tornado este pleito viável?

É simples. Uma vez que eventual penhora não comprometa a subsistência do devedor, é possível e até mesmo razoável, a constrição parcial daquele provento, a fim de que seja destinada para o pagamento de determinado crédito.

Isso porque, ainda que a lei vede a penhora deste tipo de objeto, impedir a constrição do salário do devedor em razão da proteção à sua subsistência, por outro lado, pode também ferir a dignidade do credor, e é por isso que é preciso ponderar ambos os valores na busca pelo equilíbrio e pela efetividade do cumprimento de uma ordem judicial.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já teve a oportunidade de se manifestar sobre o tema. Ao enfrentar o caso, no julgamento do REsp 1.326.394/SP, em 12/03/2013, a Ministra Nancy Andrighi observou a necessidade de se fazer uma “interpretação teleológica para harmonizar a regra geral”. Ela ponderou que a regra da impenhorabilidade visa garantir ao devedor um mínimo para sua subsistência. Todavia, trata-se, também, de “limitação aos meios executivos, que garantem a efetividade da tutela jurisdicional”.

Percebe-se, pois, o bom senso sendo usado no julgamento em comento, além de ter dado ampla interpretação à Lei. Verifica-se que requerer a penhora dos rendimentos exige ponderação de quem pleiteia, visto que se deve observar se aquele percentual perseguido irá comprometer o sustento do executado. Não se pode objetivar, com a penhora do salário, a miserabilidade do devedor, e sim encontrar nela um meio de satisfazer seu crédito sem que isso comprometa valores personalíssimos.

Alguns anos depois, novamente a questão chegou a Corte Superior, que mais uma vez firmou entendimento pela possibilidade de penhora do salário do executado. Ao enfrentar o caso, em 27/05/2014, o Ministro Sidney Beneti entendeu pela possibilidade da penhora, uma vez que se verificou o esvaziamento da conta bancária do executado com vistas a limitar os meios executórios, bem como se ponderou a profissão do devedor que, médico, poderia ter um percentual de seus rendimentos bloqueados, sem que isso prejudicasse a sua subsistência nem a de sua família, de modo que entendeu que este caso concreto se enquadra na exceção à regra da impenhorabilidade.

Vejam que, para confirmar a penhora, o Ministro também fez uso do bom senso e acabou por mitigar a regra da impenhorabilidade do salário, de modo que, analisando o conjunto dos autos e ponderando as peculiaridades do caso, deu uma interpretação mais abrangente à Lei e decidiu pela penhora parcial do salário do devedor. A profissão do executado foi fator importante na decisão.

Desde então, esse entendimento vem sendo repetido naquela Corte. Contudo, ainda se percebe certa resistência de muitos juízes de primeira instância em conceder a medida e se aterem então à interpretação literal e restritiva da Lei, razão pela qual se faz necessário recorrer à instância superior para o credor fazer valer seu direito, no uso desta alternativa para dar efetividade à tutela judicial e, portanto, a satisfação daquele crédito que se persegue.

No entanto, em um movimento contrário ao que se vinha observando e representando um importante precedente, no último dia 31 de maio, o Tribunal de Justiça São Paulo, em uma decisão nos autos do agravo de instrumento 2053722-80.2021.8.26.0000, determinou a penhora de 15% do salário do executado. No caso em análise, a relatora Carmen Lucia da Silva, da 25ª Câmara daquela Corte, observou a possibilidade de concessão da penhora de parte do salário do devedor, reconhecendo a mitigação da regra de impenhorabilidade e ponderando valores de ambos os lados.

A Magistrada observou, de forma assertiva, que o que se busca é “harmonizar duas vertentes do princípio da dignidade da pessoa humana – de um lado, o direito ao mínimo existencial; de outro, o direito à satisfação da execução”. Assim, ponderou que após diversas tentativas frustradas de satisfazer seu crédito, vez que a execução se arrastava desde 2012, a concessão da penhora parcial dos recebimentos do devedor era a medida judicial adequada para o caso em análise.

É incontroversa a possibilidade de se mitigar a regra da impenhorabilidade do salário, sendo possível a realização de penhora parcial quando demonstrado que outras tentativas de satisfação do crédito já foram realizadas, sem sucesso, bem como que o percentual perseguido não comprometa a subsistência do devedor e, por outro, possa garantir a satisfação do crédito e o cumprimento da tutela judicial, harmonizando ambas as vertentes do princípio da dignidade da pessoa humana, que é o que no final das contas se pretende proteger.

 


Renata Martins Belmonte - líder de equipe da área de recuperação de créditos do escritório Albuquerque Melo Advogados.


4 dicas eficientes para reduzir custos na empresa em 2021

A pandemia da Covid-19 afetou a economia mundial e obrigou muitos empreendedores a repensarem seus negócios e reduzir custos. José Claudionor, CEO da ADV Tecnologia, empresa fornecedora de sistema de gestão, listou quatro dicas eficientes para melhorar a eficiência dos gastos de uma empresa, independente do tamanho e da área de atuação, e o melhor, sem comprometer o desempenho dos colaboradores e nem afetar os processos operacionais. 

 

Identificando os gargalos e as oportunidades

Antes de tudo é importante analisar que atitudes muito simples podem revelar oportunidades de redução de gastos.

O departamento de Recursos Humanos pode atuar na educação financeira dos funcionários, já que tem um papel importante na conscientização dos colaboradores. “É possível criar estratégias para economizar papel de impressão, aproveitando os dois lados da folha de sulfite, por exemplo. A tinta pode ser usada na opção de impressão econômica. Atitudes como essas otimizam o uso das impressoras e reduzem gastos. Um outro exemplo é parar o uso de copos descartáveis e oferecer copos permanentes para cada funcionário”, diz José.

Contratação e demissão frequentes de funcionários também implicam em custos (salários, remunerações adicionais, aviso prévio e encargos trabalhistas disputados na Justiça). Nesse caso, a terceirização e a tecnologia podem ajudar, eliminando a necessidade de contratar funcionários para determinadas tarefas. 

 

Investindo no planejamento 

Outra recomendação para reduzir gastos é investir no planejamento financeiro, principalmente no que se refere aos tributos. O planejamento tributário visa à escolha do melhor regime de tributação para a empresa. 

