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quarta-feira, 28 de abril de 2021

Dia Internacional da Dança: conheça benefícios para além da estética

Para especialistas, dançar pode trazer ganhos diversos, não só para o físico, como para a saúde mental. Saiba também como aliar a uma alimentação saudável pode aumentar essas vantagens

 

Nesta quinta-feira, 29 de abril, é comemorado o Dia Internacional da Dança. A data vem para lembrar a importância da atividade, não só para o bem estar físico. Quem dança afirma que o exercício pode ser uma terapia, mas será que isso é verdade? Felipe Dias, Instrutor de FitDance e Zumba da rede de academias Evolve, explica que através da dança adquirimos consciência corporal, e que ela favorece a criatividade das pessoas e a expressão. E, quando trabalhada em grupo, promove a sociabilidade entre os praticantes.

Ele acrescenta: "ela estimula o nosso cérebro e, com isso, impede a demência pelo envelhecimento cerebral, por proporcionar a perda de peso e gasto maior de energia". A dança, conforme Dias, também previne doenças como obesidade, diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, osteoporose, entre outras.

A psiquiatra e presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília, APBr, Renata Nayara Figueiredo, complementa que a dança ajuda em diversos pontos, não só na perda de peso, mas ainda, ganho de tônus muscular, equilíbrio, além é claro de melhorar a noção do espaço, do corpo no espaço, pois ela melhora a coordenação motora.

"As danças coreografadas, em pares ou como esporte coletivo, exigem mais funções executivas, ou seja, exigem planejamento, tomada de decisões, adequação do comportamento, análise da eficiência, monitoramento detalhado das ações e também resolução de problemas. Tudo isso ajuda na memória e no funcionamento cerebral como um todo", exemplifica. Além disso, Dra Renata também cita a melhora da autoestima e a liberação de endorfinas, que só trazem benefícios à saúde.



Alimentação


A dança pode ser um exercício físico muito prazeroso, mas se você quer ter ânimo e energia física e mental para essa atividade, precisa dar atenção também à alimentação. Uma vez que se gasta energia, é preciso repô-la. A nutricionista esportiva e professora do CEUB, Michele Amorim, explica que os alimentos responsáveis pela energia são os carboidratos.

Segundo ela, esses nutrientes não precisam necessariamente ser simples para ter energia super-rápida, existem os carboidratos complexos, que são os mais saudáveis, presentes em tubérculos, como a mandioca, e a batata doce, por exemplo. "Todos os alimentos são muito importantes, as proteínas, os carboidratos e os lipídios, mas especificamente para dar energia na dança, os carboidratos ganham destaque", aponta.

Ela continua: "além desses, há também as vitaminas e os minerais, que contribuem para que os alimentos cumpram seus papeis na hora do exercício. Então é preciso incluir na dieta frutas, verduras e legumes".

"A dança não está limitada a idade, tipo físico, domínio corporal. Cada corpo tem sua forma de dançar. O importante é se divertir e ganhar qualidade de vida. Então, MEXA-se!", conclui Felipe Dias, instrutor de dança da rede Evolve.


Como a pandemia mudou a relação com nossas casas?

A imagem que costumávamos ter sobre nossos lares, como um espaço de conforto para descanso e recolhimento, hoje possui um papel e importância muito maior. Com a pandemia e o isolamento social, a relação com nossas casas mudou drasticamente, se tornando, ao mesmo tempo, um lugar para descanso, lazer e trabalho. Tudo junto e misturado.

Muito além de ressignificar cada espaço de nossas casas, passamos a valorizar imensamente nosso espaço – contudo, não há como dizer que essa mudança foi fácil para todos. Afinal, com grande parte da população em home-office, fomos obrigados a olhar para as mesmas paredes, móveis e objetos 24 horas por dia e, até mesmo, conviver o tempo todo com as outras pessoas que moram no mesmo lugar – hábitos que poucos costumavam ter e foram difíceis de se acostumar.

Como forma de aprender a lidar com essas mudanças, a solução encontrada por muitos foi a aposta em reformas que reinventassem e adaptassem as casas, de forma que criasse espaços destinados para cada momento. Somente entre abril à novembro de 2020, foram realizadas 2,8 milhões solicitações de serviços, segundo o GetNinjas. Um aumento de 75% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Dentre essa massiva quantidade de reformas, a principal delas foi a criação de espaços destinados exclusivamente ao trabalho, que oferecessem o mínimo de privacidade e conforto. Sem isso, é impossível ter uma boa concentração ou manter a mesma performance no desempenho de suas tarefas. Além dela, muitas pessoas também investiram em adaptações que tornassem seus lares mais aconchegantes para relaxar após horas sentados na frente do computador.

Uma boa reforma não exige grandes despesas – seja por um sofá novo, uma cadeira de escritório mais confortável ou objetos de decoração agradáveis. O que irá definir essas despesas será o cuidado em escolher as lojas que ofereçam os melhores preços e que, principalmente, tenham uma presença digital.

Por meio das plataformas online, é possível ter em mãos todas as informações necessárias para essa decisão: conhecer todos os produtos que oferece, suas classificações, descrições e, ainda, taxas e prazos de entrega. Empresas que se preocupam em fornecer informações completas a seus clientes e se dispõe a sanar quaisquer dúvidas, são de longe a melhor opção – principalmente durante a pandemia.

Caso não haja dinheiro para realizar uma reforma e adequar os cômodos, crie linhas de divisões imaginárias no ambiente. Não use esse argumento como justificativa para trabalhar sentado no sofá e com a televisão ligada. Existem diversas formas de criar seus espaços de trabalho, descanso e lazer. Só é preciso abusar da criatividade.

