|
Pexels |
Especialista destaca que secreção é comum; mudança de cor,
consistência e odor desse corrimento, por sua vez, podem ser sinais de alerta
De
vez em quando, a secreção vaginal aparece sorrateira na calcinha, mas ela, por
si só, não é motivo para pânico algum. Então, tranquilize-se! Muita gente não
sabe, mas ter secreção é super comum.
Essa
secreção de líquidos é natural e mantém a vagina limpa e lubrificada, além de
evitar infecções provocadas pelo desequilíbrio da flora vaginal.
O
fluido geralmente é transparente, esbranquiçado, com aparência leitosa e não
tem cheiro forte, mas vale lembrar que nem sempre esse líquido é igual. Segundo
Mariana Betioli, obstetriz e fundadora da marca de coletores menstruais
Inciclo, o corrimento pode mudar de aspecto em alguns contextos específicos,
como, por exemplo, durante as diversas fases do ciclo menstrual.
"Em
certos dias do mês, a secreção aumenta. Isso acontece porque a produção do
líquido é estimulada pelo estrogênio, um hormônio que está presente em maior
volume perto da ocorrência da ovulação e também durante a gravidez",
explica.
Além
da menstruação, o uso de absorvente interno, medicamentos, chegada da
menopausa, hábitos de higiene e outras situações também influenciam na natureza
da secreção vaginal.
Cores
de secreção
Por
outro lado, é necessário prestar atenção na cor da secreção e alguns outros
sintomas para poder identificar quando algo não vai bem, como a mudança na
consistência e odor do fluido. Saiba o que possivelmente significa a cor do seu
corrimento, de acordo com a obstetriz:
Branco:
é bem provável que seja um corrimento normal, porém, se há mau odor e aparenta
ter placas brancas ou acinzentadas (como a textura de queijo cottage), pode ser
sinal de vaginose bacteriana. Se for uma secreção branca acompanhada de
ardência, coceira ou vermelhidão, pode ser candidíase.
Marrom:
costuma indicar a presença de sangue. Pode ser restinho de sangue coagulado da
menstruação, irritação no canal vaginal após a penetração ou uso de duchas
vaginais, mas também pode ser sinal de infecção. A secreção marrom também pode
sugerir implantação do embrião nos primeiros dias de gravidez e, muito menos
frequente, ser um sintoma de gravidez ectópica.
Amarelo:
corrimento levemente amarelado e sem cheiro pode ser normal. Mas se for
acompanhado de mau cheiro e aparência purulenta, com aspecto de pus, pode ser
sinal de inflamação, devido a infecções, como por exemplo clamídia ou
gonorréia.
Amarelo-esverdeado:
corrimentos com essa coloração e odor bem desagradável costumam indicar
tricomoníase.
Cinza:
corrimento acinzentado com cheiro forte, espesso, que se agrupa em placas como
queijo cottage, costuma ser sinal de vaginose bacteriana.
É
importante ficar de olho no corrimento e notar se está acompanhado de
irritação, coceira, vermelhidão, ferida ou ardência. "Consultar um
profissional de saúde para avaliar o seu quadro é fundamental, já que alguns
sinais podem indicar infecções, alergias ou até mesmo algumas doenças",
alerta a especialista.
Dicas
de como evitar infecções e manter a saúde íntima
Sabendo
dos sintomas e o que significa cada aspecto do corrimento, fica mais fácil
entender como cuidar da região íntima do jeito certo. Betioli reuniu algumas
dicas que podem ser aplicadas no dia a dia para a prevenção de doenças nesta
região. Confira!
Ventilação
em primeiro lugar:
“A
melhor alternativa é usar roupas que deixem a região genital mais
ventilada", indica. “Evite calças jeans e outras peças mais justas e
apertadas para dar preferência a saias, vestidos e shorts mais folgados, além
do uso de calcinhas de algodão, para ajudar na transpiração da vagina”.
Durma
sem calcinha:
O
ideal, inclusive, é dormir sem roupa íntima para deixar a vulva “respirar”, de
acordo com a especialista. “A dica é deixar que a região íntima ‘respire’
livremente em pelo menos alguns momentos do dia”, afirma Mariana.
Evite
roupas molhadas:
“Evite
ficar muito tempo com as roupas molhadas, como biquínis e maiôs, pois a umidade
facilita a proliferação de fungos e bactérias e pode resultar em outras
infecções”, ressalta.
Para
quem costuma deixar as peças íntimas secando no banheiro, muita atenção. “Não
tem nada de errado em lavar a calcinha no banho usando um sabonete neutro. O
problema é deixar a calcinha secando no box”, diz a especialista.
“O
banheiro é uma região úmida; lá, sua calcinha vai demorar mais para secar e ter
mais chance de atrair fungos e bactérias. Se você lava suas peças íntimas no
banho, coloque suas calcinhas para secar no varal, que é um ambiente seco e
arejado.”
Lave
a região íntima do jeito certo:
Algo
fundamental para ajudar na saúde íntima é deixar a região limpinha. Só que há
um porém: a limpeza não deve ser feita na parte interna, a vagina. A pessoa
precisa lavar somente a vulva, que é a área externa.
“A
vagina é autolimpante, então pode esquecer ducha, sabonete ou qualquer outro
tipo de limpeza interna. Já a vulva, só com água morna e os dedos, a pessoa
consegue higienizar aqueles espaços entre os lábios internos e externos, para
tirar uma eventual secreção”, recomenda.
“Se
quiser, dá para usar um pouquinho de sabonete neutro na vulva e na parte do
monte de vênus, onde nascem os pêlos. Após a limpeza, é só secar direitinho”,
acrescenta Mariana.
Sexo
com camisinha:
Não
pense que a camisinha durante a relação sexual evita apenas a gravidez. “A
proteção no momento do sexo também diminui as chances de contrair doenças
sexualmente transmissíveis e infecções”, ressalta a obstetriz.
Cuidado
extra durante a menstruação:
Além
disso, segundo Mariana, o coletor e o disco menstrual são opções mais saudáveis
para a região íntima.
“Os
modelos mais comuns do mercado – os absorventes descartáveis externo e interno
– não são os mais indicados. O absorvente externo abafa essa região e o sangue
que fica em contato com a vulva começa a entrar em decomposição, o que também
aumenta o risco de problemas”, aponta.
“Já
os absorventes internos, quando inseridos no canal vaginal, acabam sugando não
só o sangue, mas também toda a umidade da vagina, desregulando o pH e
favorecendo a proliferação de fungos e bactérias indesejadas.”
Para
ela, o ideal é evitar produtos químicos em contato com a região genital. “Como
o coletor e o disco menstrual da Inciclo são feitos de silicone hipoalergênico,
um material sem corante e substâncias químicas, preservam a saúde da vagina e
ainda deixam a vulva arejada. Uma outra alternativa são as calcinhas absorventes,
que tem um tecido com tratamento antimicrobiano que diminui o risco de
infecção”, garante a CEO da Inciclo.