Segundo José Claudionor, o planejamento tributário bem realizado permite que a empresa reduza a carga tributária (impostos, contribuições, taxas) através de procedimentos legais. "Dessa maneira, é possível desenvolver uma vantagem competitiva do negócio dentro do mercado de atuação, fazendo investimentos melhores e oferecendo preços mais baixos com um atendimento personalizado e produtos qualificados." 

 

Cuidados com o fluxo de caixa 

O fluxo de caixa pode ser um aliado no gerenciamento dos lucros e gastos da empresa. Ele é o responsável por envolver as receitas, despesas, investimentos, capital de giro e os saldos em conta corrente. Manter esse fluxo devidamente controlado é fundamental para a saúde financeira da empresa. É importante ressaltar que o caixa tanto recebe quanto fornece dinheiro, sendo um dos pilares de sustentação de seu negócio. 

José Claudionor reforça que o empreendedor deve identificar sinais negativos que acusem debilidade no fluxo de caixa. "Fazer uma gestão eficiente é fundamental para cortar gastos. É preciso avaliar produtos armazenados em estoque, mercadorias sem rotatividade nas prateleiras, promoções específicas para obter vendas, retiradas contínuas de dinheiro do caixa e custos operacionais elevados." 

 

Reduzir custos de uma empresa com um sistema de gestão 

Por fim, um sistema de gestão empresarial pode auxiliar em todo esse processo. "Essa solução tem como principais características agilização nos processos, otimização no fluxo de informações, gestão em tempo real, maior segurança, e também dispensa o uso de planilhas do Excel", explica o CEO da ADV Tecnologia. 

O software também tem potencial para identificar com precisão os desperdícios, as despesas supérfluas, compras mal elaboradas, precificação inadequada, fornecimento precário e prejuízos com clientes. Tudo porque fornece uma visão, ao mesmo tempo, detalhada e geral de toda a organização.  

Isso quer dizer que todos os registros necessários a uma eficiente gestão financeira podem ser gerados através de um ERP (valor das mercadorias em estoque, saldo de caixa, volume das despesas, total das contas a receber e a pagar, demonstrativo de resultado mensal, balanço patrimonial e outros). 

O CEO finaliza dizendo que o sistema pode ainda ser personalizado para atender às necessidades da empresa. “Outra vantagem dessa solução é que ela pode ser adquirida através de módulos, ou seja, se a empresa considera o custo alto para a implantação do sistema integral, poderá optar pelo módulo que mais precisa (o setor mais carente no momento) e implantá-lo. Com o tempo, poderá obter outros módulos conforme suas necessidades e valor disponível para investir e melhorar seu negócio.” 

 

ADV Tecnologia

https://www.advtecnologia.com.br/reduzir-custos-de-uma-empresa/

 

Geração própria de energia solar ultrapassa um terço de Itaipu com 6 gigawatts no País, informa ABSOLAR

De acordo com a entidade, segmento promove enormes benefícios à população e já trouxe mais de R$ 30,6 bilhões em investimentos e 180 mil empregos acumulados no Brasil desde 2012
 
 
Para a associação, o Projeto de Lei nº 5.829/2019, que cria o marco legal da modalidade, fortalecerá a segurança de suprimento elétrico em tempos de crise hídrica e bandeira vermelha na conta de luz

 

 

A energia solar acaba de atingir a marca histórica de 6 gigawatts (GW) de potência instalada em telhados, fachadas e pequenos terrenos de residências, comércios, indústrias, produtores rurais, prédios públicos no Brasil, o que equivale a mais de um terço de toda a capacidade da usina hidrelétrica de Itaipu, segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).
 

De acordo com a entidade, o País possui atualmente mais de 518 mil sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, trazendo economia e sustentabilidade ambiental para mais de 652 mil unidades consumidoras. São mais de R$ 30,6 bilhões em investimentos acumulados desde 2012, que geraram mais 180 mil empregos acumulados no período, espalhados ao redor de todas as regiões do Brasil.
 
Embora tenha avançado nos últimos anos, o Brasil – detentor de um dos melhores recursos solares do planeta – continua atrasado no uso da geração própria de energia solar. Dos mais de 87 milhões de consumidores de energia elétrica do País, menos de 0,7% já faz uso do sol para produzir eletricidade, limpa, renovável e competitiva.
 
Para a entidade, a aprovação pelo Congresso Nacional de um marco legal para a geração própria de energia renovável, como proposto no Projeto de Lei (PL) nº 5.829/2019, fortalecerá a diversificação da matriz elétrica brasileira e a segurança de suprimento elétrico em tempos de crise hídrica e bandeira vermelha na conta de luz, decorrente do uso maciço de termelétricas fósseis. O PL nº 5.829/2019, de autoria do deputado federal Silas Câmara e relatoria do deputado federal Lafayette de Andrada, garantirá em lei o direito do consumidor de gerar e utilizar a própria eletricidade, a partir de fontes limpas e renováveis.
 
Segundo a ABSOLAR, a tecnologia solar fotovoltaica está presente em mais de 5.300 municípios e em todos os estados brasileiros, sendo que os estados líderes em potência instalada são, respectivamente: Minas Gerais (1.066 MW), São Paulo (752 MW), Rio Grande do Sul (743 MW), Mato Grosso (450 MW) e Paraná (341 MW).
 
“A geração própria de energia solar ajuda a economizar água dos reservatórios das hidrelétricas do País e reduz o uso de termelétricas fósseis, caras, poluentes e responsáveis pela terrível bandeira vermelha. Com isso, ajuda a diminuir a conta de luz de todos os brasileiros. Por isso, é fundamental fortalecer e incentivar o uso desta tecnologia no Brasil”, comenta Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da entidade.
 
Para o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, a aprovação PL nº 5.829/2019 pode trazer R$ 139 bilhões em novos investimentos ao País até 2050. “Os benefícios aos consumidores proporcionados pela modalidade representarão mais de R$ 150 bilhões somente com a redução de custos no uso de termelétricas fósseis neste mesmo período. Também serão proporcionados mais de R$ 23 bilhões de economia em perdas elétricas na transmissão, distribuição e geração da energia elétrica em usinas de grande porte, distantes dos locais de consumo. A soma destes dois fatores representará uma redução de custos de mais de R$ 173 bilhões aos consumidores brasileiros até 2050”, ressalta Sauaia.