A relação das pessoas com suas casas nunca mais será a mesma, mesmo após esse período de isolamento social. O home-office é uma tendência que irá prevalecer em diversas empresas, mesmo que adaptadas para um modelo de trabalho misto. Por isso, teremos que continuar prezando pela adaptação de nossos lares, de forma que tenhamos um espaço apropriado para trabalhar e, em conjunto, um canto de refúgio onde possamos descansar e curtir nossas famílias.

 


Wanderson Leite - CEO da Prospecta Obras. Formado em administração de empresas pelo Mackenzie, ele também é fundador das empresas ProAtiva, app de treinamentos corporativos digitais, e ASAS VR, startup que leva realidade virtual para as empresas.

www.prospectaobras.com.br 


Sexo 4.0: pandemia e inteligência artificial impulsionam a revolução sexual

pixabay

Profissionais que lidam com sexualidade humana afirmam que comportamento sexual passa por transformações inéditas que levam desde o aumento da assexualidade, quanto a buscas por novas formas de sexo


O que Alexa, Siri, Google Assistente e pandemia têm a ver com sexo? Tudo. É o que profissionais e pesquisadores de sexualidade humana do mundo todo estão constatando em atendimentos e estudos voltados a entender os efeitos do distanciamento social sobre o comportamento humano. Na visão dos especialistas, assim como o home office já era uma tendência que foi acentuada pela necessidade do distanciamento social, a revolução sexual em curso também foi acelerada, consolidando tendências como a busca por formas artificiais de prazer que farão parte do novo normal daqui por diante.

Para dar conta dessa revolução, disparou a produção de artigos e a busca por atendimento especializado em sexologia. “Como tudo em nossa sociedade da ansiedade vira sintoma para diagnóstico, a procura pelos consultórios médico-psicológicos ou por aconselhamento em instituições sociais aumentou. A problematização sintomática da libido é inicialmente uma busca de saída rápida e fácil pela via da medicação – em alta em tempos de indústria farmacológica –, mas, em seguida, vem um mal-estar pela consciência dos efeitos colaterais dos remédios, dentre os quais, sempre a diminuição da própria libido”, alerta Ocir de Paula Andreata, pós-doutor e doutor em Teologia, psicólogo especialista em Sexualidade Humana e coordenador da pós-graduação em Sexualidade Humana da Universidade Positivo (UP).

O especialista chama atenção para a diminuição e a inibição do desejo, que antes já eram as principais queixas nos consultórios, mas que com a pandemia pioraram. “Motivação do desejo sexual pela fantasia é algo que não pode acabar. É preocupante o desinteresse que tem feito crescer a assexualidade, ou seja, a morte do desejo, que é o grande elemento que move a sexualidade, desde a estrutura biológica do impulso afetivo até a conexão com relações sociais de prazer sexual”, pondera.

Na avaliação dele, o que é considerado involução, são formas abusivas e esvaziadoras que minam a confiança e sem alimentação afetiva da alma. Já a adesão à tendência mundial, muito anterior à pandemia, do chamado sexo “tinder-pornô” de prazer livre sem vínculo afetivo, pode ser classificada como um comportamento que reflete o contexto tecnológico e de valores das gerações que caminham para relações mais fluídas, complexas e desapegadas de grandes definições. “O pornográfico se tornou o paradigma do sexo, a facilidade de encontro feito por aplicativos virou símbolo de relações fugazes apenas para o prazer-orgásmico, e os relatos de mulheres e homens são de um vazio na contínua busca por um sexo que seja também amor”, revela.


Solteiros X casados

De acordo com a própria experiência como profissional da área e relatos de colegas e ex-alunos que viram lotar as agendas de atendimento durante a pandemia, o especialista afirma que o sexo parece ter diminuído para os casados e compromissados e que esteja “mais diversificado” para solteiros de livres relacionamentos. “A libido diminuiu e se recolheu em relações estáveis a ponto de levar a separações e aumento da violência doméstica. Por outro lado, em solteiros de todas as idades, especialmente os de meia-idade, aumentou a busca por contatos diversificados de parceiros e novas formas de prazer sexual via redes de comunicação, que deixam as relações mais horizontais, e de aplicativos de contato, que facilitam interações e encontros com finalidade exclusivamente sexual para o prazer”, aponta. 

Tal situação acompanha o que já foi descrito em algumas pesquisas no mundo. Durante o primeiro mês da pandemia, o Instituto Kinsey, junto à Universidade de Indiana, nos EUA, fez uma pesquisa on-line sobre a situação do sexo na pandemia, com 1.559 pessoas adultas. Na pesquisa, quase metade da amostra relatou um declínio na vida sexual, mas um em cada cinco participantes relatou expandir seu repertório sexual incorporando novas atividades. Os acréscimos mais comuns foram conversas eróticas on-line por aplicativos, experimentar novas posições sexuais e compartilhar fantasias eróticas.


Ressignificação da sexualidade

Andreata considera que a pandemia serviu para trazer à tona problemas relacionais já existentes, questões indefinidas de gênero e subjetividades inquietas por outras formas de prazer e amor. “Nota-se um aumento da ansiedade por retorno aos encontros sexuais fáceis do tinder-pornô. Mas observa-se também certa vontade de algum novo aumento do desejo que tanto inove as relações de prazer quanto retorne ao afeto sustentador”. Nesse sentido, ele acredita que a revolução sexual deve caminhar no sentido de uma ressignificação da sexualidade. “Acima de tudo, é o sujeito desta atual modernidade que está em crise e não necessariamente a identidade ou os modos de gozo, os quais, aliás, quanto mais comuns e populares, mais banalizam a experiência sublime do sexo”, ressalta.