 
 
Indicadores da geração própria de energia solar
 
A fonte solar fotovoltaica, baseada na conversão direta da radiação solar em energia elétrica de forma renovável, limpa e sustentável, lidera com folga o segmento de microgeração e minigeração distribuída, com mais de 99% das instalações do País.
 
Em número de sistemas instalados, os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 75,2% do total de conexões. Em seguida, aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (15,2%), consumidores rurais (7,0%), indústrias (2,2%), poder público (0,3%) e outros tipos, como serviços públicos (0,03%) e iluminação pública (0,01%).
 
Em potência instalada, os consumidores residenciais lideram o uso da energia solar fotovoltaica, com 40,7% da potência instalada no País, seguidos de perto pelas empresas dos setores de comércio e serviços (36,6%), consumidores rurais (13,2%), indústrias (8,3%), poder público (1,1%) e outros tipos, como serviços públicos (0,1%) e iluminação pública (0,02%).


Não é preciso ter muito dinheiro para se tornar um investidor, diz especialista

Pedro Salanek analisa o mercado e dá dicas para quem busca novos formatos de investimentos

 

A pandemia da Covid-19 trouxe incalculáveis mudanças para os mais variados setores da sociedade. No Brasil, pesquisas mostram que a população está cada vez mais preocupada, por exemplo, com a saúde financeira, já que milhões de pessoas têm sofrido com os efeitos econômicos da pandemia. Apesar de, em 2020, segundo o Monitor de Tendências de Investimentos Globais da ONU, os investimentos internacionais no Brasil terem caído 62%, cresceu o número de brasileiros que buscam informações sobre como investir e “fazer o dinheiro render”, temas que ainda são considerados como um tabu para a classe média nacional.

Para o professor do ISAE Escola de Negócios, Pedro Salanek, ao contrário do que muitas pessoas podem pensar, para ser um investidor não é preciso apenas ter dinheiro. De acordo com o especialista, um investidor é quem preserva sua renda. ‘‘É aquela pessoa que consegue gerar recursos utilizando sua própria renda’’, afirma o especialista. ‘‘Além disso, um bom investidor consegue enxergar boas oportunidades de rentabilidade, e isso não tem relação com a quantidade de dinheiro disponível para investimento’’, complementa.

Para ele, se tornar um investidor é mais do que ter dinheiro. ‘‘Para uma pessoa tornar-se investidor, ela precisa, antes de tudo, estudar. Saber mais sobre investimentos e conhecer mais sobre finanças’’, diz Salanek. ‘‘Ter disciplina e inteligência financeira também faz toda a diferença na hora de investir. Saber o valor do dinheiro através do tempo também fará com que essa pessoa reconheça boas oportunidades de investimento e tenha menos riscos. É ter um planejamento financeiro’’, destaca o professor.

Para quem deseja começar a investir, o professor dá algumas dicas. ‘‘Começar a investir o quanto antes é o primeiro passo. Isso serve para quebrar a ideia de precisar esperar para primeiro conseguir controlar o dinheiro para depois pensar em investimento’’, afirma o especialista do ISAE. ‘‘Há entradas em investimentos com valores muito baixos, por isso, não há a necessidade de se guardar uma fortuna para depois começar a investir’’, conta Salanek.

Outra dica trazida pelo professor é a diversificação. ‘‘É importante que, dentro do perfil de cada um, buscar ir além do olhar de renda fixa e variável. Procure encontrar as modalidades que, naquele período de dinheiro aplicado, sejam mais adequadas’’, detalha o especialista. Além disso, segundo Salanek, é fundamental prestar atenção na liquidez do investimento. ‘‘Essa velocidade em transformar o investimento em dinheiro é um dos pontos em que o investidor deve se atentar. É preciso identificar, no momento da aplicação, quando será o resgate do valor investido e se essa aplicação é um investimento adequado para aquele período, com a melhor rentabilidade’’, conclui o especialista.


Endividamento de 58% da população - sete dicas para sair da situação

Os dados mostram que o endividamento não para de crescer, segundo o Banco Central, em março, o endividamento das famílias chegou aos 58%, atingindo o maior porcentual desde janeiro de 2005 quando iniciou esse levantamento.

Com certeza a crise econômica potencializou essa situação, mas também a falta de educação financeira. O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas bancárias dividido pela renda das famílias no período de 12 meses, mas segundos análises de especialistas no tema, os números podem ser muito mais altos.

Para o especialista em educação financeira do canal Dinheiro à Vista (https://www.dinheiroavista.com.br), Reinaldo Domingos, se for considerar que ao comprar parcelado as pessoas estão endividadas, a situação é muito mais complexa, sendo necessário para as famílias estratégias para o momento.

Domingos conta que é essencial não entrar em desespero, analisar a situação através de um diagnóstico financeiro e assim sair definitivamente dessa situação. "É preciso evitar fazer novas dívidas antes de quitar as já existentes, tomando cuidado para não entrar numa bola de neve. O primeiro passo é mapear essas dívidas para saber o tamanho do problema e isso exige coragem e determinação", aconselha.

Por outro lado, o percentual de famílias inadimplentes, ou seja, com contas ou dívidas em atraso, diminuiu em junho deste ano em comparação ao mês anterior de 24,1% para 23,6%. "Ter dívidas não é necessariamente um problema, todos nós temos dívidas, mas não conseguir honrá-las leva à inadimplência. Apesar dessa leve queda, não há motivos para comemorar, pois ainda são mais de 62 milhões de consumidores que enfrentam essa situação", afirma Domingos.

Para quem precisa se organizar diante de tantas dívidas e não sabe por onde começar, Reinaldo Domingos apresenta 7 orientações para sair definitivamente do vermelho e controlar os gastos com maior segurança:


1- Colocar na ponta do lápis todas as dívidas que possuir, separando as que correspondem a serviços e produtos de necessidade básica, que não podem ser cortados (como água, energia elétrica, gás e aluguel) e as que sofrem juros mais altos (como cartão de crédito e cheque especial), considerando essas como prioridade para pagamento. Antes de sair se enrolando para pagar, faça um diagnóstico financeiro, para saber como pode diminuir as despesas mensais, fazendo sobrar dinheiro para pagar as dívidas em atraso e assim sair do vermelho;


2- Anote durante 30 dias todos os gastos que tiver, separando por tipo de despesa. Isso inclui gastos "pequenos", que podem até ser considerado menos importantes, como gorjetas e guloseimas, pois no final do período será possível compreender de que forma, efetivamente, seu dinheiro está sendo gasto. Reflita sobre os hábitos e comportamentos que o levaram a chegar nessa situação, assim saberá o que deve mudar e quais gastos irá reduzir ou eliminar;


3- Tenha em mente que só se deve negociar uma dívida quando se tem condições de fazer isso, ou seja, após se planejar, pois um passo precipitado pode até piorar a situação. Portanto, só se deve procurar um credor, quando já souber quanto terá disponível mensalmente para pagar e, então, poder negociar;


4- Trocar uma dívida pela outra nem sempre é a melhor alternativa. É claro que o crédito consignado, por exemplo, oferece juros baixos em comparação ao cartão de crédito, cheque especial e financiamentos, já que o pagamento é retido diretamente do salário. Justamente por isso é preciso cautela, já que para quem já está com dificuldade em administrar as finanças, ter sua renda habitual reduzida pode desencadear novos endividamentos e problemas ainda maiores, virando uma bola de neve;


5- Para não agravar a situação, antes de realizar qualquer compra, se faça algumas perguntas como "Eu realmente preciso desse produto?", "O que ele vai trazer de benefício para a minha vida?", "Estou comprando por necessidade real ou movido por outro sentimento, como carência, baixa autoestima ou influência de terceiros?". Ao fazer isso, terá uma grande surpresa sobre a quantidade de coisas adquirida apenas por impulsividade;


6- Em momentos de crise financeira, que são passageiros, é importante resgatar sonhos, objetivos que realmente importam e que farão a pessoa ter ainda mais motivos para "dar a volta por cima". É preciso relacionar no mínimo três sonhos: um de curto prazo (a ser realizado em até um ano), um de médio prazo (entre um a dez anos) e outro de longo prazo (acima de dez anos), sendo que um deles deve ser o de sair das dívidas;


7- Com os números do diagnóstico financeiro em mãos, é possível conhecer a sua força de poupança após os cortes para realizar o sonho de sair das dívidas sem que tenha que fazer outra dívida. Mês após mês, é preciso aplicar esse dinheiro em um investimento que seja coerente ao tipo de objetivo (prazo) e ao perfil do investidor. Caso tenha dificuldade para investir, é válido consultar um especialista.

Em tempos de home office: Saiba como liderar e influenciar sua equipe profissional

Especialista explica uma das habilidades discutidas no Fórum Econômico Mundial e traz dicas para auxiliar no desempenho dos líderes em meio a pandemia


Em um cenário persistente de trabalho home office, um dos temas bastante atuais é a questão da liderança das equipes de trabalho em um mundo virtual e distante. Pensando nisso, a especialista em estratégia de carreira, Rebeca Toyama traz o tema que está presente no ranking das habilidades do futuro, citadas pelo relatório do Fórum Econômico Mundial, além de compartilhar 5 dicas de sucesso para os líderes, onde em tempos de pandemia o treinamento, execução e avaliação profissional podem ser feitos, muitas vezes, com o distanciamento dos novos regimes integrais ou híbridos de home office.

Esse tema sempre foi muito relevante tanto para os executivos quanto para os empreendedores e agora é desafio para um número maior ainda de profissionais que precisam lidar com equipes de trabalho à distância por inúmeros fatores. Portanto, não é coincidência que essa habilidade aparece articulada com influência social no ranking do relatório de habilidades para o trabalho do futuro citado no relatório.


A troca é importante

 Segundo a especialista, a integração da liderança com a influência mostra o término do modelo de controle unilateral, onde ‘um manda e o outro obedece’, e traz a abertura para o modelo de aprendizado mútuo, descrito no livro Metamanagement: o sucesso além do sucesso, de Fred Kofman.

“No aprendizado mútuo, o líder passa a ter um papel inspiracional por ser um bom exemplo profissional e pessoal para sua equipe. Em tempos em que estamos conectados a maior parte do dia e que nossos lares foram transformados em nosso escritório, é importante que os líderes entendam seu papel como influenciador social não apenas de sua equipe", ressalta Rebeca Toyama, especialista em estratégia de carreira.

Segundo uma pesquisa sobre efetividade organizacional desenvolvida pela Organização Gallup, feita com mais de 1 milhão de empregados de uma ampla gama de indústrias, empresas e países, mostrou que colaboradores talentosos necessitam de líderes excelentes. A pesquisa foi feita com 12 perguntas que convidam o líder que habita em cada entrevistado a assumir sua a responsabilidade de influenciar pessoas, estejam elas acima, abaixo ou ao lado no organograma da empresa. E ainda vale ressaltar, que os resultados mostram o quanto empresas deixam a desejar, quando o tema é liderança.


Liderar de forma assertiva 

Para ser um líder de sucesso, é importante ressaltar que a base está na forma em que se enxerga a vida e as responsabilidades, portanto, as transformações precisam vir de dentro e do quão deseja se dedicar para ajudar o time. Vai além de criar diretrizes de trabalho e pontuar em um treinamento para o que liderado siga, envolve ouvir o outro lado, ainda que no ambiente virtual.

Além disso, com a ajuda de métodos e estudos comportamentais como o termo CNV- Comunicação não-violenta, que é uma forma de transformar a comunicação com os colaboradores, explicando de forma lógica e assertiva, sem deixar de lado emoções e sentimentos e deixando claro a necessidade de alcançar os objetivos.

“O líder precisa influenciar positivamente o ambiente para que o trabalho e as cobranças se transformem em algo saudável, pois os métodos agressivos e coercitivos impactam negativamente na performance da equipe. A dica é se comunicar de forma humana, mas em nenhum momento omitir aquilo que é importante e negociável. ”, finaliza, Rebeca.