Sobre o curso de Sexualidade Humana

O curso de Pós-Graduação em Sexualidade Humana: Clínica e Educação é, há sete anos, um ambiente de pesquisas, formação e fomento de projetos na área da sexualidade humana em suas mais diversas modalidades de acontecimento. O corpo docente, formado por cerca de quinze professores, doutores e mestres, profissionais e pesquisadores da sexualidade em suas áreas médica, psicológica, fisioterápica, educacional, antropológica, relacional, organizacional e bioética, têm entre si algumas percepções compartilhadas. O curso reúne a experiência prática, pesquisas, estatísticas de dados e leitura analítica. Em 2020, foi o curso que registrou maior aumento na procura na Universidade Positivo, com 42% de crescimento no número de alunos.


5 dicas para amenizar a ansiedade nos relacionamentos online

 Apostar em hobbies e cuidar da saúde mental são importantes para enfrentar o momento de incertezas


Já estamos há mais de um ano enfrentando o distanciamento social e não temos previsão de quando as restrições serão amenizadas. A ansiedade causada pelo momento de incertezas afeta a todos de alguma forma.

Para os solteiros a sensação de solidão pode ser ainda maior. Porém, o Bumble, o primeiro e único aplicativo de relacionamento do mundo onde as mulheres dão o primeiro passo, notou um aumento no uso das ferramentas dentro do app, o que mostra que as pessoas estão, mais do que nunca, buscando conexões significativas.

"Percebemos um aumento nos níveis de engajamento dentro do aplicativo com os recursos de encontros online - como chamada de voz e de vídeo -, e tivemos um aumento de quase 70% no uso de chamadas de vídeo depois que o estado de emergência foi declarado na primavera passada nos Estados Unidos. Como chegamos a mais de um ano com restrições e distanciamento social, é emocionante ver um forte senso de esperança e otimismo em nossa comunidade ao usar ferramentas digitais como o Bumble para continuarem conectados", diz Whitney Wolfe Herd, CEO e fundadora do Bumble.

Para ajudar seus usuários a lidarem com a ansiedade dentro e fora do aplicativo, o Bumble compartilhou algumas dicas:



Lembre-se que você não é o único passando por isso


O mundo inteiro está sentindo os efeitos do momento que estamos vivendo. As chances de a pessoa com quem você está se conectando estar passando pelas mesmas aflições que você, são grandes. Pode até ser uma boa opção conversar com sua conexão sobre os sentimentos de exaustão e insegurança do período. Compartilhar sentimentos pode fazer com que vocês fiquem mais próximos.



Cuide da sua saúde mental


Insira atividades em sua rotina focando no autocuidado. Meditar, ter uma lista com afirmações positivas ou até escutar uma música que te deixe animado pode ajudar. Apostar nos hobbies também é uma ótima opção, como cozinhar, dançar ou qualquer outra atividade que melhore o humor.



Seja gentil consigo mesmo


Estamos vivendo uma realidade completamente diferente, então não seja tão duro consigo mesmo. Quando der o primeiro passo no Bumble, não tenha medo de ser você mesmo - principalmente quando estiver conhecendo melhor sua conexão. Seja gentil com você e com o outro que tudo vai transcorrer de forma mais tranquila.



Dê um tempo, se precisar


Seja honesto com seus sentimentos, principalmente quando se trata de relacionamentos. É importante reconhecer as emoções e analisá-las. Se estiver se sentindo triste, inseguro ou cansado, permita-se sentir tudo isso. Estar ciente destes sentimentos vai fazer com que você não se sobrecarregue. O Bumble entende a importância de se desconectar e por isso criou o modo "Nâo Perturbe". Desta forma, o perfil fica inativo, porém o usuário não perde nenhuma conexão, podendo retomar quando quiser.



Não se pressione


Conhecer pessoas e se conectar deve ser leve e divertido. Relacionamentos devem somar às nossas vidas e não torná-las mais difíceis ou estressantes. Se a jornada não estiver mais te trazendo alegria, se permita dar um tempo, para que, quando voltar para o aplicativo, você esteja mais confiante.

Se você se sentir ansioso durante sua jornada dentro do Bumble, o aplicativo traz diversos textos com temas sobre saúde mental. Para acessar, basta entrar no seu perfil e clicar no ícone da ferramenta "Segurança e Bem-estar" ou acessar o link safety.bumble.com.

Para saber mais baixe o app na loja de aplicativos do seu celular.


Palavra de especialista: como o isolamento social pode afetar a saúde mental dos idosos

 Psiquiatra explica como evitar que o distanciamento e a falta de contato físico desencadeiem problemas psicológicos


A pandemia do novo coronavírus trouxe mudanças de certa forma abruptas em nossas vidas. O home office foi aplicado na rotina da maioria dos trabalhadores, professores e alunos tiveram que se adaptar ao ensino remoto e as pessoas precisam se isolar dentro de casa, muitas vezes sozinhas.

O isolamento talvez seja a parte mais difícil de todo esse processo, principalmente para os idosos, grupo de risco na pandemia. Sem ter contato com familiares e, na maioria das vezes, aposentadas, as pessoas com mais de 65 anos se tornaram mais vulneráveis não só ao vírus, mas aos problemas psicológicos.

Para a psiquiatra e presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília (APBr), Renata Nayara Figueiredo, o isolamento e o distanciamento social impostos pela pandemia apenas intensificaram o sentimento de solidão. "Muitos idosos já estavam sem contato social por viverem em casas de repouso ou até por não trabalharem mais", complementa.

Renata ressalta que o estresse psicológico pode ter um impacto na saúde física das pessoas na terceira idade, que também precisam de atenção. "Ao mesmo tempo em que protege o idoso da Covid-19, o isolamento pode contribuir para redução da resposta imunológica do corpo, ao colocá-lo sob uma condição estressante, aumentando assim o risco de doenças vasculares", explica.

A psiquiatra ainda alerta para um risco maior de dependências químicas, transtornos psicológicos e tentativas de suicídio nesse grupo. "A incerteza com o futuro e o aumento de tempo ocioso, podem desencadear o crescimento no consumo de álcool, falta de motivação, depressão, transtorno de ansiedade e pensamentos suicidas", lista. Ela informa que "a cada duas tentativas de suicídio em idosos, uma evolui para óbito", taxa extremamente maior que na população geral.