Para a profissional, pontuar os objetivos de cada tarefa e se colocar à disposição ao longo do processo são fundamentais. E para auxiliar o desempenho dos líderes em meio a pandemia, a especialista em estratégia de carreira, Rebeca Toyama, preparou 5 dicas.


Respeite seus valores e seja um bom exemplo!

  1. Cuide de seu bem-estar e qualidade de vida. Um líder cansado, doente e endividado causa mais repulsa que influência. Pior: pode gerar medo, receio de discutir e negociar pontos do desenvolvimento profissional e se distanciar ainda mais da sua equipe;
  2. Em um mundo conectado lembre que você está influenciando pessoas dentro e fora da empresa 24 horas por dia. Os líderes devem pensar sempre na própria apresentação, no tom de fala e nas informações pessoais que compartilham com sua equipe de trabalho, pois todos os ambientes estão sempre conectados agora;
  3. Conte sua história de vida com sabedoria expondo conquistas e fracassos para que as pessoas aprendam com você. Não ter medo de compartilhar insucessos, histórias de superação e buscar ajuda fazem parte desta nova rotina, mas o vértice deve sempre extrair um aprendizado para que sirva de exemplo;
  4. Tenha um estilo de vida alinhado com seus valores. É mais efetivo influenciar pessoas com exemplos do que com frases prontas. Isso envolve compartilhar o tempo dedicado a alguma atividade de lazer, à família e a organização própria do trabalho, o que ajuda a fazer um colaborador evoluir;
  5. A maior preocupação de um líder não deve ser em agradar sua equipe, mas sim em ajudá-la a se desenvolver.

 


Rebeca Toyama - fundadora da ACI que integra competências e inteligências e transforma propósitos em carreiras e negócios. Especialista em estratégia de carreira e bem-estar financeiro. Possui formações em administração, marketing e tecnologia. Especialista e mestranda em psicologia. Atua há 20 anos como coach, mentora, palestrante, empreendedora e professora. Colaboradora do livro Tratado de psicologia transpessoal: perspectivas atuais em psicologia: Volume 2; Coaching Aceleração de Resultados e Coaching para Executivos. Integra o corpo docente da pós-graduação da ALUBRAT (Associação Luso-Brasileira de Transpessoal), da Universidade Fenabrave, do Instituto Filantropia, e da Academia GFAI.


Duas dicas simples e eficazes para criar uma senha forte e proteger seus dados online

Com a migração do trabalho para o ambiente online, a quantidade de informações disponíveis e vulneráveis a ataques atrai cada vez mais cibercriminosos. Nesse cenário, a manutenção da privacidade de dados depende diretamente das medidas de segurança da informação utilizadas. E a primeira delas, e não menos importante, é criar uma senha segura. 

O cuidado ao criar senhas deve ser parte da rotina de todos, mas principalmente dentro de ambientes corporativos. Um vazamento de dados pode prejudicar financeiramente e afetar permanentemente a reputação de uma empresa. 

De acordo com um estudo realizado pela ESET, apesar do baixíssimo nível de segurança, cerca de 23,2 milhões de contas vazadas em todo o mundo usavam 123456 como senha. Códigos como esse normalmente são utilizados pela facilidade de lembrá-los. Porém, são totalmente previsíveis, tanto para cibercriminosos quanto para outras pessoas que buscam acessar informações indevidamente. 

Tendo isso em vista, vale seguir duas dicas simples para criar uma senha mais segura e forte, garantindo maior proteção aos dados.

 

Dica nº 1: Crie uma frase-passe pessoal para usar em vez de uma única palavra. Ou seja, crie uma declaração curta que tenha significado para você, mas que não tenha mais do que três ou quatro palavras. Um exemplo disso seria: Eu adoro bolo. Esta será a sua frase-passe que não deve ser compartilhada com ninguém.

 

Dica nº 2: Crie uma chave para a senha. Esse será o seu decodificador! A chave pode ser impressa e armazenada em sua carteira ou bolsa. Sem a sua frase-passe privada, ela é inútil.

 

Aqui está um exemplo de chave para a senha:

 

• Use a primeira e a última letra de cada palavra em sua frase-passe, misturando maiúsculas e minúsculas.

• A letra "A" pode ser substituída pelo símbolo "@".

• A letra "E" pode ser substituída pelo número 3.

• Adicione uma designação de duas letras (maiúsculas) para representar o site que você está autenticando.

• Adicione uma designação de duas letras (minúsculas) para a estação atual do ano.

• Adicione os dois últimos dígitos do ano atual.

 

Com sua chave para a senha, você poderá transformar sua frase-passe, como eu adoro bolo, em uma senha complexa, conforme demonstrado abaixo.

 

Primeiro passo: Use as primeiras e últimas letras de cada palavra em sua senha. EUAOBO

Segundo passo: Substituir A por @. EU@OBO

Terceiro passo: Substituir E por 3. 3U@OBO

Quarto passo: Adicione 2 letras maiúsculas que representem o tipo de autenticação (por exemplo, RD = rede etc.). 3U@OBORD

Quinto passo: Adicione 2 letras minúsculas para a estação (por exemplo, io = inverno, pa = primavera etc.). 3U@OBORDio

Sexto passo: Adicione os últimos 2 dígitos do ano atual. 3U@OBORDiv21

 

Por fim, é importante lembrar que alterações periódicas de senha são recomendadas. Usando o método acima, é possível, por exemplo, simplesmente mudar a estação e o ano atual para manter a complexidade da senha.

 

 

Mathew Newfield - Diretor de Infraestrutura e Segurança da Unisys

 

Concorrência entre bancos pode reduzir juros do financiamento habitacional



O que pesa na balança de um financiamento habitacional é a taxa de juros. Este fator é essencial por ditar se a prestação será mais alta ou mais baixa, o que impacta diretamente na capacidade do mutuário de pagar o seu financiamento habitacional. Nesse quesito, a favor do mutuário, dois pontos importantes de destaque são a concorrência, que reduz o custo efetivo total do empréstimo, e a portabilidade, que possibilita mudar de um banco para outro, sempre buscando um custo mais baixo para seu financiamento.