Adaptando a rotina


Para melhorar e evitar esses quadros psicológicos, a médica psiquiatra fala que é de suma importância que a família sempre esteja atenta ao comportamento do idoso, e pede para que os parentes tentem diferentes formas de continuar a interação com os mais velhos. "Ligar todos os dias, nem que seja por 10 minutos, já ajuda. Às vezes pode ser preciso ir atrás de um cuidador, para que se tenha uma melhor visão da saúde da pessoa", diz.

Por mais que a rotina não seja a mesma, a especialista recomenda que a família ajude os idosos a adaptarem o seu dia a dia. "Continuar com uma alimentação saudável, realizar atividades físicas, mesmo que dentro de casa, fazer videochamadas com todos da família, são formas de manter a saúde física e mental mesmo sem contato físico", pontua. Interromper outros tratamentos médicos não pode ser uma opção, e a psiquiatra fala para os familiares recorrerem à telemedicina.

Dra Renata, por fim, lista uma série de queixas que devem ter um cuidado, como: falta de apetite, dores no corpo, dificuldade para dormir, irritabilidade, insônia, falta de memória, preocupações com a morte e sensação que é um fardo para os outros. "Esses sinais precisam de atenção, e é recomendável procurar um psiquiatra e um psicólogo, para uma melhor avaliação", conclui.



Psicoterapia


Milena Silva, doutora em psicologia do desenvolvimento humano e professora do CEUB destaca que a psicoterapia de idosos é muito importante, por dois motivos. Segundo ela, o primeiro serve para proteger a população idosa que começa a sentir o declínio do envelhecimento natural, isso vai demandar algumas mudanças significativas como, por exemplo, saída do emprego, provavelmente uma mudança de local na família, mudança nas relações sociais, porque o idoso sai de alguns espaços muito importantes para ele, como trabalho e também das perdas que são muito comuns nesta fase.

"O idoso precisa ser reorganizado, se reconectar com a sua identidade. E agora dentro de um novo contexto, de uma nova demanda de vida", afirma a especialista. Ela continua: "a psicoterapia possibilita trabalhar de maneira geral, temáticas como autonomia, saúde física e mental, socialização e entre outras questões".

Em resumo, a psicóloga explica que é reforçado para o idoso a importância das relações afetivas, sejam sexuais, com familiares e amigos.


Pesquisadores usam engenharia genética para investigar mecanismos envolvidos em transtornos psiquiátricos

Grupo cria vírus capaz de atuar em áreas específicas de cérebros adultos, ajudando a elucidar o papel de neurônios-chave no córtex pré-frontal. Técnica foi testada em camundongos (interneurônio preenchido com biocitina, em verde, com marcações positivas para trkB.DN, em laranja, e parvalbumina, em azul; esses resultados permitem saber que houve o registro de interneurônios inibitórios que expressam os receptores trkB.DN inseridos pelo vetor viral; imagem: Nicolas Guyon)

 

Com ferramentas de engenharia genética, pesquisadores criaram um vírus capaz de entrar em neurônios específicos e inserir no córtex pré-frontal um novo código genético que induz à produção de proteínas modificadas. Em testes com camundongos, a alteração dessas proteínas se mostrou suficiente para modificar a atividade cerebral, indicando um potencial biomarcador para o diagnóstico de transtornos psiquiátricos, como esquizofrenia e autismo.

Conhecido como o “executivo do cérebro”, o córtex pré-frontal é a região que gerencia as ações cognitivas e está envolvido na tomada de decisões do ser humano. Estudos anteriores realizados em tecidos dessa região do cérebro de pacientes com esquizofrenia já encontraram alterações, principalmente, em duas proteínas: a BDNF (fator neurotrófico derivado do cérebro) e a trkB (tropomiosina quinase B).

A relação entre BDNF e trkB é importante durante a fase de desenvolvimento cerebral. Quando uma dessas proteínas se liga à outra, inicia-se uma cascata de sinalizações intracelulares essenciais para a maturação e o crescimento neuronal. Desequilíbrios nesse tipo de sinalização podem estar associados à manifestação de alguns transtornos.

Agora, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), da Universidade de São Paulo (USP), no campus de Ribeirão Preto, e do Instituto Karolinska, em Estocolmo, criou um vírus que consegue carregar o código genético para produzir uma forma mutante de trkB. Com essa modificação da proteína, ao se ligar à BDNF, ocorre um bloqueio do início da cascata de sinalizações intracelulares, reproduzindo assim características observadas em tecidos cerebrais de pacientes diagnosticados com esquizofrenia.

Na pesquisa, realizada com apoio da FAPESP e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o grupo atuou sobre um tipo de neurônio: os interneurônios inibitórios que expressam parvalbumina (PV). São eles que atuam como “maestros” no cérebro, ou seja, organizam as atividades excitatórias e inibitórias no córtex, gerando ritmos de alta frequência (oscilações gama, entre 30 e 80 hertz). Se houver disfunção dos interneurônios PV, o processamento entre a informação gerada pela região cortical do cérebro e o comportamento cognitivo é prejudicado. Pacientes com transtornos psiquiátricos apresentam alterações nessas oscilações, possivelmente relacionadas à integridade dos interneurônios PV.

Considerado uma máquina complexa, o cérebro humano conta com grupos de neurônios e interneurônios que se comunicam por meio de correntes elétricas. Elas ativam e inibem outros neurônios ao seu redor, além de circuitos em áreas cerebrais distantes. A atividade organizada desses diferentes circuitos dá origem à consciência, sentimentos e comportamentos.

“Usando uma nova estratégia viral para a expressão de trkB negativo dominante (trkB.DN) em um tipo celular específico e de forma espacialmente restrita, mostramos que a sinalização de BDNF/trkB é essencial para a integridade e manutenção de interneurônios PV pré-frontais em camundongos adultos”, escrevem os autores no artigo publicado em fevereiro pela revista científica The Journal of Neuroscience.

O estudo foi realizado com a introdução do vírus em tecido cerebral de camundongos transgênicos adultos, utilizando a tecnologia de recombinação Cre-Lox, uma técnica de engenharia genética que permite inserir ou apagar sequências-alvo no DNA. Depois, o grupo registrou a atividade elétrica no córtex pré-frontal dos camundongos.

Foram encontradas alterações no equilíbrio das atividades excitatórias e inibitórias, assim como mudanças nas ondas cerebrais e na atividade neuronal, resultando em um comportamento mais agressivo e de ansiedade nos animais.

O professor do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG Cleiton Lopes Aguiar, um dos coordenadores do estudo juntamente com a professora Marie Carlén, do Instituto Karolinska, explica que, ao utilizar essa técnica, foi possível manipular circuitos específicos do córtex de forma inovadora.

“Os resultados indicam que a manipulação de BDNF/trkB em adultos é capaz de alterar não apenas a atividade cerebral, mas também comportamentos complexos dependentes do córtex pré-frontal. Isso mostra que a sinalização BDNF/trkB é necessária tanto no processo de desenvolvimento como para a manutenção de redes neurais maduras”, afirma Aguiar.

Um dos coautores da pesquisa, Leonardo Rakauskas Zacharias, do Laboratório de Investigação em Epilepsia, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), destaca que essa nova técnica permite o estudo do cérebro já desenvolvido, depois de adulto.


O papel dos interneurônios

Na mesma edição do The Journal of Neuroscience, o grupo publicou outro artigo que trata da sincronia de interneurônios inibitórios que expressam a parvalbumina.

“As oscilações cerebrais são fundamentais para a coordenação da atividade entre neurônios e estruturas. As oscilações gama [30-80 Hz] têm recebido atenção especial por sua associação com processos perceptuais e cognitivos. (...) Mostramos como a inibição deficiente de PV pode levar a disparos excitatórios aumentados e assíncronos, contaminando os registros de potenciais de campo locais e se manifestando como aumento de potência gama. Portanto, a potência gama aumentada nem sempre reflete um ritmo oscilatório genuíno”, escrevem os autores.

Segundo Nicolas Gustavo Guyon, um dos pesquisadores do grupo ligado ao Instituto Karolinska, ao estudar as oscilações, eles detectaram que os interneurônios inibitórios nos camundongos geneticamente modificados não são capazes de responder a todos os estímulos excitatórios gerados por outros neurônios, o que leva a uma atividade dessincronizada.

Para Aguiar, o que une os dois artigos é a tentativa de desvendar o papel dos "maestros" (interneurônios) no córtex pré-frontal e entender como o cérebro organiza o balanço entre excitação e inibição. “Estamos tentando entender o cérebro normal para chegar a uma melhor compreensão de transtornos psiquiátricos, como a esquizofrenia. Mostramos que, se houver alteração de alguns aspectos específicos nesses animais normais, eles apresentam sintomas que podem ser pistas iniciais para elucidar os transtornos”, afirma.

Segundo relatório da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), embora os transtornos sejam responsáveis por mais de um terço do total de incapacidades nas Américas, os investimentos em programas de saúde mental ainda ficam abaixo do necessário. Estão incluídos nesse dado casos de transtornos mentais e depressivos, entre eles demência e esquizofrenia, que atingem cerca de 23 milhões de pessoas no mundo, sendo 1,5 milhão de brasileiros.

Zacharias destaca que o trabalho do grupo, fruto de mais de sete anos de pesquisa, pode contribuir no futuro com o desenvolvimento de potenciais tratamentos. “Trabalhamos com ciência básica para entender os mecanismos do cérebro. Isso serve como um tijolinho para compreender os transtornos psiquiátricos”, diz o pesquisador da USP.

O artigo Adult trkB signaling in parvalbumin interneurons is essential to prefrontal network dynamics pode ser lido em: www.jneurosci.org/content/early/2021/02/10/JNEUROSCI.1848-20.2021. E o estudo Network asynchrony underlying increased broadband gamma power está disponível em: www.jneurosci.org/content/early/2021/02/10/JNEUROSCI.2250-20.2021.

 


Luciana Constantino

Agência FAPESP

https://agencia.fapesp.br/pesquisadores-usam-engenharia-genetica-para-investigar-mecanismos-envolvidos-em-transtornos-psiquiatricos/35728/ 


Lei da Reconstrução Mamária completa oito anos e sofre com o impacto da pandemia; lei é conquista da FEMAMA

A Covid-19 diminuiu a possibilidade de cirurgias eletivas serem feitas; apesar de ser direito garantido, somente 27,6% das mulheres têm conhecimento da lei


No último sábado, dia 24 de abril, a Lei da Reconstrução Mamária, que prevê o direito a cirurgia reparadora após a retirada total ou parcial da mama devido ao tratamento de câncer, completou oito anos de vigência. A Lei nº 12.802, de 2013, declara que a paciente tem direito a realizar o procedimento através do Sistema Único de Saúde (SUS) imediatamente após a retirada da mama com câncer, na mesma cirurgia, se houver condições clínicas, ou assim que a paciente apresentar os requisitos necessários. Mas, ao fazer aniversário, a lei também sofreu com o impacto da pandemia da Covid-19.

A lei é uma conquista da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA) e suas associadas para contemplar esse procedimento imediato, sempre que possível por meio de alteração na Lei nº 9.797/1999, que determinava que pacientes mastectomizadas tinham direito à cirurgia reparadora na rede pública de saúde, porém sem prazo especificado.