Quando há uma boa concorrência entre várias instituições atuando no mesmo ramo, cria-se uma disputa entre elas que, para conseguir ganhar o mercado de consumo, passam a oferecer condições melhores que seus concorrentes, como destaca o presidente da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa. “Nessas horas, o consumidor/mutuário deve saber usar a concorrência como meio de negociação. Sempre antes de fechar um contrato, busque outras alternativas no mercado e barganhe com os bancos melhores condições para o seu financiamento”, aconselha.

Após assinado o contrato, mesmo que as condições da época se tornem menos atraentes que as oferecidas por outras instituições financeiras, nada impede que o mutuário peça a portabilidade do seu financiamento, para, novamente, ter um contrato mais benéfico. “A portabilidade é um procedimento autorizado pelo Banco Central que deve ser requerido pelo mutuário junto à nova instituição financeira, que ficará responsável pelo procedimento junto à instituição financeira titular do contrato de financiamento habitacional”, explica Vinícius Costa.

Sobre a portabilidade, o advogado ressalta que cabe destacar que devem ser mantidas algumas características do contrato, como prazo e sistema de amortização, e que não cabe recusa do pedido pela instituição financeira titular do financiamento. “Ou seja, uma vez requerido pelo mutuário, o procedimento deve obrigatoriamente ser realizado.”

De acordo com Vinícius Costa, em tempos de juros baixos no mercado, decorrente de medidas governamentais e fomentado pela concorrência, a portabilidade é uma medida a ser considerada para redução da parcela do financiamento habitacional.




Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação - ABMH


No mês do Meio Ambiente, professor destaca os impactos da ação humana no ecossistema

Franco Bonetti, coordenador dos cursos de Ciências Biológicas e Biomedicina do Centro Universitário Módulo, avalia como a ação humana está refletindo negativamente no ecossistema e orienta sobre como diminuir o impacto no meio ambiente

 

Inúmeras são as consequências advindas da ação humana, sejam elas no campo da ciência, tecnologia, do urbanismo ou da natureza. Atualmente, as ondas de calor intensa, chuvas carregadas e volumosas e ar seco são reflexos dessa intervenção no meio ambiente.

Professor e coordenador dos cursos de Ciências Biológicas e Biomedicina do Centro Universitário Módulo, instituição que integra a Cruzeiro do Sul Educacional, Franco Bonetti diz que as ações humanas podem influenciar drasticamente na variação das temperaturas. A queima de combustíveis é um exemplo. “Resulta na maior emissão de monóxido de carbono, e, consequentemente, impacta e contribui para o aumento da velocidade do aquecimento global. O desmatamento diminui a oxigenação do ar e o sequestro do gás carbônico da atmosfera, realizado pelas plantas”, complementa.

“A atuação humana proporciona alterações no meio ambiente e que, por consequência, afetam a vida de toda a população. Situações como a que vivemos neste momento, em que o inverno apresenta temperaturas semelhantes às do verão, ocasionam uma aceleração no ciclo de diferentes espécies, influenciando a quantidade de indivíduos de um ecossistema”, enfatiza Franco.

O especialista ainda exemplifica que os insetos em geral se reproduzem em climas mais quentes e, assim, diminuem a quantidade de indivíduos no inverno. “Com esta linearidade de temperatura elevada acima dos padrões médios, o número de insetos está aumentado, trazendo doenças que não são comuns de acontecerem com tanta incidência nas épocas mais frias do ano”.

De acordo com o docente, as alterações climáticas podem provocar transformações em diversos ecossistemas da Terra, como em florestas tropicais, geleiras dos polos e os recifes de corais, resultando em mais de 50% de destruição de espécies conhecidas. “Sem mencionar os danos que podem impactar diretamente a vida da espécie humana e como consequência seus hábitos alimentares e até mesmo na economia”, acrescenta.

Franco finaliza dando dicas para o cenário. “Uma medida relativamente eficaz poderia ser a substituição de árvores exóticas por outras de espécie nativas com a finalidade de manter o equilíbrio do ecossistema local”, conta. Ele ainda frisa orientações já são conhecidas por todos, entre outras: a diminuição da emissão de gás carbônico, por meio da utilização de transportes alternativos; a redução do uso indevido de água; evitar o consumo exagerado de energia; separar os lixos orgânicos e recicláveis; utilizar produtos ecológicos e biodegradáveis e não jogar lixos nas ruas.

 


Centro Universitário Módulo

www.modulo.edu.br 

 

Entenda a segurança por trás dos bancos digitais

Especialista em fintechs explica por que bancos digitais são tão seguros quanto os tradicionais


Eles tiveram, em maio deste ano, quase três vezes mais downloads que os bancos tradicionais, são mais práticos, têm taxas atrativas, mas ainda há quem duvide da segurança dos bancos digitais. Pesquisa recente mostrou que essa dúvida é o motivo pelo qual muita gente não se rendeu à praticidade dos digitais.

O que muitos não sabem é que a segurança é praticamente a mesma que a de um banco tradicional.

O administrador com foco em economia, banco digital e fintechs Marcelo Pereira afirma que não há diferença entre o sistema de segurança de um banco digital para um tradicional. “Todos seguem regras estabelecidas pelo Banco Central do Brasil e obedecem à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais), sob risco de serem penalizados caso descumpram algum ponto previsto”, explica.

Segundo o especialista, o sistema é totalmente seguro, mesmo sendo utilizado pelos celulares ou pelos computadores. “Muitos têm medo de vazamento de dados, mas esse risco não existe, o dado só vai vazar se a própria pessoa passar suas informações fora do aplicativo ou fora da plataforma oficial da instituição”, afirma Pereira.

O administrador acrescenta que os sistemas estão evoluindo cada vez mais para evitar inclusive os ataques hackers.

82% das pessoas que não utilizam banco online
dizem que não confiam no formato

Depositphotos


Desconfiança


A dúvida sobre a segurança, segundo a pesquisa da MUV em parceria com a Power-Fi, agências de marketing e publicidade, é mais frequente entre o público das classes C, D e E. De acordo com o levantamento, 55% das pessoas entrevistadas (majoritariamente de baixa renda) disseram que não utilizam bancos pelo celular. Dentre os motivos, 82% apontaram que não confiam nesse formato.