“Imediata ou não, a cirurgia de reconstrução é um direito de toda paciente de câncer de mama que passou por mastectomia durante o tratamento da doença. Esse direito deve ser exigido junto ao SUS e aos planos de saúde e discutido com o médico antes da realização da cirurgia ou a qualquer momento após o procedimento de retirada do tumor, no caso de uma reconstrução tardia. A cirurgia devolve para a mulher a imagem corporal e a autoestima”, comenta a Dra. Maira Caleffi, mastologista e presidente voluntária da FEMAMA.

 

Desconhecimento e dificuldades impostas pela pandemia

Mesmo considerando que fazer a reconstrução mamária é uma decisão unicamente da paciente, há um desconhecimento dessa possibilidade garantida por lei, de maneira geral. De acordo com pesquisa da FEMAMA realizada em 2018 em parceria com o Hospital Moinhos de Vento, a Johnson & Johnson Medical Devices e o instituto Ideafix, somente 27,6% das mulheres que passaram pela mastectomia afirmaram conhecer bem a Lei da Reconstrução Mamária.

Dessas que conhecem a lei, 71,9% optaram por passar pelo procedimento, enquanto entre as que nunca tinham ouvido falar da legislação, essa taxa ficou em 38,9%. O DataSUS aponta que a proporção é de apenas uma cirurgia de reconstrução a cada 7,5 mastectomias realizadas, em média, nos últimos anos.

A chegada do Covid-19 ao Brasil, em 2020, adicionou uma variante problemática a essa equação pois diminuiu a possibilidade de cirurgias eletivas, aumentou dificuldades já antigas e ampliou a desigualdade no acesso. Ao passo que há pacientes do sistema privado de saúde conseguindo fazer a reconstrução imediatamente após a mastectomia como a “cereja do bolo” do seu tratamento, há outras no SUS em que essa possibilidade nem é oferecida, afetando sua autoestima e, muitas vezes, fazendo com que a mulher nem consiga se olhar no espelho. “A reconstrução mamária imediata não pode ser considerada uma cirurgia eletiva, e sim parte do tratamento do câncer de mama, nem em tempos de pandemia por coronavírus”, reafirma a presidente da Femama.

Esse acompanhamento e orientação médica são muito importantes. Reforçando seu compromisso de lutar pelos direitos e acesso de pacientes com câncer e comemorando os oito anos da Lei da Reconstrução Mamária, a FEMAMA realizou, no último 22 de abril, uma live em seu canal para trazer luz ao assunto e falar de outros direitos mais recentes, como a Lei 13.770/2018, que permite também realizar o procedimento de simetrização da outra mama e a reconstrução do complexo aréolo-mamilar.

 


FEMAMA - Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama

femama.org.br


Fit Informa: Suspensão e Redução da Jornada de Trabalho

O Governo assinou ontem a Medida Provisória nº 1.045, que reabre a possibilidade dos empregadores e empregados em comum acordo efetuarem a suspensão ou redução da jornada de trabalho. 

O Ministério da Economia através da secretaria de trabalho e emprego, deverá informar os procedimentos a serem adotados para que as empresas possam formalizar os acordos previstos na MP.

 

A suspensão e redução da jornada de trabalho tem as seguintes características:


 

 Redução da Jornada de trabalho.

  • Comunicar o empregado a intenção da redução com 2 (dois) dias de antecedência.
  • Prazo máximo de redução é de 120 (cento e vinte) dias.
  • Percentuais de redução: 25%, 50% ou 70% da jornada de trabalho.
  • Não poderá ocorrer redução do valor do salário hora do empregado.
  • Efetuar acordo escrito individual, convenção coletiva, negociação coletiva ou acordo coletivo de trabalho.
  • Informar ao sindicato da categoria os acordos individuais celebrados dentro do prazo de 10 (dez) dias.

Para os empregados que tiverem a jornada de trabalho reduzida, será pago pelo governo o Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, esse pagamento será determinado de acordo com o percentual de redução da jornada

Suspensão do Contrato de Trabalho

 

  • Comunicar o empregado a intenção da suspensão com 2 (dois) dias de antecedência.
  • Prazo máximo de suspensão é de 120 (cento e vinte) dias.
  • O empregado com o contrato suspenso, não poderá exercer atividade de teletrabalho, trabalho remoto ou trabalho a distância.
  • Pagamento de 30% de ajuda compensatória (caso a empresa em 2019 tenha receita bruta maior que R$ 4.800.000,00.
  • Efetuar acordo escrito individual, convenção coletiva, negociação coletiva ou acordo coletivo de trabalho.
  • Informar ao sindicato da categoria os acordos individuais celebrados dentro do prazo de 10 (dez) dias.

Para os empregados que optarem pela suspensão do contrato de trabalho, o governo federal por meio do Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, pagará o equivalente a 100% do valor do seguro-desemprego que o empregado teria direito.


Caso o empregado receba da empresa a ajuda compensatório de 30%, o governo irá pagar o percentual de 70% do valor do seguro-desemprego.


 

Garantia Provisória no emprego (estabilidade)

 

Os empregados que optarem pela suspensão ou redução da jornada de trabalho, terão direito a uma garantia provisória de emprego (estabilidade) do mesmo período da suspensão e/ou redução da jornada de trabalho.

 

A empresa que mesmo no período de estabilidade, decidir em dispensar o empregado deverá efetuar a indenização do período considerado como estabilidade, salvo em dispensa por justa causa.

 

 

 

 

Regina

Consultora Trabalhista


Dia da Educação: educadores falam sobre o desafio de educar na pandemia

Data comemorada em 28 de abril convida comunidade escolar a refletir sobre os desafios e perspectivas do setor e, também, sobre a importância do educar em tempos de desinformação



O Dia da Educação é celebrando anualmente em 28 de abril desde os anos 2000, estipulado pelo Fórum Mundial de Educação, tendo como objetivo estabelecer um compromisso de levar educação básica e secundária a todas as crianças e jovens do mundo. No entanto, em 2021, a data traz uma nova perspectiva sobre a reflexão a respeito dos desafios enfrentados no setor, pois após mais de 1 ano de pandemia a realidade tem gerado muitos desafios no cumprimento dessa meta.

Com a necessidade de se reinventar, os principais players da área comentam a importância da educação em tempos de pandemia e desinformação.

 

Educação Básica | Escolas

Lucas Seco, diretor do Colégio Anglo Chácara Sto. Antônio, comenta, como gestor, os desafios do setor no último ano e as perspectivas para os próximos meses: “O Dia da Educação está chegando e, em termos de gestão escolar, os desafios são imensos. Temos desde questões técnicas, passando por desafios de aprendizagem e imaginando como os alunos vão aprender nesse contexto de ensino híbrido, até questões emocionais, que a pandemia tem impactado muito. Então, temos que entender que nos tempos atuais, os desafios são gigantes em diferentes frentes. Acho que a pandemia e todos essas questões nos trouxeram muitos aprendizados. Tivemos que nos adaptar a uma outra realidade, fazendo uma escola online - o que seria impensável há pouco tempo e hoje é possível e viável. Foi preciso entender que certos aspectos da educação são tão importantes quanto o aprendizado do conteúdo em si. Também entendemos como todas essas lições foram importantes e nos trouxeram essa perspectiva de futuro, de que talvez a escola não funcione exatamente do mesmo jeito após a pandemia. É importante considerar que a pandemia trouxe um novo jeito de fazer educação, um novo jeito de fazer escola e que, ainda que a gente volte ao presencial, certas práticas educacionais ligadas à tecnologia talvez tenham vindo para ficar. E conseguir fazer a dosagem certa, mesmo após a pandemia, realmente pode ser útil no que diz respeito à aprendizagem, às facilidades e ao bem-estar da comunidade estudantil. É nisso que precisamos mirar".

Para a Camino Education, a aprendizagem vem sempre em primeiro lugar. Com a suspensão das aulas presenciais, certamente houve muitos desafios. O ensino remoto também trouxe aprendizados que deverão impactar o processo educacional nos próximos anos. “Um dos principais legados está relacionado à nossa possibilidade de trabalhar de verdade em comunidade com os pais e com as famílias dos nossos estudantes. O fato de nos mantermos abertos, prontos para a escuta e para adaptar nossas expectativas e maneiras de fazer ao contexto de cada família nos aproximou e garantiu que a aprendizagem se tornasse muito mais potente”, afirma Leticia Lyle, cofundadora da Camino Education, da Cloe e diretora da Camino School.  Ela aponta ainda que o ensino remoto resultou em uma aproximação das escolas aos possíveis meios de uso da tecnologia como ferramenta de apoio, além de um “diálogo” com novos formatos possíveis.

Arthur Buzatto, diretor-presidente da Escola Vereda, aponta que apesar dos desafios ocasionados pela pandemia, ele acredita que a sociedade está mais próxima de olhar a educação para além de um resultado final. “Aqui, refiro-me à importância da conexão do estudante com a família e com os seus colegas, do desenvolvimento de habilidades socioemocionais e da relação entre os responsáveis e a escola. Houve um sofrimento em relação a isso ao longo desses últimos meses. Hoje, temos uma visão mais próxima do papel de diversos agentes dentro do desenvolvimento dos estudantes e entendemos que isso deve ser valorizado de forma ativa. Apenas assim garantiremos uma educação formal de qualidade, olhando para o desenvolvimento de habilidades cognitivas, com a adequada apropriação de conteúdos contextualizados e, ao mesmo tempo, ajudando o estudante a se tornar partícipe e transformador da realidade que o cerca.”

 

Educação Básica | Sistemas de ensino

Paulo Moraes, diretor do Sistema Anglo de Ensino, comenta que “na pandemia, os médicos arregaçaram as mangas e foram para a linha de frente salvar vidas. Enquanto isso, os professores, os educadores, arregaçaram as mangas e foram para linha de frente salvar gerações. A educação é transformadora na sua essência. Transforma a sociedade e o mundo. Forma cidadãos que construirão o futuro. Se o futuro da sociedade foi posto em xeque, cabe a todos nós educadores enfrentar o desafio proposto. E vencê-lo.”

 

Tecnologia Educacional | Plataformas de Ensino

Rafael Parente, da BEI Educação, comenta: “Que nesse Dia da Educação nós possamos lembrar que só teremos um país moderno, sério, justo e fraterno para todos quando priorizarmos de verdade a educação. Que só a educação pode oferecer a crianças e jovens brasileiros a oportunidade de desenvolver plenamente as suas potencialidades. E que nós devemos urgentemente criar políticas públicas de ação afirmativa para que seja possível estancar e diminuir as nossas desigualdades educacionais, que estão explodindo nesse momento por conta do fechamento das escolas”.

A Mangahigh, uma plataforma de ensino de matemática amparada na gamificação, enxerga que a educação, com o advento do ensino remoto, ganha um novo lugar nesse cenário de isolamento social. “Os efeitos da pandemia nos alertaram para o fato de que ainda há muito o que fazer para oferecer educação de qualidade para todos onde quer que estejam e em quaisquer circunstâncias. Com o afastamento de alunos e professores da escola, esse desafio tornou-se ainda maior e urgente. A escola, temporariamente, deixou de ser o epicentro do aprendizado e ganhou as ruas e os lares, mas sempre com a mediação dos professores e com um envolvimento maior dos pais e responsáveis, que tiveram de se requalificar e inventar para viabilizar essa transição para o ensino-aprendizagem remoto e híbrido, que por sinal ainda não foi concluída”, afirma George Balbino, VP da Mangahigh para o mercado brasileiro. A empresa acredita que o emprego dos games pode ser uma maneira mais eficaz e atraente de engajar os aprendizes da ciência exata. “Pensamos que a aprendizagem pode – e deve – ser uma experiência prazerosa, independentemente de qualquer cenário ou contexto histórico”, complementa. 