Mesmo dentre os usuários de bancos digitais, muitos ainda têm receio de manter todo o seu dinheiro em uma conta digital e acabam também utilizando os bancos tradicionais para dividir suas economias entre eles.

Mas, segundo Marcelo Pereira, você pode sim manter todo o seu dinheiro somente em uma conta digital, que não há riscos de perdê-lo. “E mesmo que o banco venha a falir, por exemplo, seguindo as regras do Banco Central do Brasil, você conseguirá resgatar o valor guardado ali em uma outra instituição bancária que será indicada”, informa.

O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) ressarce o cliente em até R$ 250 mil em caso de falência do banco.


Como saber se uma conta digital é segura?


Caso haja dúvida quanto à segurança de uma conta digital, o especialista aconselha realizar pesquisas na internet sobre a reputação da empresa e conferir se ela tem cadastro no Bacen. “O Banco Central do Brasil possui uma relação de instituições em funcionamento no país. Esse é um indicativo de que a instituição é séria e segue as regras do mercado”, conclui.




Popularidade


Uma pesquisa do Bank of America, que acompanha dados da Apple Store e Google Play, revelou que em maio de 2021 os bancos digitais tiveram 20,880 milhões de downloads, uma alta de 2,3% em relação a abril.

Segundo o levantamento, entre os bancos tradicionais, os downloads totalizaram 7,451 milhões no mesmo mês, uma queda mensal de 8,7%.

 



Marcelo Pereira - administrador com foco em economia, banco digital e fintechs

 

Interconfiança: colhendo as maçãs proibidas e incumbindo nossos diamantes

Por quantas horas investimos nossas vidas nas escolas e nas universidades (para aqueles que, em um país com estruturas perversas de acesso à educação, possuem esse privilégio), absorvendo certos tipos de conhecimentos e desenvolvendo a inteligência acadêmica, para chegarmos na “hora H” de sermos funcionais, nos comunicarmos de maneira pífia e ineficaz, sem clareza para expressar, sem desvelo para ouvir, e sem sensibilidade para perceber os sinais do outro, a capacidade cognitiva.  

Uma existência autêntica e livre passa pela busca por conhecimento, que se obtêm através da proatividade, escolarização e educação. Gostaria de destacar o terceiro fator, pois sem este pouco adianta os dois primeiros. Parte importante da educação objetiva desenvolver a capacidade de obter a conexão humana através de respeito e cordialidade, “saber chegar e saber sair”, como a grande chave mestre para nos abrir grandes portas. As conexões humanas de maior qualidade são baseadas na manifestação do caráter, através da vazão genuína dos sentimentos e necessidades e inquisição dos mesmos proveniente dos outros. Organizações com diálogos sinceros e autênticos são as que despontam e de fato obtêm integridade. Engrandecem sua missão, transformando seus setores e o bem-estar coletivo.

A comunicação autêntica se baseia em empatia, não em posições e opiniões, e a base para tal é não ter como objeto focal convencer as pessoas de sua razão, mas sim explicar o porquê você pensa como pensa, e inquirir esta mesma atitude nos demais. Deste modo, os sábios, àqueles que já transitaram a independência e a interdependência, enxergam esse processo como oportunidade de expandir a consciência através da humildade de se curvar a uma boa retórica e percepção dos outrem. Nossos paradigmas e dos outros representam a visão parcial da realidade, no qual, sobrepondo-os, temos mais aproximação com mesma. Devemos partir do princípio de que os demais possuem conteúdo significante a aportar.

Na pré-história, os seres humanos necessitavam compartilhar informações relevantes sobre as condutas alheias por uma necessidade de segurança, ou seja, perceber em quem se podia conceder confiança. No mundo moderno essa cultura foi distorcida ao nível de vício, overdose, recheadas de julgamentos perversos e desrespeitosos à universalização e a diversidade, no qual chamamos de fofoca. Fofoca é o antídoto para projetarmos nossas sombras nos outros. Portanto, pessoas fracas focam a comunicação falando de pessoas; pessoas interessantes falam de coisas; pessoas imprescindíveis dialogam sobre ideias, ou seja, focam em proatividade, criatividade e propósito de realizar, permitindo uma existência em uma frequência mais elevada para construir uma realidade melhor. Estes não vieram de passagem, vivem com altivez e deixarão legados.  

Muito embora as diferenças culturais humanas formam personalidades e caráteres cujo maior valor é a identificação com o ego e a construção e preservação da identidade, nitidamente existe uma unidade universal humana que nos conecta, pois no fundo somos os mesmos, na busca por segurança, amparo, satisfação, validação e significado. Esta sobreposição significa a universalização e os propósitos comuns que nos conectam, sendo estes o ponto de partida de qualquer processo de comunicação purificada.

Existem sim diferentes programações mentais. Ao ver um belo hotel em Nova York, provavelmente eu pese: “quero me hospedar aqui”; talvez Donald Trump pense: “quero comprar esse empreendimento”. Propósitos comuns representam o pré-requisito de uma comunicação de alto nível, caso contrário, estamos diante de conflitos de interesses, onde o foco está na consciência de que muitas escolhas representam uma perda, e de que a condição não escolhida tende a ser posteriormente percebida com valor superestimado, pois, como não se está vivendo esta, também não estamos vivendo suas dores e sombras. Em organizações, necessariamente estamos tratando de propósitos comuns. Essa é a base.

Expectativas claras, o que esperas de mim e eu espero de você, formam o outro alicerce primário da edificação do diálogo. Muitas vezes, em abordagens imaturas, esse princípio representa uma barreira de comunicação, devido ao receio de ser julgado por dispor a outros responsabilidades que no fundo podem gerar desconforto e desidentificação, deixando com que tais expectativas se mantenham na dimensão implícita e oculta, sendo assim a gênese de conflitos disfuncionais e confrontos. Diga-se de passagem, conflitos são produtivos e funcionais em indivíduos maduros. Se lançamos mão do diálogo sincero, deveras descobrimos as sobreposições e proximidades, ou a distância entre as ideias e os paradigmas; nos deparamos com a realidade concreta, caixa preta muitas vezes ocultada e deixada de lado, gerando os tabus de comunicação que apequenam a vida. 