 

Contraturno escolar | social

O LAR da Benção Divina se orgulha por manter suas atividades a pleno vapor, mesmo com as questões trazidas pelo isolamento social e alteração no cronograma presencial das escolas. A organização sem fins lucrativos continua atendendo cerca de 500 crianças com projetos de contraturno escolar em diversas frentes: esportes, cultura e reforço em disciplinas como português e matemática. “Nosso maior aprendizado na educação foi com relação a tecnologia. Os professores tiveram que se reinventar e aprender a usar ferramentas, como Whatsapp, Google Sala de Aula e Google Meet. Foi necessário ser muito mais criativo para que as atividades fossem cativantes. O maior desafio se refere aos protocolos de saúde dentro dos nossos espaços, principalmente com crianças de 1 a 3 anos. Outra questão nesse aspecto é conseguir alcançar todas e todos. Há lares em que a internet não é muito veloz ou o celular não conta com uma boa conexão. Mas nosso intuito é não deixar ninguém para trás. Neste ano, o Dia Mundial da Educação pode ser bem comemorado, pois muitos olhos se voltaram para essa área. Todo mundo entendeu sua essencialidade. É uma data para refletir”, salienta Marcia Mattos da Silva Soares, diretora do CEI do LAR da Bênção Divina.


Monopólio ameaçado

 PL em votação na Câmara pode acabar esta semana com monopólio bilionário no sistema de pagamento automático dos pedágios


A Câmara dos Deputados volta a analisar, nesta semana, o Projeto de Lei 886/2021, que estabelece a implantação do sistema free flow para a cobrança de pedágio nas rodovias do país. O sistema permite que o usuário das estradas pague um valor referente a exatamente o trecho de rodovia que ele percorreu e não mais tarifas fixas nas praças de pedágio. Aprovado pela Câmara em 2013 (sob número original 1023/2011), a proposta só foi apreciada pelo Senado em março deste ano. De volta à Câmara, o texto permite acabar com a exclusividade do uso de tag eletrônica para a identificação dos veículos, abrindo a possibilidade de utilização de novas tecnologias, dependendo apenas de futura regulamentação pelo Contran.

A possibilidade de quebra do monopólio das empresas de tags, que hoje já atuam no sistema de passagem livre pelas cancelas de pedágio, desobrigaria o motorista brasileiro de instalar o dispositivo em seu veículo e ser cliente de uma dessas companhias, que cobram assinaturas mensais. Com novos concorrentes neste mercado, o consumidor sairia ganhando, com a possibilidade de novas tecnologias com maior eficácia e menor custo. Para as empresas, isso significaria menor risco de fraudes ou inadimplência.

Às empresas de tags, porém, o processo de abertura do mercado significa uma grande ameaça ao faturamento bilionário, dividido entre poucos players (Sem Parar, ConectCar, Move Mais, Veloe, Greenpass e mais algumas de menor expressão). Em 2018, o segmento de pedágios movimentou R$ 19 bilhões, com 1,75 bilhão de transações em um patamar que gira em torno de 47% do total de pagamentos. De uma frota de 48 milhões de carros no país, cerca de 6 milhões circulavam com esses sistemas automáticos, em 2018. Ou seja, se o sistema free flow for aprovado com a restrição da cobrança às empresas de tags, o faturamento dessas companhias pode ultrapassar R$ 40 bilhões, já que o valor médio da mensalidade cobrada gira em torno de R$ 30.

O governo federal já tentou implementar um sistema de reconhecimento de placas de veículos por meio de chip nas placas Mercosul, prevendo uma futura utilização no sistema de pedágio por quilômetro rodado, prevenindo também – e inclusive – a falsificação e clonagem de placas. Mas o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) alterou a resolução antes mesmo do início da fabricação das novas placas. “Na época, o chip foi retirado das placas, pois ameaçava um negócio bilionário das empresas de meio de pagamento que atuam nas rodovias, que hoje tentam obrigar a instalação de uma ‘placa eletrônica’ no para-brisas dos veículos, que além de não ter base legal (já que a única forma de se identificar um veículo segundo o Código Brasileiro de Trânsito é a placa), vai obrigar os proprietários a se tornarem clientes de uma destas empresas, com custo mensal de manutenção para utilizar tal apetrecho”, alegou a ANFAPV (Associação Nacional dos Fabricantes de Placas Veiculares), em comunicado.

O Sistema free flow com a cobrança por reconhecimento de placa já é utilizado em diversos países, como Alemanha, Hungria, Eslováquia, Bélgica, Áustria, República Tcheca, Polônia, Portugal, Irlanda e Reino Unido, e aguarda apenas essa regulamentação para ser implementado no Brasil. O novo programa de concessões de rodovias do governo federal, inclusive, já prevê que essa modalidade de cobrança de pedágio esteja prevista pelas empresas concorrentes, por trazer maior eficiência, equidade entre os usuários de rodovias, arrecadação condizente com os serviços prestados pela concessionária e fluidez ao tráfego, com a retirada das praças de pedágio. 

"Para a eficiência do sistema e o real benefício ao usuário, é fundamental que a lei que o regulamente não limite as tecnologias de identificação de veículos que poderão ser utilizadas, deixando aberta a oportunidade para o desenvolvimento de mecanismos mais modernos e mais baratos que os utilizados atualmente. O projeto tramita desde 2011 e não pode acabar aprovado limitando o sistema a uma tecnologia de dez anos atrás", afirma Cláudio Roberto Gaiewski Martins, presidente da ANFAPV.


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