A origem da palavra sincera, do latim, significa “sem cera”, ou seja, sem maquiagem, sem máscara. A referida cera significa a personalidade, o personagem que escarnamos no palco social da vida em busca de enquadramento, validação, reconhecimento e projeção. O diálogo sincero se desprende da persona e migra ao caráter e ao coração, assim gerando marca de percepção e inquisição da confiança e humanidade. Empatia genuína não provém da mente, pois ela automaticamente tende a realizar julgamentos. Sim provém da essência, do coração. Cooperação e interconfiança partem da integridade e das intenções positivas perante o propósito comum; da expressão clara de nossos sentimentos, desejos e necessidades perante estes, o alinhamento entre o que sentimos e pensamos com a forma como agimos. 

Na época do homo sapiens primordial, dentro da sua caverna, este primitivo, que já dominava o fogo, quando estava assando sua caça, ao se deparam com outro indivíduo desconhecido adentrando “seu” espaço, necessitava rapidamente concluir: “este veio me exterminar e roubar meu alimento, ou veio com a intensão de agregar sua caça e partilhar? ”. Esta necessidade e capacidade de percepção foi vital na evolução humana. Desafortunadamente, até hoje, parte dos indivíduos adentram nossas cavernas com intensões perversas, por isso, partimos do princípio da desconfiança, e a confiança deve ser conquistada, não clamada. A Inter confiança moderna se depara, além da preservação da vida e da “caça”, com a proteção da nossa identidade e ego. 

A humanidade necessita mais do que nunca da sobreposição desta crença ou fato limitante. Quando indivíduos ou organizações com propósitos comuns e competências complementares se conectam em cooperação, oportunizamos criar e dispor de soluções integradas que com uma abordagem mais ampla e holística perante os anseios da sociedade e do público, gerando maior capacidade de expandir o espectro de análise e tratativas perante os elementos interligados de um mesmo sistema, gerando maior nível de valor pela capacidade de desenlace perante questões que os mesmos sozinhos não o alcançariam. Organizações independentes, ao se tornarem interdependentes, se possibilitam sim a revolução. Este processo de cooperação e sinergia sobrevém da Inter confiança, precedida pela marca de integridade e ética das organizações, feitas pelos seus indivíduos, logo, de agentes com perícia a conduzir a negociação ganha-ganha e empática. Você guarda meus diamantes, enquanto eu guardo os seus? O intrépido revolucionário necessita de coragem e honra!

Os tabus de comunicação se definem como os temas nos quais necessitamos muita ousadia para se dizer o essencial. Esses assuntos geralmente representam as raízes das problemáticas, que tocam em pontos sensíveis relativos à moralidade e atitudes que pessoas tomam baseadas em baixa Inter confiança, conflitos e confrontos mau resolvidos, ou medo de ocasioná-los; ademais, egos, vaidades, rancores, ou até mesmo o medo de transcender e se deparar com suas próprias sombras. Assim, ficamos tratando as superfícies e as arestas, ignorando e ocultando o que realmente é profundo e importante. Preferimos viver em devaneios ou ilusões do que nos depararmos e tratarmos com a realidade. A consciência dessas toxidades ocultas são o primeiro passo para curá-las. Um clássico tabu de comunicação em organizações é: “porque fulano não se comunica e coopera com ciclano? ”. O líder que se omite de colocar as cartas na mesa e estabelecer a comunicação autêntica, neste caso, através do estilo afiliativo, está enganando a si mesmo e a organização. Em vez disso, a atmosfera se contamina com ruídos e indiretas confusas que se dissipam com o vento.

O papel da liderança, neste caso, é promover a reunião (unir de novo), através de uma abordagem de diálogo sob estilo afiliativo, pois isto está dentro do círculo de influência do tutor; do contrário, é omissão, que paga o preço de uma jornada com marcas de desatino, e uma equipe com sinais de cisão contra cultural e producente. Para tal abordagem, necessita-se a autoridade do líder, sob a posição de integridade de ele mesmo não se encontrar em condição de tabus de comunicação com cisões interpessoais, para que os liderados assim não o pensem “você se diz ferreiro, mas assa com espeto de pau”.

O diálogo sincero e bem-intencionado baseado em retórica é um valor absoluto na organização sistêmica inteligente. A alegação de ingerência, “isso não é do seu departamento”, é outra forma de tabu de comunicação covarde, uma “muleta”, abordagem absolutamente reducionista que visa ocultar a incapacidade de retórica, afiliativa e de estimular visão de processo e pertencimento. Departamentos são elementos inter-relacionados com o mesmo propósito: conduzir a organização a atender as necessidades e desejos do público-alvo. Quem não enxerga dessa forma está trabalhando para si, não para o propósito.   

Um dos pontos mais importantes na comunicação humana é de que o ângulo de percepção que temos de nós mesmo e dos outros é distinto, invertido. Em nós, conhecemos as intenções, mas não temos clareza de como nossas ações são percebidas pelos outros, se estão em sincronia com os intentos. “Essa não era minha intenção”. Do contrário, nos outros, percebemos claramente as ações, porém, de forma limitada as reais intenções. Portanto, as inferências são geralmente errôneas, e por este princípio se reforça a valia da cultura de comunicação autêntica. Quanto mais explícitos temos a possibilidade de ser, tampouco necessitamos inferir o que há por trás das palavras, e mais confiança e produtividade é gerado na relação. Quanto mais implícito, maior a margem de insegurança perante a tendência que existe nas pessoas de inferir intensões perversas no outro. Como comentado anteriormente, o ponto de partida é a desconfiança, até a conquista da confiança, que somente se obtêm de forma plena através da integridade.

 


Gustavo Velasquez da Veiga - Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, possui MBA em Gestão Comercial pela FGV e MBA em Gestão de Negócios pela ESALQ/USP. Desenvolveu sua carreira no setor de horticultura com relevante êxito nos elos de Distribuição, Representação Comercial, e atua na área de Marketing Estratégico. Gerente de Produtos e Coordenador Global de Produtos em uma multinacional japonesa do mercado de sementes de hortaliças. Há muito, um pensador e estudioso fascinado pela área comercial e as interações humanas que compõem as organizações e sua interação com o universo.

 